Tuesday, 5 April 2011

A Opiniao de Adelson Rafael

Diário da Zambézia: Mil edições de desafios, de lutas e de conquistas!

Adelson Rafael, Académico:
http://adelsonrafael.blogspot.com
E- mail:adelson.rafael@gmail.com


O topónimo Zambézia foi criado em 1858 por decreto régio, abrangendo as capitanias de Quelimane e “Rios de Sena” (o Zambeze). O que hoje chamamos província da Zambézia foi durante muito tempo o “distrito de Quelimane”, criado em 1817, extinto e incorporado no de Sena em 1829 e reposto em 1853. Esta parcela de Moçambique famosa, não só pelo grande rio, pelas enormes palmeiras, pelas vastas plantações de chá, pela sua cozinha autenticamente tradicional e bastante condimentada mas também tem como referencia seu diário: “Diário da Zambézia”.
Não é todos os dias que se festeja a ida ao prelo da milésima edição, número mágico no universo editorial. Mas a mais quando o sujeito da efeméride constitui um jornal irreverente, muitas vezes incomodo…algumas vezes, mesmo, caustico. Quando, algum dia, se escrever a história da comunicação social da Zambézia e a história da formação da opinião pública desta parcela de Moçambique, ninguém poderá esquecer o papel do “Diário da Zambézia”, espaço que mais oportunidade criou para difundir informações, notícias e opiniões sobre a Província da Zambézia nos últimos anos.
Mil edições, mil dias. Um marco histórico para um jornal que há quase quatro anos é uma referência na imprensa provincial. Um jornal diferenciado sob todos os aspectos, daqueles que, além de papel e tinta, trazem algo imensurável. O “Diário da Zambézia” não é feito apenas de notícias, ainda que sua especialidade seja a informação exclusiva, mas nele esta patente a coragem de denunciar e enfrentar casos. É um jornal diário feito com alma.

Nessas edições (1000 edições!) está a alma de Antonio Zefanias, idealizador, fundador e uns dos mentores do “Diário da Zambézia”, jornal que acaba sendo sua razão de viver. Cada edição era e continua sendo uma vitória particular, uma conquista. E que, de uma certa forma, sua nobre maneira de fazer jornalismo esta reflectido em cada linha, em cada reportagem, em cada página, em cada edição.

Nessas edições (1000 edições!) há reportagens quase proféticas, abrindo os olhos para uma realidade que ninguém queria enxergar. Há reportagens que mudaram o curso da história da Província, contribuindo nesse tão ambicionado sonho que tarda em tornar-se realidade, de lapidar esse “diamante” que tarda em se afirmar.

Nessas edições (1000 edições!) esta o reflexo de um jornal que é concebido, escrito e produzido por jornalistas profissionais, no respeito dos deveres e direitos previstos na Constituição da Republica de Moçambique.

Nessas edições (1000 edições!) distingue-se claramente, a informação da opinião, reservando-se assim, o direito de analisar, relacionar, interpretar e emitir a opinião sobre quaisquer factos ou acontecimentos da Província da Zambézia sem qualquer dependência de Ordem ideológica, política ou económica.

“Diário da Zambézia” continua firme, driblando dificuldades que para outros seriam intransponíveis. Resistindo, num terreno onde tantos teriam afundado. Teimando em adiar indefinidamente o epitáfio que tentaram e ainda tentam escrever para um veículo de comunicação que será lembrado (e espero sinceramente, lido) por gerações e gerações não apenas como um exemplo de determinação, mas de um jornal bem feito.


A julgar pela longevidade do “Diário da Zambézia” e pela fidelidade de muitos leitores, com destaque para os “filhos da Zambézia” na “diáspora”, como meu caso específico, tem no jornal a fonte primária para obtenção de informação e o sentir do pulsar desta terra que viu-me nascer. Tenho certeza absoluta que, o sonho sonhado junto a tantos colaboradores e colaboradoras de tornar “Diário da Zambézia” numa referência acerca da informação e notícias da Zambézia materializou-se, embora haja subjectividade demais nessa coisa de "melhor, pior", "bom, ruim". Os demais leitores que façam seu julgamento. Eu pelo menos fiz de maneira pública.

Nessas edições (1000 edições!). Ops! Mil edições são uma obra. Um daqueles números redondos que fazem a gente parar e pensar no que se viveu até esta marca. Não foram apenas mil edições. Foram mil edições com a identidade de mil edições de desafios, de lutas e de conquistas.

Enfim….Muito mais poderia ser dito a respeito do “Diário da Zambézia”. Bem e Mal.

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