Thursday, 8 July 2010

Banco de Moçambique não quer falar do “caso MBS”

O silêncio é generalizado

Maputo (Canalmoz) - O Banco Central de Moçambique não comenta. Não diz sequer uma palavra sobre a acusação que pesa sobre o dono da MBS, Momade Bachir Sulemane, que foi classificado pelo Departamento de Tesouro norte-americano como “narcotraficante” e referenciado igualmente como pessoa envolvida em “lavagem de dinheiro”. Nesta terça-feira, o administrador do BM, Waldemar de Sousa, disse que o Banco de Moçambique nada pode falar sobre a acusação de “lavagem de dinheiro” que pesa sobre Momade Bachir, por ele não se tratar de uma instituição financeira, mas, sim, apenas de um “singular”, que “nada tem a ver com o sistema financeiro”. Segundo Waldemar de Sousa o Banco Central actuaria apenas se se tratasse de uma instituição financeira.
“O trabalho do Banco de Moçambique é sabido que é a fiscalização e é nisso que o banco trabalha, portanto não se podem misturar as coisas”. Segundo Waldemar de Sousa, “não compete ao Banco de Moçambique tecer comentários sobre este caso”.
Recentemente, o Relatório Internacional sobre a Estratégia de Controlo de Narcóticos revelou que grande parte da “lavagem de dinheiro sujo” pode estar a acontecer nos bastidores das casas de câmbio de moeda estrangeira e nos sistemas de envio alternativo de moeda estrangeira, que também desempenha um papel significativo.
Segundo o relatório, “o número de casas de câmbio que operam em Moçambique ultrapassa o número necessário para o negócio normal” e apela para que o executivo de Maputo tome medidas para um maior controlo. O relatório indica que, apesar de “aparentemente” serem altamente regulamentados, os sistemas alternativos de envio que operam nas casas de câmbio podem facilmente evitar exigências de comunicação, facto que se grava pela ausência de “medidas legislativas grave, judicial ou regulamentares a serem consideradas para resolver este problema”.
Sobre este assunto, questionámos a Waldemar de Sousa o que estaria a ser feito pelas autoridades ao que este respondeu nos seguintes termos: “estamos a trabalhar normalmente com as casas de câmbio. Estamos a desempenhar o nosso papel de fiscalizador”, disse.

(Matias Guente)








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