“O projecto de Moatize poderia influenciar entre 20 a 30 % do PIB moçambicano”. A afirmação foi feita por Fábio Bechara, director financeiro da Vale, na conferência do carvão.
Bechara entrou, fez o seu discurso e saiu logo de seguida, sem falar com a imprensa, com pressa para fazer uma viagem, segundo apurou o “O País Económico”. Bechara deixou, no entanto, no ar dois bons argumentos para o governo moçambicano: que a Vale fazia muito bem a Moçambique, e que a mesma era uma grande empresa, que não dependia do nosso país.
Com uma média de produção esperada de 11 milhões de toneladas por ano, Bechara garantiu que no portfólio da empresa, só em Moçambique esperam-se dois milhões de toneladas de carvão térmico de exportação, excluindo, assim, o carvão para o uso interno.
Com uma mina a céu aberto em Moatize, a Vale já conta com 5 500 empregados, dos quais 90% são moçambicanos, segundo o director financeiro. acrescentando, a empresa brasileira tem capacidade para “criar 50 mil postos de trabalho directos e indirectos”.
Embora a fase de expansão do projecto esteja prevista para 2013/2014, o investimento previsto já é de 1.3 mil milhão de dólares. A Vale acredita em Moçambique, sobretudo porque o nosso país “tem uma localização estratégica no carvão para os mercados da China, Japão, Brasil, Europa e Índia”.
Difícil logística
O calcanhar de aquiles da Vale em Moçambique, assim como de vários outros mega-projectos e de todos os que operam em Tete, é a logística. Ultimamente, muito se tem falado das alternativas para escoar o carvão. Tete é vista como a província do “ouro” e o que menos se quer é que toda aquela riqueza fique parada. O escoamento é essencial, e é tão duro quanto prioritário.
Recentemente, o “O País Económico” realizou uma conferência sobre a Navegabilidade do Rio Zambeze, em parceria com a Associação Moçambicana de Desenvolvimento do Carvão Mineral (AMDCM).
No evento, a Riversdale mostrou-se a favor desta alternativa, dizendo que era a mais rápida para escoar o carvão que, até 2020, segundo Casimiro Francisco, presidente da AMDCM, chegará aos 120 milhões de toneladas por ano. De lembrar que, mesmo reabilitada, espera-se que a linha de Sena só tenha capacidade para entre 20 a 26 milhões de toneladas por ano.
Do seu lado, o Corredor de Desenvolvimento do Norte já tem prevista a construção de uma linha mais directa entre o porto de Nacala e Tete, com uma capacidade prevista de transporte de 30 milhões de toneladas por ano.
Fazendo as contas, facilmente se nota que mais de metade da produção prevista ficará sem escoamento. Ora, no evento do “O país Económico”, a Riversdale mostrou o seu forte apoio à alternativa de se navegar o rio Zambeze com barcaças, tendo um porto flutuante no banco de Sofala.
Por seu turno, o Governo rapidamente se adiantou dizendo que estava a favor desta alternativa, aguardando-se só os estudos ambientais para se definir como seria feita a navegabilidade de forma sustentável. Nesta discussão, a Vale nunca se meteu, nem deu uma opinião.
Quando, esta semana, Fábio Bechara explicou, numa sala cheia, os problemas de escoamento de carvão, não mencionou o rio Zambeze, limitando-se a falar da linha férrea de Sena e do Corredor de Desenvolvimento do Norte.
Fonte: O País Económico
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