Acabo de receber ums sms de um amigo informando-me de que faleceu esta noite o ex-deputado da AR pela Bancada Parlamentar da Renamo, Dr. David Aloni. Aguardamos pela confirmacao desta triste noticia, que deixa o pais, e a oposicao sem um dos seus mais ilumidados filhos!
Paz a sua alma!
Saturday, 30 August 2008
Morreu o Dr. David Aloni?
Carta Aberta a Juventude da Frelimo
SINAIS DE DECADÊNCIA DA FRELIMO: O CASO HAMA THAY
(Um manifesto da Juventude Moçambicana inconformada)
Por: Emanuel de Nazareth & Manuel de Araújo.
Num semanário local, o General Hama Thay, brindou os Moçambicanos com a mais fina dama do seu grandioso cérebro. Este Homem que já assumiu as mais distintas posições civis e militares, que içou a bandeira nacional em Tete aquando da independência, deu a conhecer, livre e espontaneamente, a posição oficial da Frelimo com relação ao conceito alternância dentro do Partidão. Nesta entrevista ficamos a conhecer, de forma mais coloquial, realística e profunda a verdadeira acepção da famigerada divisa: a força da mudança e renovação na continuidade.
Um dos pressupostos básicos da democracia é a continua renovação dos agentes políticos no seu próprio seio. A Frelimo, partido idóneo, experiente e sapiente, encarnou este princípio a nível discursivo e, como corolário disto, adoptou a frase que se tornou o ex-libris da campanha passada: mudança na continuidade.
Os dois princípios lapidares acima descritos e destacados à negrito, procuram mostrar que a Frelimo é um partido galvanizador da alternância, tolerância, inovação e, mais importante, da inclusão.
O tipo de eleição que o Partidão primou para nomeação do Presidente e do Secretário – Geral, estiveram sempre envoltos em clima nem sempre pacífico. Porém, este Partido sempre bateu-se com todos os meios para transparecer ao Povo, uma imagem de partido coeso, uno e guiado por consensos quase sacramentais. Na verdade se diga que algumas fagulhas de crespação, aparente intolerância para nova geração e imposição da vontade da geração nacionalista libertadora, foram inevitavelmente lançadas aos ares e o povo sorveu a poeira que resultou desses confrontos indisfarçáveis. Está ainda impregnado na memória dos Moçambicanos, as vaias e humilhações pelo que passaram jovens reformadores com Felício Zacarias e Hélder Muteia quando ousaram concorrer com o todo poderoso Guebuza. Um dos líderes históricos da Frelimo que, alias, auto-intitulou-se a verdadeira personificação da Frente de Libertação, tendo afirmado de pulmões cheios, ao jeito do monarca Francês Luiís XIV: eu sou a Frelimo. Chegou a colocar em causa a militância e existência política de Muteia com um questionamento que ficou indelével na história de Moçambique: quem é esse miúdo?.
As últimas declarações de Hama Thay , dissiparam todas as dúvidas que ainda pairavam sobre a lealdade e sintonia entre o discurso e a prática na Frelimo. Hama Thay, cansado de repetir um discurso que não condiz com a consciência e pragmática da Comissão Política, mandou para o brejo toda a retórica cosmética da Freli e disse categoricamente que o Poder não pode ser entregue aos jovens, pois, estes, nada mais sabem que aperfeiçoarem-se na arte de bebericar e vender o País.
Como Jovens que somos, ficamos no mínimo escandalizados. Primeiro porque nunca pensamos que a soberania do País tivesse um preço, aliás, se fizermos um paralelismo com o julgamento do Semanario Zambeze, ocorrido esta semana numa das instancias judiciais deste pais, diríamos que nunca pensamos que o País estivesse cotado no comércio a um valor tão baixo e ínfimo, e segundo porque nunca achamos que houvesse sequer possibilidade de colocar no mercado um território que a história da própria Frelimo mostra que muito sangue foi derramado justamente porque nem politica, nem jurídica e nem filosoficamente uma nação pudesse ser alienada sob qualquer forma.
Quando o nosso General fala na possibilidade de se vender o País é, certamente, porque parte de um pressuposto objectivo em que essa venda, de alguma forma já começou a ser feita, daí ele temer que os jovens venham esgotar os pequenos retalhos do País que ainda sobejam, aliás, como dizia um comentador de televisão: se bem que ainda resta alguma coisa para vender. Simpatizamos com um conceito que foi também engendrado pelo comentador supracitado, de preconceito de proximidade, referindo-se a um erro de leitura social quando o Generalíssimo diz que os Jovens só sabem beber e mais nada, como se tivessem o culto e veneração do Whisky. Esta leitura, como foi dito, é uma aberração generalística do que ele convive mais proximamente à nível doméstico (em casa) e no Partido (OJM). Ao tentar projectar para sociedade o que o General vê e vive no seu seio, cometeu um disparate intelectual, resvalou num grosseiro dislate e mostrou a verdadeira face de toda a geração dos gestores do gatilho.
Na entrevista em causa, ficou provado que a Frelimo tem mais discurso que prática no que tange a passagem do testemunho aos mais jovens, que o primado está centrado na continuidade que na mudança. Essa de dizer que um Jovem nem sequer pode dirigir a Escola da Frelimo porque se calhar nem os estatutos conhece é que foi o bolo na cereja El General! Quer dizer, até no seio do próprio Partido os jovens continuam a ser tratados como párias, um conjunto de fedelhos que só servem para aumentar o número de votos, para levantar mais alto os gritos nas campanhas e seguir os gestores do gatilho como meras ovelhas que caminham inocentemente rumo a guilhotina. Senhor General, desta vez vocês deram uma oportunidade nobre a Juventude para perceber até que ponto a senilidade Mugabiana está a alastrar-se perigosamente para a varanda do Índico ou vice-versa. Jovens da nossa terra! Chegou a hora, acordai desse sono letal que o ópio da Freli nos mergulhou e levantei, dizei não, UNI-VOS.
Quando algumas vozes ébrias vem defender a teoria de que a verdadeira oposição está dentro da Frelimo, quando a Juventude nela não tem direito nem a mugir e nem a tugir, quando ela é manipulada e manietada como marionetes em circo (tais como EM, AB, PJ) isso significa que a juventude Frelimista é uma massa amorfa dentro do Partido, em suma que não existe oposição nenhuma dentro da Frelimo, mas apenas uma voz única que se propaga como um trovão tirano e implacável desde a década 60 vinda de Tanganhica. Vocês Jovens da Frelimo é que deveriam ser os catalizadores da tal oposição interna, mas nada fazem, não falam, não debatem publicamente, não escrevem, não propõem nada que seja alternativo aos gestores do gatilho, em fim, não passam de carneiros que caminham inocentemente rumo a guilhotina. A troco de uns copos em Bilene, uns pobres lanches durante as campanhas, um emprego na função pública, uns negócios fora-da-lei é suficiente para subjugarem a vossa consciência como construtores da dinâmica social, para resvalarem num bando miserável de conformados com migalhas materiais que caem da fausta mesa da geração nacionalista libertadora. É por essa razão que eles mesmo não vos respeitam e vos tratam como se fossem uns lambe «rabos» compulsivos. Pobres de vós juventude da Frelimo, pobres de vós que arrastam para o saco de farinha podre, toda uma juventude nacional à mando de um «bando» das zonas comerciais libertadas. Em fim vocês se estão tornando profissionais, a nível planetário, da técnica do escovassapatismo e lambebotismo.
Não existe oposição interna na Frelimo, é um erro grasso falar disso quando nenhuma voz irreverente ressoa do antro daquele Partido, quando não emerge social e politicamente nenhuma facção que se mostre publicamente como genuína alternativa aos celerados da libertação. A Frelimo não vai crescer se os jovens não se libertarem das garras draconianas da linha orientadora central e os abusos, a corrupção e a captura do Estado pela Comissão Política vai se perpetuar até ao dia em, que todos eles estiverem definitivamente entrincheirados nos respectivos féretros. Mas ai, eles já terão deixado o seu maior legado: um punhado de jovens desorientados, não treinados, porque não tiveram oportunidade para tal, mas, o mais grave, é deixarem a gestão do País entregue a uma Juventude que a única coisa que veneram, de forma sacramental, é a acumulação patrimonial destemida à moda Guebuziana. Em suma, jovens com ambição material, exímios em acumular maquiavelicamente riqueza, mas intelectualmente defeituosos e politicamente cínicos e descomprometidos. Totalmente aversos aos nobres ideais que levaram Mondlane a abandonar o conforto das Nações Unidas pelas espinhosas florestas de Moçambique, de arma em punho e cérebro repleto de ideais supramateriais.
Essa estorieta de oposição interna é uma estratégia psicologicamente bem engendrada, para dar impressão aos militantes jovens de que o que eles fazem dentro do Partido é um pleno exercício de democracia e, nesta falsa convicção, ficarem satisfeitos pelo ópio que o libertadores lhes vão administrando. Acordem jovens, não veem que no meio essa hipocrisia toda, os veteranos vão tornando o Estado cada vez mais castrense e acumulando cada vez mais fortuna, terra, mulheres e, sobretudo, depauperando de forma ostensiva e desenfreada o tesouro público?. De facto, como escreveu recentemente um sociólogo, Moçambicano, por detrás da ilógica de um comportamento é preciso encontrar a lógica de um sistema social cerrado, com regras. Só existirá uma verdadeira oposição dentro da Frelimo quando se irradiar em definitivo a tanganhicanização do Partido e do Estado.
Em resumo podemos resumir nos seguintes pontos as fragilidade dos pronunciamentos de Hama Thay:
Visão microscópica (casa e Partido) projectada para um campo macroscópico (País).
Intransigência total e completa em passar o testemunho voluntária e lealmente para as gerações mais novas (tal e qual Mugabe).
Demonstração flagrante de que a Frelimo é um partido que abraçou a mudança na continuidade apenas como um trocadilho discursivo e não como uma prática.
Desrespeito absoluto por toda Juventude Moçambicana
Visão do País como património privado da geração libertadora.
Falta de visão dialéctica do poder político
Para Moçambique sair do marasmo em que se encontra, precisa descartar os gestores do gatilho por gestores da esferográfica e do teclado. Se tínhamos alguma dívida para com os libertadores, temos que decretar publica e unilateralmente a prescrição desse endividamento, por ter expirado o prazo, pois, nenhuma dívida contraída por homens é eterna.
