Tuesday 29 November 2011

Reavivando a memoria dos municipes!

Edil de Quelimane cancela visita do governador à cidade

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Itai_PioMatos “Ele iria visitar cidade e não a mim. Tava cansado e precisava de tirar umas férias e indiquei um substituto para guiar a visita e o visitante não quis”- Pio Matos
Pelos vistos há um ambiente turvo no seio da edilidade, neste caso na pessoa do próprio presidente do Conselho Municipal de Quelimane, Pio Matos, com algumas correntes governamentais assim como do partido em que ele é membro.
Esta imagem em que Itai Meque aperta a mão ao Pio Matos, foi captada na chegada do Itai e possivelmente as coisas podem estar invertidas.
Por um lado é a Renamo e a Assembleia Municipal de Quelimane, que estão de mãos dadas e lançam foguetes ao edil, do outro embora não de fontes oficiais, esta o lado governamental que não consegue segurar os voos do edil de Quelimane.
Se por parte das pessoas mais directas Pio é acusado de ter abandonado o município de Quelimane, a outra face, não encontra espaço para visitar a cidade.
Há poucos dias, o Governador da província da Zambézia, Francisco Itai Meque, havia agendado uma visita de trabalho a cidade de Quelimane, como forma de se inteirar das acções da edilidade, tal como tem vindo a fazer nos distritos. Tudo bem preparado, mas a visita ate hoje não foi efectuada. Porque o edil de Quelimane, alegou estar cansado e precisa de tirar umas boas férias para relaxar do stress.
E foi isso mesmo que aconteceu. Pio Matos deixou Itai pendente até ontem.
Este facto não só foi nos confirmado pelo presidente da AM, mas também pelo próprio edil de Quelimane que sem receio disse ao nosso jornal que “o governador não queria visitar a mim, mas sim a cidade, dai que indiquei um substituto, mas ele não quis”-disse o edil de Quelimane.
Questionado sobre as motivações do cancelamento desta visita, Pio Matos explicou que “eu precisava de tirar umas férias, relaxar e dai não achei conveniente a minha presença, mas tudo tava preparado”- concluiu.
Mesmo assim, o edil de Quelimane, diz não ter nada contra e acredita que um dia o Governador Itai irá visitar a cidade com ou sem Pio Matos, concluiu.
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 15.05.2010

Candidato Manuel de Araújo enxovalhado


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Veronica_macamo1Luta pela autarquia de Quelimane
- Verónica Macamo diz que este não tem família constituída
O candidato pelo MDM ao município de Quelimane, província central da Zambézia, Manuel de Araújo, foi completamente enxovalhado pela Verónica Macamo que em plena campanha disse que este não tem família constituída. Com o seu pronunciamento, Verónica Macamo, pretendia chamar a atenção aos demais eleitores no sentido de não desperdiçarem os seus votos depositando em pessoas sem responsabilidade como o candidato pelo MDM.
“O candidato pelo MDM ao município de Quelimane, conheço-o perfeitamente; é uma pessoa sem responsabilidade que não tem filhos e nem família constituída”, palavras de Verónica Macamo, membros da Comissão Política do partido Frelimo, falando em plena campanha eleitoral de apoio ao candidato pelo seu partido, Lourenço Abubacar.
CANDIDATO DA FRELIMO
Conhecido em Quelimane – a quarta maior cidade moçambicana – como empresário de sucesso, Lourenço Abubacar tem repetido nas suas mensagens, desde o lançamento da campanha no dia 22 de Novembro de 2011 para as intercalares de 07 de Dezembro, que irá seguir o manifesto de Pio Matos, supostamente obrigado a demitir-se pelo seu partido – a FRELIMO – devido ao alegado mau desempenho.
“As grandes prioridades da minha governação serão o melhoramento das redes viária e de abastecimento de água e energia eléctrica, dando prosseguimento ao manifesto apresentado em 2008 por Pio Matos”, disse Lourenço Abubacar, durante o lançamento da sua campanha.
O candidato da FRELIMO justifica a aposta na expansão da rede eléctrica com a necessidade do combate ao crime nos bairros, uma acção só possível com “a iluminação dos bairros”.
Uma gestão municipal participativa, com a inclusão de todos os sectores sociais de Quelimane, é outra das propostas defen­didas por Lourenço Abubacar, como fez questão de sublinhar num encontro re­cente que promoveu com a comunidade académica.
Com o boicote da RENAMO, o principal partido da oposição em Moçambique, que já teve Quelimane e a província de que é capital, Zambézia, como um dos seus principais redutos, a FRELIMO terá como principal adversário nas eleições municipais o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política moçambicana.
Ontem, domingo, Manuel de Araújo, candidato pelo MDM, trabalhou nal­guns bairros, na companhia do seu líder, Daviz Simango. Na manga, de Araújo, docente universitário e ex-deputado da RENAMO, levava como uma das men­sagens a organização dos mercados in­formais de modo que estes passem a de­senvolver as suas actividades em locais e ambientes acolhedores. A busca de soluções para a gritante crise dos trans­portes na cidade de Quelimane, domina igualmente o discurso do MDM naquela quarta cidade do país, depois de Maputo (no Sul), Beira no Centro e Nampula, na região Norte. (Viviana Castelo)
PÚBLICO – 28.11.2011

Na hora da reforma: Dom Jaime se despede e deixa mensagem da paz


O ARCEBISPO da Beira, Dom Jaime Pedro Gonçalves, despediu-se fim-de-semana último dos fiéis da Paróquia da São Benedito, no bairro da Manga, desejando a paz ao país.
Maputo, Terça-Feira, 29 de Novembro de 2011:: Notícias
O prelado que se encontra prestes a aposentar evocou a paz e concórdia como o bem precioso que se deve sempre preservar através de diálogo.
Debruçando-se sobre factos políticos e sociais do dia-a-dia do nosso país, Dom Jaime afirmou que a igreja ajuda a reconciliar os homens, tendo até concluído ser possível que a Diocese da Beira encontre uma solução do diferendo que envolve o Governo e a Renamo em relação aos homens armados que se encontram em Marínguè.
Sugerindo aos fiéis da Igreja Católica, o arcebispo da Beira disse que deve continuar a servir às comunidades   “Neste momento, a igreja tem que servir a reconciliação porque já não se justifica que haja pessoas que merecem a morte de outros moçambicanos. É possível a Diocese da Beira ajudar Marínguè a se entender com Maputo”, disse Dom Jaime que foi um dos negociadores do Acordo Geral da Paz em Roma e que vai à reforma com 75 anos de idade e está há 35 anos à frente da Arquidiocese da Beira. O prelado afirmou que deixa uma igreja com símbolo diocesano, com sacerdotes, cleros, e animadores próprios, para além de ter ajudado a estabelecer uma igreja evangelizadora. Dom Jaime Gonçalves lançou um apelo para que se promova a formação de sacerdotes diocesanos.
Várias individualidades, entre os quais bispos, sacerdotes, políticos participaram na missa celebrada em sua homenagem na Beira. O governador de Sofala, Carvalho Muária disse que o país deve muito aos feitos do prelado.
  • Rodrigues Luís

Quelimane: “segunda Beira”? A propósito das eleições intercalares de 7 de Dezembro 2011


