Monday 22 June 2009

Link – Fórum das ONG´s



Viana atira a “batata quente” ao Partido Frelimo e entala doadores

“O dinheiro da Link era o saco azul para a Frelimo. O dinheiro das contribuições das ONG`s era depositado no Comité Central da Frelimo. Isto é, a Frelimo é que usou esse dinheiro”, acusou José Ricardo Viana confrontado pela reportagem do «Canal de Moçambique» sobre a actual situação da Link – Fórum das Organizações Não Governamentais.

Maputo (Canal de Moçambique) - José Ricardo Viana, ex-presidente do fórum das organizações não governamentais, nacionais e estrangeiras, que actuam em Moçambique, e agora aspirante a politico e candidato já anunciado à Presidência da República nas próximas eleições, foi acusado recentemente de ter afundado a organização por se ter pautado por um comportamento que gerou a destruição por completo do sistema administrativo da LINK levando a organização à falência, sabotagem dos programas de actividades e criando influências negativas sobre a confiança dos doadores e parceiros. Querendo lavar a sua imagem, instado a comentar o assunto pela reportagem do «Canal de Moçambique», disse que saiu da LINK porque o “dinheiro da Link era o saco azul para a Frelimo. O Dinheiro era depositado no Comité Central da Frelimo. A Frelimo usou este dinheiro”, disse José Viana Magalhães visivelmente agastado pela notícia posta a circular no país na tentativa de o denegrir como candidato à Presidência da República nas eleições gerais já marcadas para 28 de Outubro próximo.
“Esta informação posta a público para me denegrir é uma encomenda da Frelimo pois alguns frelimistas sabem o que fizeram com o dinheiro”, disse Viena socorrendo-se de um montão de recibos que apresentou à nossa reportagem para sustentar que ele é que a vitima. E acrescentou: “Pelo contrário, a LINK é que me deve a mim. Para além de cerca de 84 mil dólares em salários, tenho esta série de recibos referentes a combustíveis, ajudas de custo nas deslocações efectuadas pelas províncias, pagamento das passagens aéreas durante três anos em que eu era presidente e secretário executivo da organização com um salário de 2500 dólares”.
Viana acrescentou, a citar o relatório de auditoria efectuado em Maio de 2006, que antes da sua entrada na organização, nessa altura a LINK já estava afundada pois o mesmo indicava a inexistência de um plano estratégico que devia ser negociado atempadamente com os parceiros para a atribuição de fundos para salvar o futuro da organização pois de contrário a sustentabilidade e continuidade do projecto estavam ameaçadas.
“Eu entrei na LINK em Junho de 2006 e o relatório de auditoria da organização foi publicado em Maio. Como é que foi possível eu afundar a Link ?”, questiona.

Valores de outros prováveis afundadores da Link

A reportagem do «Canal de Moçambique», tem em sua posse uma lista dos prováveis “afundadores da Link”. São entre devedores trabalhadores, organizações, uma instituição do estado, uma organização inter-religiosa e aqueles que são descritos por outros devedores até 5 de Maio de 2006. A lista foi-nos fornecida por Viana. Os valores em dívida somam 37.471 dólares norte- americanos até 31 de Dezembro de 2005.

Existem mapas de valores das doações e sua utilização

Em nossa posse temos ainda uma lista dos donativos recebidos pela organização até 31 de Dezembro de 2005, as quotas pagas, remunerações aos trabalhadores, fornecimentos de terceiros, serviços de terceiros e outros custos. Os dados foram-nos facultados pelo nosso entrevistado.

O que diz a Frelimo?

Entretanto, Edson Macuacua secretário para a organização, mobilização e propaganda, porta-voz do partido Frelimo, principal acusado por Viana de ter beneficiado dos fundos da LINK, contactado pela nossa reportagem para lhe darmos o direito ao contraditório, disse não estar disponível. Justificou que estava num encontro. Voltaremos a insistir para trazermos esse e outros novos desenvolvimentos sobre este problema nas próximas edições.

(Alexandre Luís)

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