Tuesday, 9 September 2008

ELEICOES EM ANGOLA


MPLA vence eleições Legislativas com maioria qualificada

• Presidente da UNITA já reconheceu a derrota e felicitou o vencedor

Pretoria (Canal de Moçambique) - O partido no poder em Angola, MPLA, continuava a liderar nas contagens das eleições legislativas da semana passada, havendo indicações precisas de que irá deter maioria “qualificada” no Parlamento. À hora do fecho desta edição, quando estava escrutinados 75% dos votos o MPLA liderava com 81,62%, contra uma UNITA, com 10,47% e os demais com os restantes 10%.
O líder da UNITA já reconheceu a vitória do MPLA. O FNLA não foi além de um quinto lugar.
A UNITA pediu a impugnação das eleições em Luanda alegando ter havido irregularidades tais como indisponibilidade de boletins de voto.
Diversos grupos de observadores deram o seu aval à forma como foram conduzidas as eleições. Ao fim da tarde de ontem, o plenário da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) indeferiu o pedido de impugnação apresentado pela UNITA, no qual reclamava irregularidades graves no processo de votação na Província de Luanda, onde reside cerca de 1/3 dos 8 milhões de eleitores angolanos.
À semelhança da UNITA, outros partidos da oposição, incluindo a FNLA, haviam protestado contra à desorganização reinante em diversas assembleias e voto da capital angolana, nomeadamente a falta de boletins de voto e de cadernos eleitores, o que impediu os eleitores de poderem exercer o direito de voto.
Luisa Morgantini, chefe da missão dos observadores da União Europeia, também confirmou este cenário, tendo dito que a organização das mesas de voto em Luanda era «péssima» e que nada estava preparado para o arranque da votação. «Todo o processo, nas áreas em que eu estive, está muito complicado e difícil», disse à Lusa em Luanda, ao fim do primeiro dia de votação. Nas duas primeiras horas de votação, Morgantini esteve no Cacuaco e Boavista, duas das maiores áreas residenciais de Luanda, e observou que nada estava preparado, registando-se nomeadamente a falta de cadernos eleitorais. Mas ontem, Morgantini já considerava as eleições como tendo sido livres e justas.
Numa declaração preliminar feita enquanto decorria o segundo dia de votação, o chefe da missão de observadores da SADC, John Kunene considerou que as eleições haviam sido "credíveis, pacíficas e transparentes". John Kunene sublinhou que o povo angolano exprimiu de forma impressionante a sua vontade e que muito contribuirá para a consolidação da democracia e estabilidade política, não só em Angola, como também na região.
A eurodeputada portuguesa, Ana Gomes, que é membro do Partido Socialista no poder em Lisboa, disse que são «legítimas» as dúvidas que foram levantadas por partidos políticos e organizações da sociedade civil sobre a votação em Luanda. Ana Gomes, que integra a missão de observação eleitoral da União Europeia, adiantou que há situações ocorridas durante a votação em Luanda que permitem «duvidar da desorganização» que o processo teve. «Luanda destoa claramente do resto do país», afirmou Ana Gomes, que apontou as restantes 17 províncias como palco de eleições bem organizadas e com uma «forte participação» dos eleitores que «indicia que os angolanos querem a democracia e o desenvolvimento do seu país».

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