Thursday 31 July 2008

ISRAEL - Olmert deixa governo e país à deriva

(Londres, AG/BR Press*) - Na corda bamba, o atual primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert anunciou que vai deixar o governo, deixando o país, à deriva politicamente, até que seu partido, o Kadima, escolha um sucessor em 17/09.
Seu governo baseia-se numa ampla e heterogênea coligação, cujos dois pilares são o Kadima, partido “moderado” de direita, e o trabalhismo. No entanto, em ambas as forças, cresce a pressão para que ele se demita, por ser acusado de enriquecimento ilícito e de receber U$S 150 milhões de um magnata dos EUA.
O ministro da defesa (o trabalhista Ehud Barak) pediu que Olmert saísse e o chanceler Tzipi Livni (o mais popular membro do Kadima) também desejava o mesmo. Se Olmert não saísse voluntariamente, haveria o risco de que isto precipitasse a dissolução do Parlamento e a ocorrência de novas eleições, nas quais a força que mais cresce é a direita radical aliada de Benjamin Netanyahu.
Polícia externa minada
Os escândalos tiram o fôlego de um governo que deseja chegar a um acordo com os palestinos, bem como a um entendimento com a sua vizinha Síria. Se a extrema direita se aproveita disso para forçar a antecipação das eleições e vencê-las, esta revizaria a retirada de Gaza, poria em risco as negociações com a “conciliadora” presidência palestina e poderia atacar a Síria e o Irã.
Algo parecido fez com que renunciasse à presidência Ezer Weizman, em 2000, enquanto que outro presidente, Moisés Katsav, tabém foi obrigado a fazê-lo, acusado de violação. Em 1977, o premier Isaac Rabin abandonou o cargo quando se provou que sua esposa tinha uma conta ilegal nos EUA.
O segundo homem do governo de Olmert, Haim Ramon, foi condenado em março de 2007 por forçar uma militar a beijá-lo. O reconhecido general Isaac Mordechai foi encarcerado por assédio sexual a empregadas. Abraham Hirchson deixou a pasta de finanças acusado de fraude nos fundos sindicais. Omri, filho do anterior primeiro-ministro Ariel Sharon, está preso desde fevereiro, por irregularidade nas contas da campanha eleitoral.
(*) O analista internacional e ex-professor da London School of Economics (LSE) Isaac Bigio é especializado em América Latina e assina uma coluna diária no jornal peruano Correo. Tradução: Angélica Resende/BR Press
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