OPINIAO
Por Sérgio Chichava
A realização de eleições autárquicas intercalares a 7 de Dezembro de 2011 suscita um dos debates que mais tem marcado o cenário político moçambicano actualmente. Estas eleições, que terão lugar em três municípios, nomeadamente Quelimane (província da Zambézia), Cuamba (província do Niassa) e Pemba (província de Cabo Delgado), surgem na sequência da renúncia dos respectivos presidentes municipais. Estes edis, — todos eles eleitos através do partido Frelimo —, invocaram razões pessoais para justificar a sua decisão1.
Entretanto, de entre estes três municípios, a renúncia de Pio Matos do cargo de presidente do município de Quelimane e a candidatura do mediático Manuel de Araújo pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) à presidência do mesmo município é o que mais atenção tem chamado, sobretudo nos media2 e blogues3 , não só pelo facto de ser um terreno politicamente difícil para a Frelimo4 , mas também pelo facto de Manuel de Araújo ser encarado, não só nos diferentes fóruns de discussão, mas no seio da própria Frelimo como o mais sério adversário ao partido no poder de entre os três candidatos do MDM aos diferentes municípios. Só para se ter uma ideia da atenção e da importância dada à eleição de Quelimane basta dizer que no decurso do processo de recenseamento eleitoral, membros da Frelimo foram citados a acusar Manuel de Araújo de trazer a Quelimane eleitores de Manica e Sofala com o intuito de se recensear de modo a votar no candidato do MDM nestas eleições5. Por outro lado, o MDM acusava o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de estar a sabotar o recenseamento eleitoral6. No que diz respeito a Quelimane, pode-se dizer que a campanha eleitoral, começou mesmo antes do anúncio oficial.
Poderá Quelimane ser uma “nova Beira”, ou seja, poderá o MDM conquistar o seu segundo município a seguirà Beira?
Tomando o caso de Quelimane, pretende-se aqui avançar algumas hipóteses dos possíveis cenários das próximas eleições locais intercalares neste município. Isto é feito, num primeiro momento, com base nas eleições locais de 2003 e 20087. Embora nestas duas eleições, (i) o MDM não tenha participado, — obviamente porque ainda não existia8 —; (ii) a Renamo tenha se recusado a participar nestas eleições intercalares e (iii) estarem em concorrência apenas dois partidos (Frelimo e MDM), parte-se da hipótese de que o eleitorado da oposição, em particular o da Renamo, poderá votar no candidato do MDM. Não se deve esquecer também o facto de o MDM ser uma criação de antigos dissidentes da Renamo em 2008 a seguir à expulsão de Daviz Simango, actual líder deste partido9. Isto permitirá ter uma ideia da correlação de forças entre a Frelimo e a oposição neste município.
Num segundo momento, apresentam-se os factores que poderão jogar, quer a favor, quer contra o MDM e seu candidato.
FRELIMO, 2003 E 2008: UMA VITÓRIA MARCADA PELA ABSTENÇÃO1O
Em eleições locais geralmente marcadas por elevados níveis de abstenção11, e nas quais Quelimane com 74.5% e 56.4% de abstenção em 2003 e 2008, nunca foi excepção, a Frelimo e Pio Matos, candidato deste partido desde as eleições de 1998 tem ganho neste município. Concorrendo com mais três candidatos, Venceslau Mathere do Instituto para a Paz e Desenvolvimento (IPADE), Leopoldo Ernesto da Renamo-União Eleitoral (Renamo-UE), Pio Matos ganhou facilmente as eleições de 2003 com 52.6% contra 2.8% do primeiro e 44.7% do segundo. Na corrida à Assembleia Municipal, para além da Frelimo que obteve 50.9%, do IPADE12 com 1.8% e da Renamo-UE13 com 44% havia mais quatro concorrentes nomeadamente Partido Trabalhista (PT), Partido Liberal de Moçambique (PALMO), Partido Independente de Moçambique (PIMO) e União Nacional de Moçambique (UNAMO) que recolheram 0.5%; 1.4%, 0.6% e 0.8% dos votos, respectivamente. À excepção da Renamo-UE, os votos dos concorrentes da Frelimo perfaziam o total de 5%, o que mostra que mesmo se tivesse havido uma aliança destes com o partido de Afonso Dhlakama, a oposição não teria ganho.
O mesmo cenário voltaria a repetir-se em 2008. Concorrendo uma vez mais com dois outros candidatos, Latifo Xarifo, da Renamo, e Ana Baptista do Partido para a Democracia e Desenvolvimento (PDD); Pio Matos voltaria a ganhar com 54.2%, tendo os outros dois candidatos recolhido 44.3% e 1.5%, respectivamente. Em relação à Assembleia Municipal, para além da Frelimo com 55.2%, Renamo com 43.2% e o PDD, 1.3%, dos restantes partidos da oposição, apenas o PIMO concorreu tendo obtido 0.3%.
Entretanto, se a Frelimo sempre ganhou nas eleições autárquicas em Quelimane e em outras autarquias zambezianas (Mocuba e Milange), não se pode perder de vista que em eleições gerais os resultados têm sido bastante desfavoráveis para este partido14. Com efeito, em 1994, a Renamo obteve no distrito de Quelimane 51,09 % de votos, contra 41,11 % para a Frelimo. Nas presidenciais, Afonso Dhlakama obteve 50,47 %, contra 38,51 % de Joaquim Chissano, candidato da Frelimo; Em 1999, — o ano mais profícuo da Renamo, quer à escala local, quer nacional —, o partido de Afonso Dhlakama obteve 52,42 % nas legislativas, contra 40,62 % para a Frelimo. Por seu turno, Dhlakama foi creditado em 57,04 %, contra 42,96 % da Frelimo. Em 2004, com a Renamo a entrar em queda vertiginosa, da qual ainda não conseguiu recuperar, este partido obteve no círculo eleitoral de
Quelimane, 49% dos votos e seu candidato Dhlakama, 48% contra 45% e 43% da Frelimo e seu candidato,
Armando Guebuza. A nível provincial, a Renamo e seu candidato obtiveram 53% e 57% contra 36% e 37% da Frelimo e seu candidato.
Como explicar a vitória da Frelimo e do seu candidato num terreno particularmente hostil como Quelimane?
Ciente de estar num terreno politicamente pouco favorável, a Frelimo havia desde as primeiras eleições autárquicas em 1998 tido a inteligência de escolher Pio Matos, um prestigiado “filho de terra”, considerado como “legítimo” pelos quelimanenses, e na altura, o mais indicado para desafiar a Renamo (Chichava, 2008; 2007, Cahen, 2009). É preciso salientar que no meio social zambeziano, sobretudo quelimanense, — extremamente influenciado cultural e sociologicamente pelo sistema de prazos15 e pela economia de plantações —, ser de uma “boa família”, de uma família com nome, respeitada e admirada é extremamente importante para qualquer um que queira vincar naquela sociedade. Isto foi decisivo para a vitória deste partido, pois os quelimanenses votaram mais pelo candidato do que pelo próprio partido, como explica esta testemunha:
Pio Matos é um “filho da terra”. Votamos pelo Pio Matos porque vem de uma família muito reconhecida aqui, de uma família muito respeitada. Não votamos pela Frelimo. Se a Frelimo tivesse apresentado um outro candidato e não Pio Matos, teria perdido as eleições.” (Entrevista, C. Dalma, Quelimane, 25 de Novembro de 2005).
Portanto, mais do que uma identificação política com a Renamo, a Zambézia usa este partido apenas para se vingar da Frelimo a quem sempre acusou ter hostilizado esta província16.
MANUEL DE ARAÚJO OU LOURENÇO ABUBACAR. QUEM GANHA?
Para as eleições intercalares, num processo sinuoso e demorado (o MDM foi o primeiro partido a anunciar seu candidato para Quelimane, inédito para um partido da oposição em Moçambique), lembrando a prudência que a Frelimo deve ter ao escolher seus candidatos nesta região, o partido de Armando Guebuza decidiu escolher o misto e empresário muçulmano Lourenço Abubacar Bico, uma das figuras mais influentes do partido nesta região.
Recordar que em 2007, em eleições internas da Frelimo para a designação do seu candidato a Quelimane, Lourenço Abubacar concorrera e perdera a favor de Pio Matos. Será Lourenço Abubacar, um “legítimo filho da terra” quelimanense? Estarão os quelimanenses preparados a eleger um não Chuabo17?
Por seu turno e como já foi avançado, o MDM escolheu Manuel de Araújo, antigo membro da Renamo.
Originário de uma família modesta (os avôs eram simples camponeses e empregados nas plantações, a mãe professora primária e o pai, serralheiro e motorista), conseguirá Manuel de Araújo vencer Lourenço Abubucar?
Isso dependerá de alguns factores nomeadamente:
1. O efeito “Daviz Simango” na Beira. O facto de a ascensão do jovem e dinâmico Daviz Simango, ao município da Beira em 2003 (e de novo em 2008, já como independente) ter trazido uma nova dinâmica a esta cidade, depois de longos anos de estagnação sob a liderança da Frelimo. O eleitorado quelimanense pode pensar que a única maneira de tirar Quelimane do marasmo é entregá-la a um “filho da terra” jovem, dinâmico e da oposição. É preciso salientar que Beira e Quelimane apresentam algumas semelhanças no seu relacionamento com a Frelimo, onde este partido é visto como não simpatizando muito com as populações locais, factor usado localmente para justificar o estado de abandono a que as duas cidades (e províncias) estiveram (estão) sob o governo da Frelimo. Aliás e de forma perspicaz, Manuel de Araújo já começou a usar este argumento18.
2. O facto de Manuel de Araújo ser visto como um “filho da terra” interessado no progresso da Zambézia, em particular, em Quelimane. Com efeito, embora Manuel de Araújo passe a maior parte do seu tempo fora da
sua terra, os quelimanenses vêm-no como alguém que sempre esteve ligado à sua terra, mantendo aqui certa influência e admiração. Os seus recentes investimentos na área turística (avaliados em cerca de $3 milhões, um dos maiores na Zambézia, no Moçambique independente) são usados como exemplos inequívocos do amor de Manuel de Araújo à sua terra. Para além destes investimentos, salientar que Manuel de Araújo esteve à frente da criação do “Diário da Zambézia”, o primeiro jornal independente desta província desde a independência de Moçambique.
3. O facto de Manuel de Araújo ser visto como um dos poucos vistosos e activos intelectuais zambezianos.
Para além de possuir um diploma superior, Manuel de Araújo é presidente do Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO)19, uma instituição de pesquisa e debate sobre questões políticas económicas e sociais nacionais e internacionais com sede em Maputo. Isto faz de Araújo um indivíduo respeitado e admirado, uma espécie de “modelo”, sobretudo nas camadas quelimanensas mais jovens e escolarizadas.
Entretanto, a experiência e a capacidade financeira organizativa da Frelimo serão um dos obstáculos a ultrapassar. Com efeito, para além de possuir uma capacidade financeira invejável, graças à sua longa permanência no poder, a Frelimo dispõe de uma vasta e eficiente rede de mobilização muito forte, simbolizada sobretudo pela Organização da Mulher Moçambicana (OMM) e em menor grau pela Organização da Juventude Moçambicana (OJM).
Para além destes aspectos, é preciso não esquecer a já referenciada especificidade quelimanense, resultante dos prazos e das grandes companhias coloniais, que parece ter dividido esta sociedade numa espécie de “castas”. Como dizia Samora Machel (1983) em reacção ao que ele considerava “elitismo” zambeziano, a sociedade quelimanense encontrava-se bastante estratificada, os Chuabos se discriminando entre si: havia Chuabo20 de 1ª, de 2ª e de 3ª categoria. Bonifácio Gruveta, — primeiro governador da Zambézia do Moçambique independente —, apesar de ser Chuabo teve muitas dificuldades para se impor no seio da velha e mestiça elite zambeziana, descendente de prazeiros e, mais tarde, assimilados. Com efeito, Gruveta era visto como um antigo “indígena”21, um antigo “moleque”, sem formação nem prestígio social suficiente para dirigir esta elite (Chichava, 2007).
De que categoria social será Manuel de Araújo? Se for Chuabo de 2ª ou 3ª categoria, o facto de ser empresário, de possuir um diploma superior e de ser um “chigondo”22 que venceu na terra dos Machanganes23 jogará a seu favor? Aqui, a sorte de Manuel de Araújo pode depender também das origens sociais do candidato da Frelimo, Lourenço Abubacar.
Entretanto, é preciso salientar, igualmente, em jeito de hipótese, que hoje há uma geração de eleitores formada por jovens formados, preocupada com os seus problemas quotidianos e que não mais se identifica com esta forma de ser e de estar zambeziana, que pode votar a favor de um ou outro candidato, independentemente das suas origens sociais, mas olhando simplesmente para aquilo que cada um pode trazer à cidade de Quelimane.
Mas isto por si só não basta. Manuel de Araújo e o MDM só poderão ganhar só e só se conseguirem mobilizar a seu favor não só o eleitorado renamista e o eleitorado abstencionista, mas também, os eleitores frelimistas desiludidos com a governação deste partido neste município. Isto exige não só discursos de lamentação, como tem sido o caso até agora, mas propostas políticas concretas para tirar Quelimane do marasmo, e capazes de distinguir claramente o MDM e Manuel de Araújo de Lourenço Abubacar e da Frelimo, mas também de serem transversais a todos.
Referências:
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Álvaro, B. 2011b. “STAE acusado de estar a sabotar recenseamento eleitoral”, Canal de Moçambique, 31 de Outubro
Araújo, M.2011. “Quelimane. Ergue-te Et ambula”, http://manueldearaujo.blogspot.com/2010/08/quelimane-ergue-teet-
ambula.html (consultado a 10 de Novembro de 2011).
Brito, L. 2008. “Uma Nota Sobre Voto, Abstenção e Fraude em Moçambique”, Discussion Paper nº 04/2008, Maputo, IESE.
Cahen, Michel, “Resistência Nacional Moçambicana, de la victoire à la déroute”, Politique Africaine, 117, Paris, Karthala, pp.23-43.,
Capela, J. 1995. Donas, senhoras e escravos, Porto, Afrontamento.
Chichava, S.2007. Le “vieux Mozambique”. Étude sur l’identité politique de la Zambezie, Bordéus, tese de doutoramento.
Chichava, S.2008, “Uma província rebelde. O significado do voto zambeziano a favor da Renamo”, L. Brito et al.,
Cidadania e governação em Moçambique, pp. 15-48.
Chichava, S.2010. “Movimento democrático de Moçambique. Uma nova força política na democracia moçambicana?”,
Cadernos IESE no 2, Maputo, IESE.
Conselho Constitucional.2004. “Validação e proclamação dos resultados das eleições autárquicas de 19 de Novembro de 2003”, Deliberação Nº 16/CC/04, 14 de Janeiro.
Egídio V.2011. “Decidi hoje escrever sobre a candidatura de Manuel Araújo”, http://ideiasdemocambique.blogspot.com/ (consultado a 1 de Novembro de 2011).
Hanlon, J. 2008. “Resultados finais das eleições autárquicas de 2008”, Boletim Eleitoral 20, 7 de Dezembro.
Hanlon, J. 2009. “Vitória esmagadora para a Frelimo e Armando Guebuza”, Boletim Eleitoral 43, 10 de Novembro.
Juliasse, Leovigildo. 2011. “Manuel de Araújo - candidato à Presidência do Conselho Municipal de Quelimane”,
Livigston, Nelson. 2011. As lágrimas de crocodilo de Manuel Araújo”, Meu Mundo (My World), http://meumundonelsonleve.blogspot.com/ 2011/09/as-lagrimas-de-crocodilo-de-manuel-de.html (consultado a 10 de Novembro de 2011).
Marcos, J. 2011a. Governo já não vai inaugurar estância turística de Manuel de Araújo”, O País, 25 de Setembro
Marcos, J. 2011b. “A renúncia de Pio Matos em palco”, O País, 10 de Outubro.
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O País .2011. “Frelimo força presidentes de municípios a renunciar aos cargos”, Maputo, 9 de Agosto.
Observatório, http://leoiuris.blogspot.com/2011/09/manuel-de-araujo-candidato-presidencia.html (consultado a 10 de Novembro de 2011).
Papagno, G. 1980. Colonialismo e feudalismo: a questão dos prazos da coroa nos finais do século XIX, Lisboa, A Regra do Jogo.
Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE). 2005. Eleições gerais 2004, Maputo.
Vail, L. & White, L. 1980. Capitalism and colonialismo in Mozambique. A study of Quelimane district, Londres, Heinemann.
Valoi, E. 2001. “Tenciono transformar Quelimane num paraíso dos munícipes”, Zambeze, 22 de Setembro.
Veloso, F. 2011. “Município de Quelimane. ‘Vingança da Frelimo’ contra candidato Manuel Araújo já começou”, Canal de Moçambique, 20 de Setembro.
Zambeze. 2011. “Troca de acusações na Zambézia. Executivo de Itai Meque acusa Manuel de Araújo de mentiroso”, 29 de Setembro.
1 Alguma imprensa afirma que estes edis eram acusados de má gestão e de não respeitarem as ordens do partido.
Ver por exemplo, O País, (2011)
2 Valoi (2011); Veloso (2011); Zambeze (2011); Marcos (2011a, 2011b, 2011c); Álvaro (2011a).
3 Ver por exemplo, “ContraPeso 3.0”, blogue animado por Egídio Vaz
(http://ideiasdemocambique.blogspot.com/2011/09/manuel-de-araujo-o-novo-penteado-na.html; “Observatório”, blogue animado por Leovigildo Juliasse (http://leoiuris.blogspot.com/2011/09/manuel-de-araujo-candidato-presidencia.html);
“Meu Mundo” (My World), blogue de Nelson Livigston ( http://meumundonelsonleve.blogspot.com/ 2011/09/as-lagrimasde-crocodilo-de-manuel-de.html).
4Por diversas razões, a Frelimo nunca conseguiu se impor politicamente na Zambézia, quer durante a luta anticolonial, quer no período pós-colonial. Ver Chichava (2008). Cahen (2009).
5Marcos (2011c).
6Álvaro (2011b).
7As de 1998 não serão analisadas em virtude de a oposição as ter boicotado.
8O MDM foi criado em Março de 2008 na cidade da Beira por alguns dissidentes da Renamo liderados por Daviz Simango, a seguir à expulsão deste daquele partido.
9Ver Chichava (2010)
10Os dados eleitorais foram consultados em Conselho Constitucional (2004), STAE (2004) e Hanlon (2008, 2009).
11Em 2003, embora a taxa média de participação média tenha sido de 24% no conjunto das 33 autarquias, alguns municípios como Moatize e Mocímboa da Praia com 39% e 44% tiveram participações acima da média, respectivamente. Nampula e Cuamba com 14% e 15% foram os municípios que registaram menor participação, (Brito 2008). Globalmente com elevada participação em relação a 2003, a taxa média de participação nas 33 autarquias em 2008 foi de 46%, com alguns municípios a baterem altos níveis recordes de abstenção nomeadamente Mocuba com 69%, Cuamba com 67% respectivamente.
12 O IPADE tinha sido criado por Raul Domingos, outrora figura importante da Renamo, a seguir à sua expulsão deste partido em 2000. Em 2004, Domingos criou o Partido para a Democracia e Desenvolvimento (PDD).
13Na altura, a Renamo concorria coligada com mais outros dez partidos.
14Excepto nas eleições de 2009, cuja taxa de participação de 44% foi das mais fracas de sempre. Entretanto, é preciso sublinhar que a Zambézia com apenas 34% de participação foi a província que maior taxa de abstenção a nível nacional.
15Concessão de terras da Coroa portuguesa aos Portugueses no Vale do Zambeze, por três gerações, com a obrigação de herança pela linha feminina. Este sistema vigorou entre o século XVIII e finais do século XIX, quando os prazos foram substituídos pelo capitalismo das companhias. Em consequência do contacto entre povos africanos, europeus e da Índia Portuguesa, o sistema de prazos na Zambézia produziu uma sociedade profundamente mestiça e única em Moçambique. Sobre os prazos na Zambézia, ver, por exemplo, Capela (1995), Papagno (1980); Vail & White (1980).
16Sobre o assunto ver Chichava (2008). Sobre a influência da família de Pio Matos ver Cahen (2009).
17Lourenço Abubacar é natural de Pebane, terra dos Macua-Lomué. Aquando do processo da escolha do candidato da Frelimo a estas eleições, rumores circulavam dizendo que alguns membros deste partido em Quelimane preferiam um Chuabo em detrimento de Lourenço Abubacar, no caso, José Carlos da Cunha. Ver A verdade (2001).
18Ver Marcos (2011a); Araújo (2011).
19Cargo do qual acabou de renunciar com vista a participar destas eleições.
20Principal grupo étnico de Quelimane.
21Indivíduo que ainda não tinha
22Designação populações do Norte do Save pela dos Sul.
23Todos os naturais do sul do Save são assim designados pelos do norte do mesmo rio. Os Machanganes seriam os que mais privilégios têm tido por parte da Frelimo.
SAVANA – 25.11.2011

