Thursday, 24 January 2008

CRISE NO QUENIA!

CONSEGUIRA KOFFI MARCAR O GOLO DO DESEMPATE?

A chegada de Koffi Annan a Nairobi, apesar de atrasada e na opiniao de muitos observadores uma vitoria. Se somada ao facto de no seu primeiro encontro a equipa de Koffi (que integra a nossa Mama Graca e o tio Mkapa) ter conseguido que o lider da oposicao Raila Odinga suspendesse formalmente as manifestacoes (que a nosso ver ja tinham sido suspensas a semana passada, quando se anunciou a mudanca de estrategias, passando-se a sabotagem a interesses economicos ligados ao Presidete Kibaki) entao os dados parecem indicar que estamos no caminho certo. Contudo Koffi e companhia enfrentam hoje a mais dura batalha de todo o processo. E que mesmo antes de chegar a Nairobi, e quica por causa disso foi atrasada a chegada de Koffi, mais um membro da clique de Kibaki repetiu as frases que o ministro das financas dissera dias antes da chegada a Nairobi do Presidente da Uniao Africana, o tambem Ghanense John Kouffor, o que ditou o fracasso da missao da Uniao Africana e o regresso humilhante de Kouffor a proveniencia de maos vazias! Na altura o ministro das financas teria dito que Kouffor nao vinha ao Quenia a convite do governo Queniano!

Esta derrota humilhante de uma missao da Uniao Africana representa um duro golpe nos esforcos da criacao de uma Uniao Africana na apanas de juri, mas de facto e levanta questoes serias sobre a sua viabilidade e utilidade. A questao que se coloca e simples. Se qualquer chefe de estado ou de governo de um estado membro pode, a seu bel prazer e sem consequencias graves, mandar passear uma missao da Uniao Africana e ainda por cima chefiada pelo respectivo presidente, entao para que e que serve a Uniao Africana? Se nao serve para nada entao porque e que todos os anos o meu pais tem que tirar do meu probre bolso, as poucas quinhentas que ganho duramente para pagar as quotas de uma organizacao que qualquerobre mortal pode mandar passear? Porque e que o meu magro imposto ao inves de conribuir para a construcao de mais escolas, hospitais, estradas e desviado para pagar as despesas de participacao de uma delegacao enorme do meu pais que anualmente participa em varias cimeiras sem resultados palpaveis?

Com estas inquietacoes nao estamos a dizer que Mocambique deve parar de particpar nessas cimeiras. Devemos sim e re-equacionar a forma como participamos nessas cimeiras tendo como base criterios serios e objectivos de avaliacao de ganhos, custos e beneficios que advem dessa operacao. E quica, exigirmos ao mais alto nivel para que essas organizacoes sejam mais efectivas e desempenhem o papel para que foram criadas! Nao podemos continuar a gastar milhoes de dolares em passeatas, quando nao temos recursos para apoiar as vitimas das cheias em Mutarara ou Mopeia. Aqui se calhar a opcao Angolana seja uma possibilidade.

Tendo dito o acima exposto, importa aferir que as esperancas do povo Queniano repousam na capacidade, experiencia e no leverage que a equipa de Annan leva para a mesa de negociacoes. Conseguira Annan fazer aquilo que nenhum dos anteriores negociadores (Tenday Frazer dos EUA, John Kouffor da Uniao Africana, Desmond Tutu, Kenneth Kaunda, Louis Michel da Uniao Europeia) consegui fazer ate hoje- colocar na mesma mesa Kibabi e Odinga (que ate ja pertenceram ao mesmo partido)?

Sabemos que Annan nao e Kouffor e que a mama Graca leva recados serios de Mandela! Sera suficiente para trazer dois irmaos a mesa de negociacoes? O principal problema nestas negociacoes e a nosso ver a economia. E que o Quenia, ao contrario da maior parte dos paises africanos tem uma economia relativamente robusta, o que reduz sobremaneira a influencia de paises ou potencias exteriores. Os paies da Uniao europeia or exemplo, ha muito que ja usaram o stick que tinham, a ajuda externa, quando tentando pressionar o Quenia a fazer reformas passaram a canalizar essa ajuda, nao via governo mas sim via ONG's. Que outro triunfo era aEuropa para pressionar Kibaki numa altura em que existem alternativas como a China?

Quem ganha e que perde com a manutencao do status quo? Nao ha duvidas que em primeiro lugar perderam ja e ainda vao perder os pobres das favelas Quenianas, a classe media Queniana, os homens de negocio, os paises vizinhos (Uganda,Ruanda, Burundi, Zaire, Sudao) mas tambem perde a Africa inteira. E a primeira vitima no contexto africano foi a propria Uniao Africana.

