O PRIMEIRO-MINISTRO zimbabweano, Morgan Tsvangirai, foi sábado apupado, em Londres, por compatriotas exilados na Grã-Bretanha, quando pediu que regressassem ao Zimbabwe com vista a contribuírem para o desenvolvimento do país. De visita aquele país europeu, Tsvangirai discursou na catedral de Southwark, perante cerca de mil pessoas, entre os quais exilados.Maputo, Segunda-Feira, 22 de Junho de 2009:: Notícias
“Os zimbabweanos devem regressar à sua casa”, disse Tsvangirai.
Mas as suas palavras foram mal recebidas pela plateia, que o apupou e respondeu: “Mugabe tem de partir”, numa referência ao Presidente Robert Mugabe.
Não conseguindo fazer-se ouvir devido os apupos e assobios da plateia, Tsvangirai abandonou o púlpito durante alguns minutos, voltando depois para enfrentar as perguntas.
“Não disse 'façam as malas já amanhã', disse que devem começar agora a pensar em regressar à casa”, afirmou.
Novos apupos foram ouvidos quando Tsvangirai afirmou que o Governo de união nacional, criado após a vitória do seu partido, Movimento para a Mudança Democrática (MDC-T), nas legislativas de Março do ano passado, permitiu garantir “a paz e estabilidade no Zimbabwe”.
Questionado em relação ao que o Governo está a fazer para ajudar os zimbabweanos “traumatizados” pela violência, o primeiro-ministro reagiu: “Se há alguém que foi traumatizado fui eu”.
Depois de responder rapidamente a mais algumas perguntas Tsvangirai abandonou a sala, acompanhado pelos guarda-costas.
“Já se pode ver que Tsvangirai adoptou a política de Mugabe”, criticou, à saída, um dos exilados zimbabweanos Alex Chigumira, 42 anos, que abandonou o Zimbabwe há oito.
“Ele não é realista. Esquece-se de que as pessoas estão traumatizadas, por isso estão no Reino Unido”, afirmou.
“Não acredito que volte ao meu país enquanto Mugabe estiver no poder”, concluiu.
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