Saturday 26 November 2011

Editorial






Eleições intercalares: nova oportunidade para mudar





Maputo (Canalmoz) – A Frelimo receava que as responsabilidades da gestão desastrosa nos municípios de Cuamba, Pemba e Quelimane lhe fossem imputadas. Por isso, os edis que ela própria propusera para os cargos nas últimas eleições autárquicas, foram obrigados a cessaram funções muito antes dos seus mandatos terminarem. Foram humilhados como se a responsabilidade do desastre autárquico fosse deles e de mais ninguém. Foram humilhados como se lhes tivessem proporcionado todos os meios para poderem resolver os problemas das autarquias. Acabaram as suas carreiras como homens incapazes.



No quadro do partido a que estão vinculados não lhes foi dada autonomia de acção, nem proporcionados recursos, mas na hora da responsabilização foram queimados para esconder a indiferença de quem nada mais tem vindo a fazer no País do que prometer sem cumprir.



Ao serem obrigados a renunciar, com a queda desses edis em Pemba, Quelimane e Cuamba, por força de lei terá de haver eleições “intercalares” que levarão a que os residentes nessas autarquias, a 07 de Dezembro próximo, voltem a ter a oportunidade de escolher quem possa trazer a essas cidades novas dinâmicas e com elas o tão aguardado progresso que apesar de prometido nunca lhes chegou.



Ao obrigar os edis cessantes a renunciarem, a Frelimo tentou transferir a responsabilidade exclusiva para eles. Quis fazer deles os exclusivos responsáveis pelo descalabro a que chegaram as autarquias das capitais das províncias de Cabo Delgado e Zambézia, bem como a de Cuamba, a segunda cidade do Niassa.



Nessas três autarquias as gentes de Quelimane, Pemba e Cuamba sofrem hoje de um total abandono, que é claramente fruto da indiferença a que o Governo central – sempre da Frelimo – as vem sujeitando desde há 36 anos.



Em muitos outros municípios, tal como em Quelimane, Cuamba e Pemba, a Frelimo sabe que a governação a seu cargo desde a independência nacional não está a resultar em benefícios para os munícipes.



