Daviz Simango apelou a Guebuza para despartidarizar o Aparelho do Estado
“Falei com o presidente sobre a necessidade da despartidarização do aparelho do Estado bem como sobre a necessidade de o MDM constituir a sua bancada parlamentar”, disse Daviz Simango à imprensa, explicando que não obteve resposta concreta do chefe do Estado quanto a estas inquietações. O chefe do Estado não falou à imprensa no final de almoço que durou cerca de uma hora e meia, tendo sido o presidente do MDM o único a sair ao encontro dos mais de meia centena de jornalistas que aguardavam pelos dignitários na sala ao lado daquela em que se serviu o almoço.
Maputo (Canalmoz) - Depois do encontro com o chefe do Estado, na derradeira sexta-feira, o jovem presidente do MDM, engenheiro Daviz Simango, disse à imprensa que dentre as questões que apresentou a Armando Guebuza, constam a necessidade de se despartidarizar o aparelho do Estado, onde actualmente funcionam em cada instituição pública células partidárias, nas quais os funcionários públicos são obrigados, directa ou indirectamente, a filiar-se.
“Falei com o presidente sobre a necessidade da despartidarização do aparelho do Estado bem como sobre a necessidade de o MDM constituir a sua bancada parlamentar”, disse Daviz Simango à imprensa, explicando que não obteve resposta concreta do chefe do Estado quanto a estas inquietações.
O almoço entre Armando Guebuza e Daviz Simango teve lugar no palácio presidencial da Ponta Vermelha, em Maputo, na última sexta-feira, e visava dar espaço ao diálogo entre o candidato vencedor e os vencidos nas presidenciais do ano passado.
O chefe do Estado não falou à imprensa no final de almoço que durou cerca de uma hora e meia, sendo o presidente do MDM o único a sair ao encontro dos mais de meia centena de jornalistas que o aguardavam ao lado da sala onde decorria o almoço.
Para além de pedir a despartidarização do Aparelho do Estado, Simango disse que no encontro se falou sobre a situação política, económica e social do País, onde ambos chegaram ao consenso de que é necessário que todos moçambicanos trabalhem para vencer a pobreza.
Acompanhado pela sua esposa, Daviz Simango respondeu a todas as questões de jornalistas até que estes o dispensaram já sem perguntas para fazer.
Disse que está disposto a colaborar com todas as forças políticas e da sociedade civil do País, para o bem de Moçambique. Esta afirmação foi em resposta aos jornalistas que pretendiam saber se irá ele colaborar ou não com a Frelimo, partido no poder.
Sobre a ausência de Dhlakama no encontro, Daviz Simango não quis comentar, limitando-se a dizer que “no encontro estiveram apenas dois casais”, dai que disse não pretender comentar “assuntos de que não tem conhecimento”.
Sobre o futuro, depois do encontro da sexta-feira, Daviz Simango disse que “sempre que uma das partes julgar necessário, um encontro do género irá acontecer”.
Daviz Simango foi o terceiro candidato mais votado nas eleições presidenciais de 28 de Outubro de 2009 com 8,59 por cento do total dos votos, posicionando-se atrás de Afonso Dhlakama (segundo lugar) e Armando Guebuza (eleito por maioria).
O MDM, partido a que preside foi excluído pela Comissão Nacional de Eleições e assim impedido de participar em 9 círculos eleitorais, dos quais 7 no País e 2 da diáspora.
Na altura das eleições o MDM existia legalmente há cerca de cinco meses.
Daviz Simango, está no seu segundo mandato como presidente do Município da Beira. Em Novembro de 2008 foi reeleito como independente depois de ter sido expulso da Renamo.
(Borges Nhamirre)
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