Thursday 30 October 2008

Juntando Comiche e residentes de quatro bairros


Festa a rodos pela chegada da nova via

Foi ontem oficialmente inaugurada a Av. Sebastião Marcos Mabote, ligando a Praça da Juventude e a via do Grande Maputo, nos arredores da cidade-capital, num momento de festa popular descrito como o início de uma nova era que marca ao mesmo tempo o fim do sofrimento para os residentes de quatro bairros da urbe, bem como os de Guava e Mateque, em Marracuene, directamente servidos pela estrada.

O início simultâneo do funcionamento de duas novas carreiras dos Transportes Públicos de Maputo do “CMC” e para o centro da cidade (e vice-versa) foi outro facto que esgotou a alegria contangiante dos milhares de munícipes que saíram à rua para receber a caravana inaugural da rodovia presidida pelo edil, Eneas Comiche.

A estrada, com cerca de cinco quilómetros de comprimento por 15 metros de largura, foi aberta para a utilização, apesar de existirem ainda alguns trabalhos de finalização que o empreiteiro, o consórcio Conduril/Marcleusa, terá que realizá-los, tais como a pavimentação da ligação com Praça da Juventude e a conclusão das condutas de águas pluviais.

A Avenida Sebastião Marcos Mabote interliga-se com a “Nelson Mandela” no Grande Maputo, devendo servir para escoamento do intenso tráfego quando da entrada em funcionamento do Estádio Nacional do Zimpeto, em obras naquela zona.

A cerimónia de inauguração iniciou-se junto à Praça da Juventude, onde Eneas Comiche procedeu ao tradicional corte de fita, simbolizando a abertura da via, tendo seguidamente percorrido a estrada a bordo de um dos dois autocarros dos TPM, que desde ontem operam na zona, até ao fim, na intercepção com o Grande Maputo, no limite entre a urbe e o distrito de Marracuene.

Milhares de moradores juntaram-se espontaneamente à caravana, num sinal de festa pela abertura da rodovia, durante a marcha que desde ontem é possível em cerca de dez minutos, contra quase uma hora ou até mais em casos de congestionamento nas vias alternativas no período de obras.

A rodovia está oficialmente em obras desde Dezembro último e inicialmente chegou a prever-se a sua entrega para 17 de Agosto último, o que não aconteceu, embora o construtor dissesse que o prazo contratual permitia-lhe concluir os trabalhos até 28 de Novembro próximo, orgulhando-se pela inauguração 30 dias antes da tal data.

Na mensagem lida na ocasião em representação dos 130 mil residentes dos bairros residenciais das Mahotas, Albasine, Magoanine “A” e “B”, mais conhecido por “CMC”, apontou-se que a inauguração daquela estrada é o fim de um sofrimento e de uma era de incerteza, na medida em que não se podia pensar num transporte de passageiros decente, muito menos da implantação de projectos de desenvolvimento social.

Entretanto, os moradores apelaram na circunstância para a colocação de lombas em alguns pontos da via no sentido de evitarem-se acidentes de viação.

Para aqueles munícipes, os “chapeiros” não têm mais razões para continuarem a encurtar os percursos, não chegando ao “CMC”, dadas as anteriores condições da via. Tal desculpa passou a partir de ontem para história.

Na sua comunicação, Comiche recomendou aos moradores para que conservem a infra-estrutura de modo a ser duradoura e que possa tirar maior proveito do dinheiro ali aplicado.

“Não tirem o pavêt e sejam vigilantes para que ninguém destrua a estrada. Mantenham os passeios e as valas de drenagem limpos de modo que a água da chuva possa passar sem acumular-se”, disse o edil.

Quanto ao pedido das lombas, Eneas Comiche garantiu estar em curso a selecção dos pontos estratégicos em que as unidades que forçam o abrandamento da velocidade das viaturas serão montadas.

O presidente da urbe explicou ainda que a “Sebastião Marcos Mabote” é a primeira obra desenhada e concluída no âmbito do Projecto Promaputo, o programa de desenvolvimento da urbe que vai no seu segundo ano dos dez previstos para a sua implementação.

Mário Guimarães, delegado da Conduril em Moçambique, negou, por seu turno, que se tenha registado um atraso na entrega da obra, explicando que o período contratual vai até 28 de Novembro, devido à demora verificada no início, à alterações no traçado da via e outras mudanças que foram sendo sugeridas no decurso dos trabalhos.

Entretanto, o vereador para o pelouro de Infra-Estruturas e Desenvolvimento, Mário Macaringue, disse que a prioridade era a entrega da obra, sendo que agora a edilidade vai discutir as razões e implicações do atraso com o empreiteiro.

Logo após a inauguração, os “chapas” tomaram conta da via, abandonando o sofrimento que se vivia nas estradas alternativas e oferecendo aos utentes uma viagem relativamente cómoda, em condições e tempo aceitáveis.
José Chissano, In NOTICIAS, Maputo, Quinta-Feira, 30 de Outubro de 2008.

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