Sunday, 30 October 2011

Chingale de Tete - Palmeiras de Quelimane: Sera desta que Quelimane sai do anonimato futebolistico?

Apela-se a todos os Quelimanenses, Zambezianos, e Mocambicanos amigos de Quelimane e da Zambezia a darem todo o seu apoio a equipa do Palmeiras de Quelimane na sua deslocacao ao "Caldeirao do Carvao"!  Particularmente aos Quelimaneses, Zambezianos e Mocambicanos naturais e amigos da Zambezia residentes na cidade e provincia de Tete!

Vamos puxar pela nossa equipe!

Quelimane hoyeee! Hoyeee! Zambezia hoyee! Hoyeewe! Mocambique Hoyee! Hoyeee!

Um abraco, Manuel de Araujo

Monday, 24 October 2011

Eleições autárquicas “intercalares” em Quelimane, Pemba e Cuamba

CNE aprova candidatos da Frelimo, do Pahumo e do MDM

Maputo (Canalmoz) - A Comissão Nacional de Eleições (CNE) acaba de aprovar os nomes propostos pelo partido Frelimo e MDM, respectivamente, como candidatos a edis nas eleições autárquicas “intercalares” de 07 de Dezembro próximo, em Quelimane e Cuamba. Os dois partidos foram os únicos que apresentaram candidatos para entre eles se encontrarem, por via de sufrágio, os presidentes dos conselhos municipais de Quelimane e Cuamba, respectivamente capital da Zambézia e segundo principal centro urbano da província do Niassa. Mas na capital de Cabo Delgado há um terceiro candidato.
As “intercalares” de Dezembro próximo foram provocadas pelas renúncias forçadas dos edis em exercício, todos eles do partido Frelimo nas autarquias de Pemba, Cuamba, e Quelimane.
Em Pemba o candidato da Frelimo é Tagir Assimo Carimo. Pelo MDM (Movimento Democrático de Moçambique) avança Assamo Tique e pelo Partido Humanitário de Moçambique concorre Emiliano Moçambique.
Em Cuamba concorre pela Frelimo Vicente Lourenço e pelo MDM concorre Maria José Moreno. É a única concorrente mulher. Se ascender ao mais alto cargo autárquico vencendo o escrutínio, a província do Niassa entrará para a história do País se uma mulher for eleita. Será a primeira vez que por voto directo uma mulher será indicada pelos eleitores para tais funções. Será inédito a nível nacional.
Em Quelimane o candidato proposto pela Frelimo é o comerciante local Lourenço Abú Bacar. Pelo MDM concorre o professor doutor Manuel de Araújo.
De acordo com a deliberação da CNE, a que o Canalmoz teve acesso, no processo de verificação da regularidade dos respectivos processos de cada candidato para apreciação da autenticidade dos documentos que os integram e verificação das condições de ilegibilidade nos termos da legislação aplicável, concluiu-se que todos juntaram a documentação exigida e conseguiram ter apoio acima de um porcento de assinaturas de apoiantes relativamente ao universo de cidadãos eleitores recenseados nas respectivas autarquias.
A mesma deliberação da CNE, que tem apenas três artigos, determina que seja efectuado o sorteio das candidaturas para se saber qual a ordem em que cada candidato ou candidata se apresentará em cada boletim de voto na respectiva autarquia onde concorre.
A CNE determina igualmente que sejam imediatamente desencadeados os actos subsequentes, designadamente o exame do material e a produção de boletins de voto.
Nas autarquias em que haverá “intercalares” mantém-se em funções as assembleias municipais, completamente dominadas pelo partido Frelimo. Tanto as assembleias como os eleitos nestas “intercalares” cessarão funções para novas eleições autárquicas regulares em todo o País, em 2013. (Matias Guente)

Thursday, 20 October 2011

A Opiniao de Leonel Magaia

JANELA (IN) DISCRETA - A sala sete do Sinacurra!

ONTEM revivi um camarada que, não estando o seu corpo presente entre os mortais, os seus ensinamentos continuam a troar e vibrar ao longo de todo este imenso país. Samora Machel, um líder a quem foi erigida uma merecida estátua, inaugurada com pompa e solenidade. Um Presidente que ainda hoje se faz sentir em cada um de nós. Por isso, “Samora Vive.” 
Maputo, Quinta-Feira, 20 de Outubro de 2011:: Notícias
Hoje vou falar outra vez de Quelimane.
Manuel de Araújo, um amigo de longa data, com quem percorri estepes e planícies à busca, nas catequeses e missas dominicais, de valores morais e espirituais, e sobretudo planando à busca de escola e do saber, hoje intrépido analista sociopolítico, tem uma mania que me agrada: por onde passa fotografa tudo, desde aviões, casas, hotéis, cabanas, pessoas, animais, e depois mostra para o mundo através das redes sociais. Parece-me que usa o seu Blackberry para fotografar ao milímetro os fragmentos do seu quotidiano. Há dias postou no Facebook um dos seus fragmentos: a Escola Primária de Sinacurra.
Confesso que não consegui reprimir um chorrilho de lágrimas que denunciavam um misto de satisfação e desapontamento. Satisfação porque me deu um imenso prazer reviver quase duas décadas depois aquela escola, pequena, mas simpática e humilde, que terá sido indiscutivelmente um laboratório imenso de cérebros, alguns de conduta insuspeita, pensando e idealizando estratégias para o desenvolvimento deste país. Deu-me uma alegria imensa reviver automaticamente, como que por um clique flashpoint,  os colegas de então, os professores, os funcionários, o director Madeira e aquele sino de um chocalho extremamente ruidoso e que ficava justamente à porta da sala sete, a minha sala de aulas.
O estrondo do sino era implicante, mas convenhamos que nos dava um prazer enorme ouvi-lo, principalmente ao fim da tarde. De onde saíamos ruidosamente degustando lanho e “pataníquas” (quando na verdade queríamos dizer pataniscas) ou enormes e espadaúdos cana-de-açúcar. Mas também fiquei desapontado, pois as fotos do Araújo mostram uma realidade arreliadora e revoltante. A escola está literalmente em escombros, qual ruína envergonhada por ter sobrevivido a momentos mais difíceis para naufragar em marés limpas e menos ásperas.
Parece um cenário de um filme de guerra, em que Rambo, zangado e feito macho, rebenta com tudo e todos O pior é que uma das fotos é justamente da minha sala sete, cujo tecto há muito que perdeu a sua função, deixando entrar desavergonhadamente água aos cântaros. Não consigo perceber a razão de uma escola primária degradar-se até aquele ponto. Entendo que um bar, uma discoteca de especialidade stripper, um dumba-nengue ou uma loja de bugigangas de terceira mão sejam devotados ao esquecimento e ao abandono. Agora uma escola?! Logo o meu Sinacurra?! Não dá para acreditar.
Aliás, parece-me que em Quelimane está tudo a cair aos pedaços. O emblemático Cinema Águia, o Cine Chuabo, as estradas esburacadas (ou as estradas é que estão nos buracos!), um sem fim de anormalidades que põem em causa a auto-estima dos viventes do pequeno Brasil. Parece-me que deve ser pensada uma espécie de “plano Marshall” para devolver a alegria contagiante das gentes daquela belíssima terra. As escolas, as “bases para o povo tomar o poder”, não podem continuar a ser recordadas com um franzir e careta de desdém do tipo “era ali que…”, devem continuar “a ser ali que….o Homem é forjado!”
Shaloom.

Tuesday, 18 October 2011

Aquapesca suspende produção de camarão após aparecimento de vírus mortal

A Aquapesca interrompeu por tempo indeterminado a produção de camarão, após o aparecimento no rio dos Bons Sinais, província da Zambézia, centro de Moçambique, do Sindroma de Mancha Branca, refere um comunicado da empresa franco-moçambicana hoje divulgado.



Segundo o documento, enquanto a produção estiver interrompida, grande parte dos 800 trabalhadores da Aquapesca terá os seus contratos rescindidos.



O Sindroma de Mancha Branca (WSS, na sigla inglesa), um vírus extremamente mortal para o camarão e que também pode dizimar outras espécies de crustáceos, foi detetado em Setembro último e provocou a morte maciça do camarão nos viveiros de aquacultura da empresa em Inhassunge, na Zambézia.



Segundo a empresa, que não avança com estimativa de prejuízos, o vírus não representa nenhum risco para a saúde humana.



As primeiras epidemias do género foram declaradas no Sudeste Asiático e, mais tarde, ao longo das costas do Pacífico tendo-se propagado, de seguida, a quase todos os grandes países produtores de camarão em aquacultura.



Moçambique, Madagáscar e Austrália eram, até ao momento, as únicas zonas consideradas livres deste vírus de declaração obrigatória, realidade que levou à escolha de Inhassunge para a instalação em 1994 da aquacultura.



Segundo refere a Agência de Informação de Moçambique, a empresa já investiu cerca de 50 milhões de dólares (cerca de 36,3 milhões de euros) na concretização do empreendimento, que produz camarão e caranguejo.



LAS.



