Sunday 30 November 2008

A OPINIAO DE PEDRO NACUO

EXTRAS - Obama: uma nova bebida?
FAZIA muito tempo que não nos encontrávamos no JAMALITO, uma histórica barraca que diz muito a cada um que vive ou que já viveu em Pemba. Faz parte do currículo de uma boa gente que nos está a ler neste momento, porque há muito que sabe acolher os seus clientes. Nós outros começámos a frequentá-la quando a exuberante e frondosa árvore que se impôs no meio do recinto, agora autêntico restaurante, era uma plantazinha e urgia a sua defesa para que não fosse esmagada pelos pés de gente bem animada. Então púnhamos uma cadeira em cima dela para defendê-la.

Pertença de gente “sem problemas”, há-de ser por isso que ninguém se divorcia totalmente do JAMALITO, havendo muita boa gente que já não põe lá os pés, simplesmente porque subiu na vida, na cadeira e agora fica-lhe mal ir revisitar a nossa barraca. Mesmo assim, em conversas telefónicas ou por via de mensagens nos pergunta como está o nosso sítio e, às vezes, mandamos MMS para ilustrar como agora está, esta que ainda se chama barraca apenas para satisfazer o facto de que se situa no recinto do Desportivo, conhecido como local onde se localizam as mais famosas barracas de Pemba, agora subalternizadas pelas sazonais do Conselho Municipal, junto à praça 25 de Setembro, criadas por ocasião dos 50 anos da cidade.
Desta vez foi porque o Professor Tiago, abramos um parênteses para dizer que se trata dum professor que tem essa qualidade como o seu verdadeiro nome, é professor Tiago para cada um, até parece ser o único na terra onde vivemos, fez acostumar as pessoas que ele é professor e que gosta de o ser. Muitos não conhecem o seu nome completo e outros nunca o viram a dar aulas, mas todos chamam-no professor Tiago. E o é, de profissão que já leva perto de 30 anos!
Foi ele que nos juntou para um bate-papo, no JAMALITO, na ressaca das eleições autárquicas, que nos haviam divorciado momentaneamente dos nossos amigos habituais. Uns porque se tinham deslocado a outros pontos da província em trabalho ligado às mesmas, seja como profissionais, seja, provavelmente, como indivíduos que estiveram no cerne da propalada burla eleitoral, indo votar onde nem vivem, outros ainda porque passaram a viver no lugar onde não se recensearam, etc., etc.
Sobre eleições ficou o facto de o Grupo Mecula ter decidido, em Pemba, não fazer as suas habituais carreiras, no dia 19 de Novembro. A ideia era permitir que os seus funcionários votassem e ao fazê-lo acabou prestando um mau serviço. É que muitos cidadãos vivendo agora em Pemba deveriam votar em Mueda, Mocímboa da Praia, Nacala-Porto ou na cidade de Nampula. Outros destas autarquias achavam que naquele mesmo dia poderiam ir à Pemba ou a cada um destes municípios a tempo de votarem. Não conseguiram. Não foram. Não havia transporte. Matéria para estudo nos próximos pleitos, sobre como, na verdade, fazer em relação às tripulações dos meios colectivos de transporte…
Eleições, por assim dizer, era o tema, que ia ficando cada vez mais convidativo à medida que se procuravam as causas de muita coisa que aconteceu: civismo, participação, pesada derrota ou robusta vitória, aparente roubalheira, pobreza e muita outra coisa que nos conduziu ao actualmente incontornável assunto, Daviz Simango, na sua qualidade de “fenómeno político dos últimos 30 anos”, segundo o sociólogo Carlos Serra, e nos arrastámos para um nome ainda mais inevitável da actualidade, Barack Obama.
Na vizinhança, um quadro sénior da Educação, conhecido pelos seus apetites alcoólicos, com médios conhecimentos sobre muita coisa, incluindo no que à sua profissão diz respeito, mas deficitário em informações sobre o dia-a-dia do mundo, queria um help da mesa do professor Tiago. Pediu que lhe ajudassem numa 2M, ou Laurentina preta, mas de preferência um Jet (combustível para aviões), para que ele levantasse o voo imediatamente. Quem não é novato nessas andanças, entendeu logo que o quadro da Educação queria um Zed, Tentação, Royal ou outra bebida espirituosa qualquer, daquelas quentes, muitas das quais fabricadas na Matola ou na cidade portuária de Nacala. Que ele não tinha tempo a perder, queria voar num instante. Em plena tarde da segunda-feira, desta semana que termina hoje.
Infelizmente não estava a ser atendido com a rapidez que achava lhe assistia como razão, a mesa do professor Tiago continuou a falar da ressaca das eleições, numa discussão mais aprofundada e de alguma forma académica. Já havia um moderador, por sinal um jurista, igualmente professor, de tal jeito que ninguém dava ouvidos ao outro quadro da Educação com a flexibilidade que pretendia.
Metidos nas suas comparações os convidados do professor Tiago, eis que, sem se saber de facto se a despropósito, pronuncia-se o nome do senhor que a partir do dia 20 de Janeiro é Presidente dos Estados Unidos da América, que os povos e nações pobres vêem-no como o salvador, pacificador, contra ideias de quem já disse que ele é americano, seja negro ou preto, é americano, comportar-se-á como o fazem os americanos. Que não haja falsas expectativas!
O nosso quadro então, que esperava apenas alguma bebida em satisfação ao seu pedido de socorro, com a sinceridade de quem espera pela ajuda, eis que pergunta se Obama era uma nova marca de bebida. Não foi fácil saber que ele não estava a brincar com a questão, que nunca tinha ouvido falar desse senhor e confessou que estava preparado para receber a nova bebida.
Que não estou a mentir sabem aqueles que tiveram a sorte de assistir a este exercício, na tarde da segunda-feira desta semana.
• PEDRO NACUO in Noticias

A OPINIAO DE INACIO NOA

QUE CENÁRIOS SE ESPERAM PARA DAVIZ SIMANGO NO MUNICÍPIO DA BEIRA

Permitam-me manifestar-me por esta via em consonância com as múltiplas intervenções que tenho estado a acompanhar quer neste fórum, quer através de órgãos de comunicação em debates em que determinadas “personalidades” e em muitos casos por via de comentadores a discussão a respeito da vitória do Eng. Daviz Simango a presidência do município da Beira e muitas vezes são levantados cenários talvez não totalmente erróneos ou descabidos como diriam os mais radicais e que eu prefiro considerá-los pouco convincentes quando se analisa o cenário político no município da Beira.

A primeira leitura que deve ser feita é que o eleitorado da Beira me parece ser sui generis, uma leitura que os partidos políticos penso que estão a fazer ou já fizeram, caracterizado por um eleitorado que não só é firme nas suas convicções, mas sobretudo pelo facto de ter-se mostrado que os seus desejos estão para além de uma definição político partidária (de forças políticas) mas sim com base na continuação do projecto e obra do Eng. Daviz Simango.

É por essa razão que recebo com alguma dificuldade a maioria dos comentários que tem sido enunciados dando conta de que Daviz não terá condições de governar na Beira por não ter um suporte partidário na assembleia municipal e por essa via tanto a Frelimo que é o grupo maioritário como a Renamo a primeira coisa que vão fazer é chumbar o orçamento a ser apresentado pelo edil da Beira o deixando sem condições para dar passos seguintes ou de forma recorrente ir chumbando os projectos do Edil da Beira.

Apesar de ser um cenário pouco provável a meu ver, mas caso o plano orçamental de Daviz seja chumbado de forma recorrente e ele veja se obrigado a dissolver a assembleia convocando novas eleições o resultado é que Daviz Simango acabará vencendo as eleições com uma maioria absoluta para o grupo que suportar a sua candidatura e as forças políticas terão dado mil passos atrás, pois não há duvida que Daviz Simango foi votado pelos Beirenses independentemente do partido a que estes representam, e os mesmos farão de tudo para ver o edil dos seus desejos a dirigir o município da cidade da Beira.

Com relação as forças políticas é pouco provável que por forma recorrente chumbem o orçamento de Daviz ou inviabilizem a sua governação até ao ponto do Edil decidir-se por dissolver a assembleia, não só porque isso significaria um retrocesso individual e colectivo quer dos deputados da assembleia municipal quer dos seus partidos visto que o povo atento da Beira os daria um cartão bastante vermelho em outros pleitos eleitorais para o município da Beira mais ainda assim podemos seguidamente avançar algumas razões de carácter particular de cada partido que os forçaria a não tomar tais posicionamentos.

A Frelimo é um partido que se considera sério e maduro e tem estado a desenvolver acções para manter esta imagem sendo por este facto que o partido Frelimo difunde que a Renamo é um partido sem espírito patriótico e que não esta preocupada com o desenvolvimento nacional pois na Assembleia da República de forma recorrente tem estado a votar contra toda e qualquer proposta apresentada pelo partido maioritário.

A partir deste ponto de vista é importante sublinhar que a seriedade da Frelimo estará em teste, em teste no município da Beira onde claramente a legitimidade de Daviz está em alta e aumentará a cada vez que lhe for feito “vida negra” no cumprimento do seu mandato. É verdade que alguns possam dizer que a Frelimo chumbou completamente o relatório de contas do presente mandato de Daviz, sim é verdade e continuará a apontar outras contrariedades na governação de Daviz mas de forma responsável, sem deixar de fazer política.

Mas tenho algumas ou se não completas reservas para acreditar que o partido Frelimo perca a confiança em si depositada pelo povo da Beira para ser o grande fiscalizador da execução das promessas do Edil da Beira. A Frelimo para conquistar os Beirenses deve e é isso que vai seguramente fazer é controlar rigorosamente a governação de Daviz apontando os erros do Daviz em vez de não deixar que Daviz governe pois sairia muito mais caro para este partido uma posição de inviabilização recorrente o que iria entrar contra a sua postura de partido maduro e sério e poderia ter reflexos em outros pontos do país.

Agora com relação a Renamo importa começar por informar que Daviz Simango apesar de ter sido proposta a sua candidatura pelo Grupo da Democracia da Beira, na sua campanha sempre convidou os eleitores a votarem na Renamo. É verdade que a direcção central da Renamo está em ruptura com Daviz com anuência de uma pequena parte dos líderes da Renamo na Beira, mas é importante destacar que a grande falange dos membros da Renamo votaram massivamente em Daviz Simango o que quer dizer que a Renamo da Beira ou a Renamo na Beira não está em ruptura com Daviz o que poderá acontecer é eleições de novos órgãos de partido ao nível da Beira e serão afastados da liderança (o grupo Mbararano) aquela pequena Renamo que não alinha com a Renamo da Beira, e com agravante de que mesmo que isso não aconteça a curtíssimo prazo, os deputados da Renamo a serem escolhidos para assembleia alguns acabaram votando de acordo com as suas convicções (pró Daviz) e não em estrito respeito as disciplinas partidárias.

Mais importante na análise ao partido Renamo é que a vitória de Daviz o relança numa provável liderança do partido num futuro breve e isto terá certamente efeitos na forma como os membros deste partido terão que se relacionar com o edil da Beira, quer os de nível central, quer os de nível provincial, pelo que o mais provável não é a Renamo chumbar o orçamento de Daviz, mas sim tentar uma aproximação e reconciliação com Daviz Simango.

Bem, de forma geral penso que com as hipóteses esgrimidas neste texto não deitam por terra os argumentos de que Daviz Simango terá uma governação difícil, pois terá, mas tentam mostrar que os partidos políticos com maioria dos assentos na assembleia municipal da cidade da Beira tem mais a perder se “inviabilizarem” por inviabilizar, isto é, tem mais a perder se não deixarem Daviz Simango governar, pois como alguém disse Daviz Simango é “populoso” e como eu digo o eleitorado da Beira é bastante atento, por essas razões vaticino um mandato democrático, difícil mas possível, para o município da cidade da Beira.

