Monday, 19 March 2012

Choveu a cantaros em Qulimane e a cidade esta de novo sitiada!

"Rapper" Azagaia afasta-se do partido MDM para proteger independência como artista




Qui, 15 de Março de 2012 12:50 .O mais conhecido "rapper" moçambicano, Azagaia, anunciou hoje (quinta-feira) a sua desvinculação do terceiro maior partido moçambicano, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), para "proteger a sua dependência como artista".











Em declarações à agência Lusa, Azagaia, nome artístico de Edson da Luz, confirmou a informação que divulgou em primeira mão na sua página de Facebook, em que anunciava o distanciamento do partido de Daviz Simango, presidente do MDM e do município da Beira, segunda maior cidade moçambicana.



"Comecei a apoiar o MDM, porque apoiava o Daviz Simango, mas após uma reflexão conclui que a melhor opção era mesmo distanciar-me. Fazer música para apoiar o MDM 'mata' o Azagaia", disse à Lusa o "rapper".





Azagaia encabeçou a lista do partido às parlamentares pelo círculo eleitoral da província de Maputo, sul do país, nas eleições gerais de 2009, não tendo conseguido a eleição.



O artista já teve problemas com a Justiça moçambicana devido ao conteúdo polémico das suas letras, que têm normalmente um cariz de sátira política

Saturday, 17 March 2012

A Opiniao de Eduardo White

E como hoje eh dia da poesia, vai, antecipada a sua pblicacao, esta carta a alguns descrentes camaradas boateiros, chulecos e lambistas militantes. Fica aqui o esclarecimento. Para eles, claro.




Sussurradamente, um amigo de infância pergunt...a-me se o facto de eu vir a Quelimane, convidado pelo Município, para lançar os meus livros, poder-se-ia entender como uma clara manifestação de apoio, da minha parte, ao MDM. Devo dizer-vos que fiquei não só atónito com esta pergunta como, igualmente, me indignei.

Ora, já aborrecido, digo ao meu amigo, que não estou nem nunca estive na arte com essa mentalidade taquenha e com essa visão dela como um grande curral. Acrescentei que, fora a homenagem a mim prestada com a presença, na altura, do Presidente Joaquim Chissano, pela Imprensa Universitária, a propósito dos meus 20 anos de carreira literária, esta que o Município de Quelimane me endossava, agora, através do seu convite, configurava-se-me como um gesto não só irrecusável como me engrandecia notoriamente.



Em oito ou doze anos da outra gestão, nunca tal oportunidade se concretizou e nem nunca partiu dela tal convite. E mais adiantei, dizendo-lhe,que indigno, mesmo, fora a atitude da OJM de há um tempo a esta data. A partidária organização juvenil nunca me entregou, já lá vão trinta e tais anos, o prémio correspondente ao facto de a letra do seu hino ser de minha autoria, muito embora tenha sido aprovada em conferência nacional e homologada publicamente pelo falecido Presidente Samora Machel.

A referida atitude constituiu, desde sempre, e até fatos em contrário, uma clara e desconfiada manifestação de racismo ou de outra segregação qualquer, em relação à minha pessoa e dizem-no os acontecimentos que se seguiram durante a aprovação do hino e que faço questão de aqui não mencionar de tão brejeiras e feias que foram. Quanto à minha indignação, face a isso, manifestei-a inúmeras vezes ao Zacarias Kupela e à Alcinda Abreu, em tempos, quando eram ambos Secretário e Vice-secretária Geral do Organização, e, depois, a outras figuras amigas do Partido de que sou simpatizante - do Partido que eu respeito, evidentemente, e não de um certo clube - como o sabem os que privam comigo e não só. Respostas? Um sorrisinho cínico de uns e os gestos conformados de outros.



Não obstante, o facto de me simpatizar com o Partido, e não com o clube, que cobre as minhas causas políticas, não me impede de ver o meu País como um todo, de privar com os meus amigos de outros quadrantes políticos e, sobretudo, de respeitar, amar e estar atento à vida da terra que me dá, por via dela, o direito à minha cidadania. Também, assim, nunca lambi babadamente os sapatos de ninguém, nunca aspirei a cargos políticos, bem como já tive, por me achar impreparado, a frontalidade e a humildade de recusar um convite para me candidatar a deputado. Mais: Na minha postura como escritor, faço por guardar a capacidade de criticar abertamente tudo o que sinto não estar correcto, quando o acho de direito e de legitimidade fazê-lo, sem que nunca, também, e é bom dizêr, tenha sofrido represálias visíveis quer desse Partido quer dos amigos que nele ocupam altas posições nos seus órgãos directivos ou governamentais.



Agora, o meu estatuto de criador cultural ou seja lá o que for, não se autoriza nem se cinge a esses condomínios político-partidários. Como exemplo, há muito que uma certa instituição a que estou filiado, me retirou da lista que propõe os seus convidados oficiais, como, também,por via disso, deixei de fazer parte da lista do protocolo do MNE para certas cerimónias de Estado e diplomáticas às quais era convidado. Confrontado com essa realidade, jamais me indignei e me questionei sobre tais razões e a essa instituição continuo a guardar o carinho e o respeito que me merece. Por outro lado, a Presidência da República convida todos os anos figuras quer intelectuais quer políticas da oposição para os seus banquetes e eu, tal como muitos colegas de escrita, faz tempo que não faço parte desse“ lisonjeado grupo de eleitos”. No entanto, julgo, mas porém não me admiraria do contrário, que tal pormenor não faz dessas figuras simpatizantes ou filiados do Partido onde milita e dirige o Presidente da República. Em suma, ridicularidades que não cabem no meu patriotismo, não afectam o amor que sinto ao meu País e nem direito dão a que pessoas ou organizações políticas ou não,se me ponham a catalogar.



