Tema:
Acontecimentos de Savane
Orador:
Brigadeiro Jerónimo Malagueta
Funções:
Chefe do Departamento de Informação
Data:
19 de Junho de 2013
Prezados
e estimados jornalistas, parceiros inestimáveis da nossa acção política,
convidámo-los para vos alertar que o país está doente.
O nosso
Moçambique está enfermo pelos maus tratos infligidos pelo partido FRELIMO e seus
dirigentes que adoptam políticas de exclusão económica, política e social, o
que descamba num descontentamento generalizado, fragmentando-o, por
consequência.
O país
caminha vertiginosamente para o abismo, com sinais apocalípticos que urge ser
travado para evitarmos uma hecatombe. A RENAMO, precursor da democracia
multipartidária, sente-se na obrigação de se posicionar na linha da frente para
salvar o país. Os pronunciamentos dissonantes da nomenclatura do partido no
poder aliados a algumas acções práticas no terreno convocam a RENAMO para pôr
travão aos camaradas que perderam o norte e pretendem arrastar o país para o
abismo.
Negócios
inconfessáveis, desde o tráfico de drogas, tráfico de armas, tráfico de
madeiras, de órgãos humanos, de menores, de pescados marinhos, entre outros,
passaram para dicionário activo dos dirigentes deste país. Por via desses
negócios obscuros os moçambicanos começam a ficar directamente afectados. Os
acontecimentos de Savane, ou por outra, o ataque ao paiol de Savane não tem
nada a ver com as forcas de defesa e segurança da RENAMO. O Governo e o partido
no poder sabem muito bem disso; sabem quem foram os atacantes, porém, para
enganarem a comunidade moçambicana e internacional aparecem a balbuciar de
forma dissonante e sempre com a RENAMO na ponta da língua. Sua Excelência
General Afonso Macacho Marceta Dhlakama já o disse repetidas vezes que a RENAMO
não é dona da guerra em Moçambique. O descontentamento generalizado causado
pela exclusão pode fazer surgir outros moçambicanos a recorrerem ao uso das
armas para desalojar este governo que descrimina os moçambicanos, criando uma
oligarquia que se torna opulenta a olhos vistos em contraposição com a maioria
dos moçambicanos. O ataque ao paiol de Savane é o espelho clarividente das
contradições que existem no seio do partido FRELIMO, que dia após dia se torna
mais visíveis. A RENAMO quando atacou o quartel da FIR em Muxúngue assumiu e
elencou as motivações que originaram tal acção.
Os
moçambicanos não devem perder de vista a crise instalada no seio do partido no
poder que lança faúlhas para fora do fórum partidário. Basta prestar atenção à
forma como quadros históricos do partido no poder foram avacalhados no
Congresso, praticamente silenciados e amordaçados. De algum lado teriam que
reagir...o País não está bem, o país vai de mal a pior. Quando o chefe do
Estado Maior General das Forças de Defesa do país e o seu ADC são desarmados em
plena capital do país, e suas armas bem como o computador onde se presume
existirem informações importantes para a defesa e segurança do país,
desaparecem, é porque o governo está moribundo. Savane não é o primeiro paiol a
ser assaltado. Nos outros assaltos a estratégia foi silenciosa, daí que parece
ser este o primeiro...
Mesmo
assim, e porque a RENAMO constata no terreno movimentos belicistas na província
de Sofala, tudo apontado para Sathundjira, onde se encontra o Presidente Afonso
Dhlakama, a segurança da RENAMO vai ampliar o seu raio de defesa. A partir da
Quinta-feira, 20 de Junho de 2013 o raio de segurança vai partir do Rio Save
até Muxúngue.