Saturday 29 November 2008

A OPINIAO DE CUSTODIO DUMA

POLITICANDO: Democracia multipartidária em Moçambique: "UM JOGO DE CABRA CEGAS"


Publicado no blogue http://athiopia.blogspot.com
Renamo: o Fim de Uma Longa Caminhada!

Propus-me a interromper por momentos a minha análise sobre os problemas do positivismo jurídico para reflectir um pouco sobre o "estado do maior partido da oposição moçambicana, a Renamo". Poderei não ser a pessoa mais recomendada para o efeito, uma vez que não sou membro desse partido, mas como actor político deste país, tenho o direito a palavra.
A história da Renamo teve maior visibilidade com a guerra civil que devastou o Moçambique por cerca de quinze anos, findo os quais, as partes beligerantes, decidiram em Roma pôr fim às tréguas que os separavam. A favor ou não do povo, as duas partes perceberam que nada deveria justificar a guerra, sendo que o diálogo deveria ser o único meio para conciliar os interesses.
Na sequência, em 1994 realizam-se as primeiras eleições multipartidárias em Moçambique, eleições essas que atraíram dezenas de partidos políticos e candidatos à Presidência da República. Todo mundo chegou a acreditar ser capaz de transformar-se em Presidente da República de Moçambique. Valeu pelo menos o exercício da auto estima dos meus concidadãos.
Contudo, sem querer menosprezar as dezenas de nomes de candidatos e partidos, as verdadeiras atenções nessas eleições históricas, estavam sobre duas figuras e dois partidos: sobre a Renamo e Afonso Dhlakama e sobre a Frelimo e Joaquim Chissano.Pelo sim ou pelo não, os resultados foram favoráveis à Frelimo e ao seu candidato Joaquim Chissano, que mais tarde veio a renovar o mandato que teve seu fim em 2004 com a condução de Armando Guebuza à Presidência, como continuidade do maior partido do país.
A Renamo e seu candidato Afonso Dhlakama, não foram mais do que algum domínio na Assembleia da República, principalmente quando coligada com alguns partidos de pequena expressão.Seja como for, há quem diga que se não fosse a fraude, em 1994 a Renamo e Dhlakama teriam ganho as eleições gerais. A pergunta que coloco é: como é que um partido e um candidato que já estiveram na porta da vitória, senão mesmo na vitória, venham perder a popularidade em tão curto período de tempo?
Porque é que a Renamo ganhou ou quase ganhou as eleições de 1994? Porque é que manteve uma representatividade considerável na Assembleia da República? A resposta é obvia: a Renamo chegou a representar para muitos moçambicanos a alternativa política de governação deste país.
Fora de ser uma esperança de muitos moçambicanos, a própria liderança da Renamo parecia ter a fé de que o partido um dia chegaria ao poder e o seu candidato seria o mais alto magistrado deste país. Mas o sonho ruiu. O mito e a utopia criadas e residentes no seio da Renamo perderam vida e o movimento perdeu a luz de orientação.
Li algures na imprensa semanal, pouco depois das celebrações do dia do dito fundador da Renamo, André Matsangaisse, um artigo interessante, em que o presidente da Renamo Afonso Dhlakama dizia já ter começado a escrever um livro que tinha decidido escrever quando estivesse a deixar a Ponta Vermelha. Sem querer especular, pareceu-me que o líder da Perdiz estava a anunciar a sua capitulação em relação a intenção de um dia vir a ser Presidente da Republica de Moçambique.
Alias, todo o processo que levou a realização das terceiras eleições autárquicas, bem assim os seus resultados preliminares, mostraram claramente que tanto a Renamo como a sua liderança perderam totalmente toda popularidade que alguma vez conseguiram conquistar no eleitorado moçambicano.
Quanto a mim, não tenho receio de anunciar que o a Renamo chegou ao começo do seu fim, ou seja, de agora em diante o que se vai assistir é uma decadência em série da Perdiz.Estrategicamente incorrecta, a Renamo excluiu o único candidato com perfil de ganhar a Cidade da Beira em seu nome, consequentemente, veio a perder todos os outros municípios antes em seu poder, a favor da Frelimo, sua rival.
Nota-se que a Renamo perdeu suporte nos seus mais poderosos laboratórios, sinal mais que suficiente de que o partido já não tem sustentabilidade. O povo não é burro, é na hora do voto que este faz a justiça e pune os seus detractores.
A Beira, acabou sendo o emblema mais recomendado das terceiras eleições autárquicas neste país, isso porque pela primeira vez na história de Moçambique um candidato independente vence as eleições com uma percentagem esmagadora.
Trata-se aqui de um sinal bastante positivo para a nossa democracia que caminha para a sua própria transformação. Os erros que a Renamo cometeu tomaram maior visibilidade na medida em que ela é oposição e não se pode dar ao luxo de jogar sem estratégias. Na verdade a Frelimo já tinha cometido os mesmos erros.
É que o partido da maçaroca, chegou a perder um pouco da sua credibilidade com o actual Presidente da República na medida em que não conseguiu realizar o seu manifesto eleitoral, onde um dos seus cavalos de batalha era o combate a corrupção. Com vista a recuperar sua imagem inventou bodes expiatórios e colocou o judiciário num fogo cruzado.
A não indicação de Comiche para a sua própria substituição, foi também um desses erros estratégicos, contudo, a Frelimo é um partido no poder, tem meios, é organizado e conseguiu trazer um candidato que embora no descontentamento das suas bases, possui um curriculum que acalma os ânimos.
O Simango de Maputo conseguiu vencer Namburete não só porque este sofria por tabela as consequências dos erros que a Perdiz veio cometendo ao longo de todo o processo eleitoral, mas também porque os eleitores da Frelimo têm uma disciplina partidária muito forte.
Em parte, essa disciplina partidária é sustentada pelo medo que o povo moçambicano tem de mudanças e aqui reside mais uma vez a lição que os eleitores do país inteiro deveriam aprender da Beira, não somente ser politicamente correcto, mas participar no processo eleitoral como exercício dos seus mais sagrados direitos fundamentais.
Simango da Beira vence Bulha da Frelimo e Pereira da Renamo, num claro vaticínio de que nem a Frelimo nem a Renamo são capazes de contrariar a vontade dos eleitores. Nesse andar, o Simango da Beira ainda Chega a Presidência da República.
Cabe me agora encerrar esta reflexão com a triste constatação de que a Renamo conseguiu anunciar aos moçambicanos o seu próprio fim. Valeu o tempo que conviveu com os moçambicanos nos municípios que dirigiu e nos assentos que teve na Assembleia da Republica. Daqui para frente a Perdiz vai ensaiando o seu voo de retirada, a não ser que um milagre ressuscite o sonho perdido em 1994.

Os Juristas são CONFUSOS:

Um professor, da Faculdade de Direito de Lisboa, perguntou a um dos seus alunos:
- Laurentino, se você quiser dar uma laranja a uma pessoa chamada Sebastião, o que deverá dizer?

O estudante respondeu:

- Aqui está, Sebastião, uma laranja para si.

O professor gritou, furioso:

- Não! Não! Pense como um Profissional de Direito!

O estudante pensou um pouco e então respondeu:

- Está bem, eu refaço o que diria:

"Eu, Laurentino Marcos Rosa Sentado, Advogado, por meio desta dou e concedo a você, Sebastião Lingrinhas, BI6543254, NIF50829092, morador na Rua do Alecrim, 32, A, do concelho de Vila Nova de Gaia, casado, com dois filhos e um enteado, e somente a você, a propriedade plena e exclusiva,inclusive benefícios futuros, direitos, reivindicações e outros títulos,obrigações e vantagens no que concerne à fruta denominada laranja, juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes transferindo- lhe todos os direitos e vantagens necessários para espremer, morder, cortar, congelar, triturar ou descascar com a utilização de quaisquer objectos ou de outra forma comer, tomar ou ingerir a referida laranja, ou cedê-la com ou sem casca, sumo, polpa ou sementes, e qualquer decisão contrária, passada ou futura, em qualquer petição, ou petições, ou em instrumentos de qualquer outra natureza ou tipo, fiscal ou comercial, fica assim sem nenhum efeito no mundo cítrico e jurídico, valendo este acto entre as partes, seus herdeiros e sucessores, com carácter irrevogável, declarando Sebastião Lingrinhas que o aceita em todos os seus termos e condições conhecendo perfeitamente o sabor da laranja, não se aplicando, neste caso, o disposto no Código do Consumidor, cláusula 28, alínea b, com a modificação dada pelo DL 342/08 de 1979".

E o professor então comenta:

- MELHOROU BASTANTE, MAS NÃO SEJA TÃO SUCINTO.

(Maputo) Em Quelimane, província da Zambézia, a Renamo queixou-se de que 40 antigos combatentes que vivem no distrito de Nicoadala, fora da cidade, foram levados para
Quelimane um dia antes do dia da votação, numa carrinha Mitsubishi.
A Renamo também se queixou de que membros do Governo, incluindo directores provinciais, estiveram presentes
como observadores nacionais.
O nosso correspondente diz que
a Frelimo confirmou ambas as histórias.
Contudo afirma que os antigos
combatentes não votaram, apenas
apoiaram o partido no dia das
eleições. E os funcionários do Governo
foram legítimamente credenciados
como observadores, na qualidade
de membros de grupos da
Sociedade Civil.
Na Ilha de Moçambique o protesto
inclui denúncias de enchimento
fraudulento das urnas, da utilização
de tinta para a colocação de impressões
digitais a mais nos boletins de
voto para os invalidar, e de se terem
impedido eleitores da Renamo de vo-
Histórias intrigante sobre o processo eleitoral
tar.
ALGUMAS HISTÓRIAS
PODEM SER VERÍDICAS
Em conversas pós-eleitorais, militantes
da Felimo em comemoração,
confirmaram pelo menos algumas
das histórias macabras da Renamo
acerca das eleições. Por
exemplo, um jovem da Frelimo disse
ter votado 4 vezes. Questionado como
o teria feito, disse que quando
chegou à mesa de voto da assembleia,
foi reconhecido pelo presidente
da assembleia que lhe deu 4 boletins
de voto, em vez de apenas
um.
Em Gaza, militantes da Frelimo
num município admitiram ter efectuado
pagamentos de 500 Mt ($ 20)
a delegados do partido Renamo, para
que eles fossem ficar longe das
urnas, e o nosso correspondente relata
que, na verdade, havia poucos
delegados da Renamo em assembleias
de voto.
Mais, a Frelimo fez também pequenas
doações de 100-200 Mt ($
4-8) à Igreja e a líderes tradicionais
que trouxessem as suas congregações
em grupos de voto.
E, num comício no último dia de
campanha, um funcionário da Frelimo
disse à sua audiência que os
computadores usados nas eleições
iriam registar todos os que não
votas- sem a favor da Frelimo.
VOTOS A MAIS EM LICHINGA
Na cidade de Lichinga, província
de Niassa, três assembleias de voto
tinham boletins de voto a mais, nas
urnas. Na Assembleia de voto número
0152, da Escola Amílcar Cabral,
o número de votantes era de
397 mas, os votos na urna foram
398. Na assembleia de voto número
1009, da Escola Secundária Geral
de Muchenga, nos partidos políticos
votaram 220 eleitores mas na urna
estavam 222 votos e no bairro popular,
na assembleia de voto número
0999 votaram 290 eleitores e na urna
estavam 296 votos.
(fonte Boletim da AWEPA sobre
o processo político em
Moçambique nº 16 – 26 de
Novembro de 2008)