De modo que, como sempre o disse, o meu lugar, se o tiver na história literária da minha Pátria, não dependerá das minhas simpatias políticas, mas do meu trabalho e do valor da minha obra. Em igualdade de circunstâncias,independentemente das suas cores partidárias, o Manuel Araújo continuará a merecer a minha amizade e o meu respeito, como o tem merecido desde sempre,até que deles não seja digno e disso me der provas. Admiro-o bastante, ao contrário do desprezo que nutro por alguns militantes oportunistas, chulos e sem carácter nenhum, que adoentam, desvirtuam e empobrecem o Partido com o qual me identifico. Eu nasci diferente, amo e respeito a minha diferença e, deste modo, quero e fui educado a respeitar a diferença. É este princípio que transmito aos meus filhos, a cada um deles, igualmente, diferente e, sobre as suas diferenças, grandiosamente IRMÃOS.



Ora, postas as cartas na mesa e não as retractações, bardamerda às retractações, pergunto ao meu querido amigo se não lhe apetecia ir beber uma boa nipa e comer um apetitoso mucadje à casa de um outro conterrâneo na Sinacura. Ele olhou para mim meio espantado e atirou-me:



- Tu és fotito, múzugo! Se fosse aqui, na Província, mandavam-te prender, juro. Claro que eu olhei para ele e ri-me.



Meio embasbacado, fiquei a pensar se a democracia no nosso País se cingia unicamente à capital, pois que não era a primeira vez que ouvia tal afirmação, nem, também, essa restritividade de opiniões me era manifestada. E comecei a pensar inúmeras coisas. Coisas como essa angústia que as pessoas devem guardar a morderem-nas no mais íntimo. Tal como o terem medo de dar ou emitir uma opinião sobre factos de que são autoras e sujeitos ou, então, de respeitarem e conviverem, abertamente, com alguém da oposição. De tão mau para ser verdade, eu acho tudo aquilo incrível. Se isto acontece, ainda, nos tempos que correm, nunca seremos dignos de futuro nenhum. Portanto, penso e deduzo que o fato de Quelimane, como outras províncias, certamente, não sentir, com visibilidade, o papel fundamental e educativo dos órgãos de informação no exercício de democratização da opinião pública esteja a ser fulcral para que assistamos aos cidadãos a atrofiarem-se nessa ideia de que no País ainda se é proibido ser e falar livre e manifestamente. Dentro, como é evidente, das bases do respeito pelos valores dos outros. Mas é tão verdade que eu próprio o estava ali a testemunhar.



Porém, como esta conversa tem pano para mangas, fiquem, agora, com o meu afectuoso abraço e as desculpas desses entretantos da minha crónica. Julgo que concordarão que o que é para se dizer tem que ser dito. Ou escrito, aqui no caso.

Eduardo White

Wednesday, 14 March 2012

Aos de dentroe aos de fora! Margarida Talapa

Na minha modesta opiniao, algo d grav esta acontecendo no nosso parlamnto ou entao no "glorioso"! Se u parlamnto se torna imune as pressoes de grupos de interesse, a classes sociais e a outros interesses intrnos enta para que serve? Sera que o mano formiga nao pode assessorar a mama? Ou tud  qe aprend  ciencia politica nao vale um tostao furado? onde andam os cientistas politicos ancorados na Pereira d Lago?

um abraco, MA

Tuesday, 13 March 2012

Discurso de Abertura da Chefe de Bancada da RENAMO na Assembleia da Republica

Sua Excelência Presidente da Assembleia da República


Sua Excelência Primeiro-Ministro do Governo de Moçambique

Suas Excelências, Mandatários do Povo

Suas Excelências Membros do Conselho de Ministros

Respeitados Convidados

Minhas Senhoras e Meus Senhores



Excelências



Ao iniciarmos esta V sessão que marca a contagem regressiva do nosso mandato, permitam-me que saúde o Povo Moçambicano, do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Indico, em especial os membros e simpatizantes do Partido Renamo, pela tolerância perante a carestia da vida, a política de exclusão a que são sujeitos.

Aos desmobilizados de guerra da Renamo, pela paciência, tolerância e obediência em cumprir e fazer cumprir os propósitos da Paz.





Aos profissionais da comunicação social, pela tomada cada vez crescente de consciência da necessidade de informar e formar na verdade e sempre verdade, embora alguns ainda o façam de forma muito discreta, mas no cômputo geral a informação é trazida ao pacato cidadão moçambicano. Por outro lado, pelo esforço em enveredar por um jornalismo profissional, investigativo. Este esforço deve ser contínuo, aprofundando as notícias, abdicando do sensacionalismo, por um jornalismo isento e imparcial. Só assim, se formará uma classe capaz de unir forças para lutar contra o dito jornalismo amarelo, contra a espionagem.

Pela colaboração com esta Magna Casa, na divulgação das suas actividades, que esperamos que melhore cada vez mais, combatendo o medo da discriminação. A todos vós compatriotas de luta vão as nossas saudações.

Á comunidade internacional pelo apoio que tem prestado para que este país possa dar alguns passos num momento em que vós vivéis uma crise económica sem precedente, vão os nossos agradecimentos e saudações.

Pela passagem de mais um 8 de Março dia Internacional da Mulher, permitam-me que parabenize e saúde a todas as Mulheres Moçambicanas, minhas compatriotas em particular, e a todas as Mulheres deste vasto planeta em geral , pela luta e somas vitórias.

De forma muito especial saúdo Sua Excelência, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, pela sua tolerância, firmeza na manutenção da Paz, pela sábia visão de previlegiar sempre o diálogo na busca de soluções, hoje como ontem, dos grandes problemas que apoquentam a maioria dos moçambicanos, mesmo cercado e atacado por um aparato contingente armado, não cala a sua voz.

Pois, tem a plena consciência, de que hoje como ontem o Povo confia nele para a busca de soluções dos grandes problemas como a exclusão, a partidarização, a discriminação, a miséria, a fome, apenas para citar alguns exemplos.