É hora de dizer basta! É hora de ressaltar John Kennedy e dizer que ‘já não é tempo de perguntar ao teus pais o que ele pode fazer por ti, mas sim perguntar o que podes fazer por ele’. Jovens da minha terra! Ouço ao longe o canto de cisne dos libertadores, dobremos os sinos e cantemos bem algo a melodia do crepúsculo dos politicamente finados.
E como bem o disse o candidato americano do partido democrata, Barack Obama ‘chegou a hora da mudanca’ e os jovens do meu pais devem assumi-la! Sonhem alto jovens! Sonhem para que Mocambique deixe de ser a cauda do mundo! A geracao do 25 de Setembro libertou o pais! A geracao do 8 de Marco ‘aguentou’ com o pais quando milhares de tecnocratas foram obriganos a abandonar o pais, a geracao da democracia, limpou o totalitarismo e leninismo do nosso solo patrio e trouxe a democracia. A nossa geracao, que e a geracao da paz e do desenvolvimento tem por missao consolidar a paz, a democracia e promover o crescimento e o desenvolvimento politico, economico e social desta patria indica.
Gritai! E façai com que gritem! Paz, Democracia e Desenvolvimento!
A opiniao de Manuel de Araujo
Sera a democracia em Mocambique'poder do povo, pelo povo para o povo?
Eram cerca de 14.30 de Quinta Feira, dia 28 de Agosto de 2008, quando recebi a confirmação de que Manuel Pereira acabava de ser 'eleito', 'nomeado' ou 'indigitado' candidato da Perdiz para a Cidade na Beira! Confesso que me ri, pois as coincidências seriam quase que milimétricas com a derrota da Comiche na Cidade de Maputo. Ou seja, que algo de anormal estava a acontecer no seio dos dois maiores partidos no parlamento, nomeadamente a Renamo e a Frelimo.
Confesso ainda, que nada tenho contra Manuel Pereira, contra Davis Simango, contra David Simango ou Eneas Comiche. Apenas, acho que há falta de transparência e de credibilidade nos processos eleitorais, o que demonstra que algo não vai bem na nossa democracia.
A primeira vez que soube da candidatura de Manuel Pereira foi no dia seguinte ao do anuncio da sua candidatura. Por coincidência, nesse dia, eu e ele, colegas da mesma bancada parlamentar, apanhámos o mesmo voo e, quando o fui cumprimentar, ele mostrou-me o Diário de Moçambique, cuja capa tinha uma foto sua com os dizeres ' Manuel Pereira candidata-se ao Município da Beira'.
Como mandam as regras de boas maneiras, congratulei-o pela aposta e regressei ao meu lugar, estava perplexo, pois até ai, pensara eu, que o candidato da Perdiz para a Cidade da Beira era o actual edil da Cidade, Davis Simango. Achei estranho, apesar de saudável em democracia.
Para mim, na altura, quatro razões poderiam estar na origem da candidatura de Manuel Pereira:
1- Que a democracia era o pão de cada dia no maior partido da oposição;
2- Que havia uma grande insatisfação das bases, essencialmente da facção Sena da Renamo na Beira, com a governação de Davis Simango (Ndau);
3- Que o líder do partido pretendia diminuir a popularidade interna e externa de Davis Simango e, assim, garantir a sua continuidade na liderança no partido;
4- Que Davis Simango havia demonstrado que o poder local era importante (uma vez que fontes partidárias alegam que, em 2003, Manuel Pereira quando convidado a concorrer havia negado assumir a candidatura;
5- Que era no interesse do partido no poder, dividir a Renamo para fazer passar a candidatura de Lourenço Bulha.
Por um lado, achei que não era nada de anormal que houvessem vários candidatos às eleições internas, pois em democracia, os líderes não devem apenas mostrar serviço na base, mas também, devem periodicamente submeter-se a vontade popular. Confesso que não concordo com a metodologia da 'consulta' no lugar da eleição directa dos candidatos, quer aos órgãos autárquicos, quer a outros órgãos! Democracia é democracia e tem as suas regras. E como disse Afonso Dhlakama, em recente entrevista, não há 'democracia europeia ou democracia africana: há apenas uma e unia democracia: democracia!
O que achei estranho foi o facto ter sabido de fontes seguras que Manuel Pereira havia retirado a sua candidatura, uma vez que havia uma directiva partidária, confirmada pelo líder do partido, segundo a qual nas eleições internas para a escolha de candidatos aos municípios governados pela Perdiz, não haveria concorrentes!
Apesar de não ter concordado com a directiva partidária que definia que os candidatos nos poleiros municipais não deveriam submeter-se as eleições internas, por achar isso antidemocrático, a ser verdade o que soube de fontes internas do partido afirmam, subestimei o nível de insatisfação da facção Sena na Beira, da popularidade e quiçá do prestígio de Davis Simango e daí a ameaça a liderança, bem como a forca e pujança política de Manuel Pereira, na Cidade da Beira.
E (será?) que como a maioria dos observadores da política nacional deram uma 'carte blanche' a David Simango pela folha de serviço impecável que apresentara ao longo do seu mandato, do mesmo modo que deram 'carte blanche' a Eneas Comiche, pelas mesmas razoes?
A ser verdade, questões fundamentais devem ser colocadas sobre o tipo de democracia que temos no país e, fundamentalmente, nos dois partidos com assento parlamentar.
Esquecera-me, por momentos, de que em política, pelo menos em alguma política terceiro mundista e/ou africana, quanto mais incompetente se for, melhor para as lideranças, pois menos ameaças eles sofrerão. Ora, essa é a causa fundamental do atraso económico e em termos de desenvolvimento em que o nosso continente se encontra; dai a necessidade urgente de as forcas vivas da nossa sociedade erguerem suas vozes para que haja democracia interna nos partidos, nas ONG's, no estado, nas empresas e em tudo o que e pretende representar interesses quer minoritários quer majoritários.
Ao receber a noticia de que Manuel Pereira fora 'eleito' ou 'nomeado' candidato da Perdiz vieram-me a memória vários momentos, como o da festa da bancada parlamentar da Perdiz com a população de Sofala residente em Maputo, no Kaya Kwanga, onde achei interessante o convívio fraternal entre o líder da Perdiz e Manuel Pereira. Na altura achei, que das duas uma, ou era motivo de orgulho, pois significava que de facto a Perdiz era uma democracia adulta e que o seu líder era de facto 'o pai da democracia!' ou então que Manuel Pereira agia sob mandato superior.
Afinal de contas o que terá de facto acontecido na Beira? Será a Frelimo tão igual a Renamo? Terá de facto sido a democracia a ditar a vitoria de Simango em Maputo e da 'derrota' de Simango na Beira? Foram as duas eleições verdadeiramente democráticas?
Penso que é altura de os partidos passarem a ser muito mais transparentes para connosco pagadores de impostos, pois os cerca de mais de dois biliões mensais que recebem do nosso orçamento são fruto do nosso suor!
A ser verdade o que aconteceu, quer em Maputo, quer na Beira, então pensamos nos que temos que redefinir as regras da nossa democracia, por democracia que eu saiba é ou pelo menos deveria ser 'Poder do Povo, Pelo Povo, Para o povo'.
Será que só o facto de Comiche em Maputo ter perdido as eleições internas e Simango parecer não ter ganho na Beira é razão para mudarmos as regras de jogo? Não queremos acreditar e enquanto não tivermos a certeza sobre o que de facto estará a acontecer ficamos nas duvidas metódica.
As Opções de Davis Simango
A ser verdade o que ouvimos, restam cinco alternativas a Davis Simango:
- Umas ferias em Chibabava e terminadas as eleições regressar a sua profissão de engenheiro, respeitando a posição de quem tomou a decisão;
- Lançar uma candidatura independente a presidencia do municipio da Beira;
- Juntar-se ao pequeno grupo da versão do 'Juntos pela Cidade' de Maputo.
- Continuar no partido e aguardar pela realização do Congresso onde poderá lançar uma candidatura ao mais alto nível da liderança do partido.
-Aceitar o resultado das ‘internas’ e montar uma maquina para a criacao de uma alternativa politica nacional, um movimento transpartidario visando concorrer para as proximas eleicoes presidenciais e legislativas.
Para terminar perguntar: democracia interna partidária em Moçambique, quo vadis?
E mais não disse!
Manuel de Araujo
A OPINIAO DE CELSO GUSSE
Onde andam com as cabeças dos nossos politicos?
Ha alguns dias assisti a triste historia do afastamento do Eneas Comiche como candidato do Partido Frelimo para o Municipio de Mputo as Eleicoes Autarquicas que se realizam em Novembro proximo. Algum que achei muito estranho, pois, na minha humilde opiniao, este (o Eneas Comiche) havia mostrado sinais claros de uma boa gestao e lideranca para o Municipio de Maputo a analisar pelas transformacoes que a cidade de Maputo vem sofrendo nos ultimos tempos. Acredito ser visivel ao olho nu que pese embora nao tenha feito tudo o que havia prometido no seu manifesto eleitoiral, algo notorio estava sendo feito para a melhoria das condicoes de vida dos cidadaos da nossa capital.
Nao estou de jeito nenhum a dizer que Comiche seria o candidato certo para o Municipio de Maputo, mas tambem nao esperava que o seu fim politico terminasse dentro das urnas do partido que lhe confiou a candidatura nas ultimas eleicoes autarquicas. Pensei eu erradamente que ao povo que lhe elegeu, seria dado uma oportunidade de julgar o Comiche por aquilo que fez e que deixou de fazer para tornar Maputo ‘Cidade Bela, Limpa e Prospera’ como era seu sonho. Mas enfim, a politica tem das suas!...
Pelo afastamento precoce do Eneas Comiche, vitima da sua competencia, ate ja ia aos poucos me conformando e digerindo a triste realidade. So que...antes de me recompor, eis que a Renano, outra forca politica, alias a segunda maior forca politica deste pais, decide entrar no jogo e contratacar com o afastamento de Daviz Simango como candidato da perdiz ao Municipio da Beira. É questão para me perguntar: onde andam com as cabeças os nossos politicos? Que futuro esperam da nossa tao pobre democracia que ainda na fase embrionaria ja vem sofrendo grandes atropelos dentro dos partidos politicos? A ser assim a quem cabe o direito de promover a democracia, se ate dentro dos grandes partidos politicos da nossa praca ela parece nao existir. Diga-se que democracia nao se limita apenas ao ‘teatro’ do voto nas urnas como parecem pensar muitos dos nossos politicos. Mais nao disse.