NA ZAMBEZIA ANTIGO COMBATENTES RESIDENTES E LICUARI VOTAM EM QUELIMANE

(Maputo) Em Quelimane, província da Zambézia, a Renamo queixou-se de que 40 antigos combatentes que vivem no distrito de Nicoadala, fora da cidade, foram levados para
Quelimane um dia antes do dia da votação, numa carrinha Mitsubishi.
A Renamo também se queixou de que membros do Governo, incluindo directores provinciais, estiveram presentes como observadores nacionais.
O nosso correspondente diz que a Frelimo confirmou ambas as histórias.
Contudo afirma que os antigos combatentes não votaram, apenas apoiaram o partido no dia das eleições. E os funcionários do Governo foram legítimamente credenciados
como observadores, na qualidade de membros de grupos da Sociedade Civil.
Na Ilha de Moçambique o protesto inclui denúncias de enchimento fraudulento das urnas, da utilização de tinta para a colocação de impressões digitais a mais nos boletins de voto para os invalidar, e de se terem impedido eleitores da Renamo de vo-
Histórias intrigante sobre o processo eleitoral tar.
ALGUMAS HISTÓRIAS PODEM SER VERÍDICAS
Em conversas pós-eleitorais, militantes da Frelimo em comemoração, confirmaram pelo menos algumas das histórias macabras da Renamo acerca das eleições. Por exemplo, um jovem da Frelimo disse ter votado 4 vezes. Questionado como o teria feito, disse que quando chegou à mesa de voto da assembleia, foi reconhecido pelo presidente da assembleia que lhe deu 4 boletins de voto, em vez de apenas um.
Em Gaza, militantes da Frelimo num município admitiram ter efectuado pagamentos de 500 Mt ($ 20) a delegados do partido Renamo, para que eles fossem ficar longe das
urnas, e o nosso correspondente relata que, na verdade, havia poucos delegados da Renamo em assembleias de voto.
Mais, a Frelimo fez também pequenas doações de 100-200 Mt ($4-8) à Igreja e a líderes tradicionais que trouxessem as suas congregações em grupos de voto.
E, num comício no último dia de campanha, um funcionário da Frelimo disse à sua audiência que os computadores usados nas eleições iriam registar todos os que não
votassem a favor da Frelimo.
VOTOS A MAIS EM LICHINGA
Na cidade de Lichinga, província de Niassa, três assembleias de voto tinham boletins de voto a mais, nas urnas. Na Assembleia de voto número 0152, da Escola Amílcar Cabral, o número de votantes era de 397 mas, os votos na urna foram 398. Na assembleia de voto número 1009, da Escola Secundária Geral de Muchenga, nos partidos políticos votaram 220 eleitores mas na urna estavam 222 votos e no bairro popular,
na assembleia de voto número 0999 votaram 290 eleitores e na urna estavam 296 votos.
(fonte Boletim da AWEPA sobre o processo político em Moçambique nº 16 – 26 de
Novembro de 2008)

Carta a Ivone (retirada do blogue Meu Ser Original)

Prezada Ivone!

Concordo consigo! As familias, as sociedades os partidos, as empresas, as nacoes passam por crises! E essas crises podem ser transformadas em oportunidades. Mas para que tal aconteca e importante que nao se siga a estrategia da avestruz que 'esconde a cabeca e deixa o rabo de fora!'

E em momentos de crise que se distinguem os 'tachistas' dos que se entregaram a causa por conviccao! E preciso ter coragem para dizer a verdade! A verdade doe mas tem que ser dita!

Em 2004 a Renamo perdeu as eleicoes e que eu saiba nao houve nenhuma reuniao para debater, discutir e corrigir os erros. E o resultado foi uma derrota ainda mais estrondosa! E quando pedimos uma analise fria das eleicoes para que possamos corrigir os erros do passado e melhorar a nossa performance nos proximos pleitos eleitorais somos respondidos por 'diarreias mazangais!, sem eira nem beira!'
E preciso combater os 'tachistas da estipe de Mazanga' se a Renamo quer crescer!

Enquanto alguns sonham com 'barracas' nos suburbios da capital, nos sonhamos em levar Mocambique para o caminho da prosperidade, do desenvolvimento e do bem estar!

Alguem dizia que 'a pequenez de um homem mede-se pela pequenez dos seus sonhos'!

Permitam-me aqui parar, citando um grande Homem que dizia 'O que me preocupa nao e o barulho dos maus, mas sim o silencio dos bons!

Neste momento de dor, Quero ouvir a tua voz, IVONE, e nao o teu silencio cumplice!

Diga-me com quem andas que te direi quem es!

Um abraco sincero,

Manuel de Araujo

CORRUPCAO NA UNIVERSIDADE PEDAGOGICA?

Quo vadis educação?
A Universidade Pedagógica (UP), a segunda maior instituição do ensino superior em Moçambique, vocacionada à formação de professores, acaba de expulsar um total de 98
estudantes por falsificarem certificados de habilitações literárias.
Trata-se de estudantes de diversos cursos ministrados naquele estabelecimento de ensino envolvidos em fraude academica. Aquando das suas inscrições naquela instituição, os 98 estudantes submeteram documentação falsificada.
Todos os estudantes expulsos estavam afectos na sede da UP em Maputo, exceptuando três deles que estudavam nas delegações de Quelimane (Centro do país) e Gaza (no Sul).
Assim, de acordo com um despacho da UP divulgado esta quinta-feira, os indivíduos em causa estão interditados de se matricular, se inscrever, frequentar ou realizar exames naquela instituição durante os próximos três anos lectivos.
Dá mesmo para questionar: quo vadis educação em Moçambique?
IN COREIO DA MANHA

A OPINIAO DE JOSEPH HANLON

Medo de dar más notícias ao patrão?

Quadros superiores da FRELIMO têm cantado vitória, na corrida eleitoral, quer para a
presidência de Nacala-Porto quer para a assembleia municipal da Beira, desde a semana
passada, apesar de as contagens paralelas mostrarem que isso era pouco provável.
Em Nacala a CEC ainda não afixou o resultado final, conforme exigido por lei, mas parece ter encontrado 1000 votos adicionais para o candidato da FRELIMO. Na Beira, a contagem provisória do STAE parou antes de atingir 100% e, agora, a CEC anunciou um resultado que muitos não acham credível.

Em ambos os casos, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) será obrigada a considerar os dados dos editais das assembleias de voto digitalizados nos sistemas de computadores pelas Comissões Provinciais de Eleições, e utilizá-los no caso de eles não concordarem com os resultados intermediários das CEC. E se os resultados finais não forem exactos, então a RENAMO e Daviz Simango simplesmente irão apresentar
as suas cópias dos editais ao Conselho Constitucional e recorrer.
Começa a parecer pânico o elevado número de votos para a FRELIMO que não Correspondem às contagens paralelas, nestas duas corridas. Terão os quadros superiores da FRELIMO, na Beira e em Nacala--Porto, medo de a informar que aí ela perdeu, e assim inflacionaram um pouco os números, sabendo que a CNE irá retirar os votos a mais? Talvez sintam que o melhor é atirar as culpas para a CNE.
* Editor do boletim informativo oficial da Associação
de Parlamentares Europeus para a África (AWEPA) 􀁺

Maputo seafreight volumes reaching critical mass

Freight volumes through Maputo and the other Mozambican ports are reaching the “tipping point” after which volumes will grow very rapidly, says Maersk Mozambique managing director Christopher Crookall.

That growth will happen when shippers realise they can “save significantly today by shipping through Maputo ,” he says.

Maersk operates a feeder service from Maputo to Durban on Ocean Africa Container Line (OACL).

Story By : Ed Richardson

Date :10/30/2008

First contracts awarded to create one-stop border post

The first contracts for the creation of the new one-stop Lebombo border post have been awarded.
Arthur Coy , CEO of Trans Africa Concessions, told Cargo Info Africa that two small contracts were awarded on Wednesday following a meeting with the various stakeholders. Fencing of the entire border post area is set to start soon, while the contract for the redirection of pedestrians has also been awarded.

“The final drawings and budget have yet to be approved, but it is very positive to see the entire project move one step further towards the creation of a very sophisticated border post.”

Story By : Liesl Venter

Date :10/28/2008

CBE Southern Africa, Lda.

CBE Southern Africa, Lda. é uma empresa privada Moçambicana, criada em 1994, que alia as vantagens da elevada qualificação profissional de consultores nacionais a uma retaguarda profissional segura do Grupo Internacional CBE, cuja sede se situa em Amsterdão (Holanda).

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MISTERIOS DO GRANDE HOTEL


O REGISTO constante de mortes misteriosas, prostituição, venda de drogas pesadas e imundícies são, entre outros, os problemas que caracterizam o dia-a-dia do Grande Hotel, um edifício degradado localizado na Ponta-Gêa, um dos mais luxuosos bairros da Cidade da Beira. Residem naquele “antro” 836 famílias que alegam falta de condições para abandonarem o local, mesmo reconhecendo que algumas delas são chefiadas por pessoas relativamente bem remuneradas na Função Pública.

Maputo, Quarta-Feira, 5 de Novembro de 2008, Notícias

O “caso” Grande Hotel é um problema antigo, conhecido na cidade da Beira e reportado várias vezes. As autoridades locais asseguraram que não há condições para melhorar aquele edifício, apelando às famílias, que teimosamente ali vivem, para abandoná-lo. A Associação Muçulmana de Sofala já se solidarizou, construindo algumas casas na zona da Munhava, que albergaram dezenas de famílias.

Sabe-se, no entanto, que o número de famílias a viver no Grande Hotel, tende a crescer. Parte dos beneficiários das casas da Munhava somente recebeu as chaves, mas não vive lá, preferindo arrendá-las para continuar no Grande Hotel. Uma outra parte ocupou as casas naquele bairro, mas mantêm as “flats” do Grande Hotel, arrendando-as a preços que variam de 100 a 250 meticais/mês.

O Grande Hotel tem “capacidade” para 400 famílias, mas residem mais de 800, entre elas estudantes universitários provenientes de outras regiões do País e que não têm parentes naquela urbe, oficiais da PRM, e trabalhadores da Função Pública. Até as suas caves foram ocupadas!

Cadeia de hotéis para Mossuril

O Banco Mundial, em coordenação com o Fundo Nacional de Turismo, estão a mobilizar investidores para a construção de uma cadeia de hotéis na zona de Crussi, no distrito de Mossuril, no litoral da província de Nampula.

Maputo, Sexta-Feira, 28 de Novembro de 2008, Notícias

Trata-se de uma área já identificada, com cerca de 1.800 hectares, segundo dados avançados pela Direcção Provincial de Turismo, neste momento decorre o processo de levantamento topográfico, que facilitara o processo de avaliação dos solos bem como de levantamento das benfeitorias das populações que residem na área.

Localizada na periferia da chamada zona economica especial (Nacala porto e velha, que comportam infra-estruturas e empreendimentos como um porto de Aguas profundas, aeroporto com dimensões internacionais e futura refinaria de petróleo), a zona de Crussi, segundo o projectado, constituirá um forte ponto de atracção visto que os utentes da cadeia de hotéis, terão a oportunidade das maravilhas do mar e da reserva florestal ali existentes.

Enquanto isso, outros dados referem que a província poderá receber um investimento na ordem de 6 milhões de dólares americanos, a serem injectados na área de construção de infra estruturas hoteleiras.

De referir que no ano transacto, foram realizados investimentos na ordem de 412,8 milhões de meticais, para a construção de Onze novos estabelecimentos, três dos quais hotéis designadamente o “Girassol”, o “Executivo” e o “Milénio”.

Como consequência do aumento da capacidade de acolhimento, que se situa na ordem de 2.970 camas e 1.813 quartos, dados estatísticos daquela instituição, referem que uma media de cerca de 30 mil turistas poderá escalar anualmente a província de Nampula.

Maior parte destes turistas, segundo consta, estão mais interessados pelo turismo cultural, preferência que resulta da diversidade cultural das populações, principalmente na zona litoral.

Enquanto isso, outras informações dão conta de que a Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Banco Mundial, estão a desenvolver um programa de promoção das potencialidades turísticas da província. Segundo dados em nosso poder, aquela instituição, através do projecto Arco Norte, esta fazer um cadastro de alguns locais de interesse turístico do interior, com vista a coloca-los no programa “National geography”, um veiculo de referencia de dimensão internacional.

MOCAMBICANA ESCRAVIZADA NA ITALIA?