Mesmo em Maputo, onde o Governo central está instalado, é fácil perceber que os governantes estão mais interessados em usar os meios do Estado e os poderes dos cargos para enriquecerem do que propriamente para proporcionarem um futuro melhor às populações.



No único Município do País onde a Frelimo está na oposição e não a governar a autarquia, a autonomia real está a trazer os seus frutos à Beira.



Apercebendo-se do risco que corria se permitisse que aos munícipes de mais autarquias do País fosse dada a mesma possibilidade soberana que terão no dia 07 de Dezembro próximo os que residem em Quelimane, Pemba e Cuamba, a Frelimo acabou por deixar o destino de mais edis para mais tarde, quando os prazos legais permitirem fazê-los cair sem que nesses municípios tenha de haver eleições “intercalares”.



A mesma humilhação a que os três edis que estavam em funções foram sujeitos em Quelimane, Cuamba e Pemba, poderão ainda vir a passar aqueles que julgam terem escapado do jogo sujo com que a Frelimo tentou fazer crer que a responsabilidade do caos não é do Governo central, mas sim de pessoas que aceitaram o seu repto para serem candidatos a edis e acabaram sendo “eleitos”.



Se a humilhação a Pio Matos, em Quelimane, e aos outros seus correligionários em Cuamba e Pemba for esquecida poderá conduzir a que a Frelimo consiga reeleger os seus candidatos nestas “intercalares”. Mas se os munícipes de Pemba, Cuamba e Quelimane estiverem lúcidos, certamente que se aperceberão que é hora de darem uma oportunidade a quem nunca a teve.



Refrescar a direcção executiva das cidades de Quelimane, Pemba e Cuamba, poderá trazer benefícios porque isso irá certamente atrair ajudas internacionais que não têm estado a vir porque os doadores se cansaram de pôr dinheiro sempre nas mãos dos mesmos que em vez de o usarem a fazer com que a vida das populações melhore, apenas têm estado a cuidar deles próprios, a encherem-se de dinheiro e a deixarem o País cair em todos os índices de avaliação como aconteceu recentemente relativamente ao Índice de Desenvolvimento Humano que colocou Moçambique na humilhante condição de quarto País mais pobre do Mundo.



Os dirigentes máximos da Frelimo já provaram que hoje estão mais preocupados com o seu bolso do que com o bem estar dos cidadãos.



Os munícipes de Quelimane, Cuamba e Pemba têm agora até ao dia 04 de Dezembro a oportunidade de ouvir dos candidatos o que eles pretendem fazer se forem eleitos.



A Frelimo vai voltar a prometer maravilhas, mas no fim vai oferecer o mesmo de sempre: riqueza para os “grandes líderes”.



Para quem anda distraído e insiste em votar sempre em quem tem muita conversa mas pouco faz, vão continuar os buracos nas estradas, lixo à porta de casa, falta de água, falta de energia eléctrica, esgotos entupidos e a transbordar, falta de assistência médica, falta de ambulâncias para socorrer doentes, falta de escolas condignas, habitação miserável, falta de medicamentos. Para os pobres o “prémio”, passe a ironia, será sempre o mesmo se não abrirem os olhos.



A escolha está nas mãos dos munícipes. Se quiserem desgraça votem na continuidade. Se quiserem que as suas cidades mudem, votem na mudança. Não há mudança na continuidade. Por isso mudam as moscas mas a “desgraça” é a mesma.



Nós acreditamos nos méritos da Democracia quando através dela quem elege sabe meter os políticos na ordem e jogar com as oportunidades. Acreditamos por isso que mesmo quem é da Frelimo em Cuamba, Pemba e Quelimane, deve saber que só tem a ganhar se vir na alternância de poder uma mais valia para as terras em que vivem.



Não se deixando levar por quem todos os anos promete melhor, mas depois só assegura miséria e caos, até mesmo os da Frelimo poderão experimentar melhores dias se colocarem os interesses da sua própria terra à frente e deixarem de lado o servilismo.



Já se viu qual é o resultado quando o “Pai” se convence que não é preciso cuidar dos “filhos”... Basta olhar para o estado em que estão Cuamba, Pemba e Quelimane… A imagem desses municípios vale por mil palavras. (Canalmoz / Canal de Moçambique)

Ausencia Temporaria

Prezados leitores,

Por estar envolvido a tempo inteiro na minha campanha para as eleicoes intercalares, para a qual concorro para o cargo de Edil (Presidente) do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, anuncio a minha ausencia deste espaco ate ao dia 07.12.2011.

Tomei esta decisao por considerar que este blog e pessoal ou seja pertence ao cidadao Manuel de Araujo, tendo se criado uma pagina do Candidato Manuel de Araujo na internet com dois enderecos: http://www.manueldearaujo.com/ e http://www.manueldearaujo.org/ para alem de um facebook, twitter e outras redes sociais.



Muito obrigado pela visita!

Manuel de Araujo

Quelimane, Rumo aos Bons Sinais

MANIFESTO ELEITORAL DE MANUEL DE ARAUJO - MDM


Munícipes da Cidade de Quelimane!



MANUEL DE ARAUJO, apresenta aos cidadãos munícipes na cidade de Quelimane, capital da província da Zambézia, o seu projecto de governação do Município de Quelimane bem como o modelo para a sua operacionalização.



O Projecto da governação, chamado QUELIMANE RUMO AOS BONS SINAIS sustenta-se nos objectivos fundamentais de Boa Governação e tem os seguintes pilares-chave:

* Alargamento da participação dos cidadãos, sobretudo Jovens, Mulheres e Adultos, no desenvolvimento do nosso Município;

* Construção e Reabilitação de Infra-estruturas (Sociais e Económicas);

* Responsabilização dos eleitos;

* Produção de riqueza e sua distribuição equitativa;

* Melhoria da qualidade dos serviços públicos do Governo Municipal.



Três razões levam-me a assumir esta candidatura. A primeira, é o estado lastimável, de abandono e os índices elevados de desemprego em que se encontra a população da nossa cidade de Quelimane; a segunda, reside na sistemática interferência do Governo central no funcionamento das autarquias, a exemplo da renúncia forçada do edil de Quelimane. Independentemente das razões, o Governo central deveria, pelo menos, ter feito uma consulta aos citadinos de Quelimane, como um dos princípios basilares da democracia e respeito ao povo desta Cidade; a terceira razão, prende-se com o facto de a minha candidatura surgir em resposta a inúmeros pedidos feitos por jovens, mulheres, adultos e outros habitantes de Quelimane. Essa vontade popular comoveu-me e influenciou, significativamente, a minha decisão.



Quelimane precisa de um novo projecto de governação que se assente num objectivo fundamental: Servir os Munícipes e devolver-lhes a Cidade.

Para que tal aconteça é imprescindível que se verifique uma mudança real. Esta mudança só pode acontecer com novos rostos, novas ideias e, por conseguinte, com uma nova mentalidade e uma nova maneira de pensar a Zambézia e a Cidade de Quelimane, em particular.

O futuro de Quelimane depende exclusivamente da nossa capacidade de análise, do nosso rigor, da nossa exigência, da nossa lucidez e do nosso desejo de construirmos uma nova cidade; uma cidade de QUELIMANE LEVADA A SÉRIO. No dia 7 de Dezembro, na hora da escolha do novo Presidente do Município da cidade de Quelimane, os munícipes terão a oportunidade de exprimir a sua vontade. Portanto pensemos seriamente no que queremos para a nossa Cidade.

Vamos todos trabalhar juntos em benefício do nosso Município, através de uma política de incentivo ao desenvolvimento económico onde o empresariado – pequeno, médio e grande – será fortemente incentivado em investir em qualquer parte ou área da nossa cidade. Vamos sempre pensar e trabalhar com vista a reduzir os índices de pobreza e de desemprego a que os nossos pais, mães, irmãos e irmãs estão sujeitos neste momento.

Numa altura em que a classe política governante mostra-se incapaz de uma agenda ao serviço do bem comum, impõe-se uma atitude cívica mais exigente: novas caras, novas maneiras de estar em política, novo e transparente processo de governação da nossa cidade.

O projecto QUELIMANE RUMO AOS BONS SINAIS corporiza esta nova atitude.

O seu voto, nestas eleições intercalares, será decisivo para expressarmos o nosso orgulho como quelimanenses, e assegurarmos o lançamento e concretização deste novo projecto; o Projecto de um QUELIMANE RUMO AOS BONS SINAIS.

Venha!

Contamos contigo para juntos construirmos a nossa cidade!

O Candidato



Manuel de Araújo



A Nossa Visão

Quelimane Rumo aos Bons Sinais:

* Uma Cidade Bela, Próspera, Acolhedora, Solidária e Inclusiva.



A Nossa Missão

* Trabalhar para o desenvolvimento e prosperidade do nosso Município e de todos que nele vivem.



Os Nossos Valores

* Acreditamos na transparência, honestidade, inclusão, no respeito e valorização de cada Munícipe como factor determinante para o desenvolvimento da nossa cidade.

Por quê um “QUELIMANE RUMO AOS BONS SINAIS”?

Um QUELIMANE RUMO AOS BONS SINAIS constitui um dos ideais e uma das aspirações mais nobres de milhares de cidadãos, mulheres e homens, de todas as idades, de todas as regiões do país e de todas as etnias, raças, credos religiosos, ideais políticos, opções ideológicas e actividades profissionais que vivem nesta cidade.

Queremos fazer de Quelimane, uma cidade de todos que nela moram; uma cidade próspera, acolhedora, solidária e inclusiva.

Até os primeiros 10 anos da independência nacional, Quelimane situava-se entre as mais importantes cidades de Moçambique pelo privilégio e vantagem que tinha de ser a capital da província mais rica de Moçambique, a Zambézia.

Quelimane abrigava Sedes e Representações de companhias (como a MADAL, BOROR, ZAMBÉZIA e a SENA SUGAR ESTATES) que, no contexto internacional estavam entre as mais produtoras do mundo e, as mesmas, no seu conjunto, contribuíam com mais de 40% para o PIB de Moçambique. Isto tornou a cidade de Quelimane um destino de referência ao nível nacional pela dinâmica da sua economia e pela qualidade de vida que a mesma oferecia aos seus habitantes.

