Friday, 28 November 2008

Barulho de dinheiro no CSCS de Julieta Langa

Maputo (Canal de Moçambique) - A onda de denúncias de má gestão, quiçá de desvio de fundos do Estado em instituições públicas está a ganhar cada dia que passa maior ímpeto. A juntar-se ao mais badalado nos últimos tempos referente à gestão danosa de fundos do Estado na empresa Aeroportos de Moçambique, que resultou na detenção do respectivo PCA, desta vez, tudo leva a crer que no Conselho Superior da Comunicação Social – CSCS, também reina, aparentemente, gestão ruinosa.
Em carta denúncia, inicialmente dirigida à Presidência da República, os funcionários do CSCS denunciam uma série de falcatruas ali reinantes. A cópia da carta datada de 11 de Setembro passado, com referência 001/CSCS/2008, na posse do Canal de Moçambique e do Semanário ZAMBEZE, e que deu entrada no passado dia 16 de Setembro, com carimbo daquela instituição e assinada por Inês, indicia a presidente “vitalícia” do CSCS, Julieta Langa e seus pares, de práticas de gestão e uso ilícito de bens e fundos da instituição.
Segundo um dos funcionários que fizeram a entrega da aludida cópia ao Canal de Moçambique e ao Semanário ZAMBEZE, estranhamente, tal carta veio a sumir misteriosamente da Presidência da República, donde afirma que se possa deduzir que a mesma não tenha chegado ao destinatário – o Presidente da República – tendo aparecido, segundo a mesma fonte, no CSCS, em gesto estranho de retorno. Este facto, fez com que os mesmos funcionários dirigissem a mesma carta-denúncia, no passado dia 13 de Novembro, ao Gabinete Central de Combate à Corrupção sob registo, 528/GCCC/PGR/08, onde espera-se que no mínimo venha a ter um tratamento diferente do que teve na Presidência da República.
Basicamente a carta denuncia Julieta Langa de desvio de fundos; apropriação de viaturas; compra de uma viatura de marca Mazda, «4x4», para o filho, com fundos do CSCS; despesa no rancho para pessoas sem esse direito – dão exemplo do chefe do Departamento de Administração e Finanças; viagens particulares pagas com fundos do CSCS; pagamento de equipamento informático que nunca entrou na instituição; contratação de empreiteiros que apesar de terem recebido dinheiro do CSCS ainda não realizaram nenhuma obra; entre outras acusações.
O Canal de Moçambique e o Semanário ZAMBEZE contactaram a presidente do CSCS, Julieta Langa, que entretanto afirmou não poder se pronunciar sobre o assunto, alegadamente por se encontrar fora do país. Prometeu no entanto fazê-lo, próxima semana, logo que voltar dessa viagem.

(João Chamusse e Conceição Vitorino)

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