Pebane: populacao abandona producao de Jatropha

Após três anos de euforia População de Pebane abandona a cultura de jatropha
Ultimamente estão retornando à cultura do cajú que dizem ser mais rentável
Pebane (Canal de Moçambique)

A Associação para o Desenvolvimento das Mulheres de Pebane (ADEMUP), na Zambézia,
abandonou nos finais do ano passado, a cultura de jatropha depois de três anos de euforia alimentada pelas autoridades sobre as vanta-gens daquela cultura.
Actualmente os associados retomaram a cultura do caju em detrimento da primeira aparentemente por não vislumbrarem uma garantia clara de mercado.

De acordo com Rosa Fátima da ADEMUP, aquela agremiação já dispunha de longos hectares
daquela cultura (jatropha) em Naburi e Nicadine, o que deixa a entender que, segundo a fonte, “não foi um abandono total, mas sim, algo que vai acontecer paulatinamente,
pela ineficácia do mercado” – disse.

Num outro passo, a nossa interlocutora fez saber que a cultura de caju, em relação a de jatropha, é amplamente aceite naquele distrito, pelo que tem já um mercado
garantido, quer a nível local, quer fora do distrito.
Embora afirme reconhecer as múltiplas vantagens da jatropha, Fátima diz que fora a falta de clareza quanto aos mercados onde colocar o produto também acredita que essa
cultura constitui um grande risco pois quando mal manuseada, sobretudo para crianças, é um autêntico perigo de vida pois ela é venenosa. Mas adiante, aquela membro sé-nior da Associação para o Desenvol-vimento das Mulheres de Pebane, disse que as mulheres não estão ar-rependidas de abandonarem o cultivo da jatropha, “pois, com o retorno à produção do caju, os nossos cofres já voltaram a ter saúde”. “Já andam cheios porque aqui em Pebane temos compradores da castanha de caju em
todos os cantos” – frisou.

Recorde-se que muito recentemen-te o governo moçambicano, liderado por Armando Emílio Guebuza, no âmbito da produção de biocombustíveis, definiu a jatropha como
sendo uma cultura prioritária, pelo que nos últimos tempos tem vindo a apoiar
iniciativas viradas ao cultivo desta cultura mas, pelo visto, está a ser uma
desilusão. Outra coisa não se pode concluir do que se está a passar em Pebane. (Aunicio da Silva)