O conflito armado e o período que se lhe seguiu, pouco contribuíram para que a cidade de Quelimane elevasse ou, pelo menos, mantivesse o seu estatuto social, económico, histórico e cultural. A consequência imediata deste processo, foi a degradação das condições materiais, psicológicas e espirituais de existência dos seus munícipes; a maior emigração para outras cidades do país e para o estrangeiro em decorrência da falta de melhores oportunidades de trabalho, emprego, bem como o acesso, ao nível da província ou da cidade, ao ensino superior; perda de referências culturais e históricas.

A pobreza persistente aumentou o grau de vulnerabilidade dos munícipes. As precárias condições de Saúde, de Educação, de Habitação, dos Transportes, do Sanemaneto do meio transformaram a província da Zambézia incluindo a cidade de Quelimane numa da menos atractivas e aprazíveis, de Moçambique, para se viver.

As condições sociais, políticas e económicas da província reflectem-se ao nível da sua capital que aliás, esta a representa. Assim, os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) de Moçambique, do qual a Zambézia possui o mais baixo, fazem-se sentir na cidade de Quelimane a olharmos para as condições de educação e saúde (a morte por doenças diarreicas, por HIV/SIDA (12%) e malária) onde, em relação a malária a província é campeã, ao nível de todo o País.

A falta de melhores perspectivas de vida, fez com que milhares de famílias (Jovens, Adultos, Homens e Mulheres) estivessem numa situação de desespero. Isto levou a uma acelerada degradação da sua estrutura económica e social. As consequências reflectem-se em relação aos índices do alcoolismo, da prostituição e do HIV/SIDA que a cidade de Quelimane apresenta. A criminalidade tornou-se parte do quotidiano dos munícipes pondo em causa a tranquilidade, segurança e a ordem públicas da cidade.

Este conjunto de factores impede o desenvolvimento do turismo e desestimula a entrada de investimentos ao mesmo tempo que compromete qualquer tentativa de um desenvolvimento sustentável da cidade.

As condições das estradas e o seu nível de degradação parecem constituir um problema crónico ou de difícil solução. As principais vias de acesso aos bairros, que se situam a volta do centro da cidade, diminuem as condições de transitabilidade de pessoas e bens. A fraca iluminação das respectivas vias tornam-nas propensas ou vulneráveis a criminalidade e a outras práticas pouco abonatórias a boa imagem e segurança da cidade.

Quelimane foi, em tempos, a cidade capital do Coco, do carnaval, dos artistas cantores e compositores, dos dançarinos; a cidade de múltiplas manifestações artísticas e culturais. Contudo, nos últimos trinta anos Quelimane foi abandonada à sua sorte pese embora acreditarmos que existe um grande potencial que precisa ser estimulado. Com efeito, mesmo com grandes dificuldades que nos impuseram, com a limitação e exclusão do acesso aos recursos que nos sujeitaram (mesmo sendo nós parte da província mais rica do País), com a riqueza que não quiseram que nos beneficiássemos dela, nós munícipes de Quelimane temos grande orgulho porque conseguimos sobreviver. Sobrevivemos porque somos filhos desta terra. Sobrevivemos porque somos donos de nós próprios. Sobrevivemos porque somos os donos deste Município. Sobrevivemos às intempéries que o Governo do Sul nos quis impor porque somos mesmo de Quelimane. Continuaremos sendo de Quelimane. Nós Quelimanenses nós Zambezianos, desta vez queremos Governar o Nosso Município.

Em vários países do mundo o crescimento da população a viver nas cidades tornou-se uma realidade que desafia os governos centrais e locais do ponto de vista de criação de infra-estruturais sociais como habitação, saneamento do meio, saúde, educação, transportes e outros equipamentos necessários de modo a garantir uma melhor qualidade de vida para os seus habitantes.



O que significa, hoje, trabalharmos por Quelimane dos Bons Sinais

Volvidos cerca de 34 anos de independência e 15 anos de implementação do processo de gestão descentralizada de algumas cidades, vilas e povoações, hoje, trabalhar por Quelimane significa trabalhar por uma cidade capaz de devolver a dignidade aos seus Munícipes, a todos os níveis: político, social, económico e cultural.

Trabalharmos pela nossa cidade significa desenvolvermos esforços para que os munícipes possam:

* Realizar suas aspirações pessoais, profissionais, familiares, comunitárias e da solidariedade humana e nacional;

* Gozar de igual oportunidade no acesso aos recursos económicos da cidade e de desenvolver as suas actividades profissionais livre de coerção, de barreiras ou outros obstáculos;

* Participar no desenvolvimento da cidade, livre dos constrangimentos resultantes do favoritismo, nepotismo e discriminação política e económica.



* Viver num ambiente seguro e gozar de protecção dos seus bens.



* Beneficiar de apoios para desenvolver a pequena e média empresa, o auto emprego, a competição económica e participar da criação de mais emprego.

* Usufruir de melhores empregos, por meio da expansão do investimento público e do estímulo ao investimento privado nos sectores com maior potencial de criação de novos postos de trabalho;

* Valorizar as diferentes manifestações culturais da cidade de modo a devolver a auto-estima dos munícipes;

* Divulgar, ao nível provincial, nacional, regional e internacional as potencialidades económicas, culturais e turísticas, de modo a atrair investimentos e tornar Quelimane, uma cidade de referência ao nível nacional e internacional, como já foi no passado;



Estes são os alicerces do tão sonhado Quelimane dos Bons Sinais!



Governação Municipal



- Tornar a Cidade de Quelimane mais Inclusiva e Participativa; uma cidade de Todos:



* Ampliando os mecanismos de participação dos Munícipes através de consultas regulares para os principais assuntos de governação municipal;

* Estabelecendo uma política pública de educação para a cidadania, através do Projecto Bolsa Escola em parceria com o sector privado, confissões religiosas e outros actores relevantes da sociedade civil;

* Ampliando os espaços públicos, formais e institucionais, para o controle das políticas e de recursos públicos, garantindo-lhes mecanismos para a efectiva partilha do poder de decisão entre o governo municipal e os munícipes;

* Incluindo os munícipes no processo de planificação social e económica do município e na discussão orçamental;

* Permitindo o acesso dos munícipes às informações orçamentárias do Governo Municipal.



Infra-estrutura e Saneamento do meio

* Alargar e abrir novas estradas;

* Melhorar o saneamento do meio com iluminação e reabilitação das estradas incluindo sistemas de drenagem para o escoamento de águas fluviais;

* Garantir nas mesmas uma iluminação e transitabilidade segura e de qualidade;

* Reabilitar os jardins e parques;

* Fazer respeitar a postura camarária;

* Levar água potável e canalizada a cada residência legalmente construída;

* Reabilitar a nossa marginal;

* Alargar as actividades de planeamento urbano e alargar o crescimento da cidade com infra-estruturas (sociais e económicas) adequadas;

* Conceder o apoio à reconstrução/reabilitação dos edifícios emblemáticos da cidade, começando pelos que se encontram manifestamente degradados e ponham em causa a imagem da cidade;



Recolha do Lixo e dos Resíduos Sólidos



* Aumentar o número de veículos apropriados para a recolha do lixo;

* Estabelecer parcerias com países com larga experiência na recolha e tratamento do lixo;

* Melhorar os aterros sanitários de modo a evitar-se a contaminação dos solos devido ao nível freático da cidade de Quelimane;



Produção de Alimentos e Abastecimento à Cidade



* Criar um programa que visa (re) organizar a cadeia produtiva para o abastecimento regular de produtos alimentares agrícolas, pecuários e manufacturados ao Município estimulando parcerias entre diferentes sectores afins ao nível provincial e regional;

* Apostar na construção e manutenção de embarcações de pequeno porte para ampliar e diversificar a actividade pesqueira de modo a que o pescado seja de fácil acesso à todos;

* Encorajar as parcerias entre o sector privado local, nacional e estrangeiro para o desenvolvimento sustentável e rentável da actividade comercial e na prestação de serviços relevantes para o Munícipes.



Transportes



* Melhorar a segurança nos transportes de pessoas e bens;

* Encorajar parcerias entre o sector privado e público (com o envolvimento dos governo Municipal) para melhor gerir os transportes de passageiros ao nível da região municipal.

* Promover um programa para a substituição gradual de actuais bicicletas com aquelas que garantam o maior conforto e segurança;

* Criar uma empresa municipal de transportes públicos em parceria com o sector privado;





Saúde



A malária, doenças diarreicas e o HIV/SIDA constituem um grande desafio para uma saúde de qualidade para a grande maioria dos munícipes.

A nossa estratégia prender-se-á, em primeiro lugar, com acções de saúde preventiva. Neste âmbito, teremos campanhas de:



* Educação higiénico-sanitária para reduzir e impedir o alastramento da malária e da cólera;

* Educação nutricional para mães em estado pré-natal e em estado de amamentação;

* Fortalecer e ampliar as acções preventivas das doenças sexualmente transmissíveis e do HIV, ampliando o acesso aos preservativos e às acções educativas,

* Contribuir para uma maior SEGURANÇA ALIMENTAR PARA TODOS como o mais importante mecanismo de prevenção da doença, sobretudo para as crianças e pessoas mais carenciadas;

* Redefinir as estratégias de campanhas de prevenção do HIV/SIDA;

* Desenvolver parcerias com os sectores da Saúde e da Educação para reforçar as campanhas de sensibilização e prevenção de doenças endémicas prevalecentes na cidade de Quelimane;

* Melhorar o ambiente do meio através de actividades de drenagem das aguas de chuva e dos sistemas de esgotos;

* Garantir a existência de ambulâncias em cada hospital e posto de Saúde bem como nos bairros de grande concentração populacional com alocação de para-médicos;

* Criação de serviços municipalizados de bombeiros e de salvação pública com a comparticipação dos próprios munícipes com vista a prestação dos primeiros socorros, emergências médicas e encaminhamento para hospitais ou postos de saúde mais próximos;





Educação de Qualidade para Todos

Moçambique está a entrar num novo ciclo de desenvolvimento e deve ser capaz, nos próximos anos, de produzir e de se apropriar dos avanços científicos e tecnológicos, bem como da produção cultural em todos os campos como uma das condições da ampliação e do exercício de uma cidadania activa e inclusiva. Por outro lado, os sectores de Saúde e de Educação passarão, em parte, para a gestão dos governos municipais.