Friday, 29 August 2008
SARAH E A CANDIDATA A VICE-PRESIDENT DOS REPUBLICANOS
McCain picks surprise VP
By Jeff Mason Reuters - 29 minutes agoDAYTON, Ohio (Reuters) - Republican John McCain made a surprise choice of Alaska Gov. Sarah Palin as his running mate on Friday, adding a political unknown to the presidential ticket who could help him appeal to women voters.
Palin, 44, a self-described "hockey mom," is a conservative first-term governor of Alaska with strong anti-abortion views, a record of reform and fiscal conservatism and an outsider's perspective on Washington.
"She's exactly who I need. She's exactly who this country needs to help me fight the same old Washington politics of me first and country second," McCain told a roaring crowd of 15,000 supporters in Dayton, Ohio.
Palin was chosen over more experienced and better known contenders as the Arizona senator grabbed the spotlight from Democratic rival Barack Obama one day after Obama accepted his party's presidential nomination before 75,000 flag-waving supporters at Denver's football stadium.
"The mission is clear. The next 67 days, I'm going to take our campaign to every part of our country and our message of reform to every voter of every background in every political party or no party at all," said Palin, joined on stage by her husband and family. She has five children ranging in age from 18 years to 5 months.
McCain and Palin will face Obama and his No. 2, Joe Biden, in the November 4 presidential election, with polls showing them running neck-and-neck.
The pick followed days of speculation about McCain's choice, with most of the better-known contenders like former Massachusetts Gov. Mitt Romney and Minnesota Gov. Tim Pawlenty eliminated over the last 24 hours.
Mozambique Peace Bulletin
MAPUTO, BEIRA MAYORS REJECTED BY OWN PARTIES
The two best mayors have both been rejected by their parties and were not selected to stand again in the 19 November local elections. Both paid the price of giving too much attention to managing their cities well, and two little attention to jobs and privileges for party officials.
In Maputo, the Frelimo Maputo City Committee on 22 August named the Minister of Youth and Sport, David Simango, as candidate for mayor (municipal president). Simango gained 53 votes (67%) to only 25 votes for the present mayor, Eneas Comiche. Generosa Cossa, the current chair of the municipal assembly, gained only one vote.
In Beira, in was announced on 28 August that Renamo president Afonso Dhlakama had selected as mayoral candidate Manuel Pereira, a member of the Renamo National Council and member of the national parliament (Assembleia da República). He was chosen over the existing mayor, Daviz Simango.
The two Simangos are not related.
Comiche and Daviz Simango were seen as Mozambique’s two best mayors. Both cleaned up corrupt and badly run city administrations. But both proved unpopular with the party leader. Comiche as seen as representing the Chissano era and Armando Guebuza named a governor to Maputo city – a post which had not existed before, and was seen as a way of keeping check in Comiche. Daviz Simango was not originally a member of Renamo, but rather of one of the minor parties, and he was always marginalised by Dhlakama. Both has been criticised by their parties – Comiche for blocking land titles and buildings to important party figures, and Simango for not giving enough jobs to Renamo members.
By contrast, Pereira has a strong following inside Renamo in Beira, while David Simango is popular in Frelimo and was seen to have done well in a previous post as governor of Niassa.
But the selection has provoked a strong backlash in both cities, where the mayors are popular, and it could have an impact on the vote. In particular, in Beira in 2003, Simango won over the Frelimo candidate by the relatively small margin of 29,610 to 23,405, giving Frelimo a real chance. In Maputo, the Frelimo candidate is sure to win, but the backlash could affect the assembly election, pushing some Frelimo members to vote for the citizens list Juntos Pela Cidade.
For Rogerio Sitoe, director of Notícias, it is another case of “putting politics in command” and is a victory of the politicians over the technocrats. Clearly Frelimo needs to build its base and have leaders in contact with the base, but has the party gone too far is picking people because they are trusted politically? Has the Maputo “new rich” made a mistake, and “perpetuated the erroneous thinking that technocrats always lack values and political goals”? (article attached)
Savana published a series of angry articles (attached), saying the choice of David Simango by Frelimo “shows clearly Frelimo’s extreme arrogance and disrespect for the residents of Maputo”. His problem was that he kept party and government money separate, and did not use city money “to sustain the immense battery of first secretaries of his party”. In the end, argues Savana, he offended “powerful financial interests” within the party.
In his column in Savana, Machado da Graça notes that “the first time that the party had a leader who was honest and competent, accepted and applauded even by those who were not Frelimo sympathisers, the party kicked him out at the first opportunity.” He continues: “Frelimo is increasingly supporting a growing corruption network, and anyone who does not play by the rules of this game is thrown out of the cart.”
LIBERDADE DE IMPRENSA QUO VADIS: O CASO DO CASO ZAMBEZE VERSUS LUISA DIOGO
Sao 12.00 e acabo de receber uma chamada dando-me a conhecer o resultado da acusacao feita pelo Ministerio Publico a tres jornalistas do Zambeze -pena suspensa de seis meses!
De facto, o Tribunal do Distrito Urbano Nº1, 3.ªSecção, proferiu esta manhã,a sentença do julgamento realizado dia 12 de Agosto em que o MP- Ministério Público acusa três jornalistas do semanário «Zambeze», respectivamente Fernando Veloso, director, Luís Nhachote, editor-adjunto, e Alvarito de Carvalho. O MP acusava os tres jornalistas de terem posto em perido a 'seguranca de estado,' por terem ousado questionar a nacionalidade da Primeira-Ministra!.
Imaginem, O MP Portugues ou o Primeiro Ministro Socrates, que foi questionado se tinha terminado o curso de engenharia, a acusar tais jornalistas de 'perigarem a 'seguranca de estado'! Sera que a sociedade civil, os jornalistas, medicos, agronomos, estudantes, juristas, magistrados tem a minima nocao do que seja 'seguranca de estado'?.
Quando recebi a informacao sobre a acusacao ri-me ate arrebentar as costelas, pois das tres uma: ou o Ministerio Publico e estupido (espero nao ser acusado de estar a perigar a seguranca da justica); ou o Juiz da causa e um lambe-botas sem vergonha na cara ou entao os dois nao percebem nada de 'seguranca nacional'.
E que seguranca nacional nao e um brinquedo, e um assunto serio que deve ser tratado por instituicoes apropriadas. Por favor nao nos facam regressar aos tempos dos senhores Jacinto Veloso, Sergio Vieira e Nalyambipano onde os perigos a seguranca nacional eram definidos com base no seu apetite estomacal.
Para o caso em apreco, ate pode ser que a culpa nao seja dos nossos queridos juristas. E que, que eu saiba no curriculo deles nas diversas faculdades, nao existe nenhuma cadeira que verse sobre tais temas. Portanto ate fiquei com pena deles, pois muitos deles nao tendo dominio de ingles e tendo pouco acesso a obras que versem sobre seguranca nacional podem ter caido num labirinto de que sao vitimas.
Seguranca nacional, que lactu sensu pode ser vista como seguranca de estado e materia complexa! Nao se aprende numa cajada, e os juristas precisam de preparacao para tal. lembro-me que no ISRI, tinhamos nada menos e nada mais que tres cadeiras que lidavam com materias de seguranca nacional, o que suponho mesmo assim apenas nos preparava de forma elementar para dominarmos e termos alguma nocao sobre a materia. As cadeiras de Teoria de Relacoes Internacionais, Estudos Estrategicos e de Seguranca e Estudos Compativos de Politica Externa, preparavam e ainda preparam os futuros profissionais da areas de relacoes internacionais e diplomacia para lidarem com as complexidades que assuntos desta natureza envolvem.
Dai que de alguma forma ate compreenda, porque e que um jurista, magistrado, ou juiz formado na nossa querida UEM ou noutra faculdade publica ou privada nos faca rir tao desalmadamente quando cometem erros de palmatoria. Se a memoria nao me trai, foi Sergio Vieira quem uma vez disse que 'a ignorancia era um direito constitucional'! E Samora Machel sempre disse que 'nao saber era mau, mas nao aprender era pior! Portanto, apesar de compreendermos a vossa ignorancia, por favor aprendam! nao envergonhem as vossas classes profissionais e muito menos a patria que e sagrada!
Dai que venho muito humildemente sugerir a introducao de uma das cadeiras acima descritas no curriculo dos nossos juristas para que nao passem a vida a fazer-nos rir ate arrebentar as costelas, cada vez que sao abordados assuntos que mexem com a imagem do nosso pais. Chega de nos envergonharem!.
Alternativamente sugiro que o ISRI assine um memoradum de entendimento com a ordem dos advogados ou com as faculdades para suprir os seus membros e ou estudantes e quica docentes das lacunas tao primarias como esta!
Se o ISRI estiver muito ocupado com a construcao do seu campus, penso que o Centro de Estudos Mocambicanos e Internacionaios (CEMO) pode dar uma mao, com cursos de curta duracao, uma serie de palestras sobre o tema ou consultas e ou consultorias pontuais.
Senhores juizes, magistrados e juristas. A escola nao nos pode dar tudo! E importante criar a cultura do autodidatismo. Hoje a internet ajuda aos mais preguicosos, bastanto para tal clicar num google! Como dizia Barack Obama no seu discurso de aceitacao da candidatura do partido Democratica, 'o estado nao pode vir as nossas casas e desligar as lampadas por nos'. 'O estado nao pode vir as nossas casas e obrigar ao rapaz de 8 anos a desligar a televisao e manda-lo fazer o trabalho de casa!'
Se nao souberem como se faz, digam que poderemos dar uma maozinha! 'Estudar, estudar sempre' e outro lema Samoriano! Revisitem-no!
Um abraco patriotico,
E mais nao disse!
MA
A OPINIAO DE ERICINO DE SALEMA
Quem garante a liberdade do jornalista
depois do exercício da liberdade de imprensa?
A documentação do que se passa na nossa sociedade, por via dos media, está a ficar cada vez mais complicada, como bem o testemunha o julgamento à porta fechada a que três jornalistas do semanário ZAMBEZE foram submetidos há dias, acusados de terem
cometido o crime de atentado contra a segurança do Estado, tudo por terem produzido um escrito jornalístico, no qual questionavam a nacionalidade da Primeira-Ministra (PM) de Moçambique, Luísa Dias Diogo.
