Friday 11 March 2011

Nasce na Beira movimento anti-Dhlakama

Escrito por José Chirinza

DlakhaUm auto-intitulado movimento anti-Dhlakama acaba de nascer na cidade da Beira, a segunda cidade mais importante de Moçambique e antigo bastião da Renamo.

O movimento, que reivindica possuir nas suas fileiras cerca de 30 quadros seniores da Renamo, diz estar revoltado com a forma pouco simpática como Afonso Dhlakama está a dirigir os destinos do maior partido da oposição em Moçambique.Vitano Singano, que reclama ser o porta-voz do referido movimento e por sinal membro de serviços de segurança pessoal de Dhlakama, ex-membro da comissão política da perdiz e ex-chefe de departamento de informação e propaganda, disse que por assistir frequentemente conflitos internos, incumprimento das recomendações do último congresso, gestão danosa dos fundos do partido e ameaças de morte dos membros no seio do partido um grupo de altos quadros do partido reuniu-se no passado 20 de Fevereiro em Maputo, com intuito de salvar e resgatar a imagem do partido. Singano falava esta semana numa conferência de imprensa da Beira convocada para dar a conhecer a existência do movimento. Porém, declinou avançar outros notáveis que compõem o referido movimento por uma questão de “estratégia de acção”.Para o efeito, o movimento pede a demissão de Afonso Dhlakama, da presidência do partido por supostamente estar sistematicamente a violar os princípios estatutários da formação política, gerir de forma autocrata e danosa os fundos bem como perda de capacidade administractiva de gestão do partido.De acordo com a fonte, os fundos da Renamo são geridos pessoalmente pelo líder e este nunca prestou contas aos seus correligionários o que demonstra falta de transparência na gestão dos mesmos.A fonte fez saber que Afonso Dhlakama não foi eleito para a presidência da Renamo, mas sim nomeado num suposto congresso do partido realizado na cidade de Quelimane em 2008, por um grupo de membros que estava em defesa de seus interesses. Vitano sublinhou que o Movimento Anti-Dhlakama é contra a filosofia de gestão partidária do actual presi-dente do partido, que tende alegadamente a tornar o partido em uma verdadeira faculdade de corrupção, onde as mulheres para assumir cargos de chefias na liga feminina devem se envolver sexualmente com quadros do partido.Os mentores do movimento revolucionário da perdiz dizem estar desmotivados com o ambiente polí¬tico instalado na Renamo, que é alimentada pela ganância de poder de Dhlakama que alegadamente transformou aquela formação política em património pessoal.O porta-voz do movimento diz que com a presidência de Afonso Dhlakama no partido a Renamo não terá mais pernas para andar.Acrescenta que se este ambiente nebuloso prevalecer por mais tempo, o partido Renamo ficará para a história do país.Entretanto, para além do afastamento do líder da perdiz na presidência, o movimento exige o aumento de número de efectivos no serviço de seguranças do partido e que outros quadros gozem do direito de protecção e passem a ganhar o salário mínimo nacional. No entanto, o porta-voz do Movimento Anti-Dhlakama, reconhece que as exigências deste movimento revolucionário serão difíceis de ser acatadas pelo presidente da Renamo, porque este jamais aceitará deixar o poder .“O nosso alvo é difícil de derrubar porque transformou o partido no património pessoal, e não património colectivo como vem nos estatutos”, enfatizou Singano.



Fragilizar o partido

Mas este adverte que caso o líder da perdiz ignore a posição do movimento, tudo farão para fragilizar a imagem do partido, mesmo se for para pressionar os membros a desertarem.Singano assegurou que várias estratégias foram desenhadas pelo movimento para pressionar a demissão de Dhlakama, que na sua opinião irão despertar a visão de muitos membros e simpatizantes, facto que por sua vez tornará o movimento mais coeso.Frisou, a título de exemplo, que o movimento irá nos próximos dias lançar uma página na internet onde irá exibir provas de várias trafulhices e gestão danosa de Dhlakama.Curiosamente, o porta-voz do Movimento Anti-Dhlakama diz que não tencionam com as alegadas provas que irão brevemente lançar manchar a popularidade do líder, mas sim lhe convencer de que está a levar o partido para um beco sem saída.“Lançamos críticas aos outros, enquanto o que estamos a fazer não é justo”,disse Singano.Salientou que o sonho da Renamo é governar o país, mas com o ambiente que se vive naquele partido devido a conduta de Dhlakama será impossível um dia vencer quaisquer eleições no país, o que é imperioso para uma formação política daquele nível que não tem em suas mãos pelo menos um mu¬nicípio. Singano diz que é incrível que depois das eleições presidências e legislativas de 2009 todas as formações políticas tenham prestado contas e a Renamo não.A fonte fez saber que os chefes de mobilizações provinciais recebem dois mil meticais e os seguranças 1.200, o que não é justo para um partido como Renamo que recebe fundos de orçamento de estado.Afirmou que aquando da campanha eleitoral nas últimas eleições presidenciais e legis¬lativas alguns membros fiéis ao partido foram coagidos a tentar assassinar o candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) a presidente da República, Daviz Simango, na província de Cabo Delgado, o que para a ala anti-Dhlakama reflecte uma grande falta de estratégia política da Renamo.Questionam igualmente o facto do líder da perdiz nunca ter pressionado o governo a esclarecer as estranhas mortes dos membros da Renamo, nomeadamente, Amândio de Sousa e José Mascarenhas, este último assassinado na cidade da Beira.

1 comment:

barracuda said...

o que se passa agora vai piorar no futuro as proximas eleiçoes estao comprometidas se as coisas nao forem resolvidas
da impressao que o djakama quer acabar com o partido para tranquilamente gozar o dinheiro que juntou no agp e nas varias eleiçoes principalmente nas 99 em que venceu depois negociou a derrota a favor de chissano com os celebres votos de nacala que foram invalidados