O compromisso é o de melhorar a qualidade de ensino. Por isso, a Educação de qualidade e ao alcance de todos deve ser concebida como instrumento de produção, organização e difusão de conhecimento e cultura.

Acreditamos na importância multiplicadora do ensino técnico e profissional. Para o efeito, será atribuída prioridade no investimento para a expansão deste tipo de ensino. Neste sector pretendemos:

* Reafirmar o compromisso com uma política integrada de educação, reconhecendo-a como direito inalienável e inadiável. Isso exigirá expressivos investimentos na ampliação e acesso ao sistema escolar, bem como a democratização da gestão das unidades educacionais no nosso município;

* Dar ênfase à superação do analfabetismo, à inclusão digital, ao acesso mais amplo à educação profissional, técnica e tecnológica de qualidade reconhecida;

* Criar projectos de incentivo cultural ao professor, facilitando o seu acesso a eventos culturais, ao material didáctico como livros e computadores;

* Desenvolver a autonomia financeira, pedagógica e administrativa das escolas;



Meio Ambiente

Duas campanhas serão realizadas para o plantio de árvores, flores e construção de jardins de modo a tornar a cidade um jardim e aprasivel para se morar. Neste âmbito dos projectos serão desenhados e implementados:

* “QUELIMANE, CIDADE VERDE” tornando efectiva a política de plantio de árvores, reabilitando e construindo novos jardins; e

* “UMA CASA UMA ÁRVORE” de fruta, UMA ÁRVORE de sombra e UM JARDIM; Por outro lado,

* Criar-se-ão viveiros para o fomento da floricultura nos principais bairros municipais de modo a Sensibilizar os munícipes para a necessidade da cultura do verde;



Planeamento Urbano e o Sector Produtivo



Qualquer cidade moderna cresce e se desenvolve com um projecto de planeamento urbano. O nosso projecto irá privilegiar o crescimento da cidade respeitando a postura urbana e camarária, garantindo que nas novas zonas de expansão haja espaços de lazer e de desenvolvimento social e comercial;



Definir com os munícipes:

* Zonas de expansão industrial;

* Identificar áreas para o fomento da agricultura urbana para abastecer os munícipes com hortícolas e frutas;

* Reorganizar o sector pesqueiro para garantir pescado de qualidade para os munícipes;





Turismo

O turismo constitui, nos dias actuais, um dos mais importantes sectores de desenvolvimento de muitos países e cidades. Trata-se de um sector extremamente sensível e delicado. Infra-estruturas de qualidade, acompanhadas de recursos humanos qualificados para o sector podem gerar um ambiente propício para um rápido desenvolvimento da nossa urbe.

Por outro lado, o incremento do turismo e de outros serviços poderá ter um efeito induzido significativo em certos sectores produtivos, nomeadamente, a construção civil, bens alimentares e bebidas.

Contudo, será necessário:

* Potenciar a indústria hoteleira existente no Município, a todos os níveis;

* Criar infra-estruturas de qualidade com pessoal qualificado ou treinado para trabalhar no sector;

* Melhorar a imagem (degradada) da cidade de Quelimane;

* Promover, de forma positiva, a Zambézia, dentro e fora de Moçambique, com as suas potencialidades (naturais, económicas e culturais) mostrando a cidade de Quelimane como a principal porta de entrada da província;

* Criar um programa de promoção de turismo de modo a atrair investidores nacionais e estrangeiros em parcerias com os sectores público e privado;

* Continuar a promover, ao nível nacional e internacional, a galinha zambeziana ou seja, a gastronomia zambeziana.

* Criar o Festival Multicultural de Quelimane com objectivo principal de promover e divulgar as diversas manifestações nas artes plásticas e visuais, estimular a criatividade e oferecer ao público, visitantes e servidores, elementos para conhecer a Cidade de Quelimane, contribuindo, deste modo, para a formação da cultura do cidadão;

* Estabelecer parcerias para eventos culturais de verão, visando estimular o gosto do munícipe de Quelimane pelas artes cénicas, além de democratizar o acesso à cultura com a realização de actividades acessíveis a vários segmentos da sociedade de maneira livre, pública e gratuita,

* Valorizar a gastronomia, promovendo uma feira anual Conheça Quelimane pelo Paladar com objectivo de demonstrar a potencialidade da gastronomia Zambeziana, no geral, e de Quelimane em particular, como produto e atractivo importante do sector de turismo



Arte e Cultura



* Reabilitar/reabrir a casa da cultura e tornar a casa da cultura no principal ponto de referência da cidade nesta área;

* Realizar anualmente A Semana da Arte e da Cultura;

* Em parceria com os governos provincial e do distrito de Nicoadala realizar o Festival da Canção da Zambázia na praia de Zalala;

* Desenvolver parcerias para a montagem de um estúdio de gravação e promover a formação de bandas musicais;

* Incentivar programas de descobertas de talentos ao nível da poesia, musica dança e artes plásticas, cénicas incluindo trabalhos de artesanatos e escultura (com o ressurgimento do programa Sabadarâ);

* Potencializar o CARNAVAL DE QUELIMANE de modo a tornar-se numa festa de referência da cidade ao nível nacional e internacional e constituir, ao mesmo tempo, um pólo de atracção turístico;

* Criar uma OFICINA DA ARTE com valor comercial de modo a incentivar e valorizar o artista;

* Criar um programa de registo de memória da cidade;

* Elaborar o calendário anual de manifestações e eventos culturais;

* Revitalizar a Biblioteca Municipal e criar bibliotecas ambulantes.

* Revitalizar a Biblioteca Municipal numa estratégia de promoção da história, património e identidade da cidade;

* Criação de uma rede de bibliotecas nos bairros municipais, de pequena dimensão mas que cubram as necessidades dos munícipes nos bairros, funcionando com base nos serviços de tratamento técnico centralizado





Juventude e Emprego

- A Juventude é a Nossa Cara Para Um Novo Quelimane

Actualmente o emprego constitui, cada vez mais, um grande problema social determinando, de algum modo, as possibilidades e limitações dos indivíduos se sentirem integrados na sua sociedade de pertença.

Quando não se tem emprego também pode-se considerar que o indivíduo não está incluído e há uma factura social que o mesmo paga dentro da sua família ou na sua comunidade. Assim como Moçambique, de uma forma geral, Quelimane é, também, um Município essencialmente constituído por jovens.

Em Moçambique e, em particular, na Província da Zambézia e na Cidade de Quelimane, a maior parte da população, em idade economicamente activa (PEA), não possui um emprego formal.

Em articulação com os sectores formal, informal e as políticas governamentais criar o Programa EMPREGO PARA O MUNÍCIPE, que irá absorver sobretudo, Jovens, Mulheres e Adultos.

Ainda nesta área, pretende-se:

* Definir critérios, do que se deve considerar de actividade económica informal e, em função disso, proceder a sua formalização de modo que funcionem dentro dos padrões legais de emprego formal;

* Estimular a abertura de pequenas e médias empresas para jovens e cidadãos em situação de desemprego prolongado, através do estabelecimento de parcerias com a banca;

* Ao nível do relacionamento inter-sectorial, definir um programa entre as universidades e os sectores privados para o aproveitamento de novos candidatos de jovens e cérebros em formação e recém-formados para as médias e grandes empresas existentes no nosso Município;

* Criar um programa, CIDADÃO EMPREENDEDOR, de reconhecimento, estímulo e incentivo para entidades individuais e colectivas relevantes que contribuam para a criação de mais postos de trabalho ao nível do Município de Quelimane.

* Ampliar as oportunidades de inserção de jovens, mulheres e incluindo trabalhadores com mais de 40 anos no mercado de trabalho;

* Realizar anualmente a Feira do emprego e capacitação profissional, com objectivo de proporcionar a população activa e as empresas e instituições empregadoras, o ambiente ideal para a troca de contactos, experiências e vivencias e, essencialmente, criar uma plataforma equilibrada de oferta de emprego e soluções alternativas ao desemprego;



Habitação e Desenvolvimento Urbano

Volvidos mais de trinta anos desde a independência de Moçambique, a cidade de Quelimane nunca foi beneficiária de uma acção visando garantir habitação condigna para os moçambicanos que nela vivem. Mesmo assim, não se vislumbra para a esmagadora maioria dos cidadãos que vivem do seu salário, perspectivas de ter uma casa própria. Nesta área o nosso governo irá:

* Oferecer lotes de urbanizados para que jovens, adultos e cidadãos recém-casados construam suas próprias casas;

* Transferir as famílias que vivem em áreas de risco para casas populares em lotes urbanizados, respeitando as crenças e tradições locais;

* Levar infra-estrutura urbana e Saneamento básico às comunidades carentes;

* Encorajar o surgimento de indústrias de produção de material de construção no Município de Quelimane de modo a reduzir os custos de compra e venda de material destinado a construção da casa própria permitindo, assim, que mais cidadãos tenham uma casa condigna para morar;

* Elaborar um Plano Estratégico de Urbanização e de Habitação do Município de Quelimane.





Sector Privado: A nossa aposta para a criação da riqueza e desenvolvimento da nossa Cidade



Consciente da importância estratégica que o sector privado representa na criação da riqueza nacional e no desenvolvimento da economia local, o nosso programa irá:

1. Fortalecer o empresariado local jovem, recém-formado ou com vocação para tal com vista ao aumento de postos de trabalho e condições de emprego de forma inclusiva e ao aumento de rendimento familiar;

2. Potenciar o empresariado local de modo a que este se desenvolva de forma sustentável;

3. Criar benefícios e incentivos fiscais para a produção nacional e potenciar a indústria nacional emergente;

1. Promover o surgimento de operadores económicos que facilitem o escoamento da produção agro-pecuária para os mercados de consumo;

1. Criar incentivos que favoreçam o crescimento sustentável do empresariado local que os permita competir em igualdade na Região;

1. Reactivar, priorizar e modernizar a actividade a agro-indústria de pequena escala, de modo a aumentar os postos de trabalhos, dinamizar o comércio ao nível do município e a qualidade de vida das famílias;

1. Incentivar o exercício de pequenas e médias empresas com vista a aumentar o emprego para população jovem e adulta e promover o crescimento económico;

1. Promover o livre empreendimento, a competição económica e a criação de mais empregos para a população jovem e adulta;

1. Garantir que as empresas privadas possam desenvolver as suas actividades livres da influência e dos abusos do poder e que tenham a sua voz ouvida no que afecta o seu sector;

1. Assegurar que o sector privado tenha direito a um ambiente de negócios aberto, justo e estável.



Bem-Estar, Solidariedade e Inclusão

Os munícipes de Quelimane têm direito a uma vida melhor. Todos os munícipes devem ter direito à oportunidades de acesso a formas de protecção pessoal, familiar e social efectivas.