É graças a essa confiança, que prestes a celebramos os vinte anos da assinatura do AGP, Acordo Geral de Paz, jamais se ouviu o disparar de um único tiro, sob sua voz de comando,

Após quase vinte anos fala-se de suposto terror que a guarda, a segurança de Sua Excelência Presidente Dhlakama semeia. Nunca fizeram mal a ninguém.

Os espiões, os enviados, quando colocados sobre investigação esperneiam-se porque temem represálias dos mandantes, quando denunciados.

Há mais de dois anos que Sua Excelência Presidente do Partido Renamo vive sob vigia de um contingente armado até aos dentes e nunca ninguém ousou dizer que estavam a semear terror. Hoje, são os mesmos que circulando pela cidade capital de Nampula, semeiam terror e anunciam os piores momentos por vir.

O momento não tardou. O sonho de há muitos anos materializou-se o de voltar a ouvir o som da arma.

Como a segurança de Sua Excelência Presidente Afonso Dhlakama não atacava, e ávidos de ver sangue eis que na madrugada do dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher as Forças de Intervenção Rápida, há muito estacionadas à volta da Sede Política Provincial da Renamo em Nampula, onde se encontrava um grupo de desmobilizados e numa atitude belicista, evadem a Sede e a queima roupa puseram-se a disparar atacando os desmobilizados indefesos e ocupando a Sede.

E nós perguntamos porquê?

Afinal o armamento desembarcado em Dezembro último, adquirido com os nossos impostos, com o suor do nosso trabalho era para nos matar a nós mesmos?

Como não puderam usá-lo em manifestações acabaram organizando manifestações, no dia dedicado à Mulher.

Por isso, Sua Excelência, Presidente Afonso Macacho Marceta Dhlakama siga em frente, está no caminho certo, Siga em frente na defesa dos oprimidos, assim como o fez ontem quando venceu a guerra dos 16 anos, pela Democracia. Siga em frente na busca de melhores soluções sem derramento de sangue.



Caros Colegas

Excelências

O uso de blindados para atacar indefesos, desarmados, demonstra, claramente, que o governo e o Partido Frelimo estão a votar para o esquecimento os entendimentos de Roma e a todo o custo pretendem mergulhar o país no caos. É uma vergonha Nacional.

Os acontecimentos de 8 de Março em Nampula, demonstram, claramente, que a Frelimo pretende acabar com a Democracia, a Paz e a dita unidade nacional.

Os encontros havidos entre Sua Excelência Presidente Afonso Dhlakama e o Chefe do Estado, não passaram de um acto de entretenimento pois, por um lado dialogava-se e por outro um contingente armado era enviado para atacar indefesos e desarmados.



Prezados Colegas

Excelências



A Renamo e o seu líder Afonso Dhlakama continuam e continuarão a primar pela paz e a dizer não à guerra, com acções que o mundo viu e viveu.

Perante estas atrocidades, perante estas provocações bem notórias e de domínio público a nível (interno e externo), comunicamos aos Moçambicanos, às Confissões Religiosas, aos Intelectuais, á Comunidade internacional, que fica bem claro que o Partido Frelimo e o seu Governo, pretendem a guerra e não a Paz em Moçambique.

Assim, como deputados desta Magna Casa do Povo, aguardaremos pelos esclarecimentos da situação de Nampula e pela decisão da Direcção Máxima do nosso Partido RENAMO, na busca de melhores vias para salvar a Democracia tão duramente conquistada e preservar a Paz aspirada por todos nós.



Senhora Presidente da Assembleia da República

Prezados Colegas, Mandatários do Povo

Senhores Membros do Conselho de Ministros

Respeitados Convidados

Minhas Senhoras e Meus Senhores





Excelências



A terminar, votos de óptimo trabalho para a Sessão que hoje inicia.

A todos os cristãos votos de uma Quaresma frutífera de oração e partilha, de silêncio e jejum, com a esperança de viver a alegria Pascal.



Pela Vossa prestimosa atenção o meu muito obrigada.





Maputo, aos 12 de Março de 2012

Maria Angelina Dique Enoque



(Chefe da Bancada Parlamentar da Renamo)



















Monday, 12 March 2012

A OPINIAO DE MIA OUTO

Um Dia Isto Tinha Que Acontecer, por Mia CoutoExiste mais do que uma! Certamente! Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida. Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações. A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.Foi então que os pais ficaram à rasca.Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!Novos e velhos, todos estamos à rasca.Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.Haverá mais triste prova do nosso falhanço?

DISCURSO DE ABERTURA DO CHEFE DE BANCADA DO MDM POR OCASIÃO DA CERIMÓNIA DE ABERTURA DA 5ª SESSÃO DA VII






SENHORA PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA,



SENHORES MEMBROS DA COMISSÃO PERMANENTE DA ASSEMBLEIA DA

REPÚBLICA,



SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO DO GOVERNO DE MOÇAMBIQUE,



SENHORAS E SENHORES DEPUTADOS,



SENHORES MINISTROS,



SENHORES VICE MINISTROS,



DIGNÍSSIMAS AUTORIDADES CIVIS, MILITARES E RELIGIOSAS,



SENHORES MEMBROS DIRIGENTES DOS ÓRGÃOS JUDICIAIS DE

MOÇAMBIQUE,



SENHOR PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DA CIDADE DE

MAPUTO,



SENHORA GOVERNADORA DA CIDADE DE MAPUTO,



SENHORES REPRESENTANTES DE PARTIDOS POLITICOS,



SENHORES MEMBROS DO CORPO DIPLOMÁTICO,



SENHORES MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL,



CAROS CONVIDADOS,



2

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,



EXCELÊNCIAS,





Iniciamos hoje a jornada da V Sessão Ordinária da Assembleia da República com uma

agenda de 24 pontos, com maior destaque para a Eleição do Provedor da Justiça,

Informação da Comissão da Administração Pública, Poder Local e Comunicaçao Social

relativa à Revisão da Legislação Eleitoral e Informações do Governo a pedido das

Bancadas Parlamentares.