Por estas alturas, já devem faltar poucas horas para o tribunal nos dar a conhecer do que andou a discutir, em copas, com os três repórteres, atendendo que o veredicto deverá ser tornado público esta sexta-feira, 29, tal como se fez saber. Entendeu o Ministério Público que se estava, com a publicação do artigo da discórdia, em presença de um crime público, daí que avançou com uma acção contra os três jornalistas retrocitados e a sua publicação, sem esperar que a cidadã Luísa Diogo o fizesse de per se, se assim o achasse razoável.
Face às queixas, às quais me associo, de que não tinha que se catalogar o assunto de
público e muito menos de atentado contra a segurança do Estado, eis que a procuradora chefe da cidade de Maputo, de nome Amabélia Chuquela, chamou a imprensa para ler um documento cujo autor desconheço, no qual se defende que se está, efectivamente, em presença de um crime público, daí o MP ter tomado a liberdade de mover a acção.
O crime a que se faz alusão consta da Lei número 19/91, de 18 de Agosto (Lei contra a
Segurança do Estado), que era até então “desconhecida” por muitos, juristas inclusos,
mas que teve que ser recuperada e aplicada para os propósitos para os quais ela foi criada: defender os poderosos das indagações e denúncias da imprensa, como irei explanar mais adiante.
No preâmbulo da referida lei, lê-se que “o desenvolvimento da democracia e o
estabelecimento do Estado de Direito determinam a necessidade de um aperfeiçoamento
da legislação em vigor, de modo a permitir a realização dos direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos”, daí que, em face da nova ordem constitucional alicerçada na Constituição da República (CR) de 1990, que “[reflecte] a maturidade já adquirida na organização e desenvolvimento do Estado, impõe-se que se processe, de imediato, à
revisão da Lei número 2/79, de 1 de Março”.
Embora se diga que a revisão da anterior Lei contra a Segurança do Estado, criada no
auge do monopartidarismo e do partido-Estado, é motivada pelo desenvolvimento da
democracia e pelo estabelecimento do Estado de Direito, uma análise mais atenta ao
contexto em que as coisas foram operadas nos mostra que, com a Lei 19/91, de 18 de
Agosto, os legisladores do então quiseram salvaguardar os seus tiques Mopartidários, o que é nitidamente elucidado pelo facto dessa polémica lei ter sido produzida e aprovada logo após a produção e aprovação da Lei número 18/91, de 10 de Agosto (Lei de Imprensa), que define os princípios que regem a actividade da imprensa e estabelece os direitos e deveres dos seus profissionais.
A criação da Lei 19/91 de 18 de Agosto – quase “irmã gémea” da Lei 18/91 de 10 de
Agosto – visava, em desabono da mentira, proteger os interesses dos poderosos, mesmo
que descabidos, da imprensa, que há muito se assumiu como um contra-poder. A forma
vaga como a própria segurança do Estado é definida no artigo 1º dessa lei deixa tudo às claras: “Consideram-se crimes contra a segurança do Estado aqueles que como tal se
encontram previstos na presente lei”.
Esta lei pode ser usada em qualquer escola de Direito como um exemplo clássico do
“Social Engineering do Legislador”, que consta da “Polis” – Enciclopédia Verbo da
Sociedade e Estado, versando sobre Antropologia, Direito, Economia e Ciência Política – e que é postulada por exigências de política económica e social, o que, como diria o sociólogo Niklas Luhmann, “faz com que a selecção política das premissas das decisões jurídicas através da legislação parlamentar constitua um problema permanente para o sistema jurídico”.
“A legislação é, [pois], dominada por estratégias de acção modeladora, ou seja, pela
dimensão política; inspirada na conjuntura e condicionada pela repartição ocasional das forças políticas (lei como “instrumento do governo”), é sobremodo uma legislação
contingente, de sua natureza propensa à caducidade e mudança, fragmentária e sem
consistência firmada em raízes culturais duradoiras” (Polis, S/D: 848-849).
Não é, que fique claro, ao acaso que o número 1 do artigo 22º da agora famigerada Lei
contra a Segurança do Estado diga que “Os crimes de difamação, calúnia e injúria
cometidos contra o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, os membros do Governo, os juízes do Tribunal Supremo e os membros do Conselho
Constitucional serão punidos com a pena mínima de um ano até dois anos de prisão e
multa correspondente”.
É chegado, julgo eu, o tempo de os jornalistas fazerem uma outra “revolução”, visando a revogação de todas as peças legislativas que constituam um impedimento à liberdade de imprensa. No seu livro “Informação em Moçambique: A Força da Palavra”, Albino Magaia, pai do Jornalismo Moderno que se pratica no país, nos recorda que a Liberdade de Imprensa por cá é produto da luta dos jornalistas moçambicanos, que tiveram que se envolver, como frisa, em choque com os poderes constituídos, o que só resultou devido à persistência da luta dalguns desses jornalistas, “que custou prisões, exílios, espancamentos, proscrições e todo um rol de grosseiras políticas por parte do(s) governo(s)”.
E a “revolução” que se tiver que desencadear agora não terá, sejamos claros, que não ser alvo de cabalas político-judiciárias. De resto, a história bem nos ensina que não há revolução sem vítimas. Podemos, juro, ter muitos cidadãos a apoiar a nossa luta, que pode começar por uma simples recolha de duas mil assinaturas, para submissão ao Conselho Constitucional, seguindo o que estabelece a alínea g do número 2 do artigo 245º da CR.
Em 2004, o poder vergou perante seis cidadãos – Luís Nhachote, João Chamusse,
Cremildo Maculuve, Bento Machaíla, Celso Manguana e Ericino de Salema – que,
informados sobre a palestra que se esperava que Jonathan Moyo, na altura ministro da
Informação e Propaganda do Zimbabwe, desse na tarde daquele dia (imaginem só: era 3
de Maio, dia Mundial da Liberdade de Imprensa!) no Sindicato Nacional de Jornalistas
(SNJ), trataram de se fazer à “Sala João Albasini” para sabotar o evento, o que resultou.
Jonathan Moyo e os organizadores saíram da sala envergonhados, uma hora depois. Mas
como se podia ouvir a “sapiência” de um inimigo da liberdade de imprensa, que mantinha dezenas de jornalistas detidos sem culpa formada, somente porque exerceram o seu
direito à razão, que é algo diferente do direito a ter razão? Devo confessar que alguns dos que faziam parte do acima referido “grupo revolucionário”, que depois ficou reduzido a seis, acobardaram-se e desapareceram quando chegou a hora, o que é comum naquele tipo de situações…
Intervindo na Conferência sobre Radiodifusão em Moçambique, promovida a 28 de Abril
deste ano em Maputo pelo MISA-Moçambique, o cientista político Eduardo Sitoe referiu
que, desde a aprovação da Lei número 18/91 de 10 de Agosto, a liberdade de imprensa no país era um facto, mas que uma coisa permanecia problemática: Quem garante a
liberdade do jornalista depois do exercício da liberdade de imprensa?
* Oficial de Informação e Pesquisa do MISA-Moçambique
«Caso Zambeze» sobre a nacionalidade de Luisa Diogo
Hoje é um dia “D” no jornalismo moçambicano
Maputo (Canal de Moçambique) - O Tribunal do Distrito Urbano Nº1, 3.ªSecção, deverá proferir na manhã de hoje, às11 horas, a sentença do julgamento realizado dia 12 de Agosto em que o MP- Ministério Público acusa três jornalistas do semanário «Zambeze», respectivamente Fernando Veloso, director, Luís Nhachote, editor-adjunto, e Alvarito de Carvalho, de difamarem a primeira-ministra por terem perguntado se ela é moçambicana. Os mesmos jornalistas por terem perguntado se Luisa Diogo é moçambicana são ainda acusados de atentarem contra a segurança do Estado.
Os três referidos jornalistas assinaram um artigo, no dia 1.º deMaio, no semanário Zambeze, em que questionam a nacionalidade da Primeira- Ministra, Luísa Diogo, com base na legislação moçambicana vigente quando ambos se casaram (07 de Novembro de 1981) e em documentos de uma Conservatória da República portuguesa em que o casamento foi averbado na certidão de nascimento de António Albano Silva, a 31 de Outubro de 1991, isto é, dez anos depois.
Este caso inédito na história do jornalismo moçambicano pós- independência está a fazer correr muita tinta. Determinados sectores da opinião pública questionam o libelo acusatório e sobretudo porque razão o «MP» exige uma indemnização de 10 milhões de Meticais (cerca de 420 mil USD) como se, dizem os referidos sectores,
“a segurança do Estado moçambicano fosse frágil porque faltam 10 milhões de Meticais”.
O dia de hoje, independentemente do teor da sentença, vai ser um marco na história do jornalismo moçambicano. Foi, que se saiba, a primeira vez depois da independência que por causa de um artigo em que apresentam dados e citam legislação pertinente acabam apenas por perguntar se a primeira-ministra é Moçambicana. Ao invés de alguém lhes responder, como solicitaram, apareceu o Ministério Público a acusar os seus autores de “atentarem contra a segurança do Estado”.
Muito recentemente, e em acto desesperado de responder à opinião pública que reagiu em massa ao lado dos jornalistas, a Procuradora-chefe da Cidade de Maputo, Amabélia Chuquela, veio a público tentar dissipar a ideia de estar a haver “interferências políticas no processo contra o Zambeze”. Contudo, é ideia quase generalizada, de que Amabélia Chuquela, no lugar de dissipar possíveis equívocos, adensou muito mais as muitas dúvidas que pairam sobre o referido processo.
Guebuza a leste?
Na última edição do jornal «Savana» que está nas bancas desde ontem, consta um artigo que faz crer que o Chefe de Estado, Armando Guebuza, não foi previamente informado do processo em que está em causa um alegado “atentado” contra o Estado que ele próprio chefia. No referido artigo pode-se ler: “Aparentemente, Guebuza está particularmente aborrecido com o facto dos promotores do processo terem instituído uma acusação de “ atentado contra a segurança do Estado” sem consultar o Chefe de Estado ou o Conselho Nacional de Defesa e Segurança”.
Seja como for o tribunal deverá pronunciar hoje a sentença pelo que se pode dizer que é Dia D para o jornalismo moçambicano. Nem que seja para se ficar a saber como os poderes públicos concebem o jornalismo e interpretam os conceitos sobre o exercício desta profissão consagrados na Constituição da República.