Lusa – 17.10.2011

Paulo Flores em Maputo

No contexto da unidade nacional: Guebuza reafirma abertura ao diálogo

NUM discurso marcado pelo imperativo da unidade nacional como elemento central para o desenvolvimento do país, o Presidente Armando Guebuza reafirmou ontem, no encerramento da VI Sessão Ordinária do Comité Central, a abertura da Frelimo ao diálogo e exortou à participação de todos os cidadãos no processo de revisão da Constituição.

Maputo, Segunda-Feira, 17 de Outubro de 2011:: Notícias

Armando Guebuza disse que como forma de reforçar a unidade nacional, na acção política do partido no poder, promove-se o trabalho em equipa e privilegia-se o diálogo entre os membros. Disse que a concepção da Frelimo sobre a unidade nacional é projectada para uma matriz multifacetada, para onde são convocadas as suas dimensões de índole política, económica, social e cultural.



“A Frelimo tem e assume o papel histórico de força dinamizadora do processo de consolidação da unidade nacional. Por isso, temos sabido assegurar que o queapregoamos para a nação deve ser praticado entre nós, em primeiro lugar. Somos um partido que através da sua composição se constitui na Nação moçambicana em miniatura, onde todos gozamos dos mesmos direitos e nos sentimos parte integrante de uma grande família alargada”, afiançou.



Disse que a Frelimo concebe a unidade nacional como se fundando na diversidade e é, por conseguinte, contrária à padronização de comportamentos, formas de ser e de estar dos moçambicanos. Segundo Armando Guebuza, a diversidade cultural não está em contradição com o reforço da unidade nacional, da consciência nacional e da construção da nação.



“Defendemos que em Moçambique há espaço para todos e que as nossas diferenças devem ser respeitadas, mas não podemos permitir que, seja quem for, se sirva delas para dividir os moçambicanos”, disse.



Alargando o âmbito desta abordagem, Armando Guebuza disse que o Partido Frelimo está sempre aberto ao diálogo com todas as forças políticas e com todos os segmentos da sociedade para partilhar os desafios da nação e contribuir na promoção da consciência nacional, da inclusão e da mobilização de todos para a sua participação no processo do desenvolvimento do país.



O Presidente da Frelimo afirmou que o percurso histórico do país demonstra como processos prolongados, como a luta de libertação nacional, a busca da paz e a luta contra a pobreza, geram compatriotas impacientes, aqueles que querem ver tudo realizado hoje mesmo e os que querem ver tudo a acontecer, em simultâneo em todo o país.



Segundo Armando Guebuza, ignorando que os processos transcendem a capacidade do país em recursos, quando as suas propostas não são realizadas recorrem a artefactos atentatórios à unidade nacional, à harmonia e à convivência entre os moçambicanos e chegam mesmo a falar da falta da vontade política do Governo.



Referindo-se à revisão da Constituição da República, Guebuza exortou aos partidos políticos, organizações da sociedade civil e a todos os segmentos sociais a tomarem parte no debate lançado formalmente semana passada pelo Parlamento, contribuindo com as suas propostas.



A VI Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo aprovou, em definitivo, o projecto das teses ao X Congresso, a ter lugar na cidade de Pemba em Setembro de 2012.

Hoje em Mbuzni: Guebuza e Zuma na homenagem a Samora

OS PRESIDENTES de Moçambique, Armando Emílio Guebuza e da África do Sul, Jacob Zuma, juntam-se hoje aos milhares de moçambicanos e sul africanos que se deslocam às colinas de Mbuzini, em homenagem a Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique independente.



Maputo, Segunda-Feira, 17 de Outubro de 2011:: Notícias

Esta exaltação assinala a passagem dos 25 anos do acidente aéreo de Mbuzini, no qual pereceu Samora Machel, vindo de Mbala, na Zâmbia, em mais uma missão de busca da paz para Moçambique, para a região continental e para o mundo. Com Samora morreram também 33 membros da sua comitiva.

A homenagem ao fundador do Estado moçambicano consistirá na entoação dos hinos nacionais de Moçambique e da África do Sul, seguida da deposição de flores pelos dois estadistas, pela Graça Machel, viúva de Samora Machel, governador da província sul africana de Mpumalanga, familiares dos mártires de Mbuzini, sobreviventes da tragédia de Mbuzini, ministros da Cultura de Moçambique e das Artes e Cultura da África do Sul e outras individualidades.



A seguir serão exibidas várias actividades culturais, antes da leitura dos nomes das vitimas de Mbuzini e das intervenções, primeiro, do ministro sul africano de Artes e Cultura, do representante da família Machel, do Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, do Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza e por fim do governador de Mpumalanga.



Tratando-se de um evento de dimensão internacional e que envolve um elevado número de participantes e convidados, Moçambique e a África do Sul aprovaram procedimentos migratórios para facilitar a entrada em território sul africano e permitir o acesso ao memoria de Mbuzini. Com efeito, foram definidos dois pontos de entrada em território sul africano. Fronteira de Ressano Garcia para os portadores de passaporte e a entrada de Macuácua, distrito da Namaacha, para os que não dispõem daquele documento.



O ponto mais sublime da passagem dos 25 anos da morte de Samora Machel será marcado por três momentos: o primeiro é o que se realiza hoje em Mbuzini, o segundo é a realização amanha, no Centro Internacional de Conferencias Joaquim Chissano, de um colóquio internacional sobre a vida e obra do Marechal Samora Machel, acto que contará com a presença do Presidente da República, Armando Guebuza, de Chefes de Estados amigos, antigos estadistas, proeminentes figuras ligadas à luta armada de libertação nacional e do continente africano, no seu conjunto, académicos entre outros convidados nacionais e estrangeiros. Já na quinta-feira, dia 19, em plena Praça da Independência, será inaugurado o monumento histórico erguido em memória de Samora. Trata-se de uma estátua de bronze, fabricada na Coreia do Norte, possuindo 12 metros de altura e aproximadamente 12 toneladas de peso. Para esta cerimónia, pelo menos quatro Chefes de Estado e de Governo confirmaram até ontem a sua presença. Trata-se dos presidentes Robert Mugabe, do Zimbabwe, Bingo Wamutarika, do Malawi; Jakaya Kikweti, da Tanzânia e Ian Seretse Kama, do Botswana. A Presidente do Brasil, Dilma Rousself, estará igualmente presente.



•Salomão Muiambo

Coqueiros replantados na Marginal secam por falta de água



O projecto de reposição de coqueiros ao longo da Avenida da Marginal, na cidade do Maputo, poderá estar comprometido, simplesmente porque o Conselho Municipal não dispõe de meios suficientes para a rega das plantas.

Maputo, Segunda-Feira, 17 de Outubro de 2011:: Notícias



O replantio dos coqueiros foi feito pelos trabalhadores do Banco Barclays a 5 de Junho último, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, que se assinala nesta data.

Na ocasião, ficou o compromisso de que as plantas seriam regadas pelo Município, numa complementaridade à iniciativa daquela instituição bancária de replantar os coqueiros que ao longo dos anos cederam à selecção natural e à acção humana.



Porém, de lá a esta parte as plantas não recebem água regularmente, e como resultado muitas delas já secaram e as poucas que ainda resistem poderão ter o mesmo destino.



António Simão, director de Obras e Publicidade a nível do município do Maputo, que responde também pelos jardins e parques, disse ontem ao nosso Jornal que actualmente a edilidade conta apenas com um tractor para rebocar o tanque de água para a rega das plantas, o que dificulta a irrigação de forma sistemática daqueles coqueiros.



Em média, segundo a fonte, uma árvore daquelas precisa, na fase inicial, de 20 litros de água por dia e não tendo-a regularmente devido à falta de meios fica condenada a secar.



Entretanto, criticou a forma como alguns projectos de plantio de árvores são executados na capital, destacando que em muitas das iniciativas as instituições privadas limitam-se em lançar as plantas à terra sem averiguar se a edilidade tem ou não meios para a rega.



O director disse que para além das avarias do único tractor de rega, a sua instituição se debate agora com o roubo de torneiras nos jardins ou praças com sistema de rega próprio, o que embaraça sobremaneira as actividades.



Cada uma das 50 mudas plantadas na marginal custou 2500 meticais disponibilizados por igual número de trabalhadores do Barclays que querem voltar a ver coqueiros nos lugares que já não existiam na marginal.

Mia Couto: 'É preciso sair à rua, é preciso revoltarmo-nos'

O escritor moçambicano Mia Couto, homenageado hoje na quarta edição do Escritaria, em Penafiel, acha que perante a situação actual «é preciso sair à rua, é preciso revoltarmo-nos, é precisa esta insubordinação».

Interrogado pela agência Lusa sobre o movimento dos «indignados», que hoje desfilou um pouco por todo mundo, Mia Couto admitiu que preferia a ingenuidade combativa dos manifestantes «à resignação, que acaba por ser uma aceitação antecipada de um veredicto que é o da marginalização e o da redução ao nada». Ele, que foi um militante empenhado da luta pela independência moçambicana, acha «que só há que saudar gente que faça coisas e não cruze os braços, mesmo que não ainda compreenda exactamente qual é a saída». «Pelo menos vem dizer que não aceita o que está a acontecer, e isso é importantíssimo», concluiu.