Excelências,



Esta Sessão realiza-se depois de um período de chuvas anormais e ciclones que além de

ter ceifado vidas humanas, destruiram casas e bens de nossos concidadãos, incluindo

algumas infra-estruturas com maior destaque do troço da estrada nacional que liga as

duas provincias de Gaza e Maputo, cuja interrupção afectou a economia, o turismo, o

comércio, a circulação de pessoas e bens, os serviços de interesse público e privado.



A partir deste pódio queremos manifestar a nossa solidariedade para com as vítimas

destas intempéries naturais.



Reconhecemos o papel desempenhado pelos nossos serviços meteorológicos por terem

demonstrado alguma competência na divulgação da previsão do tempo. Tal permitiu que

os cidadãos estivessem alertados e as instituições credenciadas para prevenção das

calamidades naturais estivessem preparados para socorrer as populações e minimizar os

estragos.



Esta situação cíclica de ciclones que destroem infra-estruturas e casas melhoradas e

convencionais remete-nos para a análise e tomada de medidas visando melhorar os

padrões das nossas infra-estruturas. É preciso construir melhor com padrões e normas de

segurança admissíveis, com acabamentos de qualidade, inspecção periódica e sistemática

das estradas, pontes e edifícios públicos. As entidades responsáveis para velar pelas obras

públicas, edifícios e estradas, devem ser responsabilizadas pela má qualidade das obras.



Persiste a atitude de não haver intervenções periódicas e sistemáticas de manutenção das

nossas estradas e pontes. A erosão que se testemunha ao longo das nossas estradas

nacionais é uma indicação de ausência de fiscalização seria durante as obras da

reabilitação destas.





3

Excelências,



A presente sessão inicia um mês depois de ter iniciado o ano lectivo no nosso país. Os

problemas organizacionais e administrativos persistem no nosso ensino. Os alunos com

direito a livros gratuitos continuam à espera de recebê-los. O sistema da distribuição do

livro gratuito até agora tem provado que não é eficiente, nem abrangente. Urge encontrar

um modelo mais correcto e eficente, em parceria com entidades que têm a tradiçao de

distribuiçao de materiais ou outros semelhantes.



A problemática de crianças a frequentarem aulas nos cursos nocturnos preocupa-nos.

Temos a consciência de que há diferenças notaveis entre o curso diurno e nocturno. O

curso nocturno ao nivel primario e secundário do ensino é, por excelência, destinado a

adultos que por várias razões não puderam estudar a seu devido tempo.



Tem que haver vontade política de envolver a comunidade e as entidades religiosas de

encontrar soluçoes para este problema grave, para evitar no futuro consequências

negativas na formaçao e atitude comportamental desta geração especifica.



As comunidades e entidades religiosas devem ser encorajadas a promover escolas de

acordo com o regime curricular moçambicano. Esta abertura vai agilizar o

descongestionamento nas escolas públicas, dará uma outra dinámica ao ensino,

concorrendo para uma melhoria de qualidade.



Há que promover condições e ambiente de trabalho aos nossos professores. O Professor

devidamente motivado é um factor conducente para uma educaçao de qualidade. É

preciso respeitar e cumprir os principios estabelecidos quanto à progressão nas carreiras,

aos salários e à carga horária do professor. O mesmo deve acontecer quanto aos critérios

para a nomeação a cargos da direcção das escolas, não devendo estes se pautarem pela

militância partidária mas sim competência pedagógica e pela experiência.



Excelências,



Continuamos a manifestar a nossa preocupação quanto à forma de gestao dos st oc k s de

medicamentos nos hospitais públicos, assim como no tocante ao crescimento das taxas de

prevalência do HIV/SIDA.





A gestão e a conservação dos medicamentos nos hospitais públicos deve ser uma

prioridade a ser encarada com muita seriedade e profissionalismo. A falta de

medicamentos nos hospitais públicos e farmácias sob gestão do Estado põe em causa o

4

tratamento de moçambicanos com rendimentos baixos, pois os preços praticados nas

farmácias privadas só podem ser suportados por uma minoria.



O Governo do dia, na qualidade de gestor e garante da saúde pública, deve assumir as

suas responsabilidades de forma proactiva e com objectividade, para que o nosso povo

tenha acesso aos medicamentos.



Esta casa aprovou o Orçamento do Estado que tem uma rubrica para a aquisição de

medicamentos. Por isso, esperamos que nos Hospitais Públicos e Farmácias Estatais haja

medicamentos.



A HIV/SIDA continua, sem piedade, a reduzir a capacidade humana e a aumentar o

número de órfãos no nosso País. Devemos assumir esta realidade com seriedade, tomar as

medidas necessárias de prevenção da eclosão de doenças oportunistas, e garantir a

medicação.



Os pacientes portadores de HIV/SIDA merecem o tratamento adequado e personalizado.

Por isso, esperamos que ainda este ano, a tão esperada fábrica de produção de

medicamentos para o tratamento anti-retroviral comece a fornecer aos centros de saúde

estes preciosos medicamentos. Por outro, lado a motivação do pessoal de saúde deve ser

considerada como uma necessidade, de forma a garantir a qualidade que se pretende ter

nos serviços hospitalares públicos.





Excelências,



Como país elegemos a produção nacional, e até foi introduzida a marca “ Made in

Mozambique”. Esta medida visa promover a produção nacional, colocar o produto

nacional a preços competitivos. O princípio de isentar os insumos necessários para a

produção de ração para produção do frango nacional, não deve prejudicar a produção de

insumos que no território nacional podem ser produzidos.



Isentar o pagamento do Imposto sobre o Valor Acresentado na importação do milho e

soja, a curto prazo, prejudicará a produção local destes produtos.



Forçará os produtores a transformarem-se em importadores, e os maiores lesados serão os

produtores familiares com consequências negativas na estrutura familiar, nos rendimentos

e na estabilidade social.



