Um engenho de elevada potência explodiu e desfez um estabelecimento comercial na Rua Jaime Ferreira, 100, na cidade da Beira, cercas das 3h30 da madrugada de ontem, segunda-feira. A loja era explorada por um cidadão de origem muçulmana que se encontra ora detido.
Várias lojas e residências nas imediações e em outras vias próximas, na baixa da cidade, foram também gravemente afectadas, não deixando dúvidas sobre a elevada potência do engenho.
Uma viatura que se encontrava, do outro lado da rua, à frente do estabelecimento no interior do qual a bomba deflagrou, ficou totalmente danificada.
O gradeamento da loja onde se registou a ocorrência, foi projectado inteiro até abraçar um poste de iluminação pública da Electricidade de Moçambique, no outro lado da rua.
Só uma criança teve de receber assistência hospitalar, mas já teve baixa. A criança e sua mãe Katia vivem num anexo, em edifício na Av. Eduardo Mondlane, a paralela à Jaime Ferreira que vai dar à Praça do Município.
A dimensão do engenho era tal que uma das asnas de betão que sustenta o primeiro andar por cima da loja onde se deu a explosão, foi arrancada.
À explosão seguiu-se um incêndio.
Está a ser considerada a hipótese de se ter tratado de explosão de gás mas não foram encontrados quaisquer vestígios de botija nem no local nem nas proximidades.
Em conexão com o facto, o dono da loja, Muedu Traka, de origem muçulmana, encontra-se detido nas celas da polícia judiciária (ex-PIC) local, para investigações.
A equipa de Bombeiros foi chamada a intervir. Chegou cerca de uma hora depois de ter sido avisada da emergência apesar do quartel dos bombeiros ficar a menos de um quilómetro do centro da cidade.
Os bombeiros debelaram o fogo, tendo controlado a situação, mas até ao meio da manhã de ontem a fumaça continuava.
As instalações do banco SOCREMO, no r/c do ex-prédio Megaza, na Rua Correia de Brito, outra paralela à Jaime Ferreira, foram também afectadas pela deslocação de ar provocada pela explosão.
As autoridades ainda não se pronunciaram sobre a natureza do sinistro.
Muedu Traka, o dono da loja, atribuiu a rebentação a uma botija de gás, mas o senso comum admite que se tenha tratado de facto de uma bomba. Peritos da Policia trabalharam no local e continuam a estudar o caso, não havendo até ao fecho desta edição qualquer conclusão.
A dimensão dos estragos afasta a hipótese de se ter tratado de uma simples explosão de botija de gás.
O estabelecimento comercial onde explodiu o engenho dedicava-se à venda de eletrodomésticos. Tudo ficou em cinzas.
O estabelecimento vizinho, do lado esquerdo, sofreu consideravelmente, sendo que uma das paredes ruiu e alguma mercadoria ficou destruída.
É a primeira vez que uma explosão de tal dimensão ocorre no centro da cidade da Beira.
Foram muitos os citadinos da área da Baixa, Bairro Chaimite, que cerca das 3h30 da madrugada, acordaram assustados pelo forte som da explosão do engenho.
O grande estrondo, produziu eco, dado que há na área vários prédios altos, de 6 a 14 andares.
Parece estar fora de hipótese que a bomba possa ter sido dirigida para causar danos no estabelecimento comercial de Prakash Prehlad, que foi presidente da Comissão de Eleições da Beira. A loja de Prakash fica a escassos metros do estabelecimento no interior do qual a bomba explodiu.
A Reportagem da nossa delegação na Beira contactou Prakash Prehlad, que desempenha presentemente a função de presidente da Associação Comercial da Beira, e ele próprio desmentiu que o engenho visasse atingi-lo, alegadamente porque “não faz sentido”. “Pelo menos 15 a 20 estabelecimentos comercial ficaram afectados. Não posso afirmar que se tratou de um atentado bombista. Deixemos que as autoridades policiais o revele através de seus peritos”, palavras de Prehlad, que afirmou que os demais vizinhos da loja onde a bomba explodiu querem compensações pelos danos.
Mohamad Assif , o dono do estabelecimento do lado esquerdo do numero 100 onde se deu a explosão, afirmou à nossa reportagem: “ainda não calculei os prejuízos. Perdi vários eletrodomésticos e estantes”.
Outros dados acrescentam que a explosão poderá ter sido provocada porque ao longo do fim-de-semana houve movimentações naquela loja. Os proprietários estiveram a movimentar mercadorias. “Nós vimos o dono da loja a tirar mercadorias no sábado e domingo. Pela forma que tal ocorreu nos parece que tal foi planeado. Deve ser algo relacionado com ajustes de contas, ou senão, foi decepação do património para fugir às obrigações fiscais e de crédito”. Esta é a hipótese de que suspeita um jurista, que nos pediu anonimato.
Procurámos pelo senhorio do estabelecimento onde se deu a explosão, Manuel Nambiana. “Eu não tinha problemas com Muedu Traka, que me pagava 12 mil meticais pela exploração do estabelecimento comercial. Até ao momento não falei com ele porque está na Policia judiciaria para interrogações. Já vi vários incêndios, mas nunca algo com esta dimensão. Eu celebrei um contrato de exploração do estabelecimento com Muedu, que terá que me devolver a coisa tal e qual eu lhe entreguei, conforme o estatuído no contrato. O contrato vem de há três anos e ia terminar em 24 de Novembro próximo. Não sei se ele tinha algumas dívidas ou não, mas do meu lado ele tem as contas em dia”.
A Rua Jaime Ferreira admite tráfico rodoviário só um sentido, passa ao lado do principal Mercado Central e desemboca na Praça do Município.
fonte: Canalmoz
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