Wednesday, 22 December 2010

Documentos da WikiLeaks continuam a mexer



Mudança de atitude da Casa Branca em relação a Havana

Pretoria (Canalmoz) - Vários documentos do governo norte-americano, divulgados pelo WikiLeaks, revelam uma mudança substancial na política dos Estados Unidos em relação a Cuba. De acordo com o jornal ‘El Pais’, publicado em Madrid, os Estados Unidos apostam agora “na maior penetração social de jovens bloguistas, músicos e artistas que se opõem ao regime cubano”, menosprezando os tradicionais círculos anti-castristas exilados em várias partes do mundo.
O jornal espanhol cita um telegrama enviado o ano passado pela Secção de Interesses dos Estados Unidos em Havana a dizer que o governo norte-americano “deve olhar para outros círculos, incluindo no interior do próprio governo, para identificar os possíveis sucessores ao regime”.
O telegrama expedido para o Departamento de Estado em Washington, D.C., refere que “os jovens cubanos desiludidos com o regime, incluindo bloguistas, músicos e artistas plásticos, não pertencem a organizações de dissidentes. Porém, adoptam, de uma melhor forma, posições de rebeldia de grande impacto popular.” Acrescenta o telegrama: “Estreitamente vigiados pelo governo cubano, eles evitam a etiqueta de ‘dissidentes’ e não parecem aspirar a nenhum papel de chefia”.
O telegrama considera que o principal esforço de dirigentes de círculos de oposição cubanos é “a obtenção de recursos para manter o seu nível de vida e as dos seus simpatizantes”. Na opinião da representação diplomática norte-americana em Havana, “as novas gerações de cubanos terão um maior impacto e presença na era pós-castrismo” e assume que “a sucessão surgirá das próprias fileiras do regime: quadros médios que alcançarão posições de poder.”
O teor do telegrama suscitou a ira de um grande número de exilados cubanos. A escritora cubana Zoe Valdez, exilada em Espanha, considera que o telegrama corrobora o que há muito círculos cubanos, opostos ao regime de Havana, vinham afirmando em relação aos Estados Unidos. Para Valdez, “o governo americano tem vindo a apoiar o castrismo e Fidel Castro durante 51 anos. Não me causa estranheza que agora os Estados Unidos continuem a apoiar o regime”.

(Redacção)

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