O economista e docente universitário, Carlos Castel-Branco voltou a falar da falta de rentabilidade dos megaprojectos em Moçambique e, desta vez, aponta o dedo aos dirigentes políticos, sobre os quais diz que resistem à mudança das políticas fiscais dos megaprojectos, porque “parte dos seus accionistas são membros do Governo”.
“Se o Governo cobrasse aos megaprojectos, tal como cobra às pequenas e médias empresas, poderia dar setenta milhões de meticais a cada distrito e não sete milhões, que actualmente concede para a produção de mais comida e emprego”, disse o economista, em Nampula, num seminário que decorreu, na semana passada, na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Moçambique.
Castel-Branco disse ser necessário a adopção de medidas urgentes para mudar a situação. Basta observar os contornos a que estamos submetidos, sobretudo o crescimento da pobreza urbana e a prevalência da pobreza em várias zonas rurais.
Para aquele orador, um dos grandes ganhos que o país poderia ter seria através dos megaprojectos, que “não têm contribuído, de forma considerável, para a balança das receitas com impostos”.
Segundo a fonte, parte da riqueza gerada não é retida na economia por ausência de ligações sobretudo com o mundo fiscal, por isso a economia, vezes sem conta, acaba por ficar muito concentrada e especializada em produtos / actividades sem ligações entre si.
Castel-Branco entende que os incentivos fiscais que o Governo dá aos megaprojectos “não são úteis para a economia do país” e “agora fica difícil a mudança de políticas, porque muitos dos accionistas destes mesmos megaprojectos são membros dirigentes do Governo, e caso paguem impostos em valores de realce ao Estado, eles terão dividendos bastantes irrisórios”, disse.
Castel-Branco defendeu a sua posição quando fazia uma análise sobre o panorama económico nacional entre 1975 e 2010, no seminário organizado pelo Centro de Pesquisa “Konrad Adenauer”, em parceria com a Faculdade de Direito da UCM em Nampula.
fonte: Canalmoz
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