5

Deve-se estabelecer um mecanismo da recompensa e incentivos reais aos produtores

locais, para garantir a produção local. O País tem de consumir o que produz, e com uma

estratégia devidamente direccionada e assistida, com medidas multissectoriais e

construção de infra-estruturas. Queremos consumir o nosso tomate, arroz, farinha do

nosso milho e o nosso sumo. Queremos ter acesso à nossa madeira, queremos ter acesso

aos nossos recursos minerais.



Produzindo estes produtos em grande escala estaremos a criar oportunidades de emprego

e mercado para os nossos concidadãos. Nao é com slogans que será vencida a pobreza!





Senhor Primeiro Ministro,

Excelências,



Há sensivelmente oito meses que os Transportes Públicos de Maputo, agora Empresa de

Transporte Rodoviario de Maputo tinham uma frota renovada de 150 autocarros,

adquiridos com fundos públicos. Hoje 1/3 desta frota está fora de serviço, isto é, 50

autocarros nao estão circular.



Esta situaçao é mais uma revelação clara da ausência de uma política de transporte

urbano por parte do Governo do dia, e uma manifestação de falta de interesse em

minimizar a crise que se vive neste sector tão vital na vida quotidiana da população

urbana. Não é concebível nas relações comerciais de hoje, que sejam importados

equipamentos, neste caso concreto autocarros, sem acessórios e garantia de mautenção.



Face a esta situação podemos dizer que a aquisição destes autocarros não obedeceu aos

procedimentos admissiveis, prejudicando assim o Estado e tornando o público em geral

no principal lesado.



Excelências,



A transferência de responsabilidades da gestão do transporte para os governos municipais

nestas condiçoes só pode traduzir uma fuga de responsabilidades. Precisa-se um

transporte urbano eficiente, em quantidade e qualidade.



Senhora Presidente da Assembleia da República,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Excelências,



6

Na presente sessão haverá interacção com o Procurador-geral da República. Nesta

interacção espera-se que o Procurador-geral da República informe com honestidade a

situaçao real do Estado da Justiça, e como o guardião da legalidade tem a

responsabilidade acrescida, deverá informar a esta casa os constrangimentos que

entravam o cumprimento da sua nobre missão.



Nós como a Bancada Parlamentar do MDM, defendemos uma sociedade segura, livre e

próspera. Este objectivo é possivel de alcançar com um comprometimento sério das

instituiçoes responsáveis pela segurança pública, associado a campanhas de educação

para a cidadania.



Para que isso aconteça é necessario:



 Dotar as instituições responsaveis pelo combate ao crime dos meios materiais,

técnicos, humanos e outros para um efectivo combate;



 Reformular a estrutura orgânica e operativa da Polícia da República de

Moçambique com áreas bem distintas de actuaçao;



 Libertar a Policia de Inverstigaçao Criminal do Ministerio do Interior, uma

posiçao sempre defendida;



Obviamente o Código Penal e demais legislaçao penal em revisão na sede da primeira

Comissao da Assembleia da República deve adequar-se à realidade actual moçambicana

e os desafios do combate a corrupção.



Ainda na interacção com o PGR aguardamos com expectativa a abordagem sobre os

últimos sequestros e actuação da polícia moçambicana em torno destes. Em todo este

processo, além da integridade de individuos preocupam-nos os valores monetários

envolvidos e os moldes da sua transacção, se é numa praça bancária ou ao vivo.



Será, igualmente, do nosso interesse nesta interacção com o PRG saber do trabalho do

Gabinete de Combate a Corrupção, quantos casos de corrupção foram esclarecidos e

quantos já foram julgados.





Excelências,



Pela segunda vez está agendada para esta sessão a possibilidade de eleição do Provedor

de Justiça, que de acordo com o dispositivo constitucional tem a responsabilidade de

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garantir os direitos dos cidadãos, a defesa da legalidade e da justiça na actuação da

administração pública.



Conforme o artigo 257 da Constituição da República, o Provedor da Justiça é eleito pela

Assembleia da República por maioria de dois terços dos deputados.



A Bancada Parlamentar do MDM, consciente da composição parlamentar vigente,

defende que a independência e transparência na actuação do futuro Provedor da Justiça

no âmbito das competências fixadas pela Constituição da Republica só são possíveis com

uma personalidade que não tenha vínculos com o Partido no Poder. É preciso dar a

credibilidade da justiça ao Povo. A diversificação de personalidades provenientes de

escolas diferentes na gestão da Justiça será um passo gigantesco na edificação da Justiça

no nosso país.



Esperamos que na interacção das Bancadas sobre esta matéria haja de facto um consenso

real. Como Bancada Parlamentar, já depositamos a proposta de candidato ao cargo de

Provedor da Justiça da República de Moçambique.



Excelências,



A Plenária da Assembleia da República na última Sessão mandatou as Chefias das

Bancadas para sanar as divergências em torno dos trabalhos da revisão do pacote eleitoral

que estão sendo desenvolvidos na Comissão de Administração Pública, Poder Local e

Comunicação.



De facto as Chefias reuniram-se em duas sessões e deram indicações dos

posicionamentos. Acreditamos que a Comissão saberá completar a aproximação destes

posicionamentos na busca de uma lei eleitoral possível.



Continuaremos a defender que a decisão final do Pacote Eleitoral seja encontrada

tomando em conta a legitimidade democrática existente no quadro político actual da

República de Moçambique. A responsabilidade e competência de revisão do Pacote

Eleitoral residem na Assembleia da República, a única instituição democrática e

representativa de Moçambique.



Como Bancada, lutaremos para que a revisão do pacote eleitoral seja conducente as

eleiçoes livres, justas, transparentes e participativas. Repudiamos tentativas de querer

transferir a discussão e decisão do pacote eleitoral para fora do âmbito parlamentar.



Caros Convidados,

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Excelências,



Com o falecimento do Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Inhambane Sr.

Lourenço Macul ( Paz a sua alma), a Comissão Nacional de Eleições teve que criar as

condições para a realização de eleições intercalares marcadas para o dia 18 de Abril do

corrente ano.



