As cerimónias em memória de André Matsangaice, disse o SG da Renamo, Ossufo Momade, servem para recordar a morte daquele que “foi o arquitecto da democracia multipartidária em Moçambique”.
“Queremos uma democracia com liberdade política. Existem lugares onde os partidos da oposição não são deixados exercer as suas actividades. Vai à província de Gaza, verá o que acontece. A Frelimo não deixa a oposição fazer seus trabalhos. Mas nós deixamos a Frelimo trabalhar onde temos capacidade de impedir que a Frelimo entre. Podíamos ter o mesmo comportamento, mas não o fazemos. Um dia isso vai acabar. O dia 1 e 2 de Setembro é fruto do que estamos a fazer” – SG da Renamo.
A “prisão domiciliária”, passe a expressão, a que tem estado sujeito o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, na cidade de Nampula, impediu-o de vir a Maputo para juntar-se aos demais membros do partido e comemorar a passagem dos 31 anos da morte de André Matsangaice, tido como o fundador da Resistência Nacional de Moçambique que viria a evoluir para a sigla RENAMO ao deixar voluntariamente de ser movimento armado, depois do Acordo Geral de Paz de 04 de Outubro de 1992, em Roma, com a imposição da queda do regime monopartidário que forçou. Acabaria por transformar-se em partido ao iniciar-se a implementação do regime democrático pluralista.
As cerimónias centrais da recordação de Matsangaissa decorreram no Gabinete Presidencial da Renamo, mas foram dirigidas pelo secretário-geral do partido, Ossufo Momade.
Desde Janeiro do corrente ano que o líder da Renamo vive confinado numa residência particular no centro da cidade de Nampula, Rua das Flores.
A casa onde vive Dhlakama está permanentemente cercada por agentes da Força de Intervenção Rápida, um dos ramos da Polícia. Estão fortemente armados com instrumentos de guerra. No interior do perímetro da casa de Dhlakama, este está protegido também pela sua guarda pessoal fortemente armada.
Tanto a Renamo quanto o Governo, oficialmente dizem que o líder da Renamo está em Nampula por vontade própria, mas a verdade manda dizer que a situação em que vive aquele dirigente do maior partido da oposição é de uma verdadeira prisão domiciliária que a qualquer momento pode tornar-se dramática apesar da situação estar a ser desprezada como provável situação de risco.
As pessoas que entram na casa onde vive o dirigente da Renamo, quando saem, são inquiridas pela Polícia. Isso acontece mesmo com jornalistas que entram na casa para entrevistar Dhlakama. A estes até lhes são confiscados gravadores e outros instrumentos de trabalho. Já aconteceu por várias vezes.
Matsangaissa desmontou o marxismo
As cerimónias em memória de André Matsangaice, disse o SG da Renamo, Ossufo Momade, servem para recordar a morte daquele que “foi o arquitecto da democracia multipartidária em Moçambique”.
Matsangaice, contam combatentes que participaram no mesmo combate, morreu em cima de uma tanque do exército governamental do regime de partido único imposto pela Frelimo, ao tentar incendiá-lo, na Vila da Gorongosa (então Vila Paiva de Andrade), a 17 de Outubro de 1979.
Anos antes estivera aprisionado na chamado “Campo de Reeducação” de Sacuzo, no sopé da Serra da Gorongosa, na zona de Cande. Fugira de lá para dar início ao processo através do qual seria criado o MNR, depois RNM e depois RENAMO.
“Esta data representa a vitória da luta que fizemos durante os 16 anos. Representa a vitória da democracia multipartidária que conquistámos”.
“Falar de Matsangaissa é falar de um herói moçambicano que entregou a sua vida para o bem-estar deste povo”, afirmou ainda o SG do Partido Renamo.
Desafios actuais
Entretanto, Momade disse que a tal democracia multipartidária não está a ser vivida na sua plenitude. “Queremos uma democracia com liberdade política. Existem lugares onde os partidos da oposição não são deixados exercer as suas actividades. Vai à província de Gaza, verá o que acontece. A Frelimo não deixa a oposição fazer seus trabalhos. Mas nós deixamos a Frelimo trabalhar onde temos capacidade de impedir que a Frelimo entre. Podíamos ter o mesmo comportamento, mas não o fazemos. Um dia isso vai acabar. O dia 1 e 2 de Setembro é fruto do que estamos a fazer”, disse Momade.
Dhlakama não está em prisão
Quanto à ausência do presidente da Renamo nas cerimónias centrais da recordação de Matsangaissa, Ossufo Momade disse que se trata de uma estratégia partidária e recusou que o seu líder esteja em prisão domiciliária.
“O presidente Dhlakama é um general. Se ele se sentisse mal, teria feito algo para se livrar. Quando falamos com ele diz que está livre, consegue ir onde quiser. Não está aqui por uma estratégia do partido. Ele está a festejar em Nampula e até é melhor lá porque não está na ponta do país. Está perto de todas as partes, pode chamar os delegados de Tete, Zambézia, Sofala, Manica, facilmente”, disse terminando. (Borges Nhamirre)
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