ROMA - Um aposentado italiano de 57 anos foi preso nesta sexta-feira na cidade de Milão após denunciar à polícia o desaparecimento de uma mulher que ele havia "comprado" por mil euros. A mulher, de 30 anos, havia sido "comprada" em Moçambique e conseguiu fugir da casa do aposentado após quase oito meses de cárcere privado. Para levá-la à Itália, o homem havia convencido a mulher de que os dois se casariam. Em Milão, o aposentado costumava violentá-la e a prostitui-la.

- Ele é um homem a serviço total das pulsões sexuais - comentou a juíza Mariolina Panasiti, que emitiu a ordem de prisão do aposentado.

Friday 28 November 2008

A PROPOSITO DO ARTIGO DO NOTICIAS SOBRE OS PREMIOS DA SNJ E VODACOM

Arao Valoi has left a new comment on your post "Instituído pelo SNJ e Vodacom: Prémio de jornalism...":
Ao ler esta notícia, fiquei com a sensação de que ela é tendenciosa.

Penso que o grande destaque daquela noite de gala no Hotel Polana foi o Luís Nhachote, o vencedor do Grande Prémio Aquino de Bragança. Mesmo se olharmos em termos de valores envolvidos, há aquí um destaque forçoso para qualquer notícia ou qualquer órgão de comunicação social.

Entendo que, sendo o Júlio Manjate trabalhador do Notícias, haja necessidade de tamanha consideração, mas também discordo completamente com o facto de terem simplesmente feito uma simples menção ao Luís Nhachote, o grande vencedor da noite, tendo arrebatado 10 mil dólares, muito distantes dos 3 mil ganhos pelo Manjate e Arao Valoi.

Caso o Notícias nao quisesse destacar o Nhachote, por razoes que nem interessa discutir, ao menos que colocasse uma fotografia onde constassem todos os laureados.

A reportagem, para quem faz uma leitura diagonal, dá a sensação de que apenas o repórter do Noticias ganhou o Premio, enquanto houve outros vencedores, nomeadamente Luis Nhachote e Arao Valoi.

Mas, enfim, sao coisas da nossa Sociedade do Noticias.

Lembro-me quando fui o único moçambicano a qualificar-me para os prémios CNN em 2007, o jornal Domingo escreveu “Divulgada a Lista dos Finalistas ao Premio CNN” e depois enumerou vários nomes estrangeiros e no fim colocou “Arão Valoi, de Moçambique”. E ai não houve necessidade de pelos menos dizer “Moçambicano na Lista dos finalistas da CNN”. Ah Ah Ah. Até onde vamos com isto....

Espero que nao seja mal compreendido.

Arao Valoi

Barulho de dinheiro no CSCS de Julieta Langa

Maputo (Canal de Moçambique) - A onda de denúncias de má gestão, quiçá de desvio de fundos do Estado em instituições públicas está a ganhar cada dia que passa maior ímpeto. A juntar-se ao mais badalado nos últimos tempos referente à gestão danosa de fundos do Estado na empresa Aeroportos de Moçambique, que resultou na detenção do respectivo PCA, desta vez, tudo leva a crer que no Conselho Superior da Comunicação Social – CSCS, também reina, aparentemente, gestão ruinosa.
Em carta denúncia, inicialmente dirigida à Presidência da República, os funcionários do CSCS denunciam uma série de falcatruas ali reinantes. A cópia da carta datada de 11 de Setembro passado, com referência 001/CSCS/2008, na posse do Canal de Moçambique e do Semanário ZAMBEZE, e que deu entrada no passado dia 16 de Setembro, com carimbo daquela instituição e assinada por Inês, indicia a presidente “vitalícia” do CSCS, Julieta Langa e seus pares, de práticas de gestão e uso ilícito de bens e fundos da instituição.
Segundo um dos funcionários que fizeram a entrega da aludida cópia ao Canal de Moçambique e ao Semanário ZAMBEZE, estranhamente, tal carta veio a sumir misteriosamente da Presidência da República, donde afirma que se possa deduzir que a mesma não tenha chegado ao destinatário – o Presidente da República – tendo aparecido, segundo a mesma fonte, no CSCS, em gesto estranho de retorno. Este facto, fez com que os mesmos funcionários dirigissem a mesma carta-denúncia, no passado dia 13 de Novembro, ao Gabinete Central de Combate à Corrupção sob registo, 528/GCCC/PGR/08, onde espera-se que no mínimo venha a ter um tratamento diferente do que teve na Presidência da República.
Basicamente a carta denuncia Julieta Langa de desvio de fundos; apropriação de viaturas; compra de uma viatura de marca Mazda, «4x4», para o filho, com fundos do CSCS; despesa no rancho para pessoas sem esse direito – dão exemplo do chefe do Departamento de Administração e Finanças; viagens particulares pagas com fundos do CSCS; pagamento de equipamento informático que nunca entrou na instituição; contratação de empreiteiros que apesar de terem recebido dinheiro do CSCS ainda não realizaram nenhuma obra; entre outras acusações.
O Canal de Moçambique e o Semanário ZAMBEZE contactaram a presidente do CSCS, Julieta Langa, que entretanto afirmou não poder se pronunciar sobre o assunto, alegadamente por se encontrar fora do país. Prometeu no entanto fazê-lo, próxima semana, logo que voltar dessa viagem.

(João Chamusse e Conceição Vitorino)

Mozambique Political Process Bulletin

2008 Local Election Issue 17 – 1300 - 26 November 2008
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With requalified nulos included,
Nacala still unclear


After the requalification of invalid votes, based on the two different parallel counts, we estimate that the Frelimo candidate Chale Ossufo has either 49.86% or 49.80% of the vote – more than 100 votes short of what he needs to avoid a second round. Details are given in the attached file.


Our new estimate is based the requalification of invalid votes this morning by the National Elections Commission, which gave Chale Ossufo 868, Manuel dos Santos 431, Julio Cipriano 39 and Cesar Gabriel 72.


Requalification of the nulos is open to press and observers, and the Bulletin watched the entire requalification process for Nacala Porto. We consider that the process was correctly and consistently done. A surprisingly high 56% of nulos were accepted as valid, and most of them were obviously valid and it is not clear why the polling stations considered them invalid in the first place. For some, the decision was less clear-cut. For example, a ballot paper is considered invalid if it has any design or word. And the CNE team rejected any words, such as “voto”, and signatures. But single letters and scribbles made by illiterate voters were accepted, consistently and, in our view, correctly.


Decision on the second round depends on the official count as issued by the National Elections Commission, and that will be at least partly based on details of the voting results sheets (editais) being entered into a computer by the Nampula Provincial Election Commission. As of this morning (Tuesday), input of editais from Nacala had only stated, and may not be complete until later tomorrow (Wednesday).


Disqualified votes in the Ilha


Nulos for Ihla de Moçambique were also reconsidered this morning. The Bulletin saw what appeared to be a particularly flagrant example of valid votes which had been intentionally disqualified in the polling station. In this instance, a large number of ballot papers for Renamo had a second ink mark in a different colour ink. Normal inked fingerprints look brown on the ballot paper, but the second mark on these ballot papers was done with purple ink.


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Bronca das Finanças do MINT que envolve Manhenje

Ministro das Finanças Manuel Chang chamado a depôr pela PGR

Maputo (Canal de Moçambique) - A Procuradoria da República ao nível da Cidade de Maputo tenciona ouvir em declarações o actual ministro das Finanças, Manuel Chang, no âmbito da instrução do processo crime instaurado contra o antigo super-ministro do ex-PR Joaquim Chissano titular do Interior e da Presidência para Assuntos da Segurança e Defesa, Almerino Manhenje.
O ex-super ministro de Joaquim Chissano, que continuava com o ex-chefe de Estado na Fundação Joaquim Chissano, encontra-se enclausurado na Cadeia Civil de Maputo desde o passado dia 22 de Setembro acusado de ter desviado 31 milhões de Meticais dos fundos de Estado, um acto enquadrado num total de 42 crimes de pagamento de remunerações ilícitas. É ainda acusado de prática de três crimes de cumplicidade “com superiores”.
Uma fonte próxima do processo afiançou-nos que o Ministério Público detectou uma série de irregularidades no processo de contratação dos serviços supostamente prestados pela Chicamba Investimentos ao Ministério do Interior.
Os referidos serviços prestados, segundo a fonte, foram pagos pelos fundos disponibilizados pelo Orçamento do Estado e supostamente supervisionadas pela Direcção Nacional da Contabilidade Publica, subordinado ao Ministério das Finanças.
A fonte admite a possibilidade de Almerino Manhenje ter criado alguma aliança criminosa com quadros seniores do Ministério das Finanças que se encarregaram de violar procedimentos administrativos durante o processo de canalização dos fundos do Estado ao Ministério do Interior.
“Paralelamente a estas irregularidades, os magistrados do Ministério Público ficaram escandalizados ao detectarem diversas irregularidades nos pagamentos que o Ministério do Interior efectuou a Chicamba Investimentos”, elucidou a fonte acrescentando que existem fortes indícios de ter havido conivência entre quadros seniores dos ministérios do Interior e das Finanças.
“Não é possível desaparecer ou haver desvios de aplicação cíclico de milhões de meticais do erário público e a Inspecção Geral das Finanças não detectar”, elucidou a fonte para, em seguida, recordar que Manuel Chang desempenhou as funções de vice ministro das Finanças e, consequentemente, responsável pelo Tesouro durante o período em que supostamente decorreu o “desfalque”.
Nessa ocasião, Luísa Diogo acumulava as funções de Ministra das Finanças e Primeira-Ministra de Moçambique – nestas funções acabara de render no posto o médico Pascoal Mocumbi.
A fonte alegou ainda que fica no ar a necessidade de explicação sobre o papel do Ministério das Finanças ou de figuras ali afectas, sobretudo da área de inspecção. Como foi possível que este crime tivesse ocorrido durante cerca de três anos sem que aquela entidade se apercebesse do alegado roubo ou eufemisticamente, desvio de fundos públicos? Terá sido negligência? Incompetência? Ou cumplicidade?
Almerino Manhenje e oito quadros seniores do Ministério do interior incluindo o Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Segurança Social Armando Pedro encontram-se enclausurados na Cadeia Civil de Maputo no âmbito do presente processo.
O Semanário ZAMBEZE e o «Canal de Moçambique» apuraram ainda que no dia 01 de Outubro, o Ministério Público elaborou a acusação definitiva que foi remetida à Distribuição Geral do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, e no dia seguinte, a 02 de Outubro, o processo-crime 771/PRC/07 foi atribuído ao juiz Octávio Tchuma que terá a espinhosa tarefa de julgar o “super ministro” de Joaquim Chissano.
Almerino Manhenje já foi formalmente acusado pelo Ministério Público de ter desviado 31 milhões de Meticais de fundos do Estado, um acto enquadrado num total outros 42 crimes de pagamento de remunerações ilícitas. É ainda acusado de prática de mais três crimes de cumplicidade “com superiores”. Mais outros três pela prática de abuso de cargo ou funções. Os restantes co-envolvidos no processos do “super ministro” do ex-presidente da República Joaquim Chissano são acusados de envolvimento no desvio de fundos do Estado e em casos de abuso de cargo ou de funções enquanto que o Presidente do Conselho de Administração do INSS Armando Pedro Júnior é acusado da prática do crime de abuso de funções.
De recordar que durante a instrução deste processo, o antigo director do Departamento de Administração e Finanças do Ministério do Interior Rosário Fidelis declinou qualquer responsabilidade em relação ao alegado rombo de 220 milhões de meticais e responsabilizou Almerino Manhenje pela falta de justificativos dos dinheiros em falta detectados pela auditoria.
Rosário Fidélis afirmou ainda durante o auto de perguntas que Almerino Manhenje produziu vários despachos solicitando elevadas somas monetárias, sem apresentar justificativos, alegadamente para custear as despesas da instituição.
O antigo director do Departamento de Administração e Finanças do Ministério do Interior revelou ainda, a título ilustrativo, que semanalmente Almerino Manhenje requisitava um fundo de maneio de cem milhões de Meticais (actuais cem mil Meticais) supostamente para custear as despesas decorrentes do funcionamento do seu gabinete.
Rosário Fidélis afirmou ainda ao juiz de instrução criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo que Almerino Manhenje tinha o hábito de custear as despesas particulares da sua família recorrendo aos fundos do Orçamento Geral do Estado locados ao Ministério do Interior e citou as inúmeras viagens efectuadas pelo antigo ministro e sua família para a vizinha República da África do Sul.
Por sua vez, Almerino Manhenje refutou todas as acusações, sustentando que todo o expediente relacionado com as despesas da Instituição incluindo o das forças policiais era tratado ao nível do Departamento de Administração e Finanças.
O antigo titular das pastas do Interior e da Presidência para os Assuntos da Segurança e Defesa no governo de Joaquim Chissano esclareceu ao juiz de instrução criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo que ele, Manhenje, limitava-se a rubricar as requisições submetidas ao seu gabinete, mediante o parecer dos seus assessores.
Almerino Manhenje reconheceu ter autorizado a aplicação de 40 biliões de Meticais (40 milhões) supostamente aplicados no apetrechamento das unidades policiais, onde se destaca a reabilitação do centro de instrução policial de Matalane e a sede da Policia de Investigação Criminal (PIC - Cidade) adjudicada a HUSE – Construções de Humberto Sengo.