Como diria o ex-chefe da unidade anti-corrupcao no Kenya, o auto-exilado John Ghithungo ao Programa da BBC 'Hard Talk', 'as feridas criadas pela tensao e volencia no Quenia levarao no minimo uma geracao para sarar'. E uma geracao e mito tempo no mundo globalizado em que vivemos.

Ghithongo acusou os dois lideres Quenianos de estarem a brincar com um tigre (rivalidades etnicas) de que podem perder o controle e resvalar para uma situacao de descontrole.

Usando as palavras do Comissario da Uniao Europeia, Louis Michel, Ghithongo afirmou que era chegado tempo de os dois lideres assinarem um cessar fogo militar e semantico, pois na sua optica as duas partes estavam a usar 'uma linguaguem inflamatoria' que exacerbava as tensoes etnicas. A comundade internacional deveria unir-se e colocar aisposicao de koffi Annan e da sa equipa todo o poder e influencia (leverage) para que Koffi nao saia e Nairobi de maos a banar! Se Koffi falhar as consequencias poderao ser incalculaveis para o Quenia, para a regiao e para a Africa!

E ja que estamos em mare futebolistica (decorre a Copa Africana por coincidencia no Ghana): CONSEGUIRA KOFFI marcar o golaco de desempate?

Por Manuel de Araujo

1 comment:

MANUEL DE ARAÚJO said...

Kenyan crisis talks gather pace

Violence has claimed more than 600 lives in the past month
Former UN chief Kofi Annan is meeting Kenyan President Mwai Kibaki, as he attempts to end the violence sparked by disputed presidential election results.
Earlier, the leader of the opposition Orange Democratic Movement (ODM) called off a mass protest planned for Thursday in the capital, Nairobi.

Raila Odinga said he was responding to a request by ex-UN chief Kofi Annan.

AFP news agency reports the death of at least 12 people overnight in several different incidents.

On Wednesday, skirmishes between police and youths broke up an opposition memorial service for victims of the post-poll violence in a park in Nairobi.

More than 650 people have been killed during the past three weeks, while 250,000 others have fled their homes.

Mediation talks

The ODM had been planning a mass demonstration on Thursday to underline its anger at the official result of the 27 December presidential election, which it claims was rigged by President Mwai Kibaki and his government.

We believe as ODM that given a good chance, we can get out of the quagmire that our country is embroiled in

William Ruto
Orange Democratic Movement

But after meeting Mr Annan, who is in Nairobi to try to find a political solution to the election dispute, the ODM said it would not go ahead with the protest.

"On the request of the mediation team, we have called off the activities that we had planned for tomorrow to give this mediation the best chance," ODM MP William Ruto told KTN television afterwards.

"We believe as ODM that given a good chance, we can get out of the quagmire that our country is embroiled in."

Mr Ruto said the party had presented its evidence of electoral fraud by the government to Mr Annan and expressed its full confidence in his efforts to resolve the crisis in the country.


Raila Odinga (left) remains convinced he won the election

Before the meeting, the former UN secretary general said he would insist on a solution for the "sake of Kenya and its people and for the sake of Africa".

He is being accompanied by Graca Machel, the wife of former South African President Nelson Mandela, and former Tanzanian President Benjamin Mkapa.

Mr Annan had planned to meet both sides on Wednesday, but was prevented because Ugandan President Yoweri Museveni, who is on a separate mediation mission, talked to Mr Kibaki for longer than expected.

Mr Annan was forced to postpone his meeting at State House for 24 hours.

Several attempts to get the two leaders to hold face-to-face talks have failed so far.

The Catholic church has urged the two leaders to hold their first direct talks since the crisis began.

"We ask President Mwai Kibaki and Honourable Raila Odinga to open their minds and hearts and immediately enter into dialogue," said a faxed statement signed by Cardinal John Njue and 23 bishops.

Deaths

AFP news agency reports 12 deaths overnight in clashes between rival gangs and ethnic groups, quoting the police.

It says there were eight deaths in Nakuru - to the north-west of the capital.

It says two were killed in central Limuru, one man was hacked to death in a Nairobi slum and another Kenyan was killed in the western area of Molo.

On Wednesday, the air at one of Nairobi's parks was thick with tear gas as riot police fired canisters into crowds of people who had gathered for a memorial service.

The wooden coffins of those killed in last week's crackdown on opposition protests had been taken from the mortuary and laid out on the ground for people to pay their respects.


Previous demonstrations have been blocked by the security forces

Hundreds of mourners had gathered round to listen to prayers and speeches and Mr Odinga was finishing his speech when tear gas canisters started to fly.

Reports say a group of ODM youths were angered by the presence of police at the venue and started pelting their cars with stones and the meeting then descended into chaos.

The protest moved down the street, with demonstrators later setting fire to the telephone exchange building where the government-owned telecommunications company Telkom is based.

The opposition has filed a complaint with the International Criminal Court, accusing the police of using excessive force during last week's protests, in which more than 30 people died.