– Carlos Zacarias do Instituto Nacional do Petróleo
25/02/2011
O petróleo descoberto na Bacia do Rovuma, norte de Moçambique, em finais do ano passado, "não é em quantidades comercializáveis", assegura o administrador do Instituto Nacional de Petróleo, Carlos Zacarias.
Em Agosto, a companhia norte-americana com sede no Texas Anadarko Petroleum anunciou a descoberta de petróleo na Bacia do Rovuma, mas ainda não sabia se em quantidades comercializáveis.
Esta quinta-feira, 24, o administrador do Instituto Nacional de Petróleo garantiu à agência Lusa que, no furo, "existem algumas quantidades de petróleo, mas, pelo facto de a porosidade não ser boa, os hidrocarbonetos ali encontrados não são comercializáveis".
A presença de petróleo associada ao gás naquela bacia foi detectada a uma profundidade de 5100 metros, tendo sido a primeira vez que se descobriu petróleo offshore na África Oriental.
"O furo foi efectivado e há alguns parâmetros que devem ser observados. Normalmente, o gás ou petróleo é encontrado em reservatórios, que são areias, que têm de ter qualidades tais que permitam que o gás ou petróleo possa fluir. Isso não se verificou nestes furos" na Bacia do Rovuma, disse Carlos Zacarias.
Em finais de 2009, uma intensa actividade de pesquisa na Bacia do Rovuma, que se estendeu até ao início de 2010, resultou na efectivação de seis furos, tendo sido descoberto gás natural em quatro.
O petróleo associado ao gás foi descoberto no terceiro furo denominado Ironclad, depois de no segundo furo, designado Windjammer, aberto em Fevereiro do ano passado, a multinacional norte-americana ter anunciado a descoberta de gás em offshore, a uma profundidade de 3600 metros.
Além da Anadarko, existem mais três empresas a fazer pesquisa e prospecção de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma: a Eni (Itália), Petronas (Malásia) e a Statoil (Noruega), que estão a terminar a avaliação dos dados sísmicos, para posteriormente programar a realização de furos.
(RM/Lusa)
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