Para o escritor, «há uma espécie de imposição de lógicas, que têm de ser interrogadas». «Dizem-nos que o mundo está mal e que o mundo precisa do nosso sacrifício, de que entendamos a situação, mas acho que uma vez mais estão a pedir sacrifícios a quem sempre foi pedida a mesma coisa», afirmou. Reportando-se à situação moçambicana, lembrou que quando se juntou à revolução, o lema era que o militante da Frelimo era o primeiro no sacrifício e o último no benefício. «Acho que isso morreu para a Frelimo, morreu no mundo hoje».





Sobre a inversão do fluxo de emigração, a que a crise tem obrigado muitos portugueses, Mia Couto diz esperar «que este novo movimento, que já não é só de sul para norte, mas também de norte para sul, de este para oeste, nos coloque numa situação de maior partilha, numa condição mais igualitária do que no passado». E esclareceu: «Não que eu fique contente com a crise que está acontecer neste centro que é a Europa, mas o que se passa é a emergência de outro centro. O Brasil é esse centro, e por isso joga um papel decisivo dentro desta família de língua portuguesa».

Não deixa no entanto de reconhecer que Portugal continua a desempenhar o papel de «porta-giratória» da Lusofonia, no que à cultura diz respeito. «Para que eu conheça o que está a ser publicado em Angola, em Cabo-Verde, em São Tomé eu tenho de vir a Portugal. Nós não temos contactos directos. A nível de África são muito escassos e o Brasil, embora menos, também depende do que se passa em Portugal», afirmou.

O escritor referiu que teve de «brigar» consigo próprio «para poder conviver» com a ideia de, durante este fim de semana, ver a sua cara reproduzida por uma série de dispositivos gráficos espalhados por Penafiel e as suas palavras repetidas por cartazes e colocadas nas montras das lojas. «Eu tenho aquela coisa um pouco mistificada de que a escrita é uma coisa mais recatada». Mas acabou rendido à ideia «de trazer as palavras para a rua, que se expõem como se fizessem parte da vida pública».

Não encontra pontos de contacto com os anteriores homenageados -

Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago e Agustina Bessa-Luís – porque «são estilos, são tempos, são universos, completamente diferentes».

Mas acha que isso é que é feliz no Escritaria, «essa capacidade de homenagear escritores de diferentes quadrantes».

No programa inicial do Escritaria chegou a estar previsto a apresentação do seu último romance, mas Mia Couto admite que não estava pronto, que se calhar vai ter de o «refazer profundamente».

«Entreguei ao editor já sabendo que não estava pronto, mas vou ter que retrabalhar, isso significa que não se trata apenas de fazer pequenas emendas de superfície mas vou ter de reestruturar a história», afirmou.

O Escritaria continua amanhã com a exibição de arte pública sobre o escritor, actuação de um grupo de teatro, uma mostra de gastronomia e artesanato africano e uma conferência sobre Mia Couto.

Lusa/SOL – 15.10.2011

Monday, 17 October 2011

Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais




Av. Romão Fernades Farinha nº 1279, R/C, Caixa Postal 1092, tel. nº + 258 21404905/6, E-mail:cemode@teledata.mz, web: www.cemo-mozambique.org, Maputo-Moçambique.





DEBATE SOBRE:



“Como Usar a Terra Como Factor de Desenvolvimento Económico: Um olhar Sobre o Direito de Propriedade”





Data e Horas: 16 de Novembro de 2011, Quarta-feira,16 Horas

Local: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE – CIDADE DE CHIMOIO



PROPOSTA DE PROGRAMA





Tempo Actividades Interveniente

15:30 – 15:45 Chegada e Registo de participantes Protocolo

15:45 – 15:55 Boas Vindas Director da UCM-Chimoio

15:55 – 16:05 Problematização Representante do CEMO

PAINEL









16:05 – 17:50

“Como Usar a Terra Como Factor de Desenvolvimento Económico: Um olhar Sobre o Direito de Propriedade” Orador: Dr. António Francisco (Académico)





Comentador: Dr. João Ferrão (Director da UCM-Chimoio)







Moderador: Representante do CEMO

ENCERRAMENTO

17:50 – 18:00 Discurso de Encerramento Representante do CEMO

E Aqui esta a resposta ou reaccao do Gento Roque Cheleca Jr








CRÓNICA Por: Gento Roque Cheleca Jr., em Bruxelas



“A História não atende os gostos e desgostos dos seus censuradores”. Excerto de uma conversa com amigos.



No Canal de Moçambique (Jornal Semanário n° 116 - de 5 de Outubro de 2011) está inserido um artigo de opinião de um conhecido Autor das livrarias moçambicanas sob o título: “Sobre “a compaixão”, “a bondade”, e “a heroísmo” de Bonifácio Gruveta”.



Nesse artigo, sem referir claramente o meu nome, o Autor debica parte da minha lavra publicada primeiramente por esta gazeta aniversariante Wamphula Fax (edição n° 1433 – de 30 de Setembro último), dedicada à análise circunstancial dos comentários sobre as lágrimas do Dr. Manuel de Araújo, e que, por força da História Comparativa, exumei da memória uma passagem de longas tardes de convívio com o saudoso Dr. David Aloni a propósito do general Bonifácio Gruveta Massamba (que Deus o tenha), acusando-me de impostor além de uma “rajada de tiros” disparados contra o finado (Gruveta).



De honra ferida e credibilidade posta em escrutínio da opinião pública (será que o Chaleca mentiu?) decidi responder. Ainda pensei em fazer valer o velho ensinamento aprendido da sabedoria filosófica dos anciões da minha povoação, na localidade de Chivule, na outra margem do Grande Zambeze, que preservo e recomendo: “A estupidez não se milita, afasta-se”.



Mas como saberia que o prevaricador redimiu-se do seu berço da estupidez, perfilhando Cristo, decidisse oferecer-lhe a outra face? E a minha honra, onde ficaria?



Não! Não senhor! Com a honra não se brinca, uma vez suja jamais será limpa pela “lavandaria da consciência” (tempo).



Os Chivulenses sabem a importância que os Chalecas dão a palavra "honra".



A estupidez não só foi dirigida a mim, mas também a um morto (Bonifácio Gruveta Massamba). Uma das habilidades de um “cão” (desta vez é o cão mas podia ser qualquer outro animal, não é Alberto Viegas?) é morder suas vítimas por trás. É uma atitude feia e imoral servir da coragem que se tem para atacar a um morto, por mais repugnante que tenha sido o passado político desse morto. Também não me parece ser filho de boa gente quem ande por aí a saldar suas dívidas com os mortos, apedrejando-os no eterno sono.



Ainda que o duelo entre ambos não tenha sido encerrado no “ringue da vida”, provavelmente por morte de um dos pugilistas, a acção do revoltado não seria menor do que o mal cometido pelo morto.



A verdade, porém, é uma: “Não faça aos outros aquilo que não queres que te façam”.



Estando certo que neste “teatro real” que algum espertalhão na sua pura malandrice apelidou de Mundo, o Autor não é imaculado de erros e nem quereria (com recurso a anestesia ou sem ela) ser apedrejado por quem quer que fosse, como o fez em seu artigo de “ajuste de contas” ao general Bonifácio Gruveta.



Neste prisma, pode sim, caro Autor, terme como advogado do “diabo”, mas antes, lembre-se que “Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!” (João 8:7).



Não julgue, portanto, V. que o autor destas linhas não têm mazelas causadas pelas mordeduras das mandíbulas caninas do partido do general Gruveta, apenas porque não faço das minhas cicatrizes matrículas de veículos.



Quem verdadeiramente conhece o meu passado e o passado dos meus ancestrais sabe que a nossa existência (para os que não puderam escapar, que Deus os tenha) atribui-se a uma providência divina.



Mais da metade dos bens da minha família (adquiridos com muito sacrifício e justiça de trabalho) fora usurpados pelo “antigo regime” em nome do Comunismo, além de que nas gavetas da minha memória contam-se ainda duas prisões em comum: a primeira, a de meu progenitor, que fora preso num calabouço subterrâneo onde permaneceu incomunicável durante largos meses e condenado a fuzilamento (ainda hoje guardo o nome do "juiz" que o julgou, era antigo "aprendiz" de meu pai; a segunda, a de um tio meu, irmão mais novo de meu progenitor, que fora parar no “Campo de Reeducação” de Niassa, também condenado a fuzilamento, pelo tribunal militar de então, e por incrível que pareça, este último coabitou na mesma masmorra com o casal Urias Simango e Joana Simeão.



Na verdade, nem um nem outro escaparam da agulha picante do “antigo regime”. Livres de fuzilamento, por providência divina, ainda assim não foram poupados pelas “rugas e rusgas” do “antigo regime” porque o sistema queria a mostrar a TODOS (incluindo aos próprios carcereiros da liberdade alheia) a sua musculatura militar. Quando não fossem os pais eram os filhos a carregarem a cruz no ‘Monte Chivule’.