Nesta
área as forças da RENAMO VÃO SE POSICIONAR PARA IMPEDIR A CIRCULAÇÃO DE
viaturas transportando pessoas e bens, porque o governo usa essas viaturas para
transportar armamento e militares à paisana, para se concentrarem nas
proximidades de Sathundjira para o ataque ao presidente da RENAMO. Ontem
Terça-feira partiram de Maputo, mais de 35 camiões militares e 5 autocarros
transportando elementos das Forças Armadas e de Intervenção Rápida, bem como material
de guerra com destino a Gorongosa, Maríngue e Inhaminga com o fim de atacar as
Forças da RENAMO. Parte desse material foi descarregado na noite da última
Sexta-feira no porto de Maputo.
A
RENAMO e o seu Presidente, estão informados que o Comandante em Chefe das
Forças de Defesa e Segurança, o Senhor Armando Guebuza ordenou uma ofensiva
militar nas zonas de Maríngue e Inhaminga para atacar as Forças de protecção do
Partido RENAMO naqueles distritos.
Paralelamente
aos ataques, ordenou também o aumento dos efectivos militares que cercam o
distrito de Gorongosa, em especial o local onde se encontra o Presidente do
Partido. Prova disso é a chegada de mais forças especializadas, como Comandos
na pista Kangalitole, a famosa Casa Banana e Posto de Vanduzi, distrito de
Gorongosa. Para confirmar estas nossas declarações, encontram-se neste momento
em Sofala, para além do Tenente General Macaringue, Chefe do Estado Maior
General das (FADM) Forças Armadas de Defesa de Moçambique o Comandante do
Exército, Major General Mussa e outras patentes superiores para orientarem a
ofensiva.
A
RENAMO, vai igualmente paralisar a movimentação dos comboios na linha férrea de
Beira-Moatize e Beira-Marromeu; Interditar todos os movimentos da Força de
Intervenção Rápida (FIR) nas proximidades da residência de Sua Excelência
Senhor Presidente Dhlakama em Sathundjira- Gorongosa.
A
RENAMO chegou à conclusão que atacar quartéis da FIR não resolve o problema,
pois, não são os filhos nem parentes dos dirigentes da FRELIMO que morrem. Os
seus filhos estão à frente das grandes empresas e ou a estudarem no
estrangeiro. Os jovens da FIR que morrem nesses combates são inocentes, seus
familiares nem são informados, muito menos indemnizados. São pais que ficam sem
seus filhos, esposas, namoradas, que ficam sem os seus parceiros, crianças que
perdem seus pais e por consequência perdem o futuro, enfim, são mortes
injustificáveis, indesejáveis, desnecessárias, despropositadas, em plena paz.
Assim, o que será feito a partir da Quinta-feira, dia 20 de Junho de 2013,
serão acções para fragilizar a logística dos que fazem sofrer os moçambicanos,
sujeitando-os à escravatura. A morte de um jovem da FIR para o governo não
representa absolutamente nada, pois, em seguida recruta mais 100 para os mandar
para o campo da guerra sem nenhuma preparação militar adequada. Assim, a RENAMO
não pretende eleger os jovens militares ou para - militares como seus alvos,
até porque não queremos guerra, o que queremos é um país de inclusão em todas
as esferas da vida no nosso país. Chega de hipocrisias do governo. Aceitamos
tudo para o bem dos moçambicanos. Apelamos a todos os utentes da estrada
nacional número 1 troço Save/ Muxúngue para se absterem de usá-lo a partir da
Quinta-feira, 20 de Junho de 2013.
Amamos
a paz, somos pela paz, lamentamos chegarmos a estas posições extremas, porém o
governo não nos dá outra opção. A ambição, arrogância, prepotência do Guebuza e
dos seus camaradas, exigem que a RENAMO aceite arcar sacrifícios para o bem dos
moçambicanos.
Reconhecemos
que é um caminho difícil mas é estes que escolhemos porque só este é que pode
dar tranquilidade aos moçambicanos.
Continuaremos
a privilegiar uma solução negociada, mas não como mendigos porque o que
exigimos é transparência na gestão da coisa pública, do bem comum e de
processos eleitorais livres, justos e transparentes.
Temos
dito e muito obrigado
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