A nossa governação irá contribuir para o fim da indiferença e pelo fim da indigência, da fome e da pobreza na nossa urbe, aproveitando e valorizando os recursos e as oportunidades existentes no nosso Município.

Criança e Adolescente

* Manter as prioridades de combate ao trabalho infantil, abuso e exploração sexual infanto-juvenil, garantindo a atenção integral das políticas sectoriais;

* Promover a criação do Instituto da Criança para o atendimento integral da criança e do adolescente.





Política para a Pessoa Idosa

Os idosos, na sua maioria, constituem população com baixo poder aquisitivo, excluídos e desamparados social e economicamente, em resultado das rupturas estruturais, familiares e morais da sociedade moçambicana. Ciente desta situação, o nosso governo irá:

* Desenvolver política de humanização do atendimento ao idoso, principalmente em instituições públicas da cidade;

* Garantir o atendimento integral do idoso, valendo-se, dentre outros serviços, do Programa de Saúde da Família e do transporte;

Estimular a criação de Centros de convivência que agrupem os idosos em torno de actividades de lazer, cultura e desporto.



Pessoas com Deficiência

As pessoas portadoras de deficiência, na sua maioria, constituem uma população com baixo poder aquisitivo, excluídos e desamparados sociais e economicamente. Ciente desta situação, o nosso governo municipal irá:

* Elaborar um Programa de Educação Inclusiva;

* Combater a estigmatização e a discriminação contra as pessoas com deficiência em locais públicos e privados, incluindo no interior das famílias;

* Promover o reordenamento dos serviços previstos no Sistema Único de Assistência Social, garantindo o acesso das pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade;

* Garantir o direito da pessoa portadora de deficiência à saúde, à educação, ao desporto, ao lazer e a profissionalização;

* Criar mecanismos que o trânsito, em geral, possibilite um acesso facilitado as pessoas portadoras de deficiência.



Para Todos: Desporto e Lazer

Um dos fundamentos da cidadania é o direito ao Desporto e ao lazer. Estas actividades merecerão destaque no nosso governo de modo a contribuir para melhorar a qualidade de vida dos munícipes e elevar a imagem e o bom nome da nossa cidade.

Neste âmbito iremos:

* Implantar parques desportivos nos bairros de maior concentração populacional e investir, em parceria com empresas privadas, na formação de atletas e cidadãos;

* Introduzir o Sistema Municipal de Desporto e Lazer;

* Implementar o Programa Lazer e Desporto com o objectivo de ocupar o tempo livre dos jovens e alargar os espaços de encontro e intercâmbio;

* Articular programas de Desporto e lazer com iniciativas de promoção da saúde, promovendo parcerias com a Direcção Provincial da Saúde da Zambézia;

* Promover e apoiar à realização de grandes eventos Desportivos Nacionais, com destaque para os Jogos Escolares, Olimpíadas Universitárias, etc.



Liberdade, Segurança e Ordem Pública: Proteger Pessoas e Bens



Os Moçambicanos residentes no Município de Quelimane, têm o direito de viver e desenvolver as suas actividades num ambiente calmo, seguro e livre das ameaças constantes dos criminosos.

Uma das consequências da pobreza prolongada e do desemprego crónico são os chamados comportamentos desviantes e/ou marginais como a criminalidade, a prostituição, a delinquência, o alcoolismo, insegurança, etc. A cidade de Quelimane, tem sido nos últimos 10 anos, vítima das mais diversas manifestações dos criminosos. As atitudes criminosas que se registam na cidade de Quelimane são de vária ordem, designadamente: crimes violentos contra pessoas, crimes contra os bens dos munícipes e crime organizado. Assim, pretende-se:

• Reorganizar a Polícia Camarária de modo a trabalhar em estreita ligação com a Polícia da República de Moçambique;

• Melhorar o sistema de arruamento e o sistema de iluminação pública, sobretudo, dos bairros periféricos;

• Promover a criação de oportunidades de emprego para os jovens de modo a evitar que estes ingressem para o mundo do crime;

* Formular estratégias firmes de combate ao desemprego, promoção de auto-emprego e criação de incentivos aos jovens empreendedores de modo a evitar o ingresso de mais pessoas no mundo do crime;

* Introduzir o processo de auscultação pública visando aferir sobre a melhor abordagem no tratamento dos delinquentes menores de idade;

* Criar centros que administrem programas de recuperação e reintegração dos delinquentes menores de idade na sociedade.



Moçambicanos, Zambezianos e Munícipes da Cidade de Quelimane, este é o nosso manifesto eleitoral; o nosso contributo para a elevação da qualidade de vida de todos que residem nesta bela terra do Coco e da Mukapatha ; a cidade de Quelimane; QUELIMANE RUMO AOS BONS SINAIS.

QUELIMANE, NOVEMBRO DE 2011

Friday 18 November 2011

AS ENCOMENDAS DO REGIME!

ACABAMOS DE RECEBER 'NOTICIAS' VINDAS DO PROPRIO SISTEMA SEGUNDO AS QUAIS UMA 'REPUTADA' INSTITUICAO 'ACADEMICA' SE PREPARA PARA DIVULGAR ENCOMENDA EM TERMOS DE SONDAGEM PARA LAVAR ALGUNS CEREBROS 'TEIMOSOS' E LEGITIMAR ALGUMAS 'FALCATRUAS ELEITORALISTAS'! QUE ALTEZA ACADEMICA! NOS OUTROS ESTAMOS A TRABALHAR NO TERRENO E NAO SERAO ENGENHOCAS ABRASILEIRADAS QUE NOS IRAO DISTRAIR! TRABALHEM 'CAMARADAS' POIS A VICTORIA ORGANIZA-SE, A VICTORIA PREPARA-SE! SE ESQUECERAM?

O Acidente de Mbuzini



O ACIDENTE DE MBUZINI (A morte de Samora Machel)
por Luís Brito Dias *1
 
 *2 Sérgio Vieira Ordenou aos Pilotos da LAM que se "Mantivessem Calados"
Li com muita atenção as declarações do Sr. Sérgio Vieira a respeito do desastre de Mbuzini (jornal O País, 15 de Agosto de 2008), assunto que me interessa sobremaneira, pois trabalhei em Moçambique como piloto da DETA /LAM durante 17 anos. Presentemente trabalho no Extremo Oriente como comandante de uma transportadora aérea, pilotando aviões do tipo Boeing 747-400. É evidente que o Sr. Sérgio Vieira mente descaradamente pois ele era na altura do acidente o Ministro da Segurança, portanto com responsabilidade no que veio a acontecer. Samora teve uma morte inglória e claro que ele também foi o responsável pelo que aconteceu pois entregou a sua própria vida nas mãos de pilotos que revelaram desleixo, negligência e incúria. Todos os pilotos que voavam na LAM na altura sabem perfeitamente que o acidente de Mbuzini deveu-se a negligência e incúria por parte da tripulação técnica. Aliás, após o acidente, o Sr. Sérgio Vieira fez chegar aos pilotos da LAM a mensagem, tipo ameaça bem clara, para se manterem calados e não abrirem a boca. Foi por essa razão que nenhum Comandante foi nomeado para fazer parte da comissão de inquérito. O único que foi nomeado foi um co-piloto da LAM, que tinha sido da Força Aérea e era membro do Partido Frelimo, e por isso facilmente controlável. Este co-piloto começou a ver a nojeira que era a Comissão de Inquérito e arranjou maneira de se baldar rapidamente pois em consciência não podia participar na deturpação da verdade. Os pilotos soviéticos além de terem pouca experiência, voavam muito pouco e as licenças de voo que foram apresentadas no inquérito são falsas. Foram emitidas posteriormente.
Na altura eu era co-piloto do DC-10 da LAM, e num voo de Lisboa para Maputo, juntamente com o Comandante, demonstrámos a Mariano Matsinhe e a outro ministro da Frelimo que seguiam a bordo, o que realmente tinha acontecido. Eles foram nossos convidados no cockpit. Até fizemos a viragem ou mudança de rumo inicial, bem como a manipulação errada dos selectores de instrumentos de navegação para lhes mostrar o que se passara na noite no desastre de Mbuzini. Para além de não trazerem combustível de reserva o que aconteceu foi que dos 5 tripulantes no cockpit, 3 estavam entretidos a dividir e a tomar os restos das bebidas alcoólicas que iriam sobejar até 6 minutos antes do impacto final. Só o co-piloto e o navegador é que estavam a tomar "conta" do voo. Tudo isto está registado na transcrição do CVR (Cockpit Voice Recorder).
O Comandante só se apercebeu que estavam perdidos 3 minutos antes do impacto final. A desorientação era tal que nem ligaram nenhuma ao aviso sonoro (GPWS) que o avião ia bater no chão sem estar na configuração de aterragem. Quebraram muitas regras básicas de "ouro" da aviação, mas a mais importante foi terem chegado à "Altitude de Segurança", publicada para Maputo, que é de 3 000 pés, e continuarem a descer sem terem contacto visual com o solo ou, em alternativa, indicação electrónica correcta dos equipamentos de navegação de Maputo. Neste caso, o ILS ou o VOR de Maputo.
 