Dizia-se na acusação a que tive acesso que a família Chaleca era reaccionária da pátria. De facto, há vivos literalmente mortos! Mas isto, caro Autor, não faz da família Chaleca rancorosa contra as “guaritas” do partido de Bonifácio Gruveta, até porque, um cristão deve saber afogar suas mágoas na oração e não ser, ele próprio, uma comarca.



A família Chaleca continua a ser a mesma, trilhando, como sempre o fez, os caminhos da paz e do perdão, mesmo quando os nossos “talhões corporais” eram regularmente visitados por chicotes de todos os tamanhos e medidas pelos milicianos do partido do general Bonifácio Gruveta. “Não vamos esquecer o tempo que passou…”. Gostaria que o Autor me esclarecesse em que Hollywood (se não for uma fértil imaginação do Autor) teria ido buscar a película que exibe a "ficção" da minha relação com o partido do falecido general Bonifácio Gruveta ou com o próprio (Gruveta). Não é dos Chalecas virar a casaca.



Deixe-me desfazer-lhe um equívoco: não conheci o general Bonifácio Gruveta, assim como não conheço o Dr. Manuel de Araújo. Tanto um como outro, que, aliás, o Autor no seu artigo de opinião interliga como sendo meus amigos, extraviando a verdade, o conhecimento que tenho deles é por via da imprensa. Serve, portanto, este esclarecimento para enfatizar que não fui, não sou e jamais serei séquito de ninguém, muito menos o seria de Bonifácio Gruveta ou do Dr. Manuel de Araújo, simplesmente porque a minha fibra não foi feita para prestar vassalagem a ninguém.



Se alguma vez defendi ou reconheci talento profissional deste ou daqueloutro, contra a vontade de quem tenha sido vítima do meu homenageado, fi-lo e fá-lo-ei instigado por convencimento pessoal e de um intenso exercício de reflexão. Não tenho vocação para me atrelar a sentimentalismos pessoais ou colectivos de quem quer que seja, as amizades que tenho, faço-as por merecer e são gratuitas.



O que mais me irritou no seu artigo, devo confessar, foi a conclusão a que chegou o Autor, num tom de monarca para não dizer de califa, colocando em dúvida as minhas palavras sobre o que teria dito o saudoso Dr. David Aloni em relação ao general Bonifácio Gruveta, acusando-me, de seguida, de impostor.



Caramba, já se advinha que nos próximos tempos teremos no país “arqueólogos do pensamento humano”, em substituição dos videntes, especializados em medir com a fita métrica a veracidade de uma confissão, apenas porque não testemunhou, por isso não deve levar à letra aquilo que lhe fora dito ou que lera nalguma imprensa. Pois não é tarefa minha provar por (a+b) o grau de intimidade que tinha com o saudoso Dr. David Aloni (de quem ganhei muita experiência de vida).



E mais, o Mestre Aloni não demonstrava problemas de insanidade mental para me fazer engolir, por via da mentira, os seus sentimentos. Não me lembro de uma única vez de o Dr. David Aloni ter falado mal do general Bonifácio Gruveta, pelo contrário, não só eram amigos como juntos tentaram ressuscitar a Zambézia da sonolência em que se encontra mergulhada, mormente quando o Dr. Aloni desempenhara, entre outras, a função de director delegado da ENACOMO.



Outro veredicto que pude constatar é que o Dr. David Aloni não tinha problemas nenhuns em reconhecer a excelsitude do trabalho alheio, fosse de quem fosse, independentemente da cruz que tal pessoa carregasse, era o primeiro a “tirar o chapéu”.



Quantas vezes o Dr. David Aloni não denunciou o passado político do seu conterrâneo e coronel na reserva Sérgio Vieira? Quantas vezes, por assim dizer, o Dr. David Aloni assumiu concordância pública com uma ou outra ideia do então parlamentar e director do GPZ, coronel Sérgio Vieira? Isto valeu-lhe, ao Dr. David Aloni, uma descarga eléctrica por parte da direcção máxima da Renamo e não só, mas também de alguns abutres cujos nomes preservo, que o queriam “abater” de qualquer jeito.



Vezes sem conta fui chamado por ele para desabafar e limpei suas lágrimas, enquanto dizia-me estas palavras “Chaleca, tenhas cuidado com estes” (indicando-me uma lista de nomes).



“Ouviste bem Chaleca? o fundamental quanto necessário é não espingardeares a estes tipos (alguns nomes nem o próprio Aloni revelou no “CENTELHAS”, mas certamente o faria na obra que iria publicar), e sim ter a bitola de um cristão, saber perdoar e reconhecer que acima de nós há um tribunal que não dorme, não vacila, tarda mas não falha”. Mas atenção, antes de enviar para o fórum privado as conversas que tive com o Dr. Aloni, devo dizer que por ter sido amigo dele, não faz de mim um “ser especial”, e sim um privilegiado porque o Dr. Aloni era de uma doçura de alma, pureza de coração. Era poeta, portanto, inofensivo no pensamento e no carácter.



A mensagem que deixo ao Autor é no sentido que não podemos ser rancorosos nem comarcas dos erros sepultados no “cemitério da reconciliação nacional”.



Perdoar não é esquecer. É renovar a alma. É por essa razão que o senhor Lutero Simango, movido pelo espírito de perdão e de Cristão, deu o último adeus ao seu colega de profissão na Câmara dos Deputados. Quantas vezes precisaríamos de ajustar as contas cada que alguém nos magoasse? É uma pergunta que o Dr.



Eduardo Mondlane fez ao mestre Malangatana. E o senhor Lutero Simango sabe quanto vale o significado da palavra perdão.



No meu mundo contam-se CINCO pessoas que perdoaram os seus carcereiros da liberdade (vou excluir o meu progenitor e o meu tio), nomeadamente: Cristo, Nelson Mandela, David Aloni, Xanana Gusmão e os irmãos Simango (Davis e Lutero). Acrescentaria mais duas (totalizando SETE): Eduardo Mondlane e Malangatana Valente Ngwenya. Isto comove-me, o perdão!



E termino com uma frase de Federico Mayor Zaragoza, ex-director da UNESCO: “gosto de pensar na história como se fosse o retrovisor dum automóvel para onde temos de olhar continuamente para conduzir bem. Temos por isso um dever de memória, mas memória do futuro. O futuro é a nossa grande riqueza, porque, como dizia o grande poeta António Machado, ainda não está escrito: penso efectivamente que podemos escrevê-lo doutra maneira e que é possível mudar o rumo”.



'Kochokuro' (Obrigado).



gentoroquechaleca@gmail.com



PS1: Definitivamente, torna-se cada vez mais uma tarefa difícil manter a minha presença neste espaço. O garimpo em busca das fontes urge. Dizem os mais entendidos da minha povoação que recuar não é fugir, é sim buscar novas forças para outras empreitadas. Entretanto, cá estarei sempre que a campainha da urgência tocar e o tempo o permitir.



PS2: Diz o brocardo macua que ficar atrás não significa negar a viagem. Espero, porém, ir a tempo de poder apanhar o comboio da felicidade que carrega mensagens de felicitações ao Wamphula Fax, pelos 10 anos dedicados à informação, desejando ao Jornal e aos seus profissionais a continuação de um bom trabalho. Nampula precisa de vós. O desenvolvimento de Nampula passa aqui: no WAMPHULA FAX.



WAMPHULA FAX – 13.10.2011

O meu amigo IC mandou-me o texto do Bernabe Nkomo que alguns leitores haviam pedido! E ai vai!



Sobre "a compaixão", "a bondade", e "o heroísmo" de Bonifácio Gruveta‎ - Sobre “a compaixão”, “a bondade”, e “o heroísmo” de Bonifácio Gruveta Barnabé … 14 Oct

