Tuesday 18 August 2009

Sigarowane - Gagnaux: o ingrato

AFIRMA, Philip Gagnaux, com todos os dentes da sua boca, que os moçambicanos que decidiram pegar em armas para libertar Moçambique e os moçambicanos, não o fizeram por necessidade de libertar a nossa querida e amada pátria e os seus filhos, mas sim para satisfazer as suas ambições de substituir o governo português. Quer dizer, para ele, esses jovens do 25 de Setembro fizeram cálculos do tipo se eu for e viver vou ser chefe . Meu Deus ! Para ele nem sequer havia necessidade de tal luta armada, pois era só esperar mais cinco anos que Portugal concedia a independência a Moçambique até porque, como Ganux sublinha, todas as colónias estavam libertas.Maputo, Terça-Feira, 18 de Agosto de 2009:: Notícias
Não quero acreditar que o Dr. Gagnaux não saiba que o recurso à luta armada foi o último recurso que os moçambicanos e outros povos colonizados por Portugal tiveram para libertarem as suas terras e os seus povos. Que não saiba que as associações estudantis, nas colónias portuguesas e mais tarde na casa dos estudantes do império, em Lisboa, foram sempre reprimidas. Que os massacres de Mueda , Wiriam entre outros foram perpetrados pelos portugueses em resposta às insistências ou manifestações dos moçambicanos de querer se ver livre do colonialismo. Que as múltiplas, tentativas do Prof. Doutor Eduardo Mondlane de negociar com o governo português, foram formas de luta pela independência de Moçambique a que o governo reprimiu e quando não podia fazê-lo ,como no caso do Dr. Eduardo Mondlane devido à sua estatura, fazia ouvidos de mercador.

Quem não sabe que o próprio 25 de Abril, foi consequência das significativas baixas no teatro das operações militares nas ex-colónias que continuamente ceifavam vidas dos soldados portugueses.

Recorda-se Dr. Gagnuaux que a tinta do acordo de Lusaka ainda estava fresquíssima e os soldados portugueses desenvolveram uma resistência na cidade de Lourenço Marques(Maputo) ,resistência violenta e que foi prontamente rechaçada pelas populações moçambicanas que estavam mais do que cansadas da opressão e humilhação coloniais . Hoje, passados que foram 34 anos de independência, vêm deturpar os factos e reabrir uma página negra da nossa história pintando-a de branco, insultando a todos nós, insultando a nossa história.

Ele fala de apenas mais cinco anos. Cinco anos contados a partir de quando Dr. Gagnaux?

Se alguns , certamente grupo do qual o comentador Gagnaux faz parte , não sentiam falta da independência por isso desvalorizam a gesta libertadora, a maioria do povo deste país sofria nas plantações onde era obrigado a trabalhar , não tinha escola ,não tinha emprego nem liberdade tinha.Quase que afirmo que nem o moderador, nem os painelistas , menos o senhor, estariam nessa condição se fosse o advento da Independência Nacional. Independência conquistada a iro. Banhada de Sangue dos melhores filhos desta pátria.

Será mesmo desconhecimento ou vontade de ofender os maçambicanos que sofreram na carne a opressão. A humilhação?

Diz, com todo o descaramento, que os moçambicanos que foram à luta, que entregaram as suas vidas, que perderam os seus parentes, que ficaram inválidos, fizeram-no porque queriam, no final, substituírem e com vantagens os portugueses para enriquecerem de forma menos ilícita.
Gagnaux acha que ele e outros moçambicanos podem ficar ricos, mas não admite que os que participaram da luta de libertação nacional possam enriquecer. Esses que justamente porque queriam o bem estar do seu povo, queriam construir riqueza para o seu povo, eles mesmos deviam continuar pobres. Gagnaux, você abusa, sabe!

Fala de colónias que estavam libertas. Não sei a que colónias se refere, nem quando essas independências se deram, pois que eu saiba, o Governo português saiu de África como resultado de revezes no campo militar:levou na Guiné?Cabo Verde, levou em Angola e em Moçambique... pergunte ao Kauza de Ariaga. Em que colónia soldados portugueses não apanharam Gagnaux.

No seu chorrilho de insultos aos moçambicanos, ao povo que lhe acolheu, a ele e a sua família vindos da Suíça, diz que os moçambicanos consentiram sacrifícios durante a guerra para ascender a posições. Eles estavam investindo no seu futuro individual. Que, por exemplo, Samora Machel que era enfermeiro de profissão, devia ter voltado à enfermagem e não ficar Presidente da República, como decidira o Comité Central da Frelimo.

Quer dizer, Samora devia voltar à enfermagem e ele, Gagnaux tomava as rédeas do poder. Ficava Presidente da República e com os seu séquito de prosélitos governavam Moçambique e uma vida vegetativa para os combatentes da luta de libertação nacional.

O facto de não concordar com o que disse um dos libertadores da pátria, não lhe dá direito de insultar os combatentes da luta de libertação nacional, tão pouco insultar um povo tão generoso como o moçambicano que acolhe até estrangeiros como era o caso dele quando chegou a Moçambique .Não sei se sorte igual teriam os nossos concidadãos na terra de origem do nosso comentador.

O Senhor Ganux certamente que devido à sua condição social e não só, não sentiu o que muitos de nós sentimos, não sabe o que é permanecer analfabeto toda a vida, como aconteceu com a maioria dos moçambicanos pois , mais de 90 por cento de Moçambicanos não poderiam ler o abecedário. Técnicos superiores não ultrapassavam os dedos das mãos.

O nosso comentador não imagina que a maioria dos moçambicanos residentes na cidade do Maputo utilizava baldes para defecarem, baldes esses que eram carregados por outros seus iguais porque para os portugueses os moçambicanos podiam viver de qualquer maneira incluindo o risco de perder a vida. Não sabe ou pura e simplesmente prefere ignorar que os naturais desta terra não podiam circular em determinadas zonas, nem em determinadas horas da noite. Em suma que os moçambicanos viviam escravizados na sua própria terra.

Surpreende pouco este comportamento de Gagnaux: passam alguns anos na sua gula pelo poder afirmou, em entrevista a mim concedida, que os maputenses não deviam ver nele um branco, mas sim um Xidjana(albino). Quer dizer, até disso é capaz. Explorações dessa natureza. Que sujeira. Recorda-se dessa entrevista?

Bom, este é o caso de que pelo fruto não se conhece a árvore.

Gagnaux, você abusa pá!

Djenguenyenye Ndlovu

1 comment:

Anonymous said...

Eu li o artigo e sou o protagonista principal (philippe Ganaux)e 90% das palavras que pos na minha boca eu nao afirmei. Este ilustre senhor, pura e simplesmente nao assistiu a emissao da Stv do domingo a noite em questao, baseou-se em boatos, artigos escritos por boateiros e asumpcoes para escrever um artigo oportunista e narcisista provalevelment por falta de conhecimento ou imaginacao para escrever um artigo interessante!

Quem tiver interessado em saber mais q me contacte pelo emailÇ philippegagnaux@yahoo.com. Obrigado