…e responsabiliza ministro e vice-ministro do Interior
O ministro do Interior do chamado «governo sombra» da Renamo, Rahil Khan, refere
que o seu partido processará criminalmente essas duas figuras e o próprio Estado
moçambicano e que para tal já tem uma comissão constituída para investigar as
circunstâncias em que ocorreram as mortes. Mas, desde já afirma não ter dúvidas que a
culpa recai sobre José Mandra, por ter sido ele a orientar as detenções. Alega também
que José Pacheco, na qualidade de ministro, se deve demitir, imediatamente, do cargo.
Maputo (Canal de Moçambique) –O partido Renamo, responsabilizou ontem, na capital do país, o ministro e vice-ministro do Interior, respecti-vamente José Pacheco e José Mandra, pelo que classificou de “assassinato de cidadãos nas celas da Polícia da República de Moçambique (PRM)”, na semana passada, no distrito de Mogincual, província de Nampula. O número de mortes confirmadas é de 12.
A Renamo considera que “o coronel Mandra é quem deu orientações para as PUB.
PUB.
detenções nas celas dos cidadãos ora perecidos”.
Ontem na conferência de imprensa, Rahil Khan, que é simultaneamente o ministro do Interior do “governo sombra da Renamo” disse que o seu partido vai processar o Estado moçambicano, o ministro do Interior José Pacheco e o viceministro
José Mandra, na justiçainternacional, para que sejam responsabilizados criminalmente pelos bárbaros massacres de cidadãos nas celas da Polícia de Mogincual.
O maior partido político da oposição, considera que pelas mortes em Mongicual,
não devem ser responsabilizados o comandante distrital da PRM e seus
colaboradores. Khan alega que eles estavam “apenas em missão de serviço, a cumprir
orientações superiores do Governo da Frelimo, dadas através do vice-ministro do
Interior, José Mandra”.
Para experimentar se o Estado moçambicano é verdadeiramente democrático e vivemos numa sociedade civilizada, como alega, este partido diz que vai primeiro processar o Governo aqui no país, embora considere que por cá “a justiça é suspeita”.
Entretanto, a Renamo, pela voz da RahilKhan, apelou já à Comunidade Internacional,
através dos embaixadores residentes em Maputo, e a todos moçambicanos, para se
juntarem nas acções de repúdio pelo massacre indiscriminado de “membros da Renamo” nas celas da PRM, “para levar à justiça este governo falhado, caduco e cheio de
criminosos”.
Rahil Khan deu ainda a conhecer que a sua formação política já tem um grupo
constituído para investigar as circunstâncias das mortes, de modo a poder avançar com um processo criminal.
Caso nada seja feito, este partido diz que vai avançar para instituições judiciárias
internacionais.
“Governo de criminosos”
Segundo a Renamo “estamos perante um governo falhado, caduco, prenhe de criminosos”, que tem vindo a permitir que o seu povo morra por negligência e falta de assistência médica.
Acrescenta que o executivo moçambicano deve indemnizar as famílias que perderam os seus entes queridos, bem como assuma a responsabilidade pela assistência educacional dos filhos menores das vítimas, até a maioridade destes.
De acordo com a Renamo, a morte das pessoas nas celas da PRM em Mongicual, constitui uma violação dos direitos fundamentais consagrados na Constituição de Moçambique e da Carta Universal dos Direitos Humanos.
As pessoas que morreram na semana passada numa cela da Policia em Mogincual,
terão perecido, de acordo com as primeiras conclusões oficiais, por asfixia, segundo
dados preliminares das autoridades sanitárias da província de Nampula.
Os cidadãos em causa faziam parte de um grupo de reclusos que tinha sido detido
pela Polícia da República de Moçambique (PRM), acusados de promover campanhas de
desinformação junto da população daquele distrito e outros circunvizinhos, sobre o
aumento de casos de cólera. Estavam acusados também por disso, alegadamente, ter resultado a morte de 3 activistas da Cruz Vermelha de Moçambique por linchamento. Estes, por seu turno eram acusados de serem os fomentadores da doença. Uma autêntica cadeia de acusações de que já há a somar cerca de 15 mortes extrajudiciais.
A responsabilização do vice-ministro do Interior pelas mortes, resulta segundo a
Renamo, do facto de José Mandra, horas antes das detenções, ter declarado que os que
estavam a fomentar as campanhas de desinformação, eram membros da Renamo, o maior partido da oposição no país e daí ter resultado que fossem detidos.
Quanto ao ministro do Interior, José Pacheco, a Renamo diz ainda que todas as
mortes que se verificaram ao longo de vários anos no país, são da sua responsabilidade, ou seja terão sido permitidas por si. Khan argumenta que quando se deu o massacre de Montepuez, onde diz que terão morrido por asfixia cerca de 300 pessoas, Pacheco era governador de Cabo-Delgado.
A Renamo refere também que quando centenas de membros da Renamo foram
barbaramente assassinados pela Policia em Mocímboa da Praia, José Pacheco já era
ministro do Interior. E agora “nos massacres nas celas do distrito de Mongincual” ele é ministro do Interior.
Segundo Rahil Khan, José Pacheco tem vindo a gozar de impunidade e cobertura na
sua qualidade de ministro do Interior e pede que ele seja demitido.
A Renamo acusa igualmente o Governo da Frelimo de ter mandado assassinar cidadãos
indefesos naquelas celas, com intenção de distrair a atenção dos moçambicanos em relação a evolução da situação da cólera que se vive no país, com alegações de que esta doença é propagada pela desinformação movida pelo maior partido da oposição.
Rahil Khan que classificou “o Governo da Frelimo” como “igual a si próprio”,
principalmente em períodos eleitorais, disse que o Executivo sempre arranja artimanhas e subterfúgios para justificar as suas fraquezas e incapacidade na busca de soluções para os problemas que afligem as populações.
O partido Renamo, questiona de quem é a responsabilidade da recolha de lixo que
abunda nas principais cidades e vilas do país, sabendo-se que este é o principal vector de transmissão da cólera. A falta de higiene e salubridade é da responsabilidade do governo, acusa. O mesmo Rahil Khan afirma que compete ao Governo educar as populações a respeitar os princípios básicos de higiene individual.
(Bernardo Álvaro Emildo Sambo)
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