Sobre “a compaixão”, “a bondade”, e “o heroísmo” de Bonifácio GruvetaBarnabé Lucas NcomoSeria bom – julgamos nós – que as emoções de alguns não resvalem em insultos à inteligência de outros moçambicanos. Isso obrigaria a que se chame para a tribuna pública outras testemunhas, de entre os quais também alguns mortos, combatentes da primeira hora na luta de libertação nacional a partir de Tanzania, tais como o Francisco Cufa, o Lino Abraão, o Lourenço Mutaca e muitos outros que, por sinal, eram também zambezianos de gema como o próprio Bonifácio Gruveta, que caíram na desgraça por consequência da brutalidade e da cobardia de homens como Bonifácio Gruveta e de outros que, hoje, graças a exclusão a que os novos tempos os sujeitam na distribuição do bolo na “manada humana” a que sempre pertenceram por vontade própria, despertam para a realidade amarga e crua em que se mergulharam.Lamento ter que escrever isto num momento em que o sangue nas veias de Gruveta ainda não secou, exactamente num momento em que o seu corpo acaba de descer à terra. É o preço da imprudência de alguns que fazem da comunicação social televisiva, da imprensa escrita, do Facebook e de alguns sites da Internet locais de orgias de insultos. Não estaria aqui.Importa imiscuirmo-nos nas emoções que a morte do major-general Bonifacio Gruveta Massamba levantou no seio de algumas pessoas neste país. Não o faríamos se tais emoções se situassem apenas do lado dos históricos camaradas do finado, e da sua família em particular.Outras vozes se fizeram presentes no exaltar da “compaixão” que caracterizou o finado em vida. Entre soluços e lamentações se recorreu até à figura do malogrado Dr. David Alone para testificar “a bondade” e “a humanidade” heróica do morto.Julgamos que é preciso respeitar os mortos, sim senhor, mesmo que em vida tenham sido torcionários! Mas endeusá-los pode chocar suas vítimas, estejam estas vivas ou mortas. Há pessoas a quem, simplesmente, se deve inclinar a cabeça perante os seus cadáveres, e pedir que descansem em paz. O ir para além disso pode conduzir a grosserias do tamanho do mundo e a insultos à inteligência de muitos.Que alguns dos ilustres que proclamaram a independência de Moçambique tenham tido alguma compaixão para com quem tenha tido o azar de cair-lhes nas mãos, a ponto de livrar este ou aqueloutro da forca durante a época em que tais ilustres assassinavam a seu bel-prazer, não se nega. Mas isso não os transforma em homens bondosos, e nem os exime da responsabilidade sobre as vidas tiradas aos que não tinham quem por eles intercedesse nos tempos da dança macabra imposta por esses ilustres.Neste momento de dor pela morte física de quem se permitiu, por opção, de forma voluntária e em consciência, pactuar com o pior das maldades humanas, é preciso virarmo-nos para o nosso interior e reflectir. A morte não se trata de brincadeira nenhuma. É dura, embora para alguns seja dura apenas quando lhes invade o tecto. Alguns dirão: “outros é que mandavam matar, Gruveta não concordava, até salvou do Dr. David Alone!”.Que seja! Mas, e os outros, a quem ele permitiu seu fuzilamento, liderando até tal acção em praça pública, eram menos pessoas do que o Dr. Alone, ou simplesmente fê-lo porque aqueles não tinham diplomas que lhes conferisse o estatuto de gente? Mesmo que admita que tais assassinados em público haviam cometido algum crime de sangue, ficou sempre por desvendar os tribunais que os julgaram e as condições de defesa que se lhes foram proporcionadas.Nenhumas, que saiba!...Há um facto que importa compartilhar com outros cidadãos deste país: Em algumas circunstâncias, existe alguma semelhança de objectivos entre os “assassinos em nome dum Estado” e os “assassinos vulgares” quando estes dão de bandeja o que outros não têm. Tal objectivo repousa sempre nos benefícios que advêm como contrapartida da sua aparente benevolência para com outros seres humanos.Os assassinos de que estamos aqui a falar são pessoas que acidentalmente fazem bem a alguns na esperança de angariarem aliados.Moldam as consciências das pessoas para que os ajudem a varrer para debaixo do tapete o sangue de suas vítimas. Tais pessoas, por eles beneficiadas, estão proibidas de cuspir-lhes na memória, mesmo que estes estejam a par das atrocidades praticadas pelo benevolente. O custo benefício é sempre a formatação mental dos beneficiados, que devem saber relevar as acções criminosas protagonizadas “acidentalmente” pelo benevolente no decurso da luta pelo bem-estar na vida, elevando para o patamar de heroísmo apenas as acções de beneficência que o assassino benevolente lhes proporcionou. O contrário seria uma ingratidão imperdoável.Dado que as mortes dos inocentes assassinados transformam-se sempre no quinhão que permite aos beneficiados saírem da desgraça em que estão mergulhados, estes, nada mais de bom têm a fazer senão fechar os olhos aos crimes de sangue que o seu benevolente comete. Testemunhar, em praça pública, sobre os benefícios adquiridos na hora da sentença fúnebre daquele, é a marca que caracteriza o espectáculo da relação entre o benfeitor morto e as suas vítimas de esmola. Os beneficiados de circunstância, transformam então suas vozes, de órfãos desmamados, num todo o país; numa toda a Zambézia: “Ele era boa pessoa; “Preocupava-se com o desenvolvimento da Zambézia; “Dava apoio a toda a gente; etc., etc”. Como se o favor a si proporcionado pelo torcionário de ontem tivesse resolvido o problema de todos outros moçambicanos à sua volta!?...De seguida, os beneficiados não tardam a exigir que se erga na sua cidade uma estátua, bem enorme, do seu herói, para que todos passem então a venerá-lo.Tivemos também o privilégio de conhecer o Dr. David Alone, a tal figura que se exuma, e se destaca, para fundamentar a “humanidade” manifesta de quem em contrapartida permitiu a morte de milhares de outros fora dos tribunais.Com ele (David Alone), também privámos, tendo-nos posto ao corrente das suas peripécias da vida e da mágoa que transportava na alma. Não é verdade que morria de amores pelo finado de hoje a ponto de conjecturar homenageá-lo em obra escrita. Alone conhecia a pele de lobo que o seu salvador de circunstância vestia.Mas o problema não se reduz a isso: Invocar-se o nome duma ilustre figura como o Dr. Alone para testemunhar em defesa de quem “se vinha de gozo” pela dor de outrem sem ter em conta que aquele Doutor teve apenas a sorte de encontrá-lo num momento em que alguma lucidez lhe invadia o cérebro, pode conduzir a situações extremas de análise, o que não se pretende neste momento em que as atenções de muitos estão viradas para a consolidação e desenvolvimento da instituição democrática no país.Seria bom – julgamos nós – que as emoções de alguns não resvalem em insultos a inteligência de outros moçambicanos. Isso obrigaria a que se chame para a tribuna pública outras testemunhas, de entre os quais também alguns mortos, combatentes da primeira hora na luta de libertação nacional a partir de Tanzânia, tais como o Francisco Cufa, o Lino Abraão, o Lourenço Mutaca e muitos outros que, por sinal, eram também zambezianos de gema como o próprio Bonifácio Gruveta, que caíram na desgraça por consequência da brutalidade e da cobardia de homens como Bonifácio Gruveta e de outros que, hoje, graças a exclusão a que os novos tempos os sujeitam na distribuição do bolo na “manada humana” a que sempre pertenceram por vontade própria, despertam para a realidade amarga e crua em que se mergulharam.Está claro que enquanto naquela “manada” se lhes garantia o quinhão por direito de participação efectiva nas tramas contra as vidas de outros cidadãos, tudo estava bom. Agora que se entrou na fase histórica de “cada um por si, Deus por todos” descobrem os nossos heróicos senhores que não têm poder nenhum, “foram simplesmente usados por outros” e é preciso denunciá-lo aos irmãos, a quem ontem se virou as costas.Muitos destes senhores, da verdade absoluta de ontem, como o finado de que se fala, já rendidos, proporcionam-nos um espectáculo absolutamente espantoso. No leito da morte, assumem-se já como islâmicos ou bons cristãos depois de terem pactuado na destruição das vidas de outros seres humanos em nome do “pensamento comum” e da “inexistência de Deus”. Num divórcio que aparenta ser todo ele contencioso, recusam-se que seus corpos se juntem a de seus camaradas no mausoléu que juntos construíram para si próprios nos tempos áureos da unidade de pensamento.Numa atitude que caracteriza a sina dos homens pequenos, apartam-se de tudo na esperança de quebrar os corações dos da casa, na esperança de que estes venham em socorro do irmão em apuros.O que repugna nesta história toda é que há gente que cai na cilada. Acham que todos os moçambicanos devem sentir pena dum homem “que tudo fez para nos libertar do colonialismo português”, mas que já não é suficientemente valorizado. Exige-se então que todos nós descubramos as mágoas do defunto nos últimos anos de sua vida (mágoas eventualmente confessadas em privado com próximos), e que passemos então, todos, a acreditar que o homem foi usado e descartado, por ser de lá e não de cá, como se todos nós tivéssemos culpa que alguns nasçam com vocação congénita de serem usados!É preciso que reflictamos: Bonifácio Gruveta não foi usado por ninguém. Fazia parte de um todo que jamais se preocupou com o desenvolvimento nem dos zambezianos, nem dos quelimanenses quaisquer como se procura propalar por aqui. Ele e seus camaradas na FRELIMO preocuparam-se, sim, foi com o seu desenvolvimento pessoal.É verdade que Gruveta lutou contra um sistema condenável para libertar o país e seus concidadãos, não o negamos. Contudo, Gruveta está entre os históricos da FRELIMO que não foram honestos connosco. Se tivesse dito aos moçambicanos que longe de “libertar o homem e a terra” a missão que o movia resumia-se à continuação da opressão em substituição do colonialismo português, talvez muitos não o tivessem seguido. Porque decidiram de livre e espontânea vontade instituir um sistema sanguinário no país. Ninguém os mandou fazer o que fizeram.Cansados de matar às escondidas como o fazia o colonialismo português, Bonifácio Gruveta e seus camaradas acabaram, eles mesmos, instituindo o que o próprio colonialismo português se esqueceu de instituir oficialmente em Moçambique: a pena capital.Embora se louve a iniciativa de luta empreendida por Gruveta contra o colonialismo português, não deixa de ser verdade que longe de libertar acabou por transformar, por iniciativa própria e de seus camaradas todos os moçambicanos em escravos do seu pensamento. Mandava matar todos aqueles que não concordassem com ele e seus camaradas, imputando a esses crimes sem sequer conduzi-los aos tribunais para serem julgados. Nos tempos áureos do seu “bem-estar político e social” a lei era ele e seus camaradas.As pessoas resistiram, uns de armas na mão, outros por outras vias, acabando por ganhar a batalha, vencendo-o a ele e a seus camaradas. É este o quadro real que alguns procuram esquecer.Não somos contra os que se beneficiaram da “sua bondade” em vida; aqueles que por mão dele conseguiram coisas que a maioria não conseguia. Somos contra aqueles que, na sua pobre inocência, insultam outros, transformando a amizade pessoal que os ligava ao finado Gruveta em tábua de limpeza onde se procura escorrer o sangue dos que por iniciativa dele, e de seus camaradas, morreram.Gostaríamos que ao chorarem seus mortos “bondosos”, os familiares, amigos e camaradas o fizessem no silêncio dos seus seres, sem precisarem de ferir a sensibilidade de outros. Porque os familiares, amigos e camaradas do “bondoso morto” da Zambézia, não são, por si sós, todos os moçambicanos ou todos os zambezianos. Há zambezianos e muitos outros moçambicanos que foram enlutados pela acção voluntária do homem cujos feitos positivos, direccionados apenas a alguns, se generalizam a todos os zambezianos.Lamentamos ter que escrever isto num momento em que o sangue nas veias de Gruveta ainda não secou, exactamente num momento em que o seu corpo acaba de descer à terra. É o preço da imprudência de alguns que fazem da comunicação social televisiva, da imprensa escrita, do Facebook e de alguns sites da Internet, locais de orgias de insultos. Não estaríamos aqui.Com o mundo cheio de torcionários benevolentes, só nos falta um dia vir a público alguém a exigir que se eleve ao estatuto de “grande benevolente” o assassino (escondido – diga-se de passagem) de Siba Siba Macuacua e outros mais, simplesmente porque um dia se beneficiaram de algo desse assassino. Porque tal como os heróicos assassinos da República moçambicana de ontem, que bondosamente não se cansavam de dar apoio, bolsas de estudo e uma mão carinhosa aos que a eles se aproximavam de mão estendida, não espanta que o oculto assassino do malogrado jovem economista esteja hoje também a salvar “alguma humanidade” à sua volta, dentre os quais filhos, sobrinhos, enteados, vizinhos, conterrâneos, etc.Em jeito de despedida, gostaríamos de inclinar a nossa cabeça e dizer o seguinte: Desejamos que o major-general Gruveta descanse em paz.Aos Sheiks e Padres atiramos a espinhosa missão de salvar a sua alma: tal como todos, os que vão a Deus de alma aberta, se lhe perdoem os “deslizes pecaminosos” que tenha cometido em vida, pois a ser verdadeira a teoria da sua marginalização e exclusão nos últimos anos da sua vida, fora apenas vítima de si próprio, e daquilo em que acreditou.Avisos não lhe faltaram.Gostamos de ver nas suas exéquias fúnebres um dos sonantes filhos de duas das vítimas do regime que ele impôs aos moçambicanos – o Lutero Simango – a inclinar-se perante o seu corpo inerte. A ter que se falar de grandezas humanas, isto é quanto basta: conhecer e viver na essência do termo. Nada obrigava Lutero a estar no funeral dum homem como Bonifácio Gruveta senão o amor ao próximo e à vida.Canal de Moçambique – 04.10.2011