Tupolev 134 - o avião presidencial destruído no acidente
 
O que sucedeu foi que eles em vez de seleccionarem o ILS de Maputo (110.3) enganaram-se e seleccionaram o VOR de Matsapa (112.3) e desviaram-se de rota para a Radial 045 de Matsapa em vez de estarem na Radial 045 do VOR de Maputo. O navegador do Tupolev enganou-se, pois no sistema russo quem selecciona as rádio-ajudas são os navegadores e não os pilotos. Ele já vinha com o VOR de Maputo seleccionado (112.7), mas ao mudar de frequência para o ILS de Maputo (110.3) que é uma rádio-ajuda de aproximação à pista e não de navegação em rota, cometeu o erro fatal. Os selectores dos dígitos decimais são independentes dos dígitos das centenas. Ou seja, primeiro teria que mudar de 112 para 110 e depois de 0.7 para 0.3 com um selector independente. O que aconteceu foi que ele deixou ficar o 112 e só alterou de 0.7 para 0.3 o que veio a coincidir com a frequência do VOR de Matsapa. Foi esta manipulação errada de sistemas que levou a tripulação a fazer uma viragem de rota. Como estavam "distraídos" no cockpit não houve ninguém que verificasse as manipulações dos selectores de frequência. Uma das regras básicas é que sempre que se muda qualquer coisa no cockpit essa acção tem que ser verificada e aceite pelo outro piloto.
Nada disso foi feito. Estas foram as causas imediatas do acidente, mas houve outros factores que também contribuíram, tais como a fadiga da tripulação, a falta de combustível, a inactividade prolongada da tripulação, a falta de verificações de simulador de voo, etc. Um acidente de aviação nunca acontece por si só. É sempre um acumular de eventos que vão culminar num fim trágico. Não querendo ser arrogante, mas a minha experiência de 31 anos de aviação bem como a participação em inquéritos de acidentes aeronáuticos deixam-me perfeitamente à vontade para falar destas situações.
Depois de tantos anos de poder do ANC na África do Sul, e apesar de muita investigação por parte das novas autoridades sul-africanas, quer a nível da Comissão da Verdade e da Reconciliação, quer a nível da polícia mandatada pelo Presidente Thabo Mbeki há mais de dois anos, não foi encontrado qualquer vestígio de tentativa de interferência no voo por parte das autoridades sul-africanas do anterior regime. As teorias conspiracionistas voltaram-se então para supostos mentores internos, o que é muito duvidoso e sem cabimento. Os factos falam por si...
 
Notícia original em: ZAMBEZE - Maputo, 28 de AGOSTO de 2008 pág. 2
 
 
Em declarações posteriores à publicação do seu artigo, o Comandante Luís Brito Dias referiu que "a primeira indicação para nos mantermos calados foi dada verbalmente pelo então director das LAM, que nos avisou claramente de onde vinham as instruções." Luís Dias acrescenta que "a outra vez foi numa discussão privada com uma pessoa muito chegada a Sérgio Vieira que até nos disse, num tom ainda mais ameaçador, que se nós (pilotos da LAM ) continuássemos a falar, acabaríamos presos." O Comandante Dias refere que "nessa conversa até estavam presentes outros dois pilotos da LAM que ficaram estupefactos com o tom da ameaça."
Houve ainda uma outra ameaça nesse sentido, vinda de um dos membros da Comissão de Inquérito moçambicana", acrescentou a fonte.
Avisos idênticos foram transmitidos a todo o pessoal do Aeroporto de Maputo e da Aeronáutica Civil. Os primeiros indícios da mão pesada da segurança moçambicana, após o acidente de Mbuzini, reflectiram-se na Torre de Controlo do Aeroporto, em que o controlador de tráfego aéreo de serviço na noite do acidente viria a ser detido. Igualmente presos pelo Snasp foram funcionários ligados à área da meteorologia por terem contactado o Aeroporto Internacional de Joanesburgo para uma actualização do estado do tempo. O pedido a Joanesburgo foi feito depois do Comandante Sá Marques, do voo TM103 da LAM, vindo da Beira, ter informado a Torre de Controlo de Maputo de que não poderia continuar por mais tempo em espera e que uma alternativa seria desviar o seu voo para a capita sul-africana uma vez que não era possível aterrar em Maputo. O voo TM103 acabou por ser desviado para a Beira no meio de grande pandemónio no interior da Torre de Controlo do Aeroporto de Maputo em que agentes do Ministério da Segurança ficaram alarmados por se ter dado a conhecer à África do Sul que algo de anormal se estava a passar.
 
 
*1 Luís Brito Dias é ex-piloto da DETA/LAM. Presentemente é comandante de aeronaves B-747 400 ao serviço duma transportadora do Extremo Oriente
 
*2 Sérgio Vieira é irmão do conhecido José Luis Castelo Branco
Local de nascimento -Tete (centro de Moçambique)
Estado civil - casado Filhos - quatro
Formação académica - licenciado em Ciências Políticas na Universidade de Argel (Argélia), em 1967; estudou Direito na Fa­culdade de Direito de Lisboa entre 1959 e 61; estudou Direito na Universidade de Paris entre 1961 e 63; fez estudos políticos no Colege d'Europe (Bélgica) em 1962.
Actividades políticas e profissionais - antigo comba­tente na luta de libertação de Moçambique; director do gabine­te do Presidente Samora Machel (1975/77); governador do Banco de Moçambique (1978/81); ministro da Agricultura (1982/83); governador do Niassa (1983/84); vice-ministro da Defesa (1983/84); ministro da Segurança (1984/87); professor na Universidade Eduardo Mondlane (desde 1987); director do Gabinete de Estudos Africanos (1987/92); escritor; consultor em Ciências Sociais; investigador científico do Centro de Es­tudos Africanos da UEM; membro da Organização Nacional de Professores; Organização da Juventude Moçambicana; Associação de Escritores Moçambicanos; director do Projecto do Vale de Zambeze (desde 2001); membro do Comité Central da Frelimo; deputado nas legislaturas 94/99 pelo círculo eleitoral do Tete pela bancada da Frelimo; deputado; membro da comissão permanente da Assembleia da República; coronel na reserva.

“As eleições de Quelimane são de sonho”  Considera o sheik Abdul Carimo, do Conselho Islâmico de Moçambique


Quelimane (DZ)- Está dito que a cidade de Quelimane, virou agora a capital política de Moçambique. Isto por causa das eleições intercalares marcadas para 7 de Dezembro próximo.
E cada dia que passa há revelações que deixam os munícipes de Quelimane atentos ao que querem no
futuro. O exemplo disso, veio do Sheik Abdul Carimo, do Conselho Islâmico de Moçambique, que nesta
quinta-feira, falando no programa “A voz do povo” da Rádio Paz, emissora católica da Diocese de Quelimane, não escondeu as suas opiniões. Aquele religioso disse que “as eleições de Quelimane são um sonho, dai que os que estão aqui, devem fazer com que os seus sonhos sejam concretizados”- disse o Sheik Abdul Carimo.
Neste mesmo espaço, a fonte disse que os candidatos para o município de Quelimane, não tem semelhanças em nada, cada um é como cada qual e os trunfos para saírem vitoriosos neste pleito não só dependem deles, mas sim dos partidos mas com grande enfoque, a população de Quelimane é chamada a dar o seu voto.
Quando questionado a enumerar pelomenos duas características que os diferem, o Sheik começou por buscar a “veia” política que o candidato do MDM, Manuel de Araújo tem, quer no panorama nacional, assim como as suas alianças, amizades e por ai fora que aquele candidato tem com o mundo. Isso na óptica
do sheik, não é pouco. Quanto ao candidato da Frelimo, Lourenço Abubacar, o sheik disse que ele
está no mundo empresarial, mas reconheceu que está sendo assegurado por uma maquina partidária muito forte. Alias, este é o forte que o sheik olha como um passo enfrente por parte de Abubacar.
Mas mesmo assim, o sheik não deixou de sublinhar que o MDM e o seu candidato Manuel de
Araújo, não deixaram se vencer de ânimo leve. Quererão sim, provar que eles são capazes e
provavelmente são uma aposta para o futuro.
Recorde-se que estas eleições acontecem depois da renúncia dos edis de Pemba, Cuamba e
Quelimane. (DZ)

Monday 14 November 2011

Centro de Estudos Mocambicanos e Internacionais


Comunicado

Prezados parceiros e amigos do CEMO,


Há pouco mais de 3 anos iniciamos com o desafio de criar e consolidar o Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO), como intuíto de abrir um novo espaço de criação, publicação, sistematização, partilha e debate aberto de ideias. Um espaço onde poderíamos livremente exercer a nossa cidadania e contribuir para o desenvolvimento económico, social, político e intelectual de Moçambique.

Foram 3 anos de intenso trabalho, com dificuldades e vitórias, com avanços e retrocessos. Mas hoje, 3 anos depois, o saldo é certamente positivo, parte essencial dos objectivos estão sendo alcançados. O CEMO é hoje uma referência no debate público e aberto de ideias, promovemos novos e jovens académicos. E a minha vida pessoal foi marcada e tem sido marcada de forma indelével por este jovem centro.

Entretanto, neste momento, na minha vida pessoal, novos desafios se colocam pela frente. Como já é do conhecimento público, fui convidado para concorrer à Presidência do Município de Quelimane, a cidade que me viu nascer. Depois da necessária reflexão eis que abracei prontamente o desafio. Sendo a candidatura de âmbito partidário, pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e porque o CEMO é uma instituição apartidária, a minha permanência no cargo de Presidente do CEMO pode configurar uma situação acentuada de conflito de interesses.

Assim, porque noto a necessidade de perservar o bom nome e os interesses das duas instituições, tendo consultado e informado devidamente o Conselho de Direcção e a Mesa da Assembleia Geral, ambas  do CEMO, venho por este meio informar à sociedade moçambicana, desde a sociedade política à académica, às organizações de sociedade civil, aos orgãos de comunicação social, ao corpo diplomático e principalmente aos parceiros e amigos do CEMO, a minha renúncia do cargo de Presidente do CEMO, devendo o Conselho de Direcção e a Assembleia Geral em breve pronunciar-se sobre a futura Direcção do CEMO.

A título pessoal, continuarei a prestar o meu apoio incondicional aos órgãos do CEMO, na minha qualidade de membro fundador do CEMO.

Aproveito o ensejo para mais uma vez agradecer à todos os que sempre se dignaram em apoiar o CEMO desde a sua fundação. O Vosso apoio é crucial, não só para o CEMO mas para o desenvolvimento integral de Moçambique em todas as vertentes.

Com os melhores cumprimentos.

Maputo, aos 04 de Novembro de 2011

Manuel de Araújo