Tuesday 24 March 2009

Viver com Sida e fazer TARV sem ter alimentação adequada

O dia dia da Lidia

Quelimane (DZ) – O distrito de Morrumbala na província da Zambézia, está sendo assolada pela chamada doença do século, conforme temos vindo a fazer menção nas edições anteriorees (Ver edição 564). A mesma já ganhou terreno. O mas dramático é
que o HIV/Sida é mais abrangente a famílias desfavorecidas.
Nesta edição vamos fazer uma retrospectiva de como estas famílias vivem diante a comunidade local, ora vejamos: Lidia José, nasceu e está a crescer em Morrumbala. Tem 2 filhos e o seu marido, pela ironia do destino, também foi se com o Sida. Ela também, caiu nesta onda e é seropositiva à sensivelmente três anos.
Numa recente visita que o nosso jornal efectuou a Morrumbala, quisemos trocar alguns dedos de conversa com a senhora Lidia como forma de perceber os contornos da doença.
Lidia sabendo que já vive com a doença, não perdeu tempo, deslocou ao Hospital Rural local, já lá vai um ano e está a receber Tratamento Anti-Retroviral (TARV) o que
lhe deixa mais tranquila,segundo ela.
Ela diz que quando começou a fazer o TARV, o seu estado de saúde ganhou outros contornos. A partir daí, começou a sentir-se melhor, já faz alguns trabalhos que outrora sonegava, enfim, está a voltar a ser aquela Lidia do antigamente. Só que no
meio disto, a nossa entrevistada deixou bem claro que as vezes tem tido recaidas devido as reacçõesdos medicamentos.
Com dois filhos menores de idade, um deles com apenas dez anos de idade e outro doze anos, respectivamente, Lidia, vive porque Deus ainda quer que ela viva. Sem marido, como dissemos nos parágrafos anteriores, aquela paciente, mesmo assim não desiste ao
tratamento anti-retroviral.
Fazer TARV à sobreviver de “mão estendida” Um dos grandes e graves problemas que as
Pessoas Vivendo com HIV/Sida (PVHs), enfrentam é a falta de alimentação condigna.
Isto em alguns casos leva a desistência de muitos pacientes ao tratamento.
Outro factor, é a distância que separa o local de administração do TARV até as zonas residenciais.
Os números dos que desistem tende a subir cada vez mais. Ora, nestes três ângulos,
pegamos um, que é a falta de alimentação adequada. Lidia José, também passa por
esta situação da falta de alimentação condigna para suportar a carga viral dos antiretrovirais.
Camponesa que é, mas como o vírus que causa o Sida destruiu alguns anti-corpos, Lidia, está a viver de mão estendida. Não consegue fazer trabalhos forçados
como o da machamba. E isto tem resultados negativos. Há sempre dias maus que Lidia procura ajuda de quem pode lhe dar a mão.
Com os dois meninos, a fonte diz que por vezes aparece-lhe a ideia de abandonar o TARV, mas depois outra ideia vem por cima e ela logo pensa na sua família,
sobretudos nos dois filhos menores.
O suspiro dos filhos da Lidia na primeira pesssoa Anastácia Lázaro, é filha
da senhora Lidia por sinal a mais velha, onde se deposita a maior confiança e é estudante na 6ª classe, numa escola do 2º grau local. Anastácia, nem sabe como é que amanhece e muito menos anoitece. Disse nos que não tem sido fácil, nem para ela e muito menos para o seu irmão Caçula, ver a mãe naquelas condições. Há vezes
que até pensa se Deus é que destinou assim ou é mesmo a força do destino.
Gostaria de ser como outras tantas meninas, mas isto está longe de se concretizar. Brinca com as restantes amigas, mas quando se separa delas, ai sim começa o pesadelo. O que fazer, Deus é pai. Questionada sobre a convivência no seu dia-a-dia,
Anastácia explicou nos que “a situação não é das melhores devido a falta de condições
financeiras”. Mais adiante, a filha mais velha da Lidia explicou que “a minha mãe
precisa de se alimentar bem, mas não temos como fazer, as vezes graças a boa vontade
da comunidade conseguimos sobreviver”, lamentou a filha mais velha da paciente.
A dieta alimentar não é saudável olhando para o seu estado de saúde, a mesma é
feita apenas de maça e água e sal de mucuane de (mandioca, abóbora e batata-doce) ou nãoquiabo. Isto durante as três refeições diárias”, desabafou, Anastácia.
Contudo, os filhos da Lidia consideram a mae como se fosse uma iroína porque mesmo
sabendo do seu actual estado é débil de, insiste que os petizes vão à escola.
Lembre-se que a província da Zambézia está com cerca de 19% do índice de Peroprevalêcia da doença.
(Artur Cassambay)

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