A Opiniao de Amilcar Gil de Melo (Chilo)

As incertezas da vida presente

Em algumas zonas do nosso país, o sobrinho de casa é apenas o filho da irmã. E a filosofia é de que, só se tem a certeza de ser família a filha ou filho da mulher, o filho ou filha do irmão nunca se sabe. Por isso, só aqueloutro tem direito ao nome da família e herança familiar. Nesse onde, as mulheres, pressupostamente, é que têm a certeza de que os filhos é que são delas. Hoje, com histórias de trocas de bébés nas maternidades e macabros cambalachos, misturado com as adopções pouco ortodoxas, a certeza dos filhos serem, de quem são, nem as mães têm. Talvez só cabe as parteiras, a certeza de que mãe o bebe é pertença; e os filhos na incerteza, se a mãe é mãe ou pai.

O emprego. Olhando para os tempos de antanho, os nossos pais tinham um emprego seguríssimo, onde perspectivavam o futuro com base nele. Hoje, as legislações, sob o pretesto de atrair investidores, vulgarizaram os despedimentos, que se fazem por dá lá aquela palha, tirando toda segurança ao trabalhador, sob o tergiversador argumento de que diminuindo os custos de um despedimento, incrimenta-se o volume de investimentos. Em consequência, ninguém tem certeza do emprego que tem.

O dinheiro que tínhamos em casa, debaixo do colchão, foi uma certeza antigamente, com o decorrer dos tempos, porque os larápios adquiriram o faro canino, a incerteza acolheu-nos e optamos pelos bancos, outrora seguros e hoje a probabilidade de uma bolha, no mercado económico e/ou financeiro, atinja o nosso banco, tirou a certeza de o nosso dinheiro, ser seguramente nosso.

No que concerne as comidas as certezas se foram. O chouriço já não é chouriço, de repente, ganhou sabor a galinha, o camarão já não é do mar, mas pode prover da aquacultura, até do rio. O milho já não é milho é transgênico. O vinho esse, hoje até das uvas se pode produzir, normalmente químico, tiram-nos a certeza de ser.

A saude essa, anda nas ruas da incerteza, ninguém mais tem certeza, apesar dos sofisticadíssimos equipamentos, as enfermidades se multiplicaram, os médicos já não são médicos, são mecânicos, ainda que genecológicos, os medicamentos passaram à drogas fora do prazo.

Uma certa incerteza aflige: O julgamento do juiz! Burlesco? Surrealista? Trágico? Cómico? Uma anástrofe equivalente, nas ruas, ao ladrão perseguir o polícia. A incerteza de togas corrompidas ou corrompentes, teatrizam toda teia judicial, e incertos vamos ensaiando a probidade.

A felicidade. Desta, cedo me apercebi da miragem do tal fenómeno, apostando mais na alegria, que já nem é, e a partir dela, tentar chegar mais próximo da ilusão.

A certeza de que, a única coisa certa era a morte, posto que a vida um dia chegaria ao fim, foi irremediavelmente desvanecida! Foi exactamente desvanecida, no momento em que estudei o Frederich Engels e a dialéctica, e ensinou-me a unidade dos contrários, mostrando-me que na morte há vida. E exemplificaram-me com um dos fenómenos reveladores dessa verdade: quando supostamente morres, as tuas unhas continuam a crescer. Foi então que me rendi as incertezas da morte e da vida.

De aum amigo recebi um emai contendo uma "alegada' entrevista! Pelo sim pelo nao partilhamo-la na esperanca de que seja verdadeira!

VERDADE?




Jornalista: Upuiane wa ka Sigauke



Mister, a FMF acaba de rescindir o contrato com Mart Nooj, seleccionador nacional de futebol, por este nao ter cumprido o objectivo de qualificar os "Mambas" ao CAN do proximo ano. Quer comentar?



AS: Na verdade, num pais normal Mart Nooj nunca deveria ter sido contratado, por nao ter perfil para ser seleccionador nacional. Devo reconhecer que a FMF ate ja nao o queria quando ele terminou o contrato.

Mas um governante que percebe patavina de Desporto obrigou que o seu contrato fosse renovado.



Que governante eh esse?



AS: sera que o RM Desporto anda distraido? Estou a falar de Caetano, o Pedrito, pois claro.



Diz que Mart Nooj nao tem perfil, mas no primeiro contrato fez um bom trabalho...



AS: Que bom trabalho? Quando chegou a seleccionador nacional eu ja tinha montado toda a estrutura da equipa, mas, quando chegou a fase de colher resultados, colocaram ali aquele tipo. Mesmo um miudo de 5 anos teria chegado ao CAN com aquela equipa que eu montei. Mart Nooj, conforme referi quando ele foi contratado, eh um excedentario na Holanda.



Que registos guarda da era Mart Nooj?



AS: Pela primeira vez em cerca de 40 anos de futebol, com ele vi uma equipa a perder, no CAN de 2010 em Angola, mas, mesmo assim, a alterar o sistema tactico 4-4-2 para 6-4-0. Aquilo merece registo no Guiness Book.



Aceita regressar aos Mambas?



AS: Essa seria uma questao contratual, que a teria de avaliar profundamente. Tinha que haver uma clausula "anti-expulsao" antes de eu completar 5 anos no comando da equipa, para evitar que excedentarios se beneficiem do meu trabalho. Agora parece que vem um excedentario alemao...



Para si todo o tecnico estrangeiro que vem trabalhar em Mocambique eh excedentario?



AS: Acha que nao? No Mocambola, estou a dar baile a alguns deles.



Por falar em Mocambola: o seu contrato na Liga estava por um fio, devido a crise de resultados, mas a contratacao de Dario Khan e de Italo evitou a sua chicotada...



