Wednesday, 20 October 2010

Graça Machel ataca o Governo do dia

Samora não era dispendioso tal como os governantes actuais
– Graça Machel, viúva do presidente da primeira República de Moçambique
“Mesmo agora, a casa onde Samora nasceu e viveu é muito simples. Ele não era apegado a coisas materiais, ao contrário do que vemos actualmente com outros dirigentes” - Graça Machel

Maputo (Canalmoz) – A viúva de Samora Machel atacou veementemente os actuais dirigentes do país, chegando a apelidá-los de dispendiosos. Graça Machel falava numa exposição fotográfica, ontem, em Maputo, organizada no Centro de Documentação Samora Machel, pela família e amigos de Samora, para relembrar a morte do primeiro presidente de Moçambique.
Recordando o carácter do seu perecido marido, Graça Machel disse que Samora era um homem simples e sobretudo não dispendioso. “Mesmo agora, a casa onde Samora nasceu e viveu é muito simples. Ele não era apegado a coisas materiais. Ao contrário do que vemos actualmente com outros dirigentes”, rematou a viúva do primeiro presidente da República de Moçambique.
Graça disse que 24 anos passam depois da morte de Samora, mas “a família ainda vive uma dor intensa”, como se o fatídico acidente de Mbuzini, ocorrido a 19 de Outubro de 1986, “tivesse sido ontem”.

A verdade virá

Entretanto, Graça lamentou o facto de ainda não se dizer a verdade sobre as reais circunstâncias em que morreu Samora. “Ainda existe esperança de que tarde ou cedo a verdade venha à tona”, acrescentou Graça Machel, falando a jornalistas.
Todavia, ela negou comentar sobre o suposto envolvimento de políticos nacionais na morte de Samora. Para Graça Machel, a verdade sobre a morte de Samora interessa mais do que à própria família ao povo para o qual Samora lutava.

Há falta de divulgação das obras de Samora

Por outro lado, a família de Samora manifestou a sua insatisfação pela pouca divulgação da vida e obra de Samora Machel.
Samora Machel Júnior, um dos filhos de Samora Machel, disse que a não divulgação dos feitos do seu pai, “é resultado da falta de vontade do Governo”.
“O Governo devia imortalizar Samora, divulgando seus feitos, vida e obra, principalmente nas escolas”, disse o jovem empresário, filho do antigo presidente da República Popular de Moçambique e de Josina Machel.

“Samora deixou enorme herança para a juventude”

Por sua vez, Raimundo Pachinuapa, um dos antigos companheiros de Samora na luta de Libertação Nacional, disse que Machel “deixou uma enorme herança para a actual juventude, desde amor pela pátria, pelas crianças, bem como pelo espírito de trabalho”.

(António Frades)

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