Faz hoje um ano que o músico Max Love foi assassinado a sangue frio pela
Guarda Pessoal do Governador da Província da Zambézia, Joaquim
Veríssimo! Esta morte é apenas uma dentre várias que caracterizam os
processos eleitorais em Moçambique!
Desde 1994 sistemática e ciclicamente as nossas eleições são baptizadas
com sangue de inocentes! Assim foi em 1994! Assim foi em 1999! Assim foi
em 2004! Assim foi em 2011 e como não deixaria de ser assim foi em 2013
e 2014! Neste país que se pretende democrático a nossa festa eleitoral é
sempre seguida de violência, mortes, luto e sangue! Sempre que há
eleições a festa que as deveria caracterizar num estado de direito
democrático é transformada em luto para muitas famílias! Enquanto uns
celebram as Vitórias com gargalos de champanhe outros as testemunham com
o sangue de seus entes e queridos! Foi assim em Montepuez onde cerca de
40 apoiantes da Renamo morreram asfixiados numa penitenciaria! Foi
assim em Mocimboa da Praia quando também apoiantes da Renamo foram
enviados desta para o melhor por terem ousado desafiar o poder! Foi
assim em Sofala este ano onde um jovem foi baleado por ter cumprido com o
seu direito cívico de denunciar uma fraude! Tudo isto com a conivência
silenciosa da Comunidade Internacional que vende seu silêncio de ouro
em troca de poços de gás, carvão,rubis e outras riquezas! As mesmas mãos
assassinas que na década 1960 e 1970 liquidaram durante a luta armada
irmãos nossos como Filipe Magaia, Razao, Simango, Celina, na década 1980
e 1990 voltaram a atacar, quais monstros selvagens ( vampiros que se
alimentam de Sangue) e levaram as vidas de Carlos Cardoso, Siba Siba
Macuacua, continuam a trazer luto e dor a famílias moçambicanas! E
quando pensávamos que a sua sede e saga anguinária estava satisfeita eis
que para saciala inventaram a guerra de Satungira e Muxungue onde
dezenas de moçambicanos perderam suas vidas e seus bens! Como explicar o
silêncio cúmplice das autoridades políticas, governamentais, jurídicas,
parceiros de Cooperação e quiçá a sociedade civil?
Como justificar este silêncio mórbido sobre crimes hediondos que
arrepiariam a qualquer ser humano? O único crime do jovem Max Love foi
ter subido num camião e através da sua arte, cantar, colocar no ar o
sentimento do povo Quelimanense! Será crime neste país celebrar de forma
pacífica a Vitória de un candidato? Cade a justiça senhor Presidente?
Cade a justiça senhores presidentes dos tribunais provincial da
Zambézia, de Nampula e quiçá do Tribunal Supremo agora de férias pagas
pelo erário público na praia do Wimbe? Não cabe na vossa agenda de
"Balanço da Justiça" um parágrafo sobre a vida de Max Love? A final para
que serve a nossa Constituição da República? Ou haverá Moçambicanos
da primeira e Moçambicanos da terceira, aqueles cujas vidas nada valem?
Aqueles que semeiam a morte hoje e seus cúmplices não clamam por
justiça quando a espada da justiça firme e resoluta descer dos céus para
se impor na terra! Aqueles que connosco rezam nas igrejas em tempos
eleitorais mas na promiscuidade da noite prometem a morte e a
materializam! Quando o Chefe de Estado se recusa a respeitar a memoria
de um jovem inocente barbaramente assassinado como o fez na Praca dos
Herois no doa 7 De Abril de 2014 e tempo de citar George Orwell, de
facto 'os porcos triunfaram! Ao Max Love e a todos os jovens da geração
do Max Love aqui fica a nossa singela homenagem e o nosso juramento: não
descansaremos enquanto os mandantes e os executores deste hediondo
crime não forem trazidos a barra da justiça! Elabo edji djaani? Djeewu!
Ontonga baani? Diiyo!
Manuel de Araújo
India's 'rebel' Muslim princess who shot tigers and drove a Rolls-Royce
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Abida Sultaan defied stereotypes around women in general and Muslim women
in particular.
50 minutes ago