AS: Este pais ha gente que pensa mesmo pequeno. Como eu nao admito brincadeiras, alguns sectores da Liga queriam me transformar em objecto, constituindo ate os teams por mim. Quando abrimos as oficinas, eu disse que as contratacoes que acabavamos de fazer nao trariam resultados de forma automatica. Havia de constituir equipa. E precisava de seis meses para fazer isso.



Mas Dario Khan e Italo salvaram ou nao o seu contrato?



AS: Nada disso. Eles tem eh uma boa orientacao, embora seja veridico que conhecem alguns principios basicos do futebol.



Depois de cerca de 45 dias de paralizacao, devido aos X Jogos Africanos, o Mocambola retoma...



AS: Quando a gestao desportiva eh feita de forma mediocre, da nisso. O que teremos agora eh uma especie de novo campeonato. Tudo isto eh para sabotar a Liga, mas ninguem me para.



Mudando de assunto: ha cerca de dois meses, o musico Azagaia foi detido por dois dias pela Policia, que dizia que o encontro com quatro bolinhas de soruma. Ha alguns anos, o mister acusou Uzaras, seu colega de profissao, de ser bebado, e ele disse que voce era sorumatico. Quer comentar?



AS: O Uzaras, por nao conhecer o valor da soruma para quem pretenda usar eficientemente o cerebro, esta ai de azar em azar. Eu e o Azagaia estamos sempre a subir.



Esta a confirmar que consome soruma?



AS: Em off-the-record, digo-te que sim.



Desculpa mister, esta entrevista esta a ser transmitida em directo pelo RM Desporto, em simultaneo com a Antena Nacional.



AS: E depois? Achas que eu tenho que obedecer o que diz um Codigo Penal caduco? Essa nao.



Para terminar mister, o pais acaba de realizar com sucesso os X Jogos Africanos. O povo mocambicano, em geral, e o COJA, em particular estao de parabens...



AS: O COJA? Talvez sem algumas das suas corjas. Olha que, em pleno dia de inauguracao dos jogos, algumas corjas, ate sem funcoes administrativas, estavam em Pretoria a negociar comissoes da compra de medalhas. E algumas dessas medalhas foram entregues a atletas vencedores por figuras completamente estranhas ao desporto. Nunca esperava ver a Primeira-Dama do meu pais naquele shou barato e inoportuno.



O que acha da Vila Olimpica?



AS: Querem vender aquilo tudo, para eles mesmos ficarem com quase tudo.

Darao uma e outra flat a miudos com militancia acritica. A meu ver, aquilo nao deveria ser vendido. Se sonhas como pais em organizar um CAN um dia, para que vender? Podia pensar num modelo de gestao da vila, por intermedio das imobiliarias. O predio mais alto deste pais esta a ser gerido por uma imobiliaria, e muito bem.

Saturday, 15 October 2011

Actualizacao do Recenseamento Eleitoral


  • Visitei algumas mesas de actualizacao do processo eleitoral no municipio De Quelimane! Sao bichas que nunca mais terminam! Consegui actualizar o meu cartao depois de uma hora e meia de espera e mesmo assim porque um jovem ofereceu-se e trocamos de lugar! Ele tomou o meu e eu tomei o dele por uma razao simples: tinha de fazer a monitoria de outras mesas e aquela bicha infinita estava a 'sabotar' o ...meu plano para o dia! O problema fundamental e a falta de experiencia dos membros da mesa! Eles levam em media trinta minutos para actualizarem um eleitor! Ora basta fazer as contas para saber: se eles tem em media 10 horas de trabalho, ou seja das 07.00 da manha as 17.00 da tarde e facil chegar a conclusao de quantos eleitores eles poderao registar por dia! Havera saida para esta falta de experencia dos digitadores e outros membros da mesa de actualizacao? Um abraco e nao te esquecas de actualizar o seu cartao para evitar surpresas!
  • Well, well, well! Ja com o cartao de eleitor renovado e prontos para o embate! Ja te recenseaste? Se nao faca ja antes que seja tarde! Nao perca a oportunidade de seres actor da sua propria historia! Acredito em si!

Serao estas as alteracoes que custarao um milhao e meio de dolares em tempo de "austeridade'? Ou alguem estavtentando meter areia nos olhos do povo?