(Alvarito de Carvalho)

Sabedoria de vida

MUITO BOA.....! Para todos os meus amigo (a) s uma óptima

lição para todos reflectirmos um pouco sobre este 'mundo cão', normalmente carregado de intigras, inveja e acima de tudo muita injustiça.

EXTRACTO DE UMA PALESTRA

Oito da noite numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar em casa de uns amigos.
A morada é nova, bem como o caminho que ela consultou no mapa antes de sair.
Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem.
Percebendo que além de atrasados, poderão ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida.
Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado.
Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.
Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber:
- Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais...
E ela diz:
- Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!


MORAL DA HISTÓRIA
Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho.
Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente de tê-la ou não.
Desde que ouvi essa história, tenho-me perguntado com mais freqüência:
'Quero ser feliz ou ter razão?'

Outro pensamento parecido diz o seguinte: 'Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam.'


Já agora, passe este email, para ver se o mundo melhora...

Thursday 27 November 2008

Do Semanário ZAMBEZE


Luís Nhachote vence grande prémio de jornalismo 2008
…e o colaborador do mesmo semanário, Arão Valoi, vence prémio «Ian Cristie» em Jornalismo Económico

Maputo (Canal de Moçambique) – No relançamento do "Grande Prémio de Jornalismo" do Sindicato Nacional de Jornalistas, instituído nos anos oitenta quando aquela organização ainda era uma organização democrática de massas do Partido Frelimo e se denominava Organização Nacional de Jornalistas (ONJ), as honras da (re)edição foram para os jornalistas Luís Nhachote, sub-editor do «ZAMBEZE» e do «Canal de Moçambique», e para Arão Valoi, colaborador do mesmo semanário em regime de «free-lancer».
O prémio volta a acontecer graças a uma parceria entre o SNJ e a companhia de telefonia Móvel, «Vodacom Moçambique», que disponibilizou fundos de modo a valorizar os jornalistas que mais se destacam nas diversas áreas de intervenção, escrita, televisiva, radiofónica e fotográfica.
Os prémios em disputa variavam entre sete categorias e ostentam os nomes de jornalistas e intelectuais que se afirmaram no oficio do jornalismo, tais como, Aquino de Bragança, Abel Faife, Leite de Vasconcelos, Teresa de Sá Nogueira, Saíde Omar e Daniel Maquinasse. Cerca de 65 trabalhos concorriam para o prémio, mas apenas 5 foram premiados.
Por decisão do júri, não foram atribuídos prémios nas áreas de rádio, televisão e fotografia. Segundo decisão daquele órgão, os trabalhos apresentados não respondiam aos critérios estabelecidos para a avaliação.

Os 5 laureados

Na noite deste segunda-feira, em gala decorrida no Hotel Polana, e que contou com a presença do chefe de Estado Armando Guebuza, foram laureados os seguintes jornalistas: Custódio Mugabe e Atanásio Zandamela, dos semanários "Domingo" e "Desafio", respectivamente, com uma menção honrosa ligada à reportagem desportiva.
Júlio Manjate, da Redacção do "Notícias", venceu o Prémio Anual de Jornalismo Abel Faife, e o jornalista Arão Valoi venceu o prémio «Ian Christien" em jornalismo económico. Todos os prémios excepto o Grande Prémio tinham como valor pecuniário a quantia de 3000 mil dólares americanos. O momento mais alto da noite foi o anúncio do "aliciante" prémio «Aquino de Bragança», cujo valor pecuniário é de 10 mil dólares americanos. Por decisão unânime do júri, os trabalhos sobre "os contornos do narcotráfico em Moçambique", publicados no semanário ZAMBEZE, da autoria de Luís Nhachote, foram os que melhor qualidade apresentaram. Referir que quem presidiu o júri, foi o escritor Luís Bernardo Honwana, sendo coadjuvado por Calane da Silva, Martinho Fernandes, Benjamim Faduco entre outros de reputada competência.
Luís Nhachote, além das funções que desempenha no «Canal de Moçambique» e «Zambeze», faz parte do conselho de direcção do «FAIR – Fórum Africano de Jornalistas de Investigação».

(Redacção)

Mozambique Political Process Bulletin

2008 Local Election Issue 18 – 27 November 2008
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Also in this issue:
Renamo raises the stakes in Nacala
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Huge question over Beira results

The Beira City Elections Commission (CEC) on Tuesday issued the official intermediate results, which are sharply different from the parallel count done by the Electoral Observatory.

For Mayor, the two counts agree, with the CEC giving Daviz Simango 61.9% and the Electoral Observatory giving him 62.1%. Thus it comes as a surprise that the CEC gives Frelimo a majority of 52.7% in the municipal assembly vote, while the Electoral Observatory gives Frelimo only 41%.

So far, the Electoral Observatory has been remarkably accurate, coming very close to the final results – as it does for mayor in Beira. Thus the huge difference between the CEC and the Observatory is totally unexpected and unexplained.

STAE stopped its own provisional count for Beira with only 2/3 of the vote included, but the percentages are also quite close to the Electoral Observatory.

The table in the attached pdf version of the Bulletin gives full details of all three sets of figures.

Renamo raises the stakes in Nacala

Renamo has raised the stakes in Nacala by giving to the Bulletin, CIP and the Electoral Observatory copies of the editais its delegates received in 95 of the 99 polling stations in Nacala. These correspond almost exactly with the numbers collected by the Electoral Observatory in its parallel count, differing at most by one or two votes and even that in only a handful of polling stations.

This confirms the numbers given by the Observatory, showing that a second round of polling will be required, and not the numbers issues by the City Elections Commission (Comissão de Eleições da Cidade, CEC), which indicate Frelimo candidate Chale Ossufu had more than 50% of the vote. By giving copies of the editais to independent observers, Renamo is making clear to the CNE that it would be in a position to mount a challenge to the Constitutional Council if the result is different from the one shown on the editais. Giving copies of editais in this way to independent observers is totally unprecedented for Renamo.

On 22 November Renamo made a formal protest to the Nampula Provincial Election Commission, challenging both the accuracy of the results announced by the Nacala CEC, but also the way they were announced. Renamo says the intermediate results were agreed and signed by only 9 of the 11 members of the city election commission, excluding the two Renamo members. It also says that only the final numbers were given to the CEC to agree, and not a full table with results by polling station.

Intermediate results

Unexpectedly, there is no system to distribute in Maputo the official intermediate results issued by the city and district election commissions. So we have asked our correspondents to supply them. We are posting these results as we collect them on our website. At present we have results for only 17 municipalities.

More nullified votes

In watching the requalification of invalid votes at the CNE in the past two days, we have seen at least two more places, Gondola and Monapo, where votes for Renamo seem to have had an extra ink mark put on them to make them invalid. In all cases, there is a series of votes with the extra mark in a very similar place. Gondola had a parallel count so we were able to check. Sure enough, a single polling station (0926) stood out, with 13% nulos compared to the unusually low total for Gondola of only 2% invalid. There is no way of knowing for sure if the improperly invalidated votes came from that polling station, but it seems likely.

Comment?
Afraid to tell the boss the bad news?

Senior Frelimo officials have been trumpeting victory in both the Nacala mayoral race and in the Beira assembly context since last week, when parallel counts showed this to be unlikely. In Nacala the CEC has not yet posted the final results, as required by law, but seems to have found an extra 1000 votes for the Frelimo candidate. In Beira the STAE provisional count stopped before it reached 100%, and now the CEC has announced a result which many do not find credible.

In both cases the National Election Commission will be forced to consider the data from the polling station results sheets (editais) being input into the computer systems by the provincial elections commissions, and use that if it does not agree with the intermediate results from the CECs. And if the final results are not accurate, then Renamo and Daviz Simango will simply take their copies of the editais to the Constitutional Council and appeal.

The high numbers for Frelimo in these two contests that do not correspond to parallel counts begin to feel like panic. Are senior officials in Beira and Nacala afraid to tell Frelimo that it lost, and so have inflated the numbers a bit, knowing that the CNE will take away the extra votes? Perhaps they feel it is better for the CNE to take blame.
Joseph Hanlon

Small correction
In Bulletin 16 in the lead article “Count proceeding with more openness” the first sentence of the 4th paragraph should read
“The process has been more open and efficient than in the past.”

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Tuesday 25 November 2008

PARABENS NHACHOTE!

O NOSSO AMIGO, MAIS QUE IRMAO, LUIS NHACHOTE (CITANDO O BULA BULA, venceu o prémio anual de jornalismo investigativo “Aquino de Bragança”.

O Domingo, e quica o Bula Bula, deve estar com dores enormes na garganta funda! Afinal, a propria SNJ reconhece que o trabalho de Nhachote, e sim senhora jornalismo de investigacao, ao ponto de lhe conceder o premio 'Aquino de Braganca'! E que o Goes, Braganca foi dos melhores investigadores que Mocambique teve e um dos mais proximos assessores de Machel!

E essa hein! Nao deveria o Bula Bula voltar as cadeiras da escola de jornalismo?

Instituído pelo SNJ e Vodacom: Prémio de jornalismo para repórter do “Notícias”

O JORNALISTA Júlio Manjate, da Redacção do “Notícias”, venceu o Prémio Anual de Jornalismo Abel Faife, promovido no âmbito de uma parceria entre o Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) e a companhia de telefonia móvel Vodacom.Maputo, Terça-Feira, 25 de Novembro de 2008:: Notícias
Com um total de sete categorias, o grande prémio anual Vodacom/SNJ premiou ainda os jornalistas Custódio Mugabe e Atanásio Zandamela, dos semanários “Domingo” e “Desafio”, respectivamente, com uma menção honrosa ligada à reportagem desportiva.

Com o prémio anual de jornalismo económico “Ian Christen” foi galardoado o jornalista Arão Valoi, enquanto que para o prémio anual de jornalismo investigativo “Aquino de Bragança” foi galardoado Luís Nhachote, do semanário “Zambeze”.

Júlio Manjate concorreu com uma reportagem intitulada “Chipangue Cheto: Uma Riqueza que Desafia o Talento das Comunidades”, na qual faz uma viagem ao mundo da conservação dos recursos naturais no distrito de Sanga, província do Niassa.

Presente na cerimónia, o Presidente da República, Armando Guebuza, exortou os galardoados a assumirem uma maior responsabilidade ética e deontológica no desempenho da sua profissão, considerando a magnitude dos patronos dos prémios instituídos. Segundo Guebuza, a iniciativa do SNJ e Vodacom tem potencial para criar referências no jornalismo moçambicano.

