Tuesday, 18 June 2013

5 mortos e 2 feridos confirmados em assalto a Paiol na Linha de Sena



Renamo não reivindicou o ataque entre Savane e Muanza, mas tudo indica que se trata de uma operação dos seus homens armados

Maputo (Canalmoz) – O Canalmoz noticiou ontem em última hora que cerca das 03 horas da madrugada de segunda-feira, homens armados atacaram um Paiol das FADM na estrada de Inhaminga, na província de Sofala, para se apoderarem de armamento ligeiro e pesado ali armazenado. Fonte do Hospital Central da Beira confirmou ao repórter da delegação do Canalmoz naquela cidade que deram entrada no banco de socorros, cinco mortos das forças militares do Governo e dois feridos graves.

Governo confirma

Ao início da noite foi o ministro da Agricultura, José Pacheco a confirmar o ataque e atribuiu a acção militar a homens da Renamo.
“Queremos aproveitar esta oportunidade para informamos que fomos surpreendidos com a notícia trágica de que a Renamo desencadeou um ataque armado” anunciou José Pacheco numa conferência de Imprensa no Centro Internacional de Conferência Joaquim Chissano onde participava do diálogo entre Governo e Renamo.
“Repudiamos o ataque e avisamos que essa atitude não ajuda a democracia. Apesar disso, o ataque não vai influenciar o curso do nosso diálogo. Mas os autores serão encontrados para responder por este acto” concluiu o ministro sem entrar em mais detalhes.
Renamo “não tem conhecimento” 
Por sua vez, o chefe da delegação da Renamo Saimone Macuiana, disse não ter conhecimento sobre o tal ataque.
“Eu não tenho conhecimento sobre esse ataque, por isso não posso responder o que não conheço. Em momento algum na sala o Governo abordou sobre o assunto” disse Macuiana.

Confirmação do hospital 

Ao Canalmoz, o porta-voz do Hospital Central da Beira, que se identificou apenas como Jamal, acrescentou disse que os mortos e feridos eram provenientes de Muanza, uma vila ferroviária na Linha de Sena que serve de escoamento ao carvão de Moatize, em Tete.
Em Muanza, a cerca de 80 quilómetros da Beira, existe uma importante pedreira de calcário que é vital para o funcionamento da fábrica de cimentos do Dondo, mais conhecida por Nova Maceira.
Os comboios da Vale Moçambique e da Rio Tinto estão paralisados a noroeste de Muanza, os descendentes, e entre Muanza-Dondo e Beira, os ascendentes, segundo fontes na Beira que não querem ser identificadas.
Mateus Mazibe, porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique em Sofala, disse ao nosso repórter na Beira que não confirma nem desmente que tenha havido qualquer incidente na zona entre Savane, localidade que se situa a cerca de 30 quilómetros do Dondo e Muanza.
Muanza, o local citado pelo porta-voz do Hospital Central da Beira como sendo a proveniência dos cinco mortos e dois feridos que deram entrada naquela unidade de saúde, situa-se a 80 quilómetros do Dondo.
Na Beira, na delegação provincial da Renamo em Sofala, o chefe do Gabinete do Delegado, Jorge Mussa Mutita, disse ao nosso repórter que não dispõe de qualquer informação sobre o incidente já confirmado há momentos pelo porta-voz do Hospital Central da Beira ao nosso correspondente na Beira, Adelino Timóteo.
Fontes informais devidamente identificadas reportaram-nos há momentos que houve dois ataques a depósitos de armamento militar, o primeiro às 03 horas e o último às 11 horas na manhã de ontem, mas fontes oficiais apenas admitem ter havido um ataque ao Paiol das FADM, entre Derunde e Muanza, para onde foram transferidos os artefactos do ex-Paiol de Inhamizua, na Beira, que há uns anos explodiu e ardeu.
No Dondo e na Beira – cidades que distam entre si cerca de 30 quilómetros – fontes civis com familiares na zona de conflito, disseram-nos que os seus parentes abandonaram a zona em debandada, tendo o mesmo acontecido com os efectivos policiais e militares ali estacionados.
A zona afectada abrange Savane, a 20 milhas do Dondo, Galinha, Derunde e Muanza, 80 quilómetro do Dondo.
Na Beira reina agora uma grande instabilidade militar e policial, segundo o nosso repórter.
O nosso repórter acaba de nos confirmar que no Quartel de Matacuane, das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), há “grande agitação” e o mesmo acontece no centro da cidade, no Quartel da FIR, ao lado do Conselho Municipal da Beira onde foram vistos blindados a circular.
Ainda nenhuma fonte da Renamo assumiu a responsabilidade do ataque, mas tudo indica que foram homens armados desta organização que empreenderam o assalto ao Paiol, às 03 horas da manhã de ontem.
Quanto ao ataque ao segundo paiol, que se diz ter ocorrido cerca das 11 horas da manhã de ontem, não há fontes fidedignas que o confirmem.
Na delegação provincial de Sofala o chefe do Gabinete do Delegado da Renamo disse-nos que o delegado e o porta-voz estão junto com o presidente da Renamo no distrito da Gorongosa. (Adelino Timóteo, na Beira, e Fernando Veloso, em Maputo)

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