Os Partidos políticos no quadro legal moçambicano são criados para conquistar o poder

democraticamente e participar na vida política do país. É neste quadro, com todos

problemas possíveis e imaginários, que o Partido MDM vai participar nas eleições

intercalares da Cidade de Inhambane com um manifesto eleitoral de governação

municipal virado para a satisfação das necessidades básicas dos residentes deste

município, com uma forma de governação assente no dinamismo, no realismo e numa

visão para melhor servir, devolvendo a dignidade e honra aos munícipes.



A partir deste pódio apelamos aos órgãos de gestão e administração eleitorais que dirijam

o processo com transparência, honestidade, imparcialidade e verticalidade.



Ao nosso candidato, Fernando Amelia Nhaca desejamos muita coragem, força e empenho.





Excelências,



No dia 7 de Março foi celebrado mais um aniversário da criação do Movimento

Democratico de Moçambique, fundado em 2009. Apraz-nos felicitar a Direççao do MDM,

os membros e militantes pelos êxitos, entrega e determinação.



Bem-haja o MDM.



Senhora Presidente da Assembleia da Republica,

Senhor Primeiro Ministro,

Senhores Ministros,

Senhores Vices Ministros,

Senhoras Deputadas e Senhores Deputados,

Caros Convidados,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,



A Paz em Moçambique deve ser consolidada. Precisamos de paz como a condição

necessária para continuamente desenvolvermos o espirito da irmanidade, como factor de

promoçao da reconciliaçao nacional.

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A paz é um bem comum que deve ser alimentado com acções e políticas de inclusao,

opurtunidades sem discriminaçao, discursos livres de arrogância, intimidaçao ou

violência.



A paz assemelha-se a uma planta que diariamente deve ser regada. A nossa atitude

negativa e mau estar na sociedade pode perigar a paz. Se incitamos ao ódio, à vingança e

a chantagens estaremos a minar a paz que todos moçambicanos precisam para garantir a

estabilidade das suas familias e vencer os constrangimentos.



Os acontecimentos ocorridos em Nampula aterrorizam os homens amantes de paz, e

obrigam-nos a uma reflexão profunda. Afinal, em que direcção se pretende caminhar?



Nós, os partidários do MDM, queremos democracia e paz. Queremos um Estado de

Direito onde todos se sintam livres e independentes. Acreditamos que somente com

instituições políticas, sociais e económicas, independentes, inclusivas,

responsabilizadoras, é possível defender o interesse comum, em conformidade com o

estabelecido na Constituiçao da Republica e demais legislaçao em vigor no país.



Para isso, a liberdade e a igualidade de condiçoes entre os moçambicanos,

consubstanciados no respeito pela diferença e no estímulo à criatividade individual e

colectiva, devem constituir os alicerces fundamentais para a nossa democracia, o Estado

de Direito, o desenvolvimento humano e a justiça social.



Neste contexto lutaremos para edificação de uma Naçao Moçambicana plural,

diversificada, inovadora e harmonizadora da riqueza de expressoes políticas e culturais

diversas.



Defendemos a unidade nacional, mas uma unidade com conteúdo real, múltiplo, inclusivo

e agregador da diversidade de identidades culturais, políticas e sociais.



Os militantes e simpatizantes do MDM nao podem cruzar os braços e permitir que os

moçambicanos percam o que com muito esforço e sacrificio conquistaram.



Temos a consciencia de que a construção de um projecto político e social alternativo

exige de cada um de nós, um enorme empenho, responsabilidade individual e colectiva.



Tal como o sol brilha para todos, os Moçambicanos devem trabalhar para que todos

sejamos beneficiários das conquistas da Independencia de 1975 e da Democracia de 1992.



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Este é o nosso compromisso com Moçambique e os moçambicanos.



Senhora Presidente da Assembleia da Republica

Minhas Senhoras e Meus Senhores

Caros Convidados,



Excelências,





Nesta V Sessão Ordinária da Assembleia da Republica que inicia hoje, a Bancada

Parlamentar do MDM renova o seu compromisso de trabalhar em prol do

desenvolvimento democrático da nossa instituição, e estará sempre em defesa de uma

liderança política democrática, seriamente comprometida com os principios democráticos;

uma liderança que aposta na transparência em tudo quanto se relacione com a

distribuição do poder politico e utilização dos recursos do Estado.



A todos desejamos bom trabalho.



Muito obrigado pela atenção dispensada.





Lutero Chimbirombiro Simango



Chefe da Bancada do MDM



12 de Março de 2012.











MDM COMEMOROU TERCEIRO ANIVERSÁRIO



No último sábado



-Delegada Maria Luísa antecipou propósito do partido de arrebatar o município de Nampula nas próximas eleições.



O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) comemorou no passado sábado o terceiro aniversário da sua criação em 2009. Ao nível da cidade de Nampula, os membros daquela formação política realizaram várias actividades alusivas à efeméride, dentre as quais se destacaram um desfile por diversas artérias da cidade e um comício popular bastante concorrido realizado no mercado do “Galo”, situado em frente da padaria Nampula.



Na ocasião, a delegada do MDM na cidade de Nampula, Maria Luísa, depois de relatar exaustivamente o historial da sua formação política, debruçou-se sobre a matriz que distingue o MDM dos demais partidos, em que ressalta a aversão ao uso da violência e guerra.



Para Maria Luísa, a assinatura do acordo geral da paz de 1992, ainda não se faz sentir com a plenitude que seria de desejar no seio do povo. A delegada do MDM referia-se implicitamente aos tumultos desencadeados, na passada quarta-feira, entre ex-guerrilheiros da RENAMO e agentes da polícia, que põe em causa a tão ansiada preservação da paz.



Noutro trecho da sua intervenção, aquela responsável chamou a atenção da população da cidade de Nampula para agir com a necessária clarividência nas próximas eleições autárquicas de 2013, elegendo o MDM porque é o único partido que poderá, de facto, erradicar as anomalias que se registam no município e, consequentemente, proporcionar uma efectiva igualdade de oportunidades aos seus residentes, independentemente do respectivo extracto sócio-económico.