I
ALTERAÇÕES À CONSTITUIÇÃO
Artigo 1
A Constituição da República em vigor desde 20 de Janeiro de 2005 é alterada nos termos dos artigos seguintes.
Artigo 2
No texto constitucional as designações “Conselho Constitucional”, “Tribunal Supremo”, “Tribunal Administrativo”, “Governador Provincial”, “Governo Provincial” e “Administrador distrital” são substituídas por “Tribunal Constitucional” “Supremo Tribunal de Justiça”, “Supremo Tribunal Administrativo”, “Governador de Província”, “Governo de Província” e “Administrador de Distrito”, respectivamente.
Artigo 3
São aditados dois números ao artigo 62 com a seguinte redacção:
“3. O Estado pugna por uma justiça célere para todos os cidadãos e entidades jurídicas.
4. A administração da justiça deve ser exercida com profissionalismo, efectividade,       responsabilidade, integridade, objectividade e isenção.”
Artigo 4
1.     É introduzida a expressão “da verdade material, da produção da prova,” a seguir à palavra “salvaguarda” no nº 2 do artigo 65.
2.     É aditada ao nº 2 do artigo 65 a expressão frásica “incluindo a transmissão pública de imagem e som”.
Artigo 5
1. São inseridas, no número 4 do artigo 71, a expressão “pela Administração Pública” entre as palavras “coligidos” e “que” e a palavra “pessoalmente” entre as palavras “que” e “lhes”.
2. É aditada ao mesmo número a expressão “nos termos da lei”.
Artigo 6
1.                   É inserido o termo “pessoal” entre “secreto” e “periódico” no nº 1 do artigo 73.
2.                   No mesmo artigo é aditado um nº 2 com a seguinte redacção:
“2. Os cidadãos maiores de dezoito anos têm o direito de votar e ser eleitos nos termos da lei.”
Artigo 7
É aditada ao artigo 79 a expressão frásica “e de serem informados sobre o resultado da respectiva resolução ou apreciação.”
Artigo 8
A preposição “de” entre “actividades e” e “eleição” é substituída pela contracção “na” no nº 2 do artigo 86.
Artigo 9
É alterada a parte final do nº 1 do artigo 96 para “… dos recursos humanos, materiais e tecnológicos”.
Artigo 10
É aditado um número 4 ao artigo 112, com a seguinte redacção:
“4. O Estado defende e promove a cultura do trabalho e o empreendedorismo.”
Artigo 11
“É movido o artigo 118 passando a integrar um novo artigo 145-B, com a seguinte redacção:
Artigo 145-B
(Autoridades comunitárias)
1.       As autoridades comunitárias desempenham um papel fundamental no âmbito da organização e do desenvolvimento socioeconómico da comunidade.
2.       O Estado reconhece e valoriza as autoridades comunitárias.
3. São autoridades comunitárias os chefes tradicionais, os secretários de aldeia ou bairro e outros líderes legitimados como tais pelas respectivas comunidades.
4. O processo de legitimação da autoridade comunitária é de iniciativa da comunidade ou do órgão local do Estado.
5. A autoridade tradicional é legitimada pelas populações segundo o direito consuetudinário.
6. O Estado define o relacionamento das autoridades comunitárias com as demais instituições e enquadra, nos termos da lei, a sua participação na vida política, económica, social e cultural do país.
7. O reconhecimento, a organização e o funcionamento das autoridades comunitárias são estabelecidos por lei.”
Artigo 12
É alterada a parte final do nº 3 do artigo 129 para “...descentralizada territorialmente e por sectores de actividade.”
Artigo 13
É alterada a parte final do artigo 133 para “ … o Governo e os Tribunais.”
Artigo 14
1.     O nº 2 do artigo 135 da Constituição passa a começar com a seguinte redacção “A fixação de mandatos por círculos eleitorais e …”
2.     São introduzidos dois novos nºs 2A e 2B, do mesmo artigo com a seguinte redacção:
“2A. As eleições presidenciais, legislativas, provinciais e autárquicas realizam-se no mês de Outubro do ano em que devam ter lugar.
2B. As eleições presidenciais e legislativas no estrangeiro antecedem o sufrágio no território nacional.”
Artigo 15
O nº 1 do artigo 137 da Constituição passa a ter a seguinte redacção:
“1. Os cargos de Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro-Ministro, Presidente do Tribunal Constitucional, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, Procurador-Geral da República, Provedor de Justiça, Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Vice-Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, Vice-Procurador-Geral da República, Deputado, Ministro, Vice-Ministro, Secretário de Estado, Governador de Província, Administrador de Distrito, Chefe de Posto Administrativo, Chefe de Localidade e militar no activo são incompatíveis entre si.”
Artigo 16
1.     O artigo 141 altera a epígrafe para “Representação do Governo” e passa a ter a seguinte redacção:
“Artigo 141
(Representação do Governo)
O representante do Governo de Moçambique a nível da Província é o Governador de Província.”
2.     Os números 2 e 3 do artigo 141 integram um novo artigo com a seguinte redacção:
“Artigo 262-B
(Governo de Província)
1. O Governo de Província é o órgão encarregue de garantir a execução, ao nível da Província, da política governamental e exerce a tutela administrativa sobre as autarquias locais, nos termos da lei.
2. O Governo de Província é dirigido pelo Governador de Província.
3. Os membros do Governo de Província são nomeados centralmente, ouvido o Governador de Província.”
3.     O número 4 do artigo 141 é transferido para número 3 do artigo 262-A com uma nova redacção.
Artigo 17
O artigo 142 passa a ser 262-C, inserindo a expressão “locais do Estado” entre “órgãos” e “de representação” e o adjectivo “pessoal” entre “universal” e “directo”.
Artigo 18
A alínea d) do nº1 do artigo 144 passa a ter a seguinte redacção:
“d) os acórdãos do Tribunal Constitucional, os assentos do Supremo Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Administrativo, bem como as demais decisões dos tribunais a que a lei confira força obrigatória geral;”
Artigo 19
Os artigos 143, 144 e 145 passam a ser 140-A, 140-B e 140-C respectivamente.
Artigo 20
São introduzidas duas novas alíneas do nº 2 do artigo 147 com a seguinte redacção:
“b1) tenham residência habitual no território nacional nos últimos dois anos;
e) prestem caução em termos a fixar por lei.”
Artigo 21
1.     É eliminado o advérbio “ainda” no nº 1 do artigo 152.
2.     É eliminada a letra “s” na palavra “comprovadas” na alínea a) do nº 1 do artigo 152.
Artigo 22
É introduzida a referência à alínea “f1)” no nº 2 do artigo 157.
 Artigo 23
1.     É introduzida uma alínea f1) do artigo 159, com a seguinte redacção:
“f1) nomear o Presidente do Tribunal Constitucional;”
2.     A actual alínea g) do artigo 159 passa ter a seguinte redacção:
“g) nomear o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, o Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e Vice-Presidente do Supremo Tribunal Administrativo;”
Artigo 24
É inserida a expressão “secretarias de Estado” logo a seguir da expressão “criar ministérios” na alínea c) do nº 1 do artigo 160.
Artigo 25
É aditado um número 2 ao artigo 166 com a seguinte redacção:
“2. O Conselho de Estado toma conhecimento das grandes opções da agenda nacional, do Programa do Governo e das bases gerais de organização da Administração Pública.”
Artigo 26
A alínea e) do número 1 do artigo 172 passa a ter a seguinte redacção:
“e) Governador de província, administrador de distrito, chefe de posto administrativo e chefe de localidade;”
Artigo 27
É inserido o termo “poderes” entre “outros” e “consignados” na alínea f) do artigo 173.
Artigo 28
1.                   É introduzida uma nova alínea a1) no nº 2 do artigo 179 com a seguinte redacção:
“a1) aprovar as leis de bases, as leis orgânicas e as demais leis;”
2.   É inserida uma alínea d1) com a seguinte redacção:
“d1) aprovar a legislação sobre os partidos políticos e o estatuto da oposição;”
3.     É inserida uma alínea g1) com a seguinte redacção:
“g1) ratificar a nomeação do Presidente do Tribunal Constitucional;”
4.    A alínea h) passa a ter a seguinte redacção:
“h) ratificar a nomeação do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, do Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, do Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Vice-Presidente do Supremo Tribunal Administrativo;”
5.     É substituída a expressão “das províncias” por “dos órgãos locais do Estado” na alínea q) do mesmo artigo.
6.    São introduzidas duas alíneas r1) e r2), com a seguinte redacção:
“r1) velar, na actividade legislativa, pela observância da Constituição e das leis;
r2) fiscalizar a actividade do Governo e da Administração Pública;”
Artigo 29
Os nºs 2 e 3 do artigo 193 passam a ter a seguinte redacção:
“2. A Comissão Permanente da Assembleia da República é composta pelo Presidente, Vice-Presidentes e por outros deputados eleitos pelos partidos políticos e coligações de partidos políticos, de acordo com a sua representação proporcional na Assembleia da República.
3. Os representantes referidos nos números anteriores têm na Comissão Permanente um número de votos correspondente à respectiva representatividade.”
Artigo 30
1.     É eliminada a alínea b) do artigo 195 por ter passado para novas alíneas r1) e r2) do nº 2 do artigo 179.
2.     A alínea i) do artigo 195 passa a ser a alínea n) e nela é inserida a expressão “pela lei e” entre as palavras “conferidas e pelo”.
Artigo 31
É inserida a expressão “político ou coligação de partidos políticos” entre substantivo “partido” e a forma verbal “podem” no nº 1 do artigo 196.
Artigo 32
1.     O número 1 do artigo 201 passa a terminar em “… Primeiro-Ministro, pelos Ministros e Vice-Ministros”.
2.     O número 2 do mesmo artigo passa a terminar em “… de Ministros os Secretários de Estado.”
Artigo 33
É aditado um número 5 ao artigo 210 com a seguinte redacção:
“5. A forma dos actos dos membros do Governo é estabelecida por lei.”
Artigo 34
É inserida a expressão “ou governador de província” entre as palavras “Governo” e “pode” no número 1, entre as palavras “Governo e “e acusado” e entre “Governo e “deve” no número 2 ambos do artigo 211.
Artigo 35
No número 4 do artigo 216, a expressão «mencionados no presente artigo» é substituída por «eleitos».
Artigo 36
1. Os artigos 220, 221 e 222 passam a artigos 227-A, 227-B e 227-C respectivamente.
2. É movido o número 4 do artigo 221 para ser número 2 do artigo 222.
Artigo 37
Os nºs 1, 2 e 3 do artigo 223 passam a ter a seguinte redacção:
«1. Na República de Moçambique existem os seguintes tribunais:
a)       o Tribunal Constitucional;
b)       o Supremo Tribunal de Justiça;
c)       o Supremo Tribunal Administrativo;
d)       os tribunais judiciais e de trabalho; e
e)       os tribunais administrativos, fiscais e aduaneiros;
2. Podem existir tribunais marítimos, arbitrais e comunitários.
3. A competência, organização e funcionamento dos tribunais referidos nos números anteriores são estabelecidos por lei.»
Artigo 38
A Secção II com epígrafe «Tribunal Supremo» passa a Secção III com a epígrafe «Supremo Tribunal da Justiça».
Artigo 39
A Secção III com epígrafe «Tribunal Administrativo» passa a Secção IV com a epígrafe «Supremo Tribunal Administrativo».
Artigo 40
O número 2 do artigo 229 passa a ter seguinte redacção:
«2. O Presidente da República nomeia o Presidente do Supremo Tribunal Administrativo e o Vice-Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, ouvido o Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa.»
Artigo 41
O artigo 233 passa a ser artigo 231-A, com a seguinte redacção.
«Artigo 231-A
(Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa)
1.       O Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa é o órgão de gestão e disciplina dos juízes e funcionários das jurisdições administrativa, fiscal e aduaneira.
2. O Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa tem a seguinte composição:
a)       o Presidente do Supremo Tribunal Administrativo;
b)       o Vice-Presidente do Supremo Tribunal Administrativo;
c)       dois membros designados pelo Presidente da República, sendo um deles magistrado judicial administrativo;
d)       três membros eleitos pela Assembleia da República, segundo o critério de representação proporcional;
e)       dois juízes conselheiros do Supremo Tribunal Administrativo, eleitos pelos seus pares;
f)         cinco juízes profissionais eleitos pelos seus pares, de entre os juízes dos tribunais administrativos, fiscais e aduaneiros;
g)       três oficiais de justiça pelas jurisdições administrativa, fiscal e aduaneira.
3. O Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa é presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, o qual é substituído, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Administrativo.
4. Os oficiais de justiça integrados no Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa intervêm na discussão e deliberação de matérias relativas ao mérito profissional e ao exercício da função disciplinar sobre os mesmos, em termos a estabelecer por lei.
5. A lei regula os demais aspectos relativos à competência, organização e funcionamento do Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa e ao mandato dos respectivos membros.»
                                                                                 Artigo 42
O artigo 238 passa a artigo 240-A, com uma nova redacção:
                                                                                «Artigo 240-A
(Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público)
1.       O Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público é o órgão de gestão e disciplina do Ministério Público.
2. O Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público tem a seguinte composição:
a)       o Procurador-Geral da República;
b)       o Vice-Procurador-Geral da República;
c)       duas individualidades designadas pelo Presidente da República;
d)       três personalidades de reconhecido mérito, eleitos pela Assembleia da República, segundo o critério de representação proporcional;
e)       dois Procuradores-Gerais Adjuntos;
f)         três Procuradores da República;
g)       três oficiais de justiça.
3. Os membros referidos nas alíneas e), f), e g) são eleitos pelos seus pares, segundo procedimentos fixados por lei.
4. O Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público é presidido pelo Procurador-Geral da República, o qual é substituído, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Procurador-Geral da República.
5. Os oficiais de justiça integrados no Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público intervêm na discussão e deliberação de matérias relativas ao mérito profissional e ao exercício da função disciplinar sobre os mesmos, em termos a estabelecer por lei.
6. A lei regula os demais aspectos relativos à competência, organização e funcionamento do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público e ao mandato dos respectivos membros.»