Saturday, 1 March 2008

PDD E BELFAST



Raul Domingos

PDD no congresso dos “liberais” em Belfast

O PRESIDENTE do Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), Raul Domingos, participa em Maio próximo no congresso dos partidos de orientação liberal, a ter lugar em Belfast, Irlanda do Norte.

O anúncio de tal deslocação surge uma semana após a capital moçambicana ter acolhido uma reunião dos partidos africanos de tendência liberal, e onde estiveram em discussão aspectos ligados à gestão de agremiações políticas e angariação de fundos. Participaram no referido encontro 30 delegados provenientes de vários países da África, nomeadamente África do Sul, Angola, Burquina Faso, Costa do Marfim, Madagáscar, Marrocos, RD-Congo, Senegal, Seychelles, Tanzania, Tunísia e Zâmbia.
Raúl Domingos disse que à margem da reunião de Belfast encetará contactos visando angariar apoios para a participação da sua formação política nos próximos pleitos eleitorais a ocorrerem no nosso país, nomeadamente as autárquicas, assembleias provinciais e gerais.

O entrevistado apontou a falta de meios financeiros como um dos principais problemas que a sua formação política enfrenta, embora tenha assegurado estarem em curso iniciativas que resultem na angariação de fundos que possam suportar os diversos eventos eleitorais a ter lugar proximamente em território nacional.

O presidente do PDD avançou que a rede dos “liberais” prometeu mobilizar parceiros internacionais para disponibilizar recursos financeiros que suportem as campanhas políticas daquela agremiação, considerada a terceira forca política nacional.

Lamine Ba, que é o secretário-geral adjunto do PDS, partido no poder no Senegal e Ministro na Presidência para Assuntos Externos, assegurou que a sua formação vai prestar total apoio ao PDD.
Explicou que tal apoio será na formação de quadros em matéria eleitoral, estratégias para angariação de fundos e na própria gestão do partido. Como ponto de partida, Lamine Ba disse que o PDD foi convidado para o congresso de Belfast, na Irlanda, no qual estarão presentes empresários que abraçaram projectos políticos.

“A nossa experiência é de que o sector privado apoia os partidos políticos desde que percebam o seu projecto e nós vamos apresentar o PDD a estes privados que também estarão em Belfast”, disse Lamine Ba partindo da experiência do seu partido que permaneceu 25 anos na oposição.

O político senegalês chamou atenção no sentido de os partidos da oposição não se apegarem apenas ao dinheiro, indicando que mesmo com muitos fundos, se o partido não estiver politicamente organizado jamais alcançará o poder.

Reconheceu que não é fácil a oposição desenvolver as suas actividades e se impor. “A primeira dificuldade que enfrentávamos quando estávamos na oposição relacionava-se com a nossa participação nas eleições, que eram caracterizadas por falta de justiça e imparcialidade”, explicou.

Lamine Ba disse que a oposição no seu país forçou a alteração da legislação eleitoral, abrindo espaço para que estas formações políticas também tivessem lugar nos órgãos eleitorais, situação que eliminou as constantes práticas fraudulentas e permitindo assim a vitória eleitoral do PDS, 25 anos depois.

Indicou ainda que as liberdades de imprensa e de expressão são fundamentais nos processo democráticos, porque sem elas não há participação efectiva da sociedade nos processos eleitorais, o que significa falta de confiança.

O ministro senegalês deixou claro que ao declarar abertamente o apoio ao PDD, o seu país não estava a interferir nos assuntos políticos de Moçambique.

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