Pobreza é mais notória na cidade de Chimoio
Às quintas-feiras, terá sido mesmo ―decretado dia de mendicidade, em Chimoio, visto que homens e mulheres aparentemente pobres, acompanhados de menores, os quais servem de guias, vêem-se frequentemente nos passeios batendo à porta de estabelecimentos comerciais, efectuando pedidos aos proprietários e aos clientes. A expressão ―ajuda patrão, que se faz ouvir repetidamente, numa espécie de refrão de uma canção, constitui ―cavalo de batalha para sobrevivência dos mendigos, é também extensiva a todos que aparentam melhores condições de vida. Aliás, a mendicidade ocorre todos os dias, incluindo sábado, domingo e feriados, mas, nas quintas-feiras constitui para estes o dia D, onde os procedimentos são intensificados, sendo que as actividades são desenvolvidas numa autêntica campanha porta à porta.
A falta de quem os possa assistir constitui o denominador comum, segundo Felisberto Mapurango, que diz que os seus seis filhos perderam a vida, a sua esposa foi assassinada durante o conflito armado, conta cerca de sessenta anos de idade e desempregado, não tem quem o possa assistir. Já, Detinho Zinessa Bassopa, confirma ser pai de nove filhos menores, que não estão à altura de responder às necessidades diárias da família, os quais frequentam a escola e ajudam a mãe na actividade agrícola, contribuindo assim para a dieta alimentar de todo o agregado.
Felisberto Mapurango e Detinho Bassopa vivem na mesma casa, o que eles conseguem de esmola é compartilhado. ―Contabilizamos o dinheiro que conseguimos para ver se compramos um quilograma de farinha, disse Detinho Zinessa, portador de deficiência visual, entrevistado pelo nosso Jornal, que acrescentou ―com os pequenos donativos, procuramos ―empurrar o dia, para alcançarem o outro.
De acordo com Detinho Zinessa, eles e os outros, praticam a mendicidade de forma rotineira, já há bastante tempo, confirmou acrescentando, contudo que quinta-feira tem para o referido grupo social, alguma especificidade. Com uma sacola no ombro, contendo pequenas quantidades de pãezinhos e doces na mão, frutos de peditórios, caminhavam aparentemente sem destino determinado, soltando repetidamente a expressão ―ajuda patrão, intercalando-a com um calar temporário. As nossas fontes, sublinharam que o subsídio de alimentos concedido pela Direcção Provincial da Mulher e Acção Social, cerca de duzentos meticais mensais, não cobre as suas necessidades e é disponibilizado com frequente atrasos, chegando até a levar três meses, sem que os valores sejam disponibilizados. “A situação é preocupante” A directora provincial da Mulher e Acção Social de Manica, Maria Isabel Raimundo, considera a situação de mendicidade como uma verdadeira preocupação, nesta parcela do país.
Maria Isabel, pronunciou que na tentativa de reduzir este ―fenómeno, foram identificadas determinadas estratégias, que consistiram na entrega de donativos aos carenciados pelos agentes económicos, nas localidades urbanas e desenvolvimento de projectos de geração de rendimentos. Ela reconheceu o atraso, no pagamento de subsídios, justificando, que o facto como sendo resultado de demora na disponibilidade financeira, frisando ainda que o atraso não é frequente, pois o que está regulamentado é que no final de cada mês as pessoas tenham os seus subsídios.
-De facto, a mendicidade constitui uma preocupação para todo Moçambique, digamos assim, de forma geral e, em particular, para a província de Manica. Nós já reunimos com alguns empresários, presidente do Município, chefes das localidades e com o representante do Estado na cidade de Chimoio, na tentativa de encontrarmos algumas estratégias, que nos possam ajudar a reduzir este fenómeno, afirmou a fonte. Tal encontro, conforme a titular da pasta da Mulher e Acção Social de Manica, criou condições para a identificação de locais para onde serão direccionados apoios aos pobres pelos agentes económicos, de forma a assegurar a redução da presença de mendigos, sobretudo, nas vias públicas.
Maria Raimundo vincou que estes colocam-se, geralmente, em risco nas vias públicas quando atravessam as ruas de forma irregular, não obstante a sua condição física, daí que a redução ou combate contra a mendicidade é descrita pela nossa fonte como sendo necessária. Acredita que com a identificação de locais para onde deverão ser canalizados os donativos às pessoas carenciadas venha a contribuir positivamente neste desafio. Os apoios serão entregues aos beneficiários, nas três localidades urbanas de Chimoio, concretamente, localidades urbanas números 01, 02 e 03. Na Localidade Urbana número 01, os donativos serão entregues, no bairro 25 de Junho, concretamente na zona onde se encontra um palco construído no âmbito do 6º Festival Nacional de Cultura. Enquanto isso, na localidade urbano número 02, a entrega será efectuado na sede do bairro 7 de Setembro. Os beneficiários residentes na localidade urbana número 03, passarão a receber apoios, em bens diversos, sobretudo, alimentares, na sede do bairro da Textáfrica.
Para além da entrega de bens, o sector da Mulher e Acção Social de Manica, pretende criar condições para que as pessoas carenciadas desenvolvam projectos de geração de rendimento, uma iniciativa que, segundo Maria Isabel Raimundo, contará com a ajuda de agentes económicos de Chimoio.
Fonte: Jornal O Planalto, editado a partir de Chimoio
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