Em nome do Representante Residente do FMI em Mocambique, Dr. Victor Lledó:
Exmos. Senhores,
O Fundo Monetário Internacional lançou em princípios do corrente mês o seu habitual relatório “Perspectiva Económica Mundial” (World Economic Outlook, em inglês), cujos destaques principais são os seguintes:
· A recuperação económica está a ganhar força, mas o desemprego continua elevado nos países desenvolvidos. Nos países emergentes, novos riscos macroeconómicos estão em crescimento. Os países em desenvolvimento, particularmente da África subsariana, também registaram uma retoma rápida e sustentável. O aumento dos preços dos produtos alimentares e dos produtos básicos (commodities) constituem uma ameaça para as famílias pobres, aumentando as tensões sociais e económicas, particularmente no Médio Oriente e África do Norte.
· O aumento dos preços do petróleo desde Janeiro de 2011 e os dados mais recentes sobre a disponibilidade deste produto, inclusive sobre a capacidade de reposição, sugerem que até agora as quebras de oferta terão apenas efeitos moderados na actividade económica.
· O recente terramoto de Março no Japão causou perdas terríveis de vidas humanas, mas projecta-se que o seu impacto macroeconómico seja limitado, embora a incerteza permaneça elevada.
· Em geral, com uma recuperação económica mais forte, por um lado, associada a um baixo crescimento da oferta de petróleo, por outro, as projecções para o crescimento do PIB real global em 2011-12 pouco mudaram em relação à actualização feita pelo FMI em Janeiro do corrente ano. Com efeito, o crescimento real do PIB mundial deverá atingir cerca de 4,5% em 2011 e 2012, colocando-se pouco abaixo dos 5% registados em 2010.
· Porém, os riscos de desaceleração económica aumentaram. Tais riscos estão em franco crescimento devido ao comportamento altista dos preços dos produtos básicos (commodities), especialmente de petróleo, e à incerteza na arena geopolítica internacional, bem como ao crescimento excessivo dos mercados de activos dos países emergentes.
· Nas economias avançadas, o fortalecimento da recuperação económica exigirá que se mantenha uma política monetária acomodatícia, desde que as pressões salariais sejam moderadas, as expectativas de inflação estejam bem ancoradas e a expansão do crédito bancário seja moderada. Ao mesmo tempo, as posições fiscais precisam de ser colocadas em trajectórias sustentáveis a médio prazo através da implementação de planos de consolidação fiscal e de reformas nos programas sociais dos governos, ambos apoiados por regras e instituições fiscais mais fortes. O desafio para muitos países emergentes e alguns em desenvolvimento é garantir que as condições actuais de expansão económica não se transformem em crescimento excessivo ao longo do próximo ano. As pressões inflacionárias são susceptíveis de aumentarem ainda mais à medida que o crescimento da produção colide com limitações de capacidade produtiva, resultando em elevados aumentos dos preços de produtos alimentares e energia, que têm pesos significativos nas cestas básicas de consumo, e estimulando, consequentemente, pressões por maiores salários. As taxas de juro reais ainda são baixas e as políticas fiscais ainda estão numa posição consideravelmente acomodatícia do que antes da crise. As medidas adequadas a tomar diferem entre os países, em função das condições conjunturais e externas.
· No entanto, é necessário reforçar as políticas macroeconómicas em muitos países emergentes. Um maior avanço na promoção do reequilíbrio da procura global é essencial para colocar a recuperação económica numa posição mais sólida a médio prazo. Isto exigirá que muitos países adoptem medidas, particularmente de ajuste fiscal nas principais economias que se debatem com problemas de défices externos, de maior flexibilidade da política cambial e de reforma estrutural que eliminem as distorções que grandemente impulsionam o crescimento da poupança nos países excedentários.
O relatório acima referenciado (ver anexo) está disponível no link http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2011/01/index.htm.
Importa referir que, dentro em breve, o FMI lançará o relatório “Perspectivas Económicas Regionais para África subsariana”, cuja divulgação e debate serão organizados pelo escritório local em Maputo.
Cumprimentos,
Rolando Wane
Economist
International Monetary Fund (IMF)
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Maputo / Mozambique
Tel office: +258 (21) 496 118; (21) 498 428; (84) 326 4290; (82) 326 4290;
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E-mail: rwane@imf.org
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