Wednesday 19 May 2010

Processado por uma deputada da Renamo

JULGAMENTO DO JORNALISTA DO MAGAZINE TEM LUGAR HOJE

V asco da Gama, jornalista e corresponente do semanário Magazine Independente, vai hoje a julgamento na 3ª Sessão do Tribunal Judicial da cidade de Nampula,
acusado de crime de difamação contra a figura de Lúcia Xavier Afate, deputada da Assembleia da República, pela bancada da Renamo.
Gama é apontado como tendo publicado um artigo com o título “ Deputada da Renamo casa-se com Dhlakama e formaliza relação de há 15 anos” inserido na primeira página da edição de 1 de Julho de 2009 do Magazine Independente.
No processo nº 409/2010, Lúcia Afate, que afirma estar “muito lesada” exige uma indemnização de mais de um milhão de meticais, valor que, entretanto, está longe da
disponibilidade financeira do visado.
Em contacto com a nossa reportagem, Vasco da Gama confirmou ter publicado o artigo (do qual afirma, peremptoriamente, que não retira uma vírgula sequer) com base em fontes facultadas por familiares da deputada, que, também, exerce as funções de
delegada provincial da Renamo em Nampula.
De acordo com Gama, os factos narrados no jornal resultam de um diálogo mantido entre ele (jornalista) e a irmã de Lúcia, de nome Inrizai Afate e o primo desta, identificado pelo nome de Munavuca Saíde, ambos residentes na comunidade de Variha, posto administrativo de Matibane, distrito costeiro de Mossuril, local onde,
suspostamente, terá ocorrido o matrimónio entre o líder da Renamo e a referida deputada no dia 25 de Maio do ano passado.
O nosso entrevistado conta, ainda, que as despesas da sua deslocação à Matibane foram suportadas pela própria direcção do jornal e para poder ter acesso à toda a informação sobre o referido matrimónio, exibiu um cartão da Renamo, adquirido algures na cidade de Nacala-porto.
Entretanto, a poucas horas do julgamento, Vasco da Gama considerase abandonado pela sua direcção editorial. Afirma que tentou, por várias vezes, contactar os seus responsáveis, em Maputo, sobre o assunto, mas estes mostram-se, estranhamente, mudos e indiferentes. A nossa reportagem, também, tentou, sem sucesso, ouvir o director do
Magazine Independente, Salomão Moyana. E o mesmo aconteceu em E o mesmo aconteceu em
relação à deputada Lúcia Afate. Wf

4 comments:

V. Dias said...

Bem, aqui temos um problema de fontes. Lembro-me ser este um assunto que muito preocupa ao professor Serra. E têm toda a razão. Fontes orais servem, mas em determinados casos. Neste caso, há sim uma calúnia e difamação contra a visada. Penso eu. Não tenho olho clínico de advogado, mas sim de um mero pigmeu como diria Arrone Fijamo, sem princípios recomendatórios.

Zicomo

Chacate Joaquim said...

V.Dias,

Qual é a relação que faz entre este caso e o publicado no blog de Direitos Humanos no Custódio Duma? sobre ameiaças da Renamo à Salomão Moyane? parece que aqui há coisa!

V. Dias said...

Não percebi patavina a tua pergunta. Mas eu tentarei explicar, claro, vagueando na tua questão.

Se por um lado o aludido jornalista publicou a reportagem com base em notícias não oficiosas, muito menos teve o cuidado de ouvir a visada (limitando-se, segundo diz, a OUVIR de um familiar a notícia, ora duvidosa), por outro lado Moyane apresenta provas (escrita) embora muito substancial.

Vou já ao blogue de Duma para me inteirar do seu escrito sobre o assunto, enfatizando que em minha opinião esse jornalista pescou ou tentou pescar em águas turvas, comportamento que David Aloni sempre condenou.

Zicomo

Fijamo said...

Se o jornalista orquestrou a noticia, entao seja feita a justica, uma vez que nao se pode brincar com a sesibilidade das pessoas! Caso nao,,, estaremos diante de mais caso de intimidacao a classe