(Celso Manguana)
Centro de Estudos Moçambicanos e Intenacionais
Minhas senhoras e
Meus senhores
É com elevada honra que me dirijo a Vossas Excelências, nesta particular e nobre ocasião, que se realiza o debate sob o tema A ZONA DE COMÉRCIO LIVRE NA SADC: UMA AVALIAÇÃO DA SOCIEDADE MOÇAMBICANA SOBRE A FASE EXPERIMENTAL DA SUA IMPLEMENTAÇÃO
Em nome do CEMO e em meu nome pessoal, permitam-me antes de mais apresentar as minhas calorosas saudações a todos presentes
Da luta de libertação política à luta de libertação económica na SADC
A cooperação e integração entre os países da África Austral assenta-se, desde os seus primórdios, em factores sócio, políticos, históricos e económicos. A primeira forma de cooperação e integração regional, formalmente reconhecida, foi a iniciativa dos países da Linha da Frente, que visava a mobilização e coordenação de esforços para fortalecer os Movimentos de Libertação Nacional que lutavam contra a opressão colonial na região, e foi fundada por Moçambique, Angola, Botswana, Tanzânia e Zâmbia. Posteriormente, a atenção dos Países da Linha de Frente foi alargada para travar as acções de desestabilização militar desencadeadas pelo regime do Apartheid da África do Sul contra os países independentes da região.
Estimulados pela experiência positiva da cooperação política, que resultou na independência política de alguns países e o reforço da luta contra o apartheid, os Estados independentes da região sentiram a necessidade de se engajarem no seu desenvolvimento socio-económico, caracterizados por uma pobreza massiva dos seus povos. Foi assim que, em 1 de Abril de 1980, em Lusaka, foi criada a Conferência para a Coordenação de Desenvolvimento da África Austral (SADCC), com o objectivo principal de promover políticas que alcançassem o desenvolvimento económica da região austral, com particular atenção para a redução da dependência económica em relação a África do Sul.
Na Cimeira de Windhoek, em Agosto de 1992, com todos os países da região livres do colonialismo, embora alguns mergulhados em guerras civis, a SADCC foram transformados em SADC, passando de uma “conferência de coordenação” para uma comunidade, vincando os seus esforços, infrutíferos na organização anterior, ainda no desenvolvimento sócio-económico, através de uma maior cooperação e integração económica da região, com a perspectiva de se concretizar, posteriormente, no estabelecimento de um mercado comum da SADC. Ao longo desta década, os membros desta organização aumentaram para 14, com a entrada da Namíbia (1990), da África do Sul (1994), das Maurícias (1995), e das Seychelles e da República Democrática do Congo, ambos em 1997.
O conceito de Blocos económicos ou integração económica regional significa, de uma forma rápida, uma associação de países que estabelecem relações económicas privilegiadas entre si através da remoção de barreiras tarifárias e não tarifárias. A sua implantação, ganha uma tendência global nos anos 90, com o fim da Guerra-fria, trazendo benefícios para a estrutura empresarial e social dentro desses blocos. O Bloco económico mais antigo é a União Europeia (UE), fundado em 1957, havendo ainda, entre outros, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS), a Comunidade Africana do Ocidente (EAC), a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Comunidade Económica dos Países da África Central (ECCAS), o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), o Mercado Comum do Cone Sul (MERCOSUL), a Associação das Nações do Sudoeste Asiático (ASEAN) e o Fórum de Cooperação Económica do Pacífico Asiático (APEC). Desde então, ainda que reconhecidamente não seja uma condição suficiente, há uma tendência crescente de que países reunidos em blocos económicos beneficiar-se-ão de um desenvolvimento económico assinalável.
Muitos blocos económicos, no continente africano e noutros, têm os seus mercados integrados com algumas uniões aduaneiras e mercados comuns. Por exemplo, muitos países da região austral de África, para além de pertencerem a SADC, também estão integrados em outras comunidades ou blocos tais como a União Aduaneira da África Austral (SACU) que está a beneficiar do Acordo de Cooperação em Comércio e Desenvolvimento entre a África do Sul e a União Europeia, a Zona de Comércio Livre do Mercado Comum dos Estados da África Oriental e Austral (COMESA), que previa o estabelecimento de uma união aduaneira até 2004, a Comunidade africana do Oriente (EAC).
Na rota da integração regional os países da SADC têm vindo a implementar um programa faseado com vista a concretização deste processo que consiste na criação duma Zona de Livre Comércio (ZCL) em 2008, uma União Aduaneira em 2010, um Mercado Comum em 2015 e uma União Monetária em 2018. O primeiro passo, a ZCL, é já uma certeza, devendo a sua formalização ocorrer no próximo dia 17 de Agosto, na África do Sul, durante a Cimeira dos Chefes de Estado dos países da SADC, sob o tema “A Zona de Comércio Livre da SADC pelo crescimento, desenvolvimento e criação da Riqueza”.
A implementação da Zona de Comércio Livre na SADC, no início, não foi de um todo consensual entre os diversos sectores da sociedade em cada Estado membro, suspeitando-se o sucesso deste processo. Em Moçambique os privados reivindicavam o direito, que não lhes foi garantido, de conhecerem o processo da implementação da ZCL com muita antecedência para melhor se prepararem. O governo legitimou tais preocupações e prometeu fazer os ajustamentos necessários para que as empresas do país absorvam as oportunidades potenciadas pela integração regional.
Há poucos dias da formalização e avaliando a fase experimental da implementação da ZCL, desde o dia 1 de Janeiro transacto, o Ministro da indústria e Comércio de Moçambique afirmou haver condições para a implementação efectiva deste processo. Em face disso, o Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO) julga útil e pertinente um debate académico sobre a avaliação das condições proporcionadas pelo governo para a continuidade (vantajosa para Moçambique) da Zona de Comércio Livre na SADC, desde Janeiro a esta parte, com intuito de inteirar a sociedade.
O cepticismo a volta da liberalização do comércio na região foi manifestado em muitos países da região, incluindo Moçambique. De entre muitas dúvidas pontificavam (ii) a questão de como conciliar dentro da ZCL os interesses individuais de cada país com os interesses da comunidade, espelhada por exemplo, nas múltiplas afiliações dos Estados Membros da SADC em outros agrupamentos regionais, (ii) a discussão tardia e nas vésperas da sua implementação ao nível do empresariado nacional, daí que não estavam preparados para cooperar/competir com a robustez da economia sul africana, vista como a única que tiraria proveitos da integração, (iii) que havia interesses alheios no processo da integração, (iv) o Estado perderia receitas fiscais com a remoção, entre muitas outras interrogações. De uma forma geral, o foco da discussão era discutir vantagens e desvantagens da integração, bem como as estratégias de actuação das empresas nacionais.
Não obstante as dúvidas levantadas, a ZCL entrou (com o aval político) em vigor em Moçambique (e em outros países da região) em Janeiro último numa fase experimental, de tal forma que os países da região pudessem fazer uma avaliação sobre o grau de condições existentes para a continuidade do programa e com a Cimeira da África do Sul confirmada, entende-se que os governantes avaliaram que sim, há condições para se avançar.
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Porém, o último reduto da resistência à ZCL compreende a República de Angola e a República Democrática do Congo, que por razões político-económicas, recusaram-se a entrar para a ZCL e, consequentemente, ao contrário dos restantes países da SADC, não estão a isentar tarifas aduaneiras nas transacções comerciais de produtos originários de qualquer um dos Estados membros da comunidade.
Fazendo uma análise deste (curto) período, o Ministro da Indústria e Comércio de Moçambique, António Fernandes , defendeu que para Moçambique são positivos os resultados que se podem tirar da implementação da iniciativa, principalmente ao nível da movimentação de pessoas e bens e importações, pese embora o mesmo não se tenha verificado com as exportações, e segundo este governante, algumas reuniões preparatórias recentemente realizadas concluíram que, de facto, há condições para a formalização no próximo mês da zona do comércio livre.
Minhas Senhoras e
Meus Senhores
Alguns poderão perguntar qual é a pertinência do debate?
A discussão sobre a ZCL emerge como importante devido as inquietações da sociedade moçambicana (em particular os empresários, o principal catalizador deste processo) confrontadas com promessas do governo de que tudo seria feito para que Moçambique obtivesse ganhos neste processo. Assim, diante das declarações do Ministro da IC, urge ouvir do próprio governo sobre até que ponto foram respondidas as preocupações dos empresários moçambicanas, bem como qual é a avaliação que estes últimos fazem do período experimental de Janeiro até ao presente.
Num panorama geral, urge também questionar sobre qual é o impacto da não participação de Angola e República Democrática do Congo na Zona de Comércio Livre.
É desta forma que convidamos o Governo, os empresários, académicos, as famílias e a sociedade em geral são convidados a fazer parte deste debate, com o intuito de fazerem um balanço da fase experimental da ZCL, em termos das condições criadas pelo governo e da sua viabilidade para Moçambique.
Assim, permitam-me declarar que damos por aberta a sessão de debate e
MUITO OBRIGADO
PARA A CASA BRANCA?
MANUEL --
This night could not have happened 40 years ago -- or even 4 years ago.
And it could not have happened without you.
You believed, against the odds, that change was possible. I felt your passion here tonight, and I know it was shared by millions of Americans who are building this movement all across the country.
Tonight is your night. But tonight is just the beginning.
The general election is going to be faster and tougher than anything we've faced so far. And our opponents will do everything they can to tear us down.
I need your support more than ever.
Make a donation of $25 or more right now:
https://donate.barackobama.com/thebeginning
Our party is united. Our purpose is clear. And our goal is in sight.
Thank you for everything you've done,
Barack
FINALMENTE: AEMO HOMENAGEIA UNGULANI
Acabo (05.59) de receber uma mensagem com o seguinte teor: 'A AEMO vai homenagear o Ungulani, hoje dia 29.08 na sede na Associacao de Escritores Mocambicanos. Esta convidado. Contamos consigo!'
Uma homegagem merecida e que apenas pecou por ter chegado um poucochinho tarde! Mas como se tem dito, nunca e tarde demais. deixem-me frisar, que preparava-me para finalmente ir a cama, depois de ter visto e revisto o discurso de Obama. Gostei da coincidencia- a homenagem acontece num dia historico para muitos de nos - o dia em que Barack Obama aceita ser o candidato presidencial dos Democratas para as eleicoes de Novembro de 2008! Apesar de nao poder estar presente gostaria de aqui deixar a minha singela homenagem a este escultor de palavras, que soube desbravar com bravura inedita as entranhas da nossa historia recente! Parabens Ungulani! Parabens AEMO! Estamos juntos e obrigado pelo convite! Fica a divida da minha parte! Ate breve,
MA
Obama: "We are a better country than this"
By John Whitesides, DENVER (Reuters) - Declaring "we are a better country than this," Barack Obama launched a sharp assault on Republican presidential rival John McCain on Thursday, promising to reverse the economic failures of the past eight years and restore America's reputation in the world.