Concorreram para as sete categorias de grande prémio de jornalismo 41 jornalistas da Imprensa escrita, audiovisual e fotografia, que apresentaram um total de 65 trabalhos.

Entretanto, e por decisão do júri, não foram atribuídos prémios nas áreas de rádio, televisão e fotografia, por os trabalhos apresentados não terem respondido aos critérios estabelecidos para a avaliação.

ILAÇÕES DAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS EM MOÇAMBIQUE

Venceu o populismo e a demagogia... Derrotado foi o povo...

Beira (Canal de Moçambique) - Independentemente dos vencedores das eleições autárquicas algo deve ficar claro: Moçambique e seu povo exigem mais democracia, trabalho e responsabilização.
Chegou a altura de dar alguns passos qualitativamente diferentes no sentido da ética e deontologia que caracteriza democracia adultas. O momento é de deixar as justificações de lado e aceitar os resultados pelo que eles representam e assumir que os mesmos reflectem o grau de trabalho político desenvolvido pelos concorrentes. É importante compreender que os avanços democráticos se fazem com a educação e informação cada vez melhor e maior dos cidadãos votantes. As tendências eleitorais e o desempenho dos diferentes partidos deve ser visto como resultado daquilo que tem sido feito pelos partidos.
Moçambique regista deficits na governação democrática em virtude de uma promiscuidade política imposta pelo partido no poder e também devido a uma fraca actuação da oposição política. Se havia esperanças de que se registaria uma emergência e fortalecimento da oposição isso tem sido contrariado por um comportamento deficitário e pobre dos opositores. Claros sintomas de clientelismo e de espírito mercenário tem impedido o surgimento de oposição política forte e consequente. Faz-se política como expediente para a solução de problemas materiais e financeiros concretos que os aspirantes a políticos sentem.
Política feita e promovida fora dos parâmetros de uma ética e comportamentos que perfilem e garantam que o sujeito de toda a acção sejam os cidadãos e para os cidadãos desvia-se de maneira crítica dos objectivos. Quando assim se procede aliena-se um povo e promovem-se agendas abertamente contrárias aos objectivos pronunciados.
Existe só uma democracia que contém em si preceitos, regras, moral e ética. Não se pode aceitar padrões duplos colocados à mesa consoante as conveniências dos protagonistas.
O resultado das eleições autárquicas em Moçambique mostra que ganhou o populismo e a demagogia. O cidadão pouco informado, sofrendo de assistência deficiente por parte dos políticos e parlamentares, foi colocado entre a espada e a parede. Os partidos apareceram apelando pelo seu voto mas uma análise imparcial deixa a mostra que as agendas advogadas situam-se bem longe daquilo que o cidadão necessita.
A urgência da emergência de comportamentos eticamente correctos na governação nacional e municipal é a sua ligação íntima com as possibilidades de êxito da nação. A capacidade de uma sociedade lidar com sucesso com os seus problemas e dificuldades está relacionada com a criação de condições politicas, éticas e morais para uma actuação responsável e de acordo com as exigências nacionais. Os alinhamentos políticos, alianças e arranjos estruturais e circunstanciais não se podem sobrepor aos cidadãos e aos reais interesses nacionais. Permitir que isso aconteça é subverter o sentido e essência da democracia política. A demagogia discursiva tendente a convencer as pessoas de que se está preocupado com elas é contrariada por uma prática que não deixa margens para dúvidas de que os interesses protegidos e perseguidos são outros que não os dos cidadãos. A causa nacional muitas vezes apresentada e catalogada como imperativo contrasta ferozmente com a realidade. Os cofres públicos estão sujeitos a um ataque constante e arbitrário justificado como necessidades da governação quando na verdade se trata de ilicitamente de usar tais recursos para promover a realização de agendas privadas. Muito do que acontece no país, as aberrações e comportamentos pouco dignificantes de alguns dos nossos governantes são consequência directa do sobrevalorização da agenda dos chefes e desprezo concreto dos preceitos de equidade, austeridade e responsabilização.
Impera uma governação que elegeu as passeatas e reuniões alargadas como metodologia de fazer política. O formalismo supera o conteúdo de tudo o que o governo faz. Parece que estamos perante uma governação executada por comissários políticos e em que tudo se subordina a uma vontade ferrenha de dominar a paisagem política nacional, eliminando e destruindo qualquer possibilidade de alguém se manifestar de maneira diferente e crítica. O músculo financeiro, político, o nepotismo, as ameaças veladas e concretas, a burocracia governamental fortemente politizada, a interferência activa no funcionamento dos órgãos do Estado através da implantação de uma rede de células do partido, tudo isso é utilizado como instrumentos para garantir a sobrevivência política e o usufruto de vantagens unilaterais no domínio da economia e das finanças. A obediência e o compadrio são apoiados por uma distribuição de postos e cargos em empresas públicas.
As leis do país são subvertidas ao sabor dos interesses circunstanciais de quem governa. Onde se impõe a sensatez e a austeridade prática temos serviços de protocolo governamental dedicados a organização de banquetes e festas comemorativas. A pobreza grassa o país e constitui cavalo de batalha dos demagogos ao serviço do regime.
Recursos escassos que faltam para actividades essenciais de pesquisa para a solução de insuficiências graves em áreas como saúde e agricultura são esbanjados no aluguer de frotas de helicópteros para colocar o Presidente da República onde este queira. Se alguém disser que o nosso PR deve ser o mais viajado e com orçamento mais robusto da SADC não ficaria admirado. Em contrapartida os fundos locados para a profilaxia e terapia de doenças diarreicas, malária, tuberculose, Sida são sempre insuficientes. Os esquemas mais efectivos em prática para aliviar o sofrimento humano dependem da acção da filantropia internacional. Esta atitude contraria todos os discursos de combate à pobreza e demonstra que os políticos que temos não estão interessados em dignificar a vida dos seus concidadãos.
A demagogia que alimenta os noticiários informativos revela-se um instrumento contrário aos verdadeiros interesses nacionais.
Aquela soberania que se diz hipocritamente defender não corresponde ao comportamento de quem nos governa.
As eleições autárquicas de 19 de Novembro de 2008 também devem ser vistas como a continuação e a testagem dos esforços estratégicos tendentes a obliterar a oposição política do país. Esta mesma oposição desnorteada pelo sufoco a que está submetida, cercada por uma comunicação social pública e até privada hostil, enfraquecida pela sua incapacidade de juntar meios e unir-se, coloca os objectivos de democratização do país numa rota de extinção. Os «think tanks» e organizações da sociedade civil em geral também realizam suas actividades no quadro de uma mesma estratégia de eliminação do outro, do opositor do regime. Quando o empoderamento de suas lideranças e um manifesto alinhamento destas com o poder politico dominante constituem a meta e recurso, pode-se dizer que a democracia está em muito maus lençóis.
Tudo o que se faz no domínio político, o aproveitamento das fraquezas dos opositores, a imposição de esquemas de organização eleitoral claramente favoráveis a quem governa, a promoção aberta do populismo e o aproveitamento de um eleitorado que estrategicamente se deixa mergulhado em ilhas isoladas de ignorância e falta de informação asfixiam o desenvolvimento da democracia.
O que parece vantagem a explorar de modo perpétuo é algo que tem dois gumes. Se agora está cortando com um lado não tarda que o povo acorde da letargia em que se encontra e comece a cortar com o outro lado.

(Noé Nhantumbo)

AUTARQUICAS 2008

Em pleno processo de contagem de votos

«CNE» tira folga no fim de semana

Maputo (Canal de Moçambique) – Foi uma desilusão para os órgãos de comunicação social que foram ao centro de imprensa para obtenção de dados eleitorais no recinto da Facim na capital moçambicana, Maputo, durante o fim-de-semana. Estava encerrado. As eleições fecharam para férias… Não havia nenhuma informação disponível. Obter dados eleitorais referentes ao sufrágio das municipais decorridas a 19 de Novembro no território moçambicano foi tarefa impossível, ou melhor, impedida.
Perante esse dilema a reportagem do «Canal de Moçambique» tentou várias vezes entrar em contacto com o Staff que responde pela área de comunicação no Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, (STAE) mas não encontrou solução para obtenção dos resultados eleitorais. Todo mundo estava de férias e a “curtir” o fim de semana sem nenhum respeito para com os eleitores que de facto precisam de estar informados sobre o que se passa

Entretanto

Pelos dados que o Canal de Moçambique foi registando a Renamo foi a maior derrotada. Praticamente, tirando o caso de Nacala que ainda constitui motivo de reclamação da parte da “perdiz”, o partido de Afonso Dhlkama perdeu tudo, mesmo o que no passado estava em sua posse, nomeadamente, Beira, Angoche, Marromeu, Nacala e Ilha de Moçambique. E aliás, dos novos municípios, perdeu tudo, mesmo em Gorongosa, local que era tido como um autêntico bastião da Renamo que durante a guerra civil esteve sob seu controlo.
Persistem no entanto dúvidas quando ao desfecho da eleição do presidente do Município de Nacala-a-Porto. Há ainda a possibilidade de vir a ter de se realizar uma segunda volta. O mesmo se presume que possa vir a ter de suceder no Gurue.
Na Beira a Frelimo sabe-se que terá mais um ou dois deputados que a Renamo mas há ainda contas a fazer. Sabe-se porém que nenhum dos partidos tem maioria absoluta e que a Grupo para a Democracia na Beira (GDB) apesar do seu presidente só ter conseguido cerca de três centenas de votos vai meter cerca de 6 deputados na assembleia municipal fruto do engano dos eleitores que responderam ao apelo de Daviz Simango ao voto no “passarinho” querendo referir-se à “perdiz” da Renamo mas que acabou levando os eleitores ao engano e a votar na pomba da bandeira do GDB, mais também porque no boletim de voto para a Assembleia Municipal o GDB estava em última posição tal como Daviz Simango no boletim das presidenciais. Não fosse o erro a Renamo teria maioria absoluta. Assim o GDB e os outros partidos que com um ou dois deputados estarão na assembleia da Beira passarão a ter um papel de charneira de uma importância que nem eles próprios alguma vez terão imaginado.

(Conceição Vitorino)

Monday 24 November 2008

A Opiniao de Henriques Viola

ILAÇÕES DO 19 DE NOVEMBRO: OS RECADOS DO POVO!

Estava até a madrugada me informando sobre o decorrer do processo eleitoral e nem mais, como já se esperava, a conclusão é obvia: Há vários motivos para preocupação! O oposição está em apuros. A democracia está em apuros, pois enfraquece-se um dos fundamentos da democracia: o equilibrio de poderes. Em certas autarquias não haverá oposição na Assembleia Municipal. Noutras a oposição perde os poucos assentos que tinha conquistado em 2003. Estamos perante uma redefinição do xadrez politico-partidario no país. Se em 2003 houve municipios que deram o beneficio da dúvida aos candidatos da RENAMO porque até então não tinham tido a oportunidade de governar, nestas eleições estes mesmos municipios mandaram um recado à RENAMO: TEM QUE MUDAR A MANEIRA DE FAZER POLITICA! Tem que gerir melhor a coisa pública, tem que melhorar a capacidade das lideranças, tem que fazer trabalho de base desde já, quer no que se refere à renovação das lideranças onde se encontram figuras com a imagem muito desgastada na opinião publica (até na mais incauta) como no que se refere aos mecanismos instituicionais de funcionamento.
Pelo que tudo indica, a RENAMO tem hoje o menor número de membros e simpatizantes desde 1992, e os poucos que restam estão hoje mais divididos do que nunca, a julgar pelos resultados destas eleições, dá para notar que caso o Deviz Simango na Beira fundassse um novo partido (e ainda vai a tempo), ou concorresse por outro partido, PCN por exemplo, a RENAMO corria sérios riscos de perder o seu bastião, (ainda não o perdeu?). É o cumprimento da profecia há algum tempo pregada em coro em toda comunicação social e opinião publicada.
Neste caso à RENAMO e suas lideranças restam 2 alternativas:

1. Continuar com a actual liderança e forma de fazer politica, com a consequente derrota esmagadora nas eleições gerais de 2009, com a FRELIMO a garantir maioria qualificada (mais de 2/3) na Assembleia da Republica, nas Assembleias Provinciais, bem como em eleições subsequentes.
Neste caso, independentemente da opinião e pronunciamento da actual liderança da RENAMO, a democracia estará estagnada. E mais anos menos anos o lider deverá deixar no lugar alguém que goze de mais “simpatia pública” que por sua vez se continuar com as politicas actuais do “mestre Dhlakama”, em nada poderão dar, e aí sim, será o fim da RENAMO!