A delegada do MDM afirmou, a propósito, que o seu partido tem já elaboradas as estratégias conducentes à participação vitoriosa no próximo pleito eleitoral das autarquias de 2013.



Nampula será, pois, a próxima cidade a ser governada pelo MDM – garantiu Maria Luísa, referindo que estão já criadas as bases para o efeito em diversos pontos da cidade através da mobilização maciça da população, que assumiu a consciência de que chegou a altura de deixar de continuar espezinhada com a liderança do partido no poder, que nunca cumpre o que promete.

WAMPHULA FAX – 12.03.2012

Edwin Hounnou detido

Por Jame Ac

O Jornalista EDWIN HOUNNOU, do Semanário Canal de Moçambique, detido pela Força Conjunta da Policia de Protecção, Força de Intervenção Rápida e Agentes do SISE, por volta das 12h e solto as 18h, quando se encontrava na Escola Primaria 25 de Setembro, no Bairro de Muelé na Cidade de Inhambane a fazer cobertura ao Processo de Recenseamento Eleitoral. O motivo da detenção baseou-se no facto de HOUNNOU não ter levado consigo uma Credencial que o pudesse permitir trabalhar, segundo argumentaram os Agentes Policiais.



No momento da detenção o Jornalista foi algemado como se de um Criminoso se tratasse. Este acto dos agentes da Policia consubstancia-se numa GRAVE VIOLAÇÃO DA LEI, DA LIBERDADE DE IMPRENSA que permite aos Jornalistas trabalharem em todo o Território Nacional, sem qualquer tipo de limitações nem intimidação.



Refira-se que as Credenciais são passadas aos Jornalistas para fazer cobertura as Eleições e não para verificar o Recenseamento como tem sido a exigência basilar dos Brigadistas do STAE e Policias em Inhambane.



A atitude do Agentes da Policia e da Direcção do STAE local (da Cidade e Província de Inhambane) deixa antever que as Eleições de 18 de Abril poderão ser manchadas para satisfazer a vontade de algum Partido que pretende ganhar esta eleição a qualquer preço.



Se medidas urgentes não forem tomadas no sentido de alterar a mentalidade do STAE e dos Agentes da Policia, Inhambane poderá entrar na história de Moçambique como um mau exemplo de Democracia.



Uma eleição ganha-se convencendo os eleitores com actos concretos e não com ajuda da Policia, nem com o apoio dos Órgãos Eleitorais que parece que venha a ser o caso de Inhambane.



In http://comunidademocambicana.blogspot.com/2012/03/edwin-hounnou-detido.html#more

Thursday, 8 March 2012

MUNICÍPIO DE QUELIMANE




CONSELHO MUNICIPAL




A todos os Municipes de Quelimane



Quelimane

CONVITE



Serve da presente para convidar, a V.Excia a participar numa palestra a decorrer no Salão Nobre do Conselho Municipal, hoje, dia 08 de Março 2012 (Quinta Feira) pelas 10.00horas, orientada por S. Excia Senhora Ulla Andren, Embaixadora do Reino da Suécia em Mocambique, subordinada ao tema "Desafios e Perspectivas da Nova Politica de Cooperação Sueca para o Desenvolvimento - O Caso de Moçambique".

Antecipadamente agradecemos a vossa presença!

Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, ao 07 de Março de 2012.

O PRESIDENTE



Manuel A.A.L. de Araújo

(Professor Doutor)

Monday, 5 March 2012

CARTA DE EDUARDO WHITE A QUELIMANE 2




Postscriptum 3



“Uma cidade pode ser

um coração,

um punho.”

Albano Martins, in "Castália e Outros Poemas"

Retomando o texto anterior, peço ao velho Asada para me levar ao Município ao invés da casa onde me irei hospedar nos seis dias que em Quelimane vou permanecer. E, assim, estamos chegados, passados uns ligeiros minutos. Cumprimento o Manuel Araújo, agradeço-lhe o convite e falamos rapidamente da viagem e do programa para aquele dia. Como ele está ocupado, peço-lhe permissão para me ausentar e vou dar um rapidíssimo passeio pela cidade. Todavia, não sem antes avivar-me pelo velho edifício aonde, pelas mãos do velho Freichaut, eu haveria de obter a minha primeira licença de condução para velocípedes sem motor. O grau de dificuldade era fazer, com a bicicleta, um oito sem pôr o pé no chão. Habilitei-me à carteira com direito a fotografia e tudo. Foi uma festa.

Ao lado do Município e destas lembranças, fica a esquadra principal da cidade e a cadeia. Contíguo a ele, mais ainda, o corredor que é composto pelas celas da primeira que dão para o quintal do Conselho e que tem um pequeno vão de entrada, com um banco de cimento, logo ali aonde uma velha árvore se ergue em sua antiquíssima idade. Desta, lembro-me sempre de um episódio triste e que me marcou bastante. Em 77, penso, durante o campeonato provincial de futebol, jogavam o Palmeiras e o Ferroviário de Quelimane no campo da primeira equipa. Partida importante e que incendiava os ânimos da pequena cidade. Portanto, quase todo o mundo aficionado do futebol estava lá. Lembro-me de os meus amigos e, entre eles, o meu irmão, decidirem que ao invés da matiné,naquele Domingo, no cinema Estúdio, compraríamos uns macitos de cigarros e tentar-se-ia, como alternativa, ver o jogo. Presumimos, na altura, que pudéssemos entrar gratuitamente, pois praticávamos basquete no Desportivo de Quelimane.

