A Vale informou na sexta-feira que está a avaliar exercer a opção de compra de 51 por cento da Insitec, empresa moçambicana dona de concessões ferroviárias e portuárias, o que viabilizaria a expansão do seu projecto de carvão (Moatize) em Moçambique.
De acordo com a Reuters, nesta sexta-feira, a mineradora devia assinar um protocolo de intenções com o governo e a Insitec, acionista das empresas constituintes do Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN).
O protocolo seria assinado pelo ministro de Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula; pelo director-presidente da Vale, Roger Agnelli; e pelo presidente da Insitec, Celso Corrêa.
Segundo a Vale, o objectivo é reproduzir o modelo de integração mina-ferrovia-porto usado com sucesso no Brasil.
"A viabilização deste corredor logístico possibilitará a expansão da mina de carvão de Moatize, e facilitará o desenvolvimento da mina de fosfato de Evate, projectos moçambicanos que estão actualmente em fase de estudo, além de permitir no futuro o escoamento do cobre a ser produzido pela Vale no Copperbelt da Zâmbia", informou a companhia em comunicado.
O projecto Moatize prevê a produção inicial de 11 milhões de toneladas de carvão, que já tem logística assegurada. A compra das acções da Insitec seriam para garantir a expansão de Moatize para 24 milhões de toneladas.
"Estamos a examinar a viabilização de ferrovia de Moatize a Nacala, envolvendo construção de ligação ferroviária com aproximadamente 180 quilômetros de extensão entre Moatize e Lirangwe, no Malawi", informou a Vale.
Além disso, "a empresa avalia a reabilitação de 730 quilômetros da ferrovia já existente conectando o Malawi a Moçambique, e o desenvolvimento de um terminal marítimo de águas profundas... em Nacala", complementou a companhia.
"Este projecto vai promover o desenvolvimento da África Oriental, com destaque para países como Moçambique, Zâmbia, Malawi e República Democrática do Congo, onde existem importantes reservas de carvão, cobre e fosfato e enorme potencial agrícola", declarou na nota o presidente da Vale, Roger Agnelli, que esta semana anunciou investimentos de 12,9 bilhões de dólares para 2010.
A Vale tem sido pressionada pelo governo brasileiro para investir mais no Brasil, que receberá 63 por cento do total anunciado. Agnelli tem demonstrado porém que a companhia também precisa expandir-se internacionalmente. Além do protocolo em Moçambique, a Vale participa nesta sexta-feira de uma licitação na Mongólia, também para exploração de carvão.
Por Denise Luna
Fonte: Reuters
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