2. A segunda alternativa é MUDAR! Mudar em todas as vertentes, mudar a maneira de pensar na politica, mudar a maneira de fazer politica, mudar a forma de organizar e interagir na politica, e com isso mudar também (e obrigatoriamente) as lideranças da propria RENAMO a todos os niveis, oferecendo aos actuais o respeito pelo que fizeram em prol do país mas afastando-os (a grande maioria dos lideres) do combate politico diário pois já demonstraram e denontram inadaptação, pois hoje como nunca no Moçambique em paz, o combate politico exige dureza, coerencia e consequencia.

E se esta mudança, depois de tudo acima mencionado for suficientemente visivel e as figuras que surgirem em frente delas forem de suficiente consenso, não tenho duvidas de que a oposição poderá se unir e o povo verá, porque o povo não é ingenuo, só precisa de ser despertado da aparente letargia e a Beira é exemplo disto. O povo verá e Moçambique terá oposição refundada com novos principios, nova roupagem e acima de tudo com nova dinâmica que poderá até fazer tremer os pilares do seu principal adversário pilitico, fazendo-se sentir até nos pontos mais recondidos de Gaza e Inhambane (eleitorado tradicional da FRELIMO).

Evidentemente que nesta segunda alternativa, poderão aparecer muitas propostas como provaveis figuras de consenso, uma delas será com certeza Deviz Simango, haverão outras? Acho que sim! E quais serão?...

Estas são simples cogitações sobre um processo que está a seguir o seu rumo, cabe as lideranças dar o melhor destino, mas o povo já deu o seu aviso, porque este processo como muitos outros na historia, pode ser lento mas é irreversivel!



Maputo, 20.11.2008

A Opiniao dse Noé Nhamtumbo -Desfecho Das Autárquicas De 19 De Novembro

A julgar pelos resultados e pelo comodismo das lideranças dos diversos partidos existentes, pode-se depreender que o futuro se apresenta mau e de pouca esperança para o fortalecimento da democracia multipartidária.
Quando os líderes da oposição se deixam ficar em casa, quando os seus interesses colidem com os preceitos democráticos e colocam seus membros na incógnita sobre
as suas reais pretensões, quando o partido no poder se aproveita das condições do terreno para pulverizar as eleições a seu favor, pouco se pode esperar.
Não tenhamos ilusões porque a verdade manda dizer que os partidos políticos supõem erradamente que fazer política é um exercício ocasional e que fazer conferências
de imprensa basta para que o eleitorado fique informado e sua mensagem conhecida.
Quando se esperava que os aspirantes a políticos e seus líderes compreendessem que cada vez que não actuam dão trunfos ao opositor e que este está atento ao mínimo
descuido, não se podem obter resultados eleitorais que garantam a manutenção de um status democrático no país.
Muitos partidos correrem o risco de desaparecer do mapa político porque não conseguem alcançar a percentagens mínimas exigidas de modo a fazerem-se presentes nas
assembleias municipais ou nacionais.
A factura que está sendo paga pelos moçambicanos resulta de uma postura política parasita em que os protagonistas se supunham ou se consideram a chave de qualquer
processo no país. Uma teimosia e sentido estratégico declaradamente
fraco, uma liderança actuando ao sabor de ventos e de intrigas intestinas, partidos criados para servir os egos de líderes estão demonstrando no terreno que não possuem
pernas para andar. O sufoco e condições difíceis de funcionamento torna as expectativas sombrias para muitos partidos políticos. Aqueles que se consideravam grandes ou aspirantes a tal acabam de sofrer uma demolidora derrota nas urnas. As culpas não se podem atribuir a outros que não os líderes dessas formações políticas.
Esperemos e rezemos que os partidos políticos da oposição acordem da hibernação a que estão votados. Esperemos que os resultados das últimas autárquicas os façam
ver que em política não se brinca e quem não trabalha no quotidiano não soma pontos, não ganha votos.
Os esforços devem ser no sentido de promover acções políticas que esclareçam os moçambicanos sobre o que está realmente em jogo.
Exige-se que os políticos moçambicanos abandonem a triste figura de predadores, caçadores de mordomias e trabalhem com sentido político e responsabilidade.
Sem que existam opositores dignos desse nome apresentando alternativas de governo, não se pode falar de democracia. Pelo rumo dos acontecimentos caminha-se a
passos largos para uma autocracia camuflada em regime democrático. Tudo está nas mãos de um punhado e os opositores ao dividirem-se facilitam a tarefa do fortalecimento de uma oligarquia que já demonstrou os seus limites. O recurso
a história para legitimar uma governação predadora não está encontrando oposição e quem sofre com isso são os moçambicanos. Estamos numa encruzilhada perigosa e
que exige uma resposta patriótica que se situe acima de meros interesses de grupos ou de lideranças politicamente falidas.

Polícia aborta marcha de manifestação de vitória de Daviz Simango

Beira (O Autarca) – A Polícia da República de Moçambique na Cidade da Beira abortou na manhã do último sábado uma marcha de manifestação de vitória de Daviz Simango que
havia sido programada pelos seus apoiantes.
Daviz Simango que se candidatou como independente depois de ter sido preterido pela Renamo, venceu as eleições de 19 de Novembro último para a Presidência do Município da Beira, renovando por conseguinte o seu poder governativo por mais cinco anos.
Os seus apoiantes concentraram-se na manhã do último sábado na Munhava, onde funciona a sede da candidatura de Daviz Simango, e daí pretendiam desfilar pelas artérias da urbe celebrando vitória do seu candidato.
Entretanto, alertada a Polícia da República de Moçambique fez-se ao local para impedir a realização da marcha, baseando-se nos princípios legais que impõem prévia autorização para o tipo de manifestação que os apoiantes de Daviz Simango pretendiam promover.
Não houve qualquer incidente pois os manifestantes compreenderam imediatamente a reacção das autoridades.
Eduardo Elias, tido como advogado de Daviz Simango, confirmou ao nosso jornal a ocorrência, tendo, por outro lado, reconhecido que a falha esteve do seu lado ao não ter cumprido com os procedimentos legais.
Refira-se que Daviz Simango vemceu o seu adversário directo, Lourenço Ferreira Bulha, por uma diferença bastante expressiva, correspondente ao dobro dos votos depositados a favor do candidato da Frelimo.
Entretanto, a Frelimo conseguiu uma maioria relativa na Assembleia
Municipal, prometendo repor a ordem na autarquia através da aprovação de deliberações oportunas e mais recomendadas para o desenvolvimento da urbe.
Edson Macuácua, secretário do Comité Central da Frelimo para a Mobilização e Propaganda, falando à imprensa a propósito da histórica vitória da Frelimo na autarquia da Beira, disse que para já uma das acções a serem executadas será a alteração ou anulação de algumas decisões tomadas por Daviz Simango, consideradas antipatrióticas, como é o caso da colocação na Rotunda da Munhava da estátua de
André Matsangaíssa, fundador da Renamo.
A reeleição de Daviz Simango é interpretada como o ponto mais alto da demonstração do sentido de competitividade democrática em Moçambique, e alguns analistas já alertam que a Beira pode ser o ponto de início da decadência das forças políticas pré-estabelicidas no cenário político nacional, pior ainda caso optem por inviabilizar a governação do jovem Engenheiro Daviz Simango a reacção popular poderá
ser mais grave.
Já se fala bastante que a vitória de Daviz Simango foi motivada pelo voto de vingança dos munícipes da Beira face a sua vitimização pela Renamo e de modo particular pelo seu líder, Afonso Dhlakama.
A eleição de 19 de Novembro na Beira foi caracterizada por uma afluência invulgar, e a Renamo que detinha maior influência acabou penalizada.
Perante o cenário de governação imprevisível de Daviz Simango dado que o poder deliberativo está fora do seu controlo, João Cândido Pereira, analista político, declarou ao nosso jornal que não há razões para tanto alarido, enfatizando que até porque não se trata da primeira experiência em Moçambique, apontando o exemplo de
Marromeu onde a Presidência do Município esteve durante os últimos cinco anos a cargo de um elemento da Renamo e a Assembleia dominada pela Frelimo.
O exemplo de Marromeu foi inédito, acabando por representar o maior em termos de boa convivência política.
Para o analista, é muito provável que Daviz Simango possa vir a enfrentar dificuldades nos primeiros dois a três meses, mas mostra-se confiante que com o tempo o edil vai conseguir concertar com as bancadas. Apelou para que todas as partes coloquem em primeiro lugar os interesses do Município.
A lei que regula o exercício do poder autárquico está ainda em revisão, mas fala em dissolução dos órgãos caso o plano e orçamento do Município sejam chumbado acima de duas vezes. (Redacção)

Wanjiru Kihoro Fellowship Programme

Femmes Africa Solidarité (FAS)
FAS is an international women’s organisation with ECOSOC Consultative Status working to empower African women to assume a leadership role in peace building and conflict resolution. FAS programmes operate mainly in war-torn countries such as the Mano River and the Great Lakes regions. FAS also works closely with African sub-regional and regional organs such as ECOWAS and the African Union to ensure greater involvement of women in decision-making processes for peace and development.
Closing date: 31 Dec 2008
Location: Senegal - Geneva

To contribute to the development of a new generation of African women leaders, dedicated to utilizing their voices and experience to further women's central role in peace building and development work in their country, region and continent.

CALL FOR APPLICATIONS

FEMMES AFRICA SOLIDARITE (FAS), an NGO working to enhance women's roles in peace building and conflict resolution on the African continent, in collaboration with the Swiss Foundation, offers a unique Fellowship opportunity to a young African woman or man looking to gain International experience in the fields of gender, peace and development.

THE WANJIRU KIHORO FELLOWSHIP will offer the candidate the opportunity to work for a period of 9 months at FAS' International Secretariat in Geneva, Switzerland before returning to put their skills into action through an additional 3 month placement with an NGO in Africa.

Applicants should have a degree, or be currently undertaking studies, in a field relevant to the position (gender; development; international relations), or have substantial work experience in this area in an NGO environment.

Applications must enclose the following documents:

- A CV detailing educational and professional experience
- An essay of approximately 800 words, detailing motivations for seeking the Fellowship; what he/she hopes to achieve ; and how this experience will be beneficial for future work
- The names and contacts of two or three references

THE WANJIRU KIHORO FELLOWSHIP IS FULLY FUNDED, PROVIDING ROUNDTRIP AIRFARE TO GENEVA AND LIVING EXPENSES FOR 9 MONTHS AND IN THE FIELD FOR 3 MONTHS
How to apply
PLEASE VISIT www.fasngo.org
TO FILL ONLINE APPLICATION.

