Os orgãos de informação em Moçambique não estão a realizar uma cobertura equilibrada e imparcial, conforme prescrito no código de conduta de cobertura eleitoral assinado pelos jornalistas moçambicanos, revela um estudo feito pelo Instituto dos Media da África Austral, MISA.
O estudo abrangeu orgãos da imprensa escrita diária e semanal, televisiva e radiofónica de todo o país. Entrevistado pela nossa enviada às eleições,Teresa Lima, o oficial de pesquisa do MISA, Ericino Salema referiu ter constatado que alguns sectores, particularmente da imprensa com fortes ligações históricas aos Estado estavam a dar maior destaque ao partido no poder e ao seu candidato.
"Estamos a falar do princípio de igualdade de tratamento entre as diferentes candidaturas, estamos a falar do princípio de independência e também do respeito pelos valores supremos do jornalismo que é a verdade"", disse Ericino Salema.
Ele referiu que os casos mais notórios de parcialidade diziam respeito ao jornal diário Notícias e também à televisão pública, TVM. Considerou, no entanto, "razoável" a cobertura eleitoral da Rádio Moçambique.
"Na nossa opinião, a TVM não usa os critérios universais de jornalismo. Já estabeleceu que quem abre os seus serviços noticiosos, é sempre o partido no poder e o seu candidato".
Em Moçambique a actualidade noticiosa é divulgada actualmente por sete jornais semanários, três diários, 12 Boletins de Fax diários, 6 canais de Televisão e apenas uma estação de rádio a nível nacional, embora estejam a surgir rádios locais e comunitárias, mas cujo conteúdo é mais de entretenimento do que noticioso.
FONTE: BBC NEWS
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