Obama, the first black White House nominee of a major U.S. party, linked McCain directly to President George W. Bush and said their failed Republican policies were responsible for a faltering U.S. economy and a decline in U.S. global standing.
"We are here because we love this country too much to let the next four years look just like the last eight," Obama told a flag-waving crowd of about 75,000 supporters in Denver's open-air football stadium as he accepted the nomination on the last night of the Democratic convention.
"On November 4th, we must stand up and say: 'Eight is enough,'" Obama said.
Obama delivered the biggest speech in a career filled with big speeches on the 45th anniversary of Martin Luther King's "I Have a Dream" speech -- a landmark in the U.S. civil rights movement.
The speech kicked off a two-month sprint to the November 4 general election against McCain, who tried to steal the limelight with word that he had chosen his running mate and will appear with the choice on Friday in Ohio.
Obama said McCain, an Arizona senator, was out of touch with the day-to-day concerns of Americans and had been "anything but independent" on key issues like the economy, health care and education.
"Now, I don't believe that Senator McCain doesn't care what's going on in the lives of Americans. I just think he doesn't know," said Obama, who had been urged by some Democrats to take a tougher line against McCain.
"Senator McCain likes to talk about judgment, but really, what does it say about your judgment when you think George Bush was right more than 90 percent of the time?" Obama asked, citing McCain's voting record in the Senate.
"I don't know about you, but I'm not ready to take a 10 percent chance on change," he said.
The televised acceptance speech by Obama, who was formally nominated on Wednesday, gave
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Thursday, 28 August 2008
Pereira candidato da Perdiz na Beira? Sera a Frelimo igual a Renamo?
Eram cerca de 14.30 de Quinta Feira, e encontrava-me na biblioteca, quando uma mensagem via sms entrou no meu telefone confirmando que Manuel Pereira acabava de ser 'eleito', 'nomeado' ou 'indigitado' candidato da Perdiz para a Cidade na Beira! Confesso que ri-me, pois as coincidencias seriam quase que milimetricas com a derrota da Comiche na Cidade de Maputo. Ou seja que algo de anormal estava a acontecer no seio dos dois maiores partidos no parlamento, nomeadamente a Renamo e a Frelimo.
Confesso que nada tenho contra Manuel Pereira, ou contra Davis Simango, ou ainda contra David simango ou Eneas Comiche. Apenas, acho que ha falta de transparencia e de credibilidade nos processos, o que demonstra que algo nao vai bem na nossa democracia.
Logo que recebi a mensagem re-enviei-a a varios colegas e amigos, que ou fizeram questao de nao responder ou entao pura e simplesmente se abstiveram de fazer comentarios. O que de alguma forma demonstrava que eu fora dos primeiros a receber a noticia. As unicas confirmacoes que recebi de pessoas ligadas ao processo foram quatro horas depois.
A primeira vez que soube da candidatura de Manuel Pereira foi no dia seguinte ao do anuncio da sua candidatura, se a memoria nao me trai. Saia eu da Cidade de Quelimane e como e normal o voo da LAM fez a sua aterragem na Cidade da Beira. Como de costume encontrei-me com varios amigos e ex-colegas no restaurante do aeroporto da Beira, como sempre o faco quando faco alguma escala naquela bela cidade que a semana transacta celebrou mais um aniversario. Terminada a meia hora que a LAm nos oferece em terra, e depois da infalivel 'Manica', regressei ao meu lugar no voo. Por coincidencia, acabava de apanhar o mesmo voo, o meu colega de bancada, Manuel Pereira. Quando o comandante do aviao informou que estavamos a 33 mil pes, e portanto atingiramos o ponto mais alto e estavel da nossa viagem com destino a Maputo, sai do meu lugar e fui cumprimentar o meu colega de bancada.
Depois dos cumprimemntos de prache, e mesmo antes que eles terminassem, vi um sorriso incaracteristico no seu semblante. Parecia que ele tinha algo a dizer-me. Se assim pensei, nao tardou a concretizar-ze a minha duvida ou certeza.
O meu colega trazia nas maos nada mais e nada menos que o Diario de Mocambique, onde tinha na capa uma foto sua com os dizeres ' Manuel Pereira candidata-se ao Municipio da Beira'.
Como mandam as regras de boas maneiras, congratulei-o pela aposta e regressei ao meu lugar, perplexo, pois ate ai, pensara eu que o candidato da Perdiz para a Cidade da Beira, era o actual edil da Cidade, Davis Simango.
A minha chegada a Maputo, liguei a varios colegas, incluindo a Davis Simango que me confirmaram que de facto haviam recebido tal noticia. Achei estranho, apesar de saudavel em democracia.
Para mim, na altura quatro razoes poderiam estar na origem da candidatura de Manuel Pereira:
1-Que a democracia era o pao de cada dia no maior partido da oposicao;
2-Que havia uma grande dessatisfacao das bases, essencialmente da faccao Sena da Renamo na Beira com a governacao de Davis Simango (Ndau);
2-Que o lider do partido pretendia diminuir a popularidade interna e externa de Davis Simango e assim garantir a sua continuidade na lideranca no partido;
3-Que Davis Simango havia demonstrado que o poder local era importante (uma vez que fontes partidarias alegam que em 2003 Manuel Pereira quando convidado a concorrer havia negado assumir a candidatura;
4-Que era no interesse do partido no poder, dividir a Renamo para fazer passar a candidatura de Lourenco Bulha.
Por um lado, achei que nao era nada de anormal que houvessem varios candidatos as eleicoes internas, pois em democracia, os lideres devem nao apenas mostrar servico na base, como tambem devem periodicamente submeter-se a vontade popular.Confesso que nao concordo com a metodologia da 'consulta' ao inves da eleicao directa dos candidatos quer aos orgaos autarquicos quer a outros orgaos! democracia e democracia e tem as suas regras. E como disse Afonso dhlakama em recente entrevista, nao ha 'democracia europeia ou democracia africana: ha apenas uma e unica democracia: democracia!
O que achei estranho foi o facto de meia volta, ter sabido de fontes seguras de que Manuel Pereira havia retirado a sua candidatura, uma vez que havia uma directiva partidaria, confirmada pelo lider do partido, segundo a qual nas eleicoes internas para a eleicao de candidatos aos municipios governados pela Perdiz, nao haveria concorrentes!
Apesar de nao ter concordado com a directiva partidaria que definia que os candidatos nos poleiros municipais nao deveriam submeter-se as eleicoes internas, pois acho isso anti-democratico, a ser verdade o que soube de fontes internas do partido afirmam, confesso ter subestimado o nivel de dessatisfacao da faccao Sena na Beira, da popularidade e quica do prestigio de Davis Simango e dai a ameaca a lideranca, bem como a forca e pujanca politica de Manuel Pereira na Cidade da Beira. E (sera?) como a maioria dos observadores da politica nacional, dera uma 'carte blanche' a David Simango pela folha de servico impecavel que apresentara ao longo do seu mandato, do mesmo modo que dera 'carte blanche' a Eneas Comiche, pelas mesmas razoes.
A ser verdade, questoes fundamentais devem ser colocadas sobre o tipo de democracia que temos no pais e fundamentalmente nos dois partidos com assento parlamentar.
Esquecera-me por momentos de que em politica, pelo menos em alguma politica terceiro mundista e ou africana, quanto mais incompetente se for, melhor para as liderancas, pois menos ameacas eles sofrerao. Ora, essa e a causa fundamental do atrazo economico e em termos de desenvolvimento em que o nosso continente se encontra! dai a necessidade urgente de as forcas vivas da nossa sociedade erguerem suas vozes para que haja democracia interna nos partidos, nas ONG's, no estado, nas empresas e em tudo o que e pretende representar interesses quer minoritarios quer maioritarios.
Ao receber a noticia de que Manuel Pereira fora 'eleito' ou 'nomeado' candidato da Perdiz vieram-me a memoria varios momentos, como o da festa da bancada parlamentar da Perdiz com a populacao de Sofala residente em maputo, no Kaya Kwanga, onde achei interessante o convivio fraternal entre o lider da Perdiz e Manuel Pereira. Na altura achei, que das duas uma ou era motivo de orgulho, pois significava que de facto a Perdiz era uma democracia adulta e que o seu lider era de facto 'o pai da democracia!' ou entao que Manuel Pereira agia sob-mandato superior.
Afinal de contas o que tera de facto acontecido na Beira? Sera a Frelimo tao igual a Renamo? Tera de facto sido a democracia a ditar a vitoria de Simango em Maputo e da 'derrota' de Simango na Beira? Foram as duas eleicoes verdadeiramente democraticas?
Penso que e altura de os partidos passarem a ser muito mais transparentes para connosco pagadores de impostos, pois os cerca de mais de dois bilioes mensais que recebem do nosso orcamento sao fruto do nosso suor!
A ser verdade o que aconteceu quer em Maputo quer na Beira, entao pensamos nos que temos que redefinir as regras da nossa democracia, por democracia que eu saiba e 'Poder do Povo, e Para o povo'.
Sera que so o facto de Comiche em Maputo ter perdido as eleicoes internas e Simango parecer nao ter ganho na Beira e razao para mudarmos as regras de jogo? Nao queremos acreditar e enquanto nao tivermos a certeza sobre o que de facto estara a acontecer ficamos nas duvidas metodica.
As Opcoes de Davis Simango
A ser verdade o que ouvimos, restam quatro alternativas a Davis Simango:
-Umas ferias em Chibabava e terminadas as eleicoes regressar a sua profissao de engenheiro, respeitando a posicao de quem tomou a decisao;
-Lancar uma candidatura independente;
-Juntar-se ao pequeno grupo da versao do 'Juntos pela Cidade' de Maputo.
-ou continuar no partido e aguardar pela realizacao do Congresso onde podera lancar uma candidatura ao mais alto nivel da lideranca do partido.
Para terminar perguntar: democratia interna partidaria em Mocambique, quo vadis?
E mais nao disse!
MA
OBAMA'S NOMINATION
Obama seeks a personal touch within a huge stadium By KATHY BARKS HOFFMAN, Associated Press Writer
DENVER - Barack Obama aims to weave the personal with the political Thursday as he explains to 75,000 supporters in a massive stadium — and millions more at home — how as president he would make a difference in their lives.
