O PRESIDENTE brasileiro irritou-se sexta-feira durante a cimeira da América do Sul (UNASUL) em Bariloche (Argentina), censurando os seus homólogos por falarem demasiado para as câmaras em vez de se porem ao trabalho.
"Se um presidente tenta impor as suas verdades aos outros, não haverá acordo", disse Luiz Inácio "Lula" da Silva em referência ao seu homólogo boliviano, Evo Morales, que acabava de explicar que recusaria aprovar uma declaração que não rejeitasse as bases estrangeiras. "A mim o que me preocupa é o que vai dizer a Imprensa amanhã", disse Lula. "No momento em que pensávamos que a reunião estava terminada, eis que a reunião recomeça. Alguns presidentes falaram três ou quatro vezes" , disse, antes de desligar o seu microfone visivelmente irritado.
Censurou os seus homólogos por falarem "para o seu público" e para as câmaras em vez de tentarem resolver os problemas.
A pedido do presidente colombiano, Álvaro Uribe, estas discussões foram transmitidas na íntegra e em directo na Sala de Imprensa, acontecimento raro para cimeiras de crise deste género. Visado também pelas críticas, o presidente equatoriano Rafael Correa respondeu-lhe que apenas falara uma vez em representação do seu país e uma enquanto presidente da UNASUL.
Os presidentes da UNASUL lançaram sexta-feira uma advertência contra "a presença de forças estrangeiras" na região, na declaração final da cimeira.
Os chefes de Estado "reafirmam que a presença de forças militares estrangeiras não pode (…) ameaçar a soberania e a integridade de um país sul-americano e por consequência a paz e a segurança da região", indica o texto da declaração final.
Esta reunião tinha sido convocada para resolver a crise regional causada pelo anúncio de um acordo EUA/Colômbia que prevê que Washington possa ter acesso a sete bases militares colombianas.
Maputo, Segunda-Feira, 31 de Agosto de 2009:: Notícias
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