Reference Code: RW_7LJE5Y-33

A OPINIAO DE ALBINO MOISÉS

SÓ O QUE ACONTECEU - Caravana “CD em Movimento”
A JANELINHA “só o que aconteceu” teve um interregno de aproximadamente um mês e meio, por razões justificadas de repouso do autor. Tenho andado a vaguear por aí, feito um “pepetseka” (alguém que anda sem beira nem eira) a tentar, ainda que de longe, descobrir uma milésima parte deste Moçambique infindável.
Maputo, Segunda-Feira, 24 de Novembro de 2008:: Notícias

Mas estou de volta! Nos próximos dias vou tentar contar histórias dos lugares por onde “vagabundeei”. Histórias vivenciadas e outras que me foram contadas.
A começar por esta que se segue: de uma viagem memorável que fiz recentemente.
Eu integrava uma excursão/caravana que só não se designou por viagem “Do Rovuma ao Maputo” em respeito à memória colectiva da histórica viagem de Samora Machel e também para não banalizar esse momento importante dos moçambicanos. Por tudo isso, convencionou-se chamar-se por, “Caravana-Cidade de Pemba, terceira maior baía do mundo-“50 anos”. Mas na verdade a viagem – terrestre – era de Maputo a Rovuma. Á distância de 2.500 km.
Não há dúvidas de que todos nós viajamos. E quase diariamente. Mas diga-se, há viagens e viagens! Viagens únicas. Como esta que pela sua originalidade nos ficará impregnada nas nossas memórias até ao fim dos nossos dias. Porque ela não se repete. E quando se “repete” nunca terá o mesmo figurino e emoção.
Ora, a referida caravana foi organizada pelo projecto "CD em Movimento - Associação dos Naturais, Amigos e Simpatizantes de Cabo Delgado", cujo patrono é uma figura que o depoimento que se segue pertence-lhe: “- o polícia veio e estacionou à porta da casa do chefe do posto sentado numa cadeira. Era branco. Eu aproximei-me do polícia para o atacar. O meu tiro era o sinal para os outros camaradas atacarem. O ataque teve lugar às 21.00 horas. Quando o chefe do posto ouviu o tiro, abriu a porta e saiu. Para além dele, seis outros portugueses foram mortos no primeiro ataque. No dia seguinte, fomos perseguidos por alguns tropas - mas nesse momento já estávamos longe e não nos encontraram”. Falo de Alberto Chipande, general na reserva, que a 25 de Setembro de 1964 entrou nos anais da nossa História por ter conduzido o primeiro ataque ao posto administrativo de Chai.
A caravana de Maputo/Pemba e Pemba/Maputo era composta por excursionistas que pareciam terem sido escolhidos a dedo: ordeiros e disciplinados. Eram pessoas com espírito de entreajuda e valores de irmandade. Em tão pouco tempo, notou-se muita relação de proximidade e, acima de tudo, tolerância mútua.
Apesar da diferença de idades (cruzamento de várias gerações), o ambiente à bordo era de fácil camaradagem. De convívio permanente. Os jovens sempre bem dispostos, traziam no olhar a ansiedade de conhecer um novo lugar: Pemba e suas gentes.
A empatia entre os passageiros, foi rápida. Para além de singulares, viajavam líderes de movimentos juvenis, bailarinos e jornalistas. Ao chefe da caravana, o Engenheiro Abdul Satar Náfio valeu-lhe a sua competência e elevado grau de liderança para conseguir gerir o estômago e não só, dos 50 excursionistas de quase todas as províncias à bordo.
Todos os excursionistas ali, viviam, uma história em conjunto. Mas cada um, vivia simultaneamente a sua história pessoal: com as suas particularidades e subjetividades.
No final da viagem, por tudo que se vivera, cada qual ficaria marcado à sua maneira. Cada excursionista ou “caravanista” teria a sua história para escrever um livro...ou então para contar a amigos e familiares ao longo dos 365 dias.
Para todos, esta era uma viagem de ansiedade. Uns regressavam às suas origens; outros (os mais jovens) iam pisar pela primeira vez a terra de cordão umbilical dos seus progenitores; outros como eu, iam conhecer Pemba, a mítica cidade de Edmundo Galiza Matos, Víctor Raposo, Júlio Carrilho, Momed Galibo: a terra esculpida como arte makonde que, por sinal, integra o clube das maiores baías do mundo.
Ao longo percurso cada qual ia descobrindo um novo pedaço de uma Pátria Amada ainda por lapidar, mergulhada na imensidão das florestas, dos rios, das montanhas, machambas pálidas pela seca, contrastando com campos verdes, labaredas de queimadas descontroladas, à mistura. Fosse noite ou de dia, os nossos olhos se deleitavam a cada minuto com um espectáculo da natureza. No longo itinerário, dentro do autocarro ou fora estava sempre algo a acontecer. À noite, por exemplo, as vilas iluminadas- pela já nossa Cahora Bassa - formavam imagens de árvores de um natal antecipado. Por onde escalávamos, éramos recebidos com largos sorrisos pela população e dirigentes locais: foi assim em Xai-Xai, Maxixe, Alto-Molócuè, Mocuba (onde eu embarquei), Caia, Gorongosa, Inchope, Nicoadala, Muxungué, Nampula e Pemba, só para citar alguns.
No interior do autocarro, observam-se vários momentos: havia, por exemplo, gargalhadas motivadas quase do nada, cuja razão era apenas de “celebrar a vida”. Houve rufares de tambores e dança mapiko protagonizadas pelos bailarinos. A dado momento, experimentava-se um cansaço colectivo e silêncio absoluto. Metade do autocarro dormia pesadamente. Há quem para aliviar as dores do traseiro e das pernas optava por viajar momentaneamente de pé. E quando o "bus" cruzasse “zona com rede” todos “acordavam” para dizer a família: “Alô, estamos a passar Namacurra”.
O carro avança. A meta é Pemba.. Os jovens escutam atenciosamente experiências e ensinamentos dos mais velhos. São vários os temas "da actualidade" na mesa de debate. No meio do grupo destaca-se um orador nato o Sr. Bernardino, um oficial da PRM. Homem com grande bagagem de cultura geral: Muito lido: “mastigou” quase toda a obra de escritores moçambicanos, e não só. Alguém de quem se gosta logo no primeiro contacto.
Depois de uns dias em Pemba, chegou a data de regresso. Na véspera, houve um jantar de despedida onde estiveram Alberto Chipande, Mateus Katupha, o governador de Cabo Delgado, Eliseu Machava, e o presidente do município local.
Partimos. È madrugada. Sinto o coração tão despedaçado. Tal como acontece quando abandonamos alguém muito amada. Ou quando nos despedimos da família para ir à tropa, estudar ou trabalhar longe da terra.
O autocarro avança e a sedutora Pemba começa a ficar p´ra trás...e imediatamente a nostalgia aperta o peito...não julgava que pudesse gostar tanto de uma cidade em tão pouco tempo. Realmente não é fácil desligar-se da terceira maior baía do mundo!
E quando chegamos a Maputo, tínhamos “comido” 5 mil quilómetros de estrada. Ida e volta. Não é todos os dias que se percorre do Rovuma ao Maputo de carro. Foi lindo.
Todos iremos nos recordar daqueles dias que juntos passamos a bordo daquele "Marcopolo" - Grupo Mecula - ao comando de uma tripulação responsável e competente.
Khanimambo “general primeiro tiro"!. Bem Haja "CD em Movimento"! Já agora, a sigla “CD” significa Cabo Delgado. Ela não tem fins lucrativos e emana da sociedade civil.
Na próxima caravana, por favor, “to pidir” não me deixem...

• ALBINO MOISÉS - moisesalbino@yahoo.com.br

A Opiniao de NOE NHANTUMBO

CONSELHOS DE ANCIÃOS, FILANTROPIA E ACÇÕES HUMANITÁRIAS
NADA DISSO SUBSTITUI A DEMOCRACIA E O DESENVOLVIMENTO...

Com ou sem visita de Carter, Anan e Graça Machel a Harare a situação real no Zimbabwe não vai mudar. O peso da autocracia, o desrespeito pelos dirteitos humanos, a violência política superam de longe os paliativos que se tenta aplicar como solução naquele país.
A relutância em fazer valer o voto popupar que colocou a Zanu na oposição, a teimosia em relegar a vontade dos cidadãos votantes constitui uma violação grave dos preceitos democráticos e uma afronta a todo um povo.
Embora a situação humanitária naquele país mereça a atenção e preocupação de todos, é importante dizer que o mal trata-se ou cura-se pela raíz.
Neste caso conhece-se perfeitamente a origem do mal. Uma minoria de governantes que estavam habituados a usar a dispor de um país conforme lhes apetecia, uma clique de políticos e militares usando a capa de um ditador senil não quer entregar o poder a quem venceu nas eleições possíveis. Nem todo o peso da violência pré e pós eleitoral não conseguiu sufocar a vontade de um povo em ver-se livre de uma autocracia doentia, criminosa e anti-patriótica.
Reconhecemos o peso e significado que acções filantrópicas tem quando o sofrimento é a palavra do dia. Sabemos que os integrantes das missões humanitárias são em geral bem intecionados. Só que os seus esforços não são fundamentais nem vão mudar o regime de Harare.
Enquanto a SADC e a União Africana se negarem a imprimir com rigor as medidas adequadas para por fim ao sofrimento do povo zimabweano através da pressão efectiva para que Mugabe e seu regime entreguem o poder aos vencedores das eleições, continuaremos a mercê de soluções parciais que não atacam a raíz dos problemas.
Nunca se viu um derrotado exigir um poder que o povo lhe negou através das urnas. Porquê esta indecisão ou decisão de fazer o MDC compartilhar o poder com um partido que foi efectivamente derrotado? Onde está a razão de tanta hesitação por parte dos líderes da SADC em empurrarem Mugabe para a reforma?
Carter, Annan, ou Graça Machel podem ter as melhores intenções do mundo mas na prática seus esforços estão condenados ao fracasso porque agem a partir de pressupostos que não tem nada a haver com a situação real. O que querem é ver para depois procurar reunir apoios internacionais poara uma causa humaniária digna. Mas o ditador de Harare tem outras preocupações. O problema do Zimbabwe é politico. Sujeitar um povo a uma dittadura desumana e atroz, condenar seus concidadãos a fome e a morte precoce só porque não se quer abandonar o poder, a força de uma corte e entourage que tem o receio real de perder posição de predominância são as questões que tem de ser atacadas e resolvidas.
A SADC, os zimbabweanos a União Africana, devem continuar a pressionar o regime de Mugabe não no sentido de que este aceite uma partilha ilógica do poder mas para que abandone pura e siplesmente a cena politica. Mesmo pela idade Mugabe já deveria estar pensando seriamente em ir para a reforma.
Ou há instrumentos de pressão que podem ser usados para resolver a situação ou então outras soluções devem ser equacionadas.
Os líderes da SADC tem com eles a chave da solução do problema zimbabweano.
Só que estes não estão dispostos a usar dop leverage que possuem. Mugabe, velho companheiro das lutas de libertação deve ter alguns trunfos que se usados poderiam comprometer a imagem de seus compadres. Ou não será assim? De outrop modo não se compreende a razão de tanta hesitação e recusa de fazer valer a vontade do povo daquele país.
Esperemos que os Anciãos das nações Unidas usem as suas possibilidades para pressionar de outro modo mais efectivo o ditador de Harare. Ao nível do governo de seus países julgo que tanto Carter como Graça Machel poderiam ter mais resultados. Se Maputo acedesse a agir com mais rigor e em defesa do povo do Zimbabwe e não de um velho companmheiro de armas os resultados seriam outros. Ela entanto que membro do Comité Central do partido no poder em Moçambique talvez tenha, naquele forum que traça as políticas governamentais, possibilidade de fazer a sua voz. Ou será que tudo está decidido e vista grossa que o governo faz parte do pacote de medidas recomendadas para lidar com a situação?
Carter, democrata e antigo presidente dos EUA, deveria empreender esforços no sentido de influenciar o governo de seu país a agir através dos meios que tem ao nível do FMI e Banco Mundial, da coopertação bilateral e da sua posição no Coinselho de Sengurança da ONU. É possível pressionar Mugabe e levá-lo a aceitar o veredicto popular.
A questão está na vontade que governos tenham de aplicar os preceitos de uma nova maneira de conduzir as relações internacionais e acautelar os interesses dos povos. Se as agendas forem determinadas pelos supostos interesses estratégicos que quase sempre coincidem com os das corporações multinacionais, então o sofrimento continuará por mais tempo.
A diplomacia do lucro está a frente de tudo.