Contrariado, porque não gosto de futebol, lá fui entusiasmado por poder ir ver jogar o João Onofre, o Cadango, o Pelé, o Chicoco, o Lobo, enfim, os craques dessa altura. Acontece que chegámos ao campo do Palmeiras e foi-nos barrada a entrada. Barafustámos, chateámos-mos e nos desculpámos por não termos connosco os nossos cartões de desportistas. Mas em vão. A decisão dos porteiros manteve-se. Contrariados, resolvemos fazer o que todo o pessoal da nossa idade fazia naquela altura: Saltar o muro. Todavia, as coisas correram-nos mal e fomos apanhados por um dos guardas do clube. Prontamente fomos encaminhados a um dirigente da Associação de Futebol. Eu e o meu irmão, os irmãos Zé Tó e Carlitos Ruas e o Betinho MotyCarimo. Das mãos e das ordens do senhor Pedro Francisco, que nos conhecia bastante bem, partimos, indignados com a atitude, para as mãos de uns pingos de chuva akalachnikovados e achambocados. Não me esqueço nunca mais desse dia em que, como punição, nos mandaram furar o chão rodopiando em volta dos nossos dedos indicadores. Torturante e humilhante para os putos que éramos e para o grau de culpa que nos fora imputado. Depois daquilo, para a esquadra. Na esquadra, o oficial de serviço que nos conhecia os encarregados de educacao nao no permitiu os contactassemos e ordenou-nos que nos sentassemos, todos, no pequeno banco de cimento, expostos aos transeuntes que passavam e até que o jogo acabasse. Foi a humilhação total. Quelimane inteiro a ver-nos presos na entrada da esquadra. Depois, é claro, as tareias valentes em casa e as proibições longas a que fomos sujeitos. Desse episódio haveria de nascer-me uma raiva grande ao velho Pedro Francisco a quem nunca mais falei até sair de Quelimane. Àsua atitude triste e prepotente e ao facto de nos poder ter mandado para casa com uma repreensão e não o ter feito. Mas, passemos a frente que águas passadas não movem moinhos.

Por esta altura.Vou

pela cidade e noto que, embora tenha crescido o número de pedintes, o lixo nas ruas não é uma característica como em Maputo. Por todo o lado senhoras com vassouras tradicionais vão executando a tarefa de manter a urbe afastada dessa fotografia tão desoladora que é uma cidade suja e desarrumada. Contento-me,pois o fato melhora substancialmente o aspecto degradado que Quelimane tem ainda. A cidade envelheceu, descoloriu-se e ficou com um ar abandalhado. Parece, até, que parou negativamente no tempo. Porém, de tudo isso ela se despe como que por magia. A simpatia dos seus citadinos, o característico respeito que não é só peculiar às pessoas que a habitam, mas, substancialmente, também aquelas que vêm dos seus arredores e de outros distritos da Província, têm uma influência restaurativa na impressão com que ficamos de Quelimane, logo à primeira. Ao mesmo tempo, a cidade respira confiança, esperança e atitude. É fácil de constatar que as pessoas sentem a urbe mais sua na maneira como falam e como se referem a ela. Dizem-me que tem a ver com as recentes eleições autárquicas e de estarem, aos poucos, a ultrapassar o descontentamento generalizado em que viviam. Provavelmente estejam a passar por um processo de regeneração social, aliás, que tem que suceder e não tem como não.

OK! Mas Quelimane é uma terra pequena, tão pequena que estou, num ápice, já sentado no Pica. Um café bar pertencente à senhora esposa do velho Picareta, alentejano de gema e africano branco devolvido pelos portugueses às recônditas paragens daqui, quase na idade da pedra. Comercializador de motorizadas, desde os jurássicos tempos, o emblemático Picareta é o único indígena estrangeiro, como costumo dizer, assimilado e com sotaque alentejano na mobília antiga da urbe. Filósofo, político, conselheiro sexual e matrimonial, poeta e sonhador, benfiquista(?) quelimanense ajuramentado, lá vai ele mantendo-se em forma naquela sua figurita pequena e balanceante.Uns abraços ao velho e ao seu colega de mesa, o senhor Conceição, repousado musungo do JB, e logo um whisky, com uma água de lanho que vai a passar, vem deliciar-me o repouso sobressaltado, de subito, por uma estridente sirene numa Land Cruiser da PRM a abrir caminho, em passo de tartaruga, a uma foure bai foure com um único passageiro retorcido a bordo. Recomposto do susto, pergunto: Algum ferido? Não, não, é o Governador, não te preocupes. Bom, deu-me vontade de rir e quase se ia da boca o lanho e o whisky. De rir de mim, primeiro e do fato, depois. De mim. por nunca ter ouvido a sirene de uma ambulância numa cidade onde se diz que os doentes proliferam, os serviços de saúde são péssimos e, por essa razão, os índices de mortalidade elevados. Pelo facto, depois, por tudo ser perto de tudo, toda a gente conhecer toda a gente e o Governador ser mesmo Sua Excelencia, pessoal e intransmissivelmente. Ora uma gritaria com aquelas proporções quase não se justifica desta maneira. E se a questão é protocolar, só precisaria que as serenatas fossem nas esquinas onde aquela espécie de cortejo, de dois carros, corresse o risco de embater contra qualquer outra viatura movida a gasolina ou a tracção humana. Porém, nisso, Maputo é imbatível, até a altas horas da noite e nas vias em que o tráfego é de todo impossível. Mas, como diz a 2M, a nossa cerveja, a nossa maneira. E lá temos sua Excia, com a cidade toda a ouvir-lhe, em velocidade reduzida, a caminho dos despachos no seu Gabinete e gozando do direito que, sem dúvida nenhuma, lhe confere o cargo mas que dispensaria o bom senso. Acontece que nestas coisas de protocolo nem sempre é como a gente quer e, aí, pode Sua Excia não poder pronunciar-se sobre o que lhe impõe a DSR. São as vaidades do Poder e as grandezas da autoridade. Pouco se pode fazer.

Bem, vejo que, a sucapa, o texto já vai longo e eu preciso de terminá-lo aqui. Para a semana eu prometo retomar o tema desta crónica, restada, felizmente, por ainda nao ter esgotado o que ainda tenho para escrever sobre algumas impressões que a minha terra me deixou. Até lá, aquele afectuoso abraço do

Eduardo White