Tuesday 14 July 2009

Plano Marshall para África - defende Muammar Kadhafi





Muammar Kadhafi

O LÍDER líbio e presidente em exercício da União Africana (UA), Muammar Kadhafi, defendeu a necessidade de programas de financiamento em África como o Plano Marshall americano a favor da Europa, o que permitiria ao continente investir na exploração dos seus recursos, noticiou domingo a PANA.Maputo, Terça-Feira, 14 de Julho de 2009:: Notícias
Kadhafi, que discursava na cimeira dos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia (G8) durante uma sessão dedicada à discussão dos problemas do Continente Africano, precisou que as boas intenções e as promessas de ajuda à África feitas nas reuniões precedentes do G-8 carecem de implementação.

“Temos projectos que precisam de investimentos e que poderão satisfazer as necessidades do continente, como a barragem de Inga no Congo, o Lago Chade e o Delta do Nilo”, sublinhou o líder líbio aos países do G-8 que pretendem ajudar África, defendendo igualmente a necessidade de programas de financiamento como o Plano Marshall americano a favor da Europa.

O líder líbio apelou aos que querem ajudar o Continente Africano a fazê-lo sem impor condições, como por exemplo o modelo político ocidental imposto a África.

“África, com as suas estruturas sociais, possui um sistema social natural que os países ocidentais, depois de décadas de colonização e escravatura, não conseguem perceber”, precisou o presidente da UA, afirmando que a democracia é o poder exercido pelo povo como no caso da “democracia popular directa” líbia onde cada homem ou mulher exerce o poder.

Kadhafi recomendou que países pobres como o Malawi, Burkina Faso, Guiné-Bissau, Chade, Níger, Burundi e Djibuti devem ser igualmente convidados para as próximas reuniões do G-8, ao invés de as limitar à participação dos países ricos, produtores de petróleo, de gás e industriais.

EXPRIMIR-SE NUMA SÓ VOZ

O presidente da UA, que fez eco da voz única de África, passou em revista as decisões mais importantes tomadas pela recente Cimeira de Sirte, nomeadamente a transformação da Comissão da UA em Autoridade da União, dotada de um órgão coordenador da política estrangeira africana, para que a partir de agora qualquer discussão com África passe por um único canal.

Falou também do Conselho de Defesa que, no seio da Autoridade da União, será presidido por um coordenador capaz de discutir com os comandos militares dos outros espaços.

Adiantou que a Autoridade federal integra igualmente um coordenador para o Comércio Externo, estrutura muito importante para África porque ela vai permitir ao continente exprimir-se com uma única voz com o resto dos blocos e países ocidentais e negociar com a Organização Mundial do Comércio (OMC), bem como com outras instituições internacionais, enquanto as ajudas para África serão feitas através deste canal.

O presidente da UA reiterou ainda o direito de África a um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas com todos os privilégios que ele requer, para preservar o equilíbrio internacional e a paz mundial.

O líder líbio pediu aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU presentes na reunião para não colocarem obstáculos a esta proposta quando ela for evocada na Assembleia Geral das Nações Unidas.

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