“Vamos agrupá-los para melhor controlo”
• E disse mais: “Se fosse para retornar com a guerra nem sequer anunciávamos que os quartéis serão nos sítios X ou Y”-Idem.
Quelimane (DZ)- Nos últimos dias, Afonso Dlhakama e o seu partido, a Renamo, tem vindo a ser matéria de debate. Tudo por causa da nova abordagem trazida em público por aquele líder aquando da sua visita a província de Cabo Delegado. E na última sim, a Renamo como partido saúda a decisão tomada pelos antigos guerrilheiros em sim, a Renamo como partido saúda a decisão tomada pelos antigos guerrilheiros em se “aquartelarem”.
E com é sabido que o líder da Renamo encontra-se na província da Zambézia, há três dias, eis que o nosso jornal procurou ouvir dele em torno deste caso.
Foram tantas horas de espera para que as pessoas mais próximas conseguissem falar com Afonso Dlhakama afim de falar ao nosso diário e também o mensal.
No terreno, a pergunta não deveria ser outra. Perguntamos ao líder da Renamo que intenções têm quando diz que vai abrir quartéis para agrupar os seus homens. Em resposta, aquele líder disse que o agrupamento dos seus homens, não tem intenção nenhuma de retornar com a guerra, mas sim, caso a Frelimo tente aproximar ou invadir os ditos quartéis a serem criados, ai sim, haverá “banho de sangue”-como ele diz.
Num outro passo, Dlhakama explicou que a maneira como a informação está a passar assusta o país, afinal, conforme explicou o líder da Renamo ao nosso jornal o agrupamento visa controlar melhor os seus homens expurgados do exército nacional criado no âmbito dos Acordos Gerais da Paz (AGP). Mais adiante a fonte sublinhou que “os homens estão ai a deriva, alguns tem armas, para evitar que eles com a frustração que tem andem ai a vandalizar bens de pessoas, decidimos agrupa-los em quartéis”-disse o líder da Renamo, para depois acrescentar que “não temos intenção nenhuma de voltar com a guerra, alias, não estou arrependido em ter assinado os AGP, mas o que a Frelimo está a fazer com os nossos homens no exército pode ser o fim da democracia no país”-rematou.
Já há locais definidos
Nesta mesma entrevista concedida por Afonso Macacho Marceta Dlhakama ao nosso jornal, questionamos se já tinha os locais definidos para os ditos quartéis.
Sem hesitações, o nosso entrevistado começou por apontar o distrito de Montepuez em Cabo Delegado, Mocuba na Zambezia, Gorongoza em Sofala e por ai em diante. “Os homens vão escolher um distrito onde querem ficar, por isso não se assustem, isto faz parte das estratégias da Renamo em não ver os seus homens a deriva, já que o partido no poder assim pretende”-clarificou o líder da Renamo.
Não é para retornar com a guerra? -Perguntamos ao líder da Renamo. E a resposta continuou aquela de sempre, “não meu irmão, para se fazer guerra não precisa anunciar que vamos agrupar homens no sitio X ou Y, mas digo lhe com franqueza, se alguém (Frelimo), tentar usar a FIR ou SISE, ai eles vão se aguentar sozinhos”-ameaçou o líder da perdiz.
Mais adiante, Afonso Dlhakama exibiu mais uma vez a sua musculatura dizendo que o seu partido não precisa de atacar a Frelimo morta militarmente, mas vincou que a Renamo sendo um movimento de guerrilha possui armas de diversos calibres e que podem fazer diferença no dia que a guerra eclodir neste país, embora não seja sua vontade.
Refira-se que o líder da Renamo encontra-se em Quelimane, orientando uma Conferência Nacional das Ligas da Juventude e da Mulher do seu partido, encontro este que tem o seu término marcado para esta terça-feira e dai, o líder começa um périplo pelos distritos desta província. (DZ)
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15 minutes ago
2 comments:
Seria incongruência da minha parte negar os factos que se seguem que há muito defendi / defendo aqui neste blogue do 'nkulo' Araújo:
1. Dhlakama, apesar de apresentar insanidade política, é também um herói nacional com todos os títulos;
2. Pode a 'História oficial' escamotear a verdade, sonegar o passado, inventar heróis, pode até transformar Lúciferes, Barrabás, Judas em santos, mas não pode apagar o tempo e a memória do povo;
3. Dhlakama trouxe a paz e liberdade a este povo. Isto por um lado.
POR OUTRO LADO:
1. O grande erros de Dhlakama (o mesmo se atribui ao edil da Beira, Daviz Simango) é pensar que o feiticeiro de ontem catequizou-se. Engano, os feiticeiros nunca mudam nem perdem o seu estatuto de cruéis.
2. Tanto Dhlakama como Daviz cometeram o erro de escolher como amigos íntimos os seus inimigos figadais. Infelizmente, o exemplo de 'bondade' e de perdão de Nelson Mandela não é aplicável aqui.
Outro erro cometido por ambos é perder a causa da luta. Nunca se deve perder a tocha das causas, tal como na vida, independentemente dos resultados alcançados.
O actual PR de Portugal, Cavaco Sílvia tem uma frase que procuro seguir em todos os momentos da minha vida: "Os cargos políticos são efémeros, mas o carácter de um homem é duradouro".
Em política é proibido cometer erros de palmatória, cada distracção pode custar a carreira.
E agora? Que fazer dos dois? Eu vejo apenas uma saída, exumar as suas causas de luta e pô-las em prática. Caso contrário, o exemplo será este:
Lá na minha terra (Tete) existe um raro bicho chamado 'chicomba', este na falta de comida come-se a si próprio. É um bicho estúpido que prefere morrer que lutar para o seu sustento.
Este será o fim (POLITICAMENTE) dos dois políticos de maior partido da oposição no país, Dhlakama e Daviz, respectivamente.
Zicomo
PS: Podia trazer mais exemplos à liça, mas para quê?
Munna, gostei da tua expressão: "Em política é proibido cometer erros de palmatória, cada distracção pode custar a carreira."
Pena é que poucos políticos pensam assim.
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