Porta-voz do partido, Geraldo de Carvalho, acusa directamente Afonso Dhlakama de ser o mandante, e deputado da AR e ex-guerrilheiros, de serem os executores
Maputo (Canal de Moçambique) - O presidente do MDM, Daviz Simango, escapou ileso a um atentado perpetrado contra si, em Nacala-Porto, quando eram “cerca das 14 horas” de ontem. A informação foi confirmada ao «Canal de Moçambique» pelo porta-voz do MDM, Geraldo Carvalho, um antigo combatente da Renamo que abandonou o partido liderado por Afonso Dhlakama logo que Daviz Simango foi preterido como candidato à sua sucessão como edil da Beira. O director do Gabinete de Daviz Simango no Conselho Municipal da Beira, por seu turno, cerca das 22 horas de ontem, disse ao «Canal de Moçambique» que o edil da Beira já estava na Cidade de Nampula para onde foi escoltado pela Polícia.
Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), preparava-se para orientar um comício popular em Nacala-Porto, quando se registou a ocorrência. Ainda não tinha iniciado o comício que tinha agendado e devido ao incidente foi abortado. Estava a assistir a actuações de grupos culturais em sua honra quando, segundo as descrições, se deu o “atentado” frustrado.
A Rádio Moçambique, emissora pública, noticiou que membros da Renamo arrancaram uma arma a um polícia, que protegia o local onde iria decorrer o comício, disparando contra o automóvel em que o presidente do MDM se fazia transportar. Disse ainda que, como resultado, duas pessoas ficaram feridas, um agente da Polícia da República de Moçambique e uma cidadã.
A Agência Lusa escreveu num seu despacho a propósito do incidente, que foram detidas quatro pessoas em Nacala.
O porta-voz do MDM, Geraldo Carvalho, entrevistado telefonicamente pelo «Canal de Moçambique» disse que a arma de fogo retirada das mãos de um agente da PRM foi o instrumento usado pelos protagonistas do “atentado contra Daviz Simango”. Ele acusou directamente a Renamo de ter empreendido a tentativa de assassinato do presidente do MDM, que no último fim-de-semana, na 2.ª Sessão do Conselho Nacional do Movimento, foi confirmado como candidato à Presidência da República pelo seu partido nas leições de 28 de Outubro próximo, cargo que deverá disputar com Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, e Armando Guebuza, um histórico do período em que vigorava em Moçambique um regime de partido único e é actualmente presidente do Partido Frelimo e presidente da República.
“A mando de Dhlakama”
Na entrevista que concedeu ao «Canal de Moçambique», Geraldo Carvalho disse que “a tentativa de assassinato do presidente do MDM foi a mando da líder da Renamo, senhor Afonso Dhlakama”.
“Isso deu-se cerca das 14 horas de hoje (ontem) em Nacala-Porto, numa altura em que milhares de populares cantavam e recebiam o presidente do MDM. Nessa altura surgiram indivíduos, entre eles os identificados pelos nomes de Carlos Paulo e Jepina, antigos guerrilheiros da Renamo, que arrancaram a arma a um dos elementos da Polícia da República pondo-se a disparar para a viatura onde se fazia transportar o presidente do MDM”, afirmou Geraldo Carvalho, um antigo chefe operacional da Renamo durante a guerra civil que colocou frente a frente o governo da Frelimo e a guerrilha dirigida por Afonso Dhlakama.
“Felizmente, graças a Deus, nenhuma bala atingiu o líder do MDM”, confirmou o porta-voz do Movimento, Geraldo de Carvalho.
“Isto está a acontecer depois de fracassar a tentativa de inviabilização e vandalismo em que destruíram (domingo) o palco na Cidade de Nampula. Ainda ontem (segunda-feira) em Nacala-a-Velha o mesmo grupo, transportava-se em duas viaturas das que foram atribuídas aos deputados da Assembleia da República”. “Esse grupo estava sendo liderado e comandado pelo senhor Francisco Lole, deputado da AR pela Bancada da Renamo, a mando do líder da Renamo. Dizemos que é a mando do líder da Renamo, o senhor Afonso Dhlakama, porque a arma que foi disparada e arrancada ao elemento da PRM esta foi recuperar a mesma arma na residência onde se encontra hospedado o líder da Renamo”.
“Para nós não há mais dúvidas que de facto foi um atentado para assassinar o presidente do MDM, Daviz Mbepo Simango”.
Em que comando da Políca está a arma? – perguntámos a Geraldo de Carvalho. “Está no Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique em Nacala-Porto”, afirmou ele, categoricamente.
Até ao fecho desta edição não foi possível ouvir a PRM. Também não nos foi possível ouvir a Renamo sobre as declarações de Geraldo Carvalho. Tentaremos ouvir as outras versões em próximas edições.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) foi criado a 07 de Março, na Beira.
Daviz Simango, é também presidente do Município da Beira. Venceu as eleições autárquicas em 2003 como candidato da Renamo. Nas eleições autárquicas de Novembro de 2008 foi preterido como candidato por Afonso Dhlakama, mas concorreu como independente apoiado pelas bases da Renamo que se viraram contra a direcção do partido. Ganha as eleições e permanece como presidente da edilidade na capital da província de Sofala, a segunda cidade do País. Venceu com 62%, derrotando simultaneamente os candidatos da Renamo e da Frelimo. É impulsionado pelos protagonistas da que ficou conhecida por Revolução de 28 de Agosto das bases da Renamo na Beira, contra a direcção do partido por ter apostado em Manuel Pereira, e forma um novo partido que é hoje designado por MDM.
Está em digressão pré-eleitoral por distritos da província de Nampula onde agora reside Afonso Dhlakama.
Foi confirmado por jornalistas em Nacala-Porto que Afonso Dhlakama estava ontem em Nacala, na sua residência local, na altura do “atentado”. Foi também confirmado por jornalistas naquela cidade portuária que a arma que foi retirada a um elemento da PRM e foi usada no alegado atentado, foi recuperada em casa de Dhlakama.
A PRM ainda não se pronunciou oficialmente. A Renamo também ainda não disse de sua justiça.
(Fernando Veloso)
'Genuine impasse' at top of government about social care plan - so what
next?
-
Multiple sources say the Treasury is deeply nervous about the cost of
fixing social care, and that the PM is yet to decide how to proceed.
28 minutes ago
1 comment:
Ha muito que a Policia ja devia ter agido. Muitas pessoas morreram por aparentemente discordarem do Lider da RENAMO. Estou a referir-me ao saudoso Deputado Mascarenha e o Saudoso Membro da CNE, Amandio de Sousa que morreram de forma tragica após receberem ameacas de pessoas proximas do Líder. Ate hoje nem a familia e muito menos a CNE teve o acesso dos resultados dos testes toxicologicos solicitados a um laboratorio de Pretoria apos a autopsia confirmar que a morte de Amandio de Sousa nao ter sido natural.
Por quantas mais mortes vamos ter de esperar para que a Polícia e a PGR tome medidas para repor a justica neste país.
O Deputado Lole deveria ser imediatamente detido, retirada a imunidade e levado imediatamente a julgamento. O facto da arma da tentativa do crime ter sido encontrada em casa onde se hospeda o líder da RENAMO deveria ser também motivo mais do que suficiente para o deter imediatamente e aguardar pelo julgamento do Lole em prisao preventiva.
De acordo com fontes proximas do Líder da RENAMO que falam na condicao do anonimato, o Deputado Lole tem actuado em parceria com o Deputado Bute e o Deputado Milaco, todos da seguranca particulasr do Líder. É importante que se tente averiguar se estes dois nao estao também em Nacala.
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