Monday 6 September 2010

Revolta Popular em Chimoio?

MAPUTO, 04 SET (AIM) – Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, duas das quais com gravidade, durante os tumultos que sacudiram ultima Sexta-feira as cidades de Chimoio e Manica, Centro de Moçambique.

O balanço preliminar destas ocorrências, segundo a edição de hoje do matutino “Noticias”, indica ainda que pelo menos duas lojas foram danificadas, igual número de viaturas com vidros quebrados, bloqueio de rodovias com barricadas, instituições públicas, escolares, estabelecimentos comerciais, bancários e de serviços encerrados, para alem de 68 detenções.

Entre os feridos constam duas crianças que foram atingidas por balas disparadas pelos elementos da lei e ordem quando tentavam dispersar manifestantes no bairro Francisco Manyanga. Os feridos graves estão internados no Hospital Provincial de Chimoio.

Entre os 68 detidos afigura Tânger Maria de Jesus, membro sénior do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que foi recolhido alegadamente por ter sido visto, um dia antes, a mobilizar pessoas para aderir à manifestação.

As cenas de vandalismo ocorreram com maior incidência nos mercados informais localizados nas periferias das duas cidades. Em Chimoio, por exemplo, os mercados informais Francisco Manyanga, vulgo “38 Milímetros”, Feira, 16 de Julho e Central registaram tentativas de assalto a mercadorias.

No de Francisco Manyanga, o mais afectado, os manifestantes incendiaram duas barracas e uma casa de construção precária, causando danos em mercadorias e em outros bens.

No campo viário, o tráfego na Estrada Nacional Número Seis, importante via que liga o Porto da Beira e a vila fronteiriça de Machipanda, ficou momentaneamente interrompido com a colocação, na zona da ‘Shoprite’, de barricadas de pedras e paus.

Na ocasião, um camião e uma viatura ligeira viram seus vidros quebrados por apedrejamento, na sua tentativa de furar as barreiras.

A mesma situação aconteceu em outras estradas, onde foram incendiados pneus.

No coração da cidade, os manifestantes atingiram o Centro de Formação de Saúde e alguns focos foram observados na Avenida 25 de Setembro, junto do Prédio Manuel Nunes, onde houve tentativa de incêndio de pneus que foi imediatamente desbaratada pela Polícia.

Devido à confusão, os mercados formais e informais, os estabelecimentos comerciais, bancários, escolares e outras instituições públicas e privadas foram preventivamente encerradas, situação que durou toda a manhã e tarde de Sexta-feira.

Os trabalhadores e funcionários públicos foram dispensados, dado o ambiente de distúrbios e agitação que se viveu em Chimoio, visando controlar os seus haveres e manter-se em segurança nas suas casas.

Até ao fim da tarde da última Sexta-feira, a cidade de Chimoio estava às moscas. Nenhuma viatura circulou todo o período da manhã, incluindo os “chapa -100” que garantem o transporte semi – colectivo de passageiros, embora o ambiente tenha melhorado ao longo da tarde, altura em que a calma já estava restabelecida.

Na sequência dos tumultos, o Governo Provincial de Manica reuniu-se ainda Sexta-feira de emergência em sessão extraordinária para analisar e tomar medidas preventivas e de combate ao fenómeno.

Para transmitir o seu sentimento e apresentar um balanço preliminar dos prejuízos, a Governadora de Manica, Ana Comoane, convocou uma conferência de Imprensa na qual apelou à calma, serenidade, vigilância e denúncia de eventuais tentativas de agitação e perturbação da ordem pública.

Na ocasião, Ana Comoane revelou que, para além de Chimoio, registaram-se focos de vandalismo na cidade de Manica e na vila de Gondola, localizadas no chamado “Corredor” da Beira e em importantes centros comerciais depois da capital provincial, que foram prontamente controlados pela Polícia, que permanece em alerta máximo para debelar eventuais casos.
(AIM)

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