The sweep of history provided weight to words yet spoken: The previous evening Obama became the first black man to be a major political party's presidential candidate, and his acceptance of the Democratic nomination comes on the 45th anniversary of Martin Luther King Jr.'s "I Have a Dream" speech.
For more details please click here
Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais
PROGRAMA DE DEBATE
Data: 28 de Agosto (Quinta Feira), Local: (HOTEL VIP)
ABERTURA:
17:00-17.15 Chegada e registo dos participantes Comité Organizador
17.15 -17.30 Boas Vindas e Problematização Hortêncio Lopes (CEMO)
TEMA:
“A Zona de Comércio Livre da SADC: Uma Avaliação da Sociedade Moçambicana sobre a Fase Experimental da sua Implementação”
Moderador: Fernando Gonçalves (EDITOR SAVANA)
Orador: Cerina Mussá, Directora Nacional (Ministerio da Industria e Comercio)
Comentador: Orlando da Conceição-Director Executivo (CTA)-Confederacao das Associacoes Economicas
Comentador: Adolfo Inguane, Docente (Instituto Superior de Relacoes Internacionais, ISRI)
Comentador: Domingos Fernandes, Director Nacional(CONSADC)–Ministerio dos Negocios Estrangeiros e Cooperacao) TBC
Comentador: Sudenkar Novela, Presidente (Associação Mukhero)
ENCERRAMENTO
19:30-19:35 Considerações Finais e Agradecimentos Celso Gusse (CEMO)
19:40-20:00 Café Participantes
SEGUNDA CARTA PASTORAL EM 2008
Bispos católicos pedem eleições livres, justas e transparentesPolíticos devem apresentar alternativas credíveis e realizáveis - pedem bispos católicos de Moçambique em Carta Pastoral
TODOS os cidadãos devem ser tolerantes e abertos ao diálogo. Ter ideias diferentes e pertencer a um partido não deve ser motivo de desprezo, discriminação ou ódio. Ninguém deve ser perseguido, nem violentado, de uma maneira ou de outra, por causa da sua escolha. Abertura, diálogo e tolerância fazem parte da democracia, da liberdade e do respeito pelos direitos individuais e colectivos. Por isso, candidatos que incitam de algum modo à violência, à obstrução das campanhas dos candidatos adversários, manifestam fraca ou nula capacidade de abertura, diálogo e tolerância, por isso mesmo, não merecem o voto do povo – escrevem os Bispos Católicos de Moçambique em Carta Pastoral intitulada “Exigência de Eleições Livres, Justas e Transparentes” datada de Agosto corrente.
Para mais detalhes clique aqui Maputo, Quinta-Feira, 28 de Agosto de 2008:: Notícias
TODAY'S PAPERS
Making it Official By Daniel Politi
The papers all lead with Barack Obama officially becoming the first African American presidential nominee of a major party. USA Today makes the point directly in its banner headline: "A Night for History," which is a theme that is echoed in all the papers. In a carefully choreographed event that was the result of weeks of negotiations, Sen. Hillary Clinton stepped up to the microphone as her home state of New York was called upon to cast its votes. Clinton then moved to suspend the roll call and nominate Obama by acclamation "in the spirit of unity." The Washington Post points out that Clinton's "gesture of conciliation brought to a conclusion the closest and hardest-fought nomination battle Democrats have waged in the modern era of presidential politics." And the crowd went wild. "With the tension released, the scene inside the Pepsi Center was like an end-of-semester party," notes the Los Angeles Times. "Delegates whooped, embraced and danced in the aisles."
Despite all the careful planning, the New York Times points out that Democrats weren't eager to draw "attention to the lingering resentments between Clinton and Obama delegates" and it was the "first time in at least 50 years that Democrats have not scheduled their roll call on prime-time television." In the end, there wasn't much reason to worry. As the Wall Street Journal highlights, "most, but not all, of Sen. Clinton's loyal supporters already were following her example" and casting their votes for Obama before the former first lady ended the roll call. Even former President Bill Clinton's home state of Arkansas cast most of its votes for Obama.
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Daniel Politi writes "Today's Papers" for Slate. He can be reached at todayspapers@slate.com.
Nomeacao de Barack Candidato oficial dos democratas
MANUEL --
A few hours ago, Barack Obama was officially nominated as the Democratic candidate for president of the United States.
And just a few moments ago, I accepted our party's nomination for vice president.
I made my case to everyone watching -- Barack Obama will secure America at home and restore our reputation abroad. And John McCain will only extend the failed policies of George Bush.
But this isn't my moment. It's all of ours.
And the fight ahead will be like nothing you've ever seen.
The stakes couldn't be higher, and Barack and I need your help right now.
Please make a donation of $5 or more now and support this campaign to bring the change we need:
https://donate.barackobama.com/tonight
Thank you for making this possible,
Joe
Autarquicas na Perdiz-Quo vadis?
Renamo pretende aumentar seu espaço de governação
- Ivone Soares, do Gabinete Eleitoral do partido, que ontem se inscreveu na CNE
Maputo (Canal de Moçambique) – O partido «Renamo – Resistência Nacional de Moçambique» foi ontem de manhã, quarta-feira inscrever a sua candidatura nas instalações do «CNE – Conselho Nacional de Eleições» para concorrer nas autárquicas municipais de Novembro de 2008. Em contacto com a respectiva porta-voz do Gabinete Central de Eleições, Ivone Soares, esta disse que “os munícipes moçambicanos vão testemunhar a entrada da Renamo em mais municípios do país e por isso estamos a proceder à nossa inscrição”. “Já governamos cinco municípios do país, a cidade da Beira, Marromeu, Angoche, Ilha de Moçambique, e Nacala como também pretendemos aumentar o número de municípios sob nossa governação uma vez que são considerados exemplos de boa governação no país”, disse Ivone Soares.
Ainda segundo ela “em breve anunciaremos a data de apresentação dos candidatos que vão concorrer nas 43 autarquias municipais”.
Frisar que para se concorrer nas autarquias municipais os partidos concorrentes tem que estar munidos de requisitos tais como a sigla do partido, emblema, estatuto, certificado de registo e resolução do conselho nacional. Questionada sobre o que estão a fazer em torno do processo autárquico, Ivone Soares disse: “internamente estamos num processo extremamente avançado mas decidimos para já não fazer qualquer aparato publicitário dos candidatos”.
Ivone Soares disse ainda que “em breve” as listas dos candidates concorrentes às autarquias municipais e membros das assembleias municipais serão do domínio público.
Segundo fontes próximas do partido Renamo, são potenciais candidatos a candidatos pela Renamo à presidência do Municípico de Maputo nas próximas eleições municipais, três candidatos: o actual porta-voz do partido, Fernando Mazanga, Jeremias Pondeca, membro do Conselho
de Estado e delegado do partido na cidade capital do país, e o deputado da Assembleia
da República pela Renamo, Dr. Eduardo Namburete. O mais provável candidate destes três é este último, que é natural da cidade e um muito apreciado comentador da STV, com credenciais como docente universitário.
De referir que o partido presidido por Afonso Dhlakama está a governor actualmente cinco autarquias municipais, designadamente a Cidade da Beira e a Vila de Marromeu, na província de Sofala, e as cidades de Angoche, Ilha de Moçambique e Nacala-Porto, todas elas na província de
Nampula. (Conceição Vitorino)
Wednesday, 27 August 2008
A Opinião de Benedito Buleia
Município de Maputo sem Eneas Comiche!
As Profecias falharam – O oráculo foi claro...
As bases (não - militares) da FRELIMO no município de Maputo mexeram mal as pedras do oráculo e votaram contra o desejo da maioria que não esta inserida nestas bases, alias os citadinos do Maputo... o que se espera quando uma minoria dentro de um partido não vão a favor duma maioria que terá a ousadia de exercer o mesmo direito de voto? Aqui espera-se três (3) cenários indecifráveis; a) Ou os que ainda depositavam confiança no Comiche se absterão em Novembro; b) ou os mesmos farão uma reviravolta votando nos candidatos e partidos da oposição; c) Ou ate mesmo continuarão depositando voto no candidato do seu partido para não decepcionar a cor vermelha (sangue).
Na minha simples opinião, a FRELI usou Simango porque sabia que seria um imbatível porque o mesmo detêm uma porção maior da população deste país onde a OJM não esta de fora – quanto a isso terão usado inteligência politica. E dai ficou logo claro que Comiche estaria fora das cartas do baralho como se fosse um JOKER, e conclui-se que a sua boa gestão invejável do Município não agradou ao seu “Team” porque não foi capaz de servir os trunfos aos mesmos.
De forma aberta nas esquinas, nos transportes semi-colectivos e noutros lugares os munícipes lamentam a saída do Comiche.
Lembre-se que Comiche levou tempo para aprender e a descobrir os verdadeiros traços para o Município e Simango terá que ter também algum tempo para se engrenar na máquina e este tempo para nos como citadinos é uma perda imperdoável. Teriam deixado o homenzinho a trazer-nos a beleza que estava dando este ex-nojento município. Porque agora é que teremos que dar um passo em frente e dais a retaguarda enquanto já estávamos a trilhar com passos sem retaguarda.
Não faz mal, ficaremos a espera daquele candidato que vier com um papo convencível e sem espinha durante a campanha; oxalá que consigam tirar as nossas mentes destes controversos e não venham com papos de que eu darei continuidade, mas sim eu farei isto e aquilo.
Alerto aos outros partidos políticos para não usarem este trunfo porque serão mal vistos, se usarem usem-no de forma estratégica e invisível porque nos estamos aqui para os julgar em Novembro!
Benedito Ribeiro Buleia (Profeta)
Prémio de Jornalismo Investigativo John Manyarara
O Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA) anuncia, por via desta nota, o lançamento do Prémio de Jornalismo Investigativo John Manyarara 2008, que tem como objectivo o reconhecimento do trabalho que os profissionais da comunicação social da África Austral desenvolvem ao nível dos seus países.
No âmbito do Prémio de Jornalismo Investigativo John Manyarara 2008, serão atribuídos dois galardões:
O Jornalista Investigativo MISA John Manyarara do Ano, que receberá um prémio monetário de 4.000 (quatro mil) Euros;
O Jornalista Promissor MISA John Manyarara do Ano, que receberá um prémio monetário de 2.000 (dois mil) Euros e uma bolsa de estudos avaliada em 6.000 (seis mil) Euros.
Os prémios serão atribuídos aos concorrentes que apresentarem a melhor peça jornalística ou o conjunto de melhores peças jornalísticas, demonstrando-se habilidades em investigação jornalística.
