Um ano e quatro meses depois de ser nomeado Comandante da PRM da Zambézia
Quelimane (DZ)- Lourenço Catandica
já não é Comandante da Polícia da República de Moçambique na província da Zambézia.
A decisão foi do ministro do Interior Alberto Monjane que fez mexidas no seu quadro de pessoal, sobretudo na chefia
dos Comandos Provinciais.
Nestas mexidas, Catandica não escapou.
Até agora, não se conhecem as reais causas da “queda” de Catandica, mas a verdade é essa, já não tem autoridade para mandar a corporação nesta parcela do país.
Lourenço Catandica ficou apenas um ano e quatro meses, tempo tido como ínfimo para um
comandante, logo para uma província como a da Zambézia.
Catandica substituiu Manuel Zandamela, general da PRM que ficou na Zambézia e era tido
como homem afável no seio dos colegas e que sabia ouvir.
Os possíveis pecados de Catandica
Ora, se falamos que o mandato de Lourenço de Catandica foi de apenas um ano e quatro meses, há motivos para que levaram o ministro do Interior a tomar esta
medida. Nesta nossa incursão,
vamos apenas avançar hipóteses, pegando os murmúrios de alegria que pairam nas hostes policiais.
Quando Lourenço Catandica foi nomeado para guiar os destinos do Comando Provincial da PRM na Zambézia, não foi por acaso. Por várias vezes na ausência de Zandamela por motivos escolares, o ministério do Interior, no mandato de José Pacheco, sempre indicou
Catandica para substituir por algum tempo. Pelos vistos, já tinha alguma experiencia e era tido como um homem que conhece o ambiente. E não só, o MINT fez de tudo para que Catandica estivesse mais próximo da sua família, já que a sua esposa é Secretária
Permanente no Governo da Zambézia, então havia toda necessidade de estar próximo aos
seus parentes. Ora bem, pelos vistos a decisão até terá sido sabia.
Só que quando o homem chegou a Zambézia, mudou tudo. Primeiro porque ao invés de ir a casa da sua esposa, já que também a esposa de Zandamela não abandonava a
casa mesmo depois do marido ter sido transferido para Maputo, Catandica foi alojar-se no Hotel Flamingo. Dormia lá, comia e fazia de tudo, gastando rios de dinheiro que a polícia diz não ter.
Para casa onde se encontra a família, o então comandante só ia aos finais de semana, tipo um marinheiro que fica anos e anos ao largo do mar e que só sai para ver um pouco a família e depois regressa.
O tempo foi passando e os polícias foram reclamando que falta muita coisa na corporação. Até faltou energia em alguns casos, e noutros, a polícia veredou pelo roubo de energia, mas mesmo assim, Catandica continuou no hotel, tudo porque diziam que não
tem residência. E, quando o ministro do pelouro, visitou pela
primeira vez a província da Zambézia, a imprensa confrontou com esta situação de que o seu comandante vivia no hotel, mesmo sabendo-se que tem a família nesta cidade e este terá sido o motivo da sua transferência para Zambézia. Alberto Monjane teve imensas dificuldades para responder esta questão, naquele sol escaldante que se fazia
perante alguns dos seus membros presentes.
Gaguejou e tudo na tentativa de não lavar a roupa suja no meio da imprensa. Todos que o
acompanhavam, ficaram
gelados com esta questão. E não, neste esmo dia, a imprensa questionou sobre o tal chefe das Operações de Mocuba que era tido como comandante distrital. Aqui, Alberto
Monjane teve que chamar Catandica e perguntar o porquê disso e como se chamava o tal
chefe das Operações. Foi um balde de água fria, porque o próprio Comandante Provincial
não conhecia o nome do seu elemento, logo da segunda cidade da província. Alias, foi isso que criou espanto, já que a informação que o ministro tinha era de que Mocuba já tinha um Comandante.
Mas nada, era tudo mentira.
O caso do carnaval
Quando em Fevereiro deste ano, o Conselho Municipal de Quelimane, decidiu realizar a festa do Carnaval na praça da Independência, também houve mão de Lourenço Catandica,
quando mandou lá uma alta segurança de agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR),
devidamente armandos com colectes a prova de bala e prontos para atacar qualquer um da equipa do município que fosse para o local.
Alias, assistimos este episódio e reportamos na devida altura, sobretudo quando tentamos falar
com o Comandante sobre o assunto e ele remeteu-nos ao Governador Itai Meque, como até a FIR fosse força de Itai (talvez tenha motivos).
Isto tudo foi matéria de debate nos diversos seguimentos, incluindo até nas hostes policiais.
O polémico relatório eleitoral
Este também pode ter sido um motivo, já que a capa do relatório diz que o mesmo foi feito pelo Comando Provincial, mesmo com elementos pouco claros, então alguém deveria
se responsabilizar neste “polémico” relatório.
Ao nível interno
Aqui sim, o homem era tido como um autentico “leão”. Chegou, entrou no gabinete e prontos, só saia para casa, almoço, regressava para terminar o dia e prontos. Foi assim,
durante este período de um ano e quatro meses.
Os seus subordinados iam olhando as manobras e maneiras dele de ser e prontos, cada um foi fazendo a sua parte. Catandica não era afável e muito menos líder,
conforme murmuram os colegas. E com esta decisão do ministro, parece que já se respira de alívio no seio da corporação ao nível desta parcela do país.
Estes são apenas os prováveis motivos, na nossa óptica, podem ter havido os mais fortes que não tenhamos conhecimento.
E agora?
O ministro do Interior, já nomeou um novo Comandante para Zambézia
(conheça-o na próxima edição).
Conforme fontes ministeriais, o mesmo toma posse na próxima quinta-feira as 8horas no Comando das Forças de Protecção para Altas Individualidades (FIPAI).
De acordo ainda com as mesmas fontes, suspeita-se que Catandica seja nomeado para o
cargo de director nacional adjunto da Policia de Investigação Criminal.
(DZ)
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