Monday 22 June 2009

Hoje: Último Informe de Guebuza à AR



Presidente da República que venha falar do Estado da Justiça

- apela deputado Ismael Mussa

* Outros deputados querem que volte a falar do combate à pobreza absoluta mas há quem peça que não vá ao Parlamento repetir “discurso falacioso”

Maputo (Canal de Moçambique) – O presidente da República, Armando Guebuza, está em fim de mandato e vai hoje ao Parlamento despedir-se e prestar o seu último informe sobre o Estado da Nação. Na sequência disto, o «Canal de Moçambique ouviu deputados sobre a expectativa que guardam do informe de hoje. Ismael Mussa, deputado eleito pela Renmo-União Eleitoral, mas que agora trabalha como independente por ter renunciado à sua condição de membro da Renamo, disse esperar que o chefe do Estado “venha falar do Estado da Justiça no País, que está a atravessar um momento crítico. António Niquice, da Frelimo, disse querer ouvir o presidente a falar dos avanços conseguidos no combate à pobreza, e por sua vez, o porta-voz da bancada da Renamo-União Eleitoral, José Manteigas, diz que expectativa que tem do informe do chefe do Estado é de que venha repetir o “falacioso discurso de que o Estado da Nação é bom”.

“Como garante da Constituição o que está a fazer para repor a justiça?”

Ismael Mussa espera que o chefe do Estado faça a radiografia da Nação, falando de tudo o que aconteceu nos últimos 5 anos em que esteve no poder, mas essencialmente Mussa quer saber sobre o que o “chefe do Estado, como garante da Constituição está a fazer ou fez para repor a justiça e legalidade no país”
“Temos um caso muito grave que acontece na Procuradoria Geral da República, detêm-se pessoas, retira-se pessoas, não se acusa pessoas, detêm-se para depois acusar, caso muito grave num Estado de Direito. Queremos saber dele como garante da Constituição o que irá fazer, ou o que já fez para que a Justiça tenha outro destino”, disse Ismael Mussa.

Que venha falar dos avanços no combate à pobreza

António Niquice, jovem deputado da Frelimo, diz que quer ouvir o chefe do Estado a enumerar os avanços conseguidos pelo executivo no combate à pobreza.
“Espero que, obviamente, como se trata da última informação, possa dar o ponto de situação do grau de cumprimento da PQG. Peço que na essência dê o ponto de situação do Programa Quinquenal do Governo pois se vermos pelas estatísticas, no combate à pobreza há grandes avanços. Nas Obras Públicas foram construídas muitas pontes que irão permitir a ligação de povoações e impulsionar o desenvolvimento”.

“Vem dizer que o Estado da Nação é bom...”

José Manteigas disse, por sua vez, que “a expectativa é de que venha repetir o que tem repetido: que o Estado da Nação é bom, mas que há um contraste abismal entre aquilo que são os discursos e o que acontece na vida real dos cidadãos”. “Sabemos que vai dizer que o estado da nação é bom. Mas como? O índice de criminalidade continua elevado, o fosso entre ricos e pobres continua muito acentuado e a subir a cada dia”, frisa Manteigas ao mesmo tempo que se interroga.
“No caso de luta contra a pobreza de que tanto tem-se falado, continua a não haver nada. O que parece acontecer é luta pelo enriquecimento, porque há uma facção de moçambicanos que é muito rica... para estes o estado da Nação é bom, mas para o pacato cidadão, que constitui a maioria dos moçambicanos, o estado da Nação é degradante”, conclui José Manteigas, antevendo o que o presidente da República vai dizer no seu último informe perante a Assembleia da República a partir de 10 horas de hoje.
A vez precedente que Armando Guebuza prestou um informe à Assembleia da República foi a 24 de Dezembro de 2009. Disse que “o estado da Nação é bom”, tendo-se referido ao crescimento do PIB na ordem de 6,5%, ao desenvolvimento dos distritos com a locação dos célebres 7 milhões, entre outros “sucessos” que diz ter alcançado durante a sua governação. Foi nessa tónica que fez a auto- avaliação do seu desempenho e do governo que dirige coadjuvado por Luísa Diogo. Na altura, a Renamo abandonou a sessão do informe a meio, alegando que o mesmo não correspondia aquilo que é a realidade do país.

(Borges Nhamirre)

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