O Júri premiará, especificamente, os trabalhos que:
Demonstrem excelentes habilidades de investigação jornalística, com enfoque em questões metodológicas como “construção” de fontes, colecção de dados, profundidade e clareza;
Sejam pertinentes, à luz dos critérios universais de noticiabilidade;
Interroguem os envolvidos e a sociedade em vários e diversos ângulos;
Demonstrem perseverança na abordagem do tema em discussão;
Resultem da iniciativa e criatividade do jornalista;
Tragam a público informações que estavam a ser postas em “segredo”.
O concurso admite somente peças jornalísticas que tenham sido publicadas entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2007, ou seja, durante o ano passado.
Na óptica do MISA, Jornalismo Investigativo não se limita às denúncias sobre corrupção, mas inclui outras temáticas nas quais África pode ser jornalisticamente investigada.
Em cada um dos 11 países da África Austral em que o MISA possui um escritório será seleccionado 1 (um) finalista; totalizando 11 (onze), esses finalistas irão se juntar aos 2 (dois) premiados, para beneficiarem de uma Formação em Jornalismo Investigativo, a ser organizada pela Universidade de Witwatersrand, da África do Sul.
O mesmo grupo poderá assistir à Cimeira Pan-Africana de Jornalismo Investigativo, a ser promovida pelo Forum for African Investigative Reporters (FAIR), pouco antes da acção de Formação em Jornalismo Investigativo.
Os jornalistas moçambicanos que desejam se candidatar ao Prémio de Jornalismo Investigativo John Manyarara 2008 deverão fazê-lo depositando os seus trabalhos nos escritórios do MISA-Moçambique, que se localizam na Avenida Ahmed Sekou Touré, número 2710, em Maputo, ou nos Núcleos Provinciais da organização, até às 15 horas do dia 18 de Setembro de 2008.
Os vencedores dos prémios serão anunciados durante uma cerimónia a decorrer no fim da Formação em Jornalismo Investigativo e da Cimeira Pan-Africana de Jornalismo Investigativo.
O Prémio de Jornalismo Investigativo John Manyarara conta com o apoio do Instituto Holandês da África Austral (NIZA) e do Fórum Africano dos Jornalistas Investigativos (FAIR.
BARACK OBAMA
MANUEL --
I am so lucky to be married to the woman who delivered that speech last night.
Michelle was electrifying, inspiring, and absolutely magnificent. I get a lot of credit for the speech I gave at the 2004 convention -- but I think she may have me beat.
You have to see it to believe it.
And make sure to forward this email to your friends and family -- they'll want to see it, too.
http://my.barackobama.com/michelle
You really don't want to miss this.
And I'm not just saying that because she's my wife -- I truly believe it was the best speech of the campaign so far.
Barack
A OPINIAO DE EDWIN HOUNNOU
Dhlakama, assim não!
Os tempos dos saneamentos pertencem à história. O partido Frelimo ficou conhecido como dos poucos tolerantes. Por qualquer coisa, choviam comunicados de expulsão de membros de todos os tamanhos, ministros incluídos, não escapavam ao crivo. Comandantes e comissários caiam na desgraça. Não era importante investigar para se saber se a acusação tinha algum mérito. Eram métodos revolucionários que tardaram em incendiaram o País. O descontentamento tomou conta dos combatentes e dos que haviam aderido ao movimento libertador.
Tais métodos demonstram-se inadequados numa situação de política multipartidária. A continuar assim, corria o risco de esvaziar suas fileiras, reforçar o exército de descontentes. A Frelimo sabe o valor de cada voto para não descer do poleiro. Atrás de um desafectado, estão os familiares, amigos e seguidores que, não encontrando razões da medida draconiana, passam a detestar o partido com tais práticas. Apercebeu-se do perigo e parou de expulsar seus membros. Hoje, usa todos os meios – partidariza o emprego e o Estado – para assegurar sua supremacia.
Os gigantes da Renamo desapareceram. Andam desavindos com o líder. Até aqui não estão explicadas as razões que ditaram a expulsão de Raul Domingos. Pensa-se que tenha sido vítima de intrigas entre gente da Renamo e dirigentes da Frelimo, designadamente, o seu então presidente, Joaquim Chissano, que foi quem denunciam, cordialmente, ao seu irmão, os pedidos de financiamento de Domingos ao, também, seu irmão, Tomás Salomão. Expulsar Domingos foi um erro político grave.
David Aloni, intelectual de vulto que qualquer partido gostaria ter nas suas fileiras, foi vítima de intrigas dos bajuladores. Quando Aloni foi irradiado, o círculo eleitoral de Tete foi assaltado pelo partido no poder.
Colocar no banco Dionísio Quelhas é o mesmo que mandar ao balneário Ronaldino Gaucho e substituí-lo por um jogador do Atlético de Muxatazina. Jeremias Pondeca, apesar de, politicamente, queimado, pelas suas danças e apitadelas, no parlamento, continuaria imprescindível na linha de ataque.
Jafar Jafar é uma figura incontornável quando se pensa na vitória. Caíu fora, fulminado por intrigas dos que bajulam o líder. Mentiam que Jafar fazia jogo duplo. Era tudo falso. É um escândalo julgar que Benjamim Pequenino não seja importante na organização, estruturação e valorização da Renamo. Demonstrou, na vida, que é um gestor de gabarito. Tem capacidade para melhor o desempenho do Renamo.
Raimundo Samuge, quadro sénior do partido, mandado, pelo líder, aguardar novas, através de sms de um celular emprestado a um oficial menor. Depois de um ano de indefinição, decidiu saltar para fora da carroça. O que está a acontecer na Renamo? Dizem haver um enorme défice de diálogo. As ideias não fluem. Quem não discutem, com o seu comando, estratégia de combate,
não ganha qualquer batalha, por muito bom comandante que seja. Um partido de crises não ganha uma eleição.
Fonte: A TribunaFax
A Opinião de Celso Manguana
Do "chumbo" de Comiche ao conceito de "bases"
Maputo (Canal de Moçambique) - Dizer que Comiche perdeu as eleições internas que elegem o candidato do partido Frelimo as eleições para edil de Maputo a favor de David Simango é já um lugar comum. Muito foi dito, muito outro foi escrito. O que me preocupa é o argumento vindo de dentro do partido Frelimo de que, “foi opção das bases”. O que aconteceu nas instalações do Centro de Conferências das TDM serve de pretexto para nos questionarmos: “afinal quem são as bases do Partidão". Comecemos com um argumento matemático. Nas referidas eleições inte nas votaram tão só 89 eleitores. Trocando em miúdos: 53 votaram em David Simango, 25 em Eneias Comiche e 1 em Generosa Cossa. Não houve referência a abstenções.
Sabe a caricato quando figuras com cargo nos órgãos do partido presidido por Armando Guebuza dizem publicamente que, “o resultado das eleições internas reflecte a vontade das bases do partido”. Para um partido que se orgulha de ter milhões de filiados sabe a pouco quando quase nove dezenas de indivíduos são a mostra para um Município que detém quase 2 milhões de habitantes.
Em suma quem votou nas já referidas eleições internas foram os “barões dopartido" ao nível da cidade de Maputo. E o seu voto não descartou os interesses que Comiche não salvaguardou no tempo em que dura o seu mandato.
Não podemos olvidar que de uns tempos para cá, ser membro do partido Frelimo pressupõe retirar benefícios do Estado aos mais diversos níveis.
Patético é quando se quer manipular a opinião pública e dizer que as eleições internas no partido Frelimo reflectem a vontade das bases. Pode até ser que sim. Mas no caso vertente estamos a falar da vontade das bases do topo. Porque quem votou não foi a mamana da Inhaca que disse às câmaras da televisão que apoia David Simango sem argumentar porquê. Votaram pessoas composição de proa no partido nem que seja só a nível da cidade de Maputo.
O que aconteceu no partido Frelimo a nível da cidade de Maputo, merece uma reflexão sobre a democracia que impera nos partidos políticos que se dizem jogar democraticamente no cenário político moçambicano. Não só o partido Frelimo. Mas todos os outros que exigem democracia ao vizinho mas em casa são os maiores Espartanos.
(Celso Manguana)
GEÓRGIA
Rússia reconhece regiões separatistas como ‘Estados Independentes’
Pretoria (Canal de Moçambique) - O presidente russo, Dmitry Medvedev, anunciou ontem ter assinado um decreto que reconhecia as regiões separatistas de Abkhazia e Ossétia do Sul como “Estados independentes”. A decisão do presidente da Federação Russa segue-se à aprovação de uma resolução pelo parlamento em Moscovo, apelando ao governo para que reconhecesse a declaração unilateral de independência das duas regiões que são parte integrante da República da Geórgia, uma nação soberana representada na Organização das Nações Unidas.
A medida foi energicamente condenada pelo presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, para quem a posição russa era “completamente ilegal, e um erro estratégico que acabaria por prejudicar a posição da Rússia no seio da comunidade internacional”. Saakashvili acusou a Rússia de “tentar desmembrar o Estado georgiano, de minar os valores fundamentais da Geórgia e de apagar este país do mapa.”
Numa outra reacção à política reminiscente do expansionismo soviético, a França e os Estados Unidos da América consideraram a decisão da Rússia como “lamentável”.
O Reino Unido rejeitou de forma categórica a medida anunciada ontem em Moscovo.
Um porta-voz da OTAN disse que a política de Moscovo violava inúmeras resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
(Redacção / BBC World)
Autárquicas na província de Nampula
Frelimo já tem candidatos
Nampula (Canal de Moçambique) - O partido Frelimo ao nível da província nortenha de Nampula, já tornou público os nomes dos seus candidatos à corrida a presidentes dos seis municípios da província.
Castro Namuaca é o candidato a edil da cidade de Nampula. É o actual presidente e vai tentar manter-se no cargo.
Ossufo Chalé candidata-se Nacala-a-Porto. Amércio Adamugy, ao município da Ilha de Moçambique. Alfredo Matata, João Luís e Constantino António, para os municípios de Angoche, Monapo e Ribaué, respectivamente.
Para os próximos dias anuncia-se a criação dos gabinetes eleitorais para os respectivos candidatos.
Informações provindas do partido dos camaradas indicam que a Frelimo já tem a máquina afinada.
Não está a passar despercebida a polémica no Monapo onde o chamado "partidão" deixou de fora o polémico Hermínio Bento, actual edil, por ter renunciado “devido a complicações internas”.
(Aunício da Silva)