Thursday, 16 April 2009

Muçulmanos pedem à Frelimo para concorrer como partido

Nos pleitos eleitorais do corrente ano


…tudo porque desde que se realizam eleições em Moçambique o partido Frelimo entra na corrida como governo, segundo alegam

“A situação política do país está muito tensa e nós temos medo do que pode vir depois de serem anunciados os resultados dos pleitos” – Abdul Linha

Nampula (Canal de Moçambique) - Os crentes da religião muçulmano ao nível da cidade de Nampula, a norte do país, pedem e exigem ao partido Frelimo que durante os pleitos eleitorais, marcados para o presente ano, nomeadamente presidenciais, legislativas e provinciais, entre na corrida eleitoral “como partido e não como governo”.
De acordo com Abdul Linha, porta-voz de um grupo de representantes de diversas mesquitas que nos últimos tempos vem a dedicar-se a cultos pedindo a Deus para que iluminem os corações dos políticos com vista à preservação e manutenção da paz no país, “o partido Frelimo, desde que começámos a ter eleições aqui em Moçambique, participa como governo, porque utiliza meios do Estado para fins do partido, o que não é correcto”.
Linha sustenta que a atitude do partido Frelimo é até certo ponto intimidante, pois, “o Estado tem muitos meios e neste país, ninguém está preparado para competir nestas condições, dai que é preciso que cada partido deve entrar na corrida com os seus respectivos meios”.
Aquele porta-voz dos crentes muçulmanos, avança que o mais caricato é o facto de “muitas das vezes os órgãos que zelam pelos processos eleitorais no país, funcionarem como sendo órgãos sociais do partido Frelimo, dai promovendo uma certa facilitação àquela formação política.
Num outro desenvolvimento, a fonte que temos vindo a citar sublinhou que decorrente desta situação, “a Frelimo, diz ter lutado dez anos para libertar o homem e a terra, mas quando isso aconteceu, em 1974, começou a faltar ao respeito a este mesmo povo que diz ter lutado a seu favor”.
Abdul Linha apela ao partido Frelimo para que “pelo menos neste ano, eles devem pautar-se pela justiça, obedecendo à vontade do povo que será exercida nas urnas, aceitando assim, sejam quais forem, os resultados que de lá vierem”. Este apelo, segundo o nosso interlocutor, surge na medida em que “a situação política do país está muito tensa e nós temos medo do que pode vir depois de serem anunciados os resultados dos pleitos”.
A dado passo, a fonte que temos vindo a citar disse que o país não desenvolve devido às políticas demagógicas do governo da Frelimo. “Na medida em que as políticas dos governantes estavam progredindo, estivemos sob custodia do sistema, porque caso fizéssemos algo, éramos conotados em sermos deste e daquele partido”. Abdul Linha defende que politica “não compete às comunidades religiosas”.
Mais adiante, numa só voz, aqueles religiosos, pediram a Deus que “nos ajude na manutenção da paz, porque nossos irmãos são enganados com rebuçados e outras coisas mesquinhas para irem massacrar seus irmãos, devido da demagogia governamental”.
Abdul Linha pediu aos indivíduos beligerantes, “neste caso o governo e partidos detentores de homens armados” para que “dobrem os canos das suas armas para baixo, porque já basta o derramamento de sangue neste país”.

(Aunicio da Silva)

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