Friday 14 May 2010

Mulher de Dhlakama queixa-se de dificuldades financeiras

MAPUTO – A mulher do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, Rosália Dhlakama,
acusa o marido de não prestar assistência aos oito filhos, dois deles residentes em
Portugal, que estão a passar grandes dificuldades.

Ontem, Rosália Dhlakama saiu de casa até à sede da Renamo, na capital moçambicana,
a pé – percorrendo cerca de dois quilómetros – “por falta de dinheiro para combustível”, para reivindicar a pensão dos filhos.
Desde a realização das eleições gerais de Outubro de 2009 que o presidente do maior
partido da oposição moçambicana decidiu fixar residência, em Nampula, Norte, mas
a mulher, com quem tem oito filhos, mantém-se em Maputo, no Sul do País.
Em entrevista, ontem, à Lusa, na sede da Renamo, em Maputo, Rosália Dhlakama não confirmou nem desmentiu se está divorciada, mas não soube explicar o que ditou a
ida de Afonso Dhlakama para Nampula.
“Nem sei explicar o que se passa” com o casamento com Afonso Dhlakama, disse a mulher
do líder do maior partido da oposição moçambicana.
Rosália Dhlakama contou, à Lusa, que, em Agosto de 2009, após Afonso Dhlakama se ter
mudado para Nampula, teve conhecimento de que, no âmbito do Acordo Geral de Paz,
assinado na capital italiana, Roma, em 1992, a sua família tinha direito de receber da Renamo uma pensão mensal estimada em 200 mil meticais.
Ainda em Agosto de 2009, reivindicou o direito junto da direcção do partido Renamo,
onde obteve uma resposta favorável, contudo, desde Fevereiro de 2010, deixou de receber a verba, o que está a dificultar a sua vida e a dos filhos.
“Já fiz contactos com o secretáriogeral na semana passada, mas não me deu resposta. Se tivesse resultado não estaria nesta sede. Que vergonha!”, disse Rosália Dhlakama, assegurando que a sua vida “está difícil” e que os dois filhos, de 19 e 22 anos, a estudarem em Portugal “estão a passar fome” e sem capacidade de pagar os estudos.
“Estou entre a espada e a parede”, afirmou Rosália Dhlakama.
O Acordo Geral de Paz previu uma verba para a Renamo enquanto tiver representação
parlamentar. No entanto, a perda gradual do número de deputados no Parlamento concorre para a redução da verba que o partido tem direito.
Indagada, pela Lusa, sobre as implicações da falta de pensão na sua vida,
Rosália Dhlakama respondeu que os filhos que residem, em Portugal, “estão a passar fome, porque não têm onde tirar dinheiro”.
“Eu não passo fome, porque tenho tantas machambas (hortas)”, mas “quem está a passar fome são os miúdos que estão em Portugal, porque não têm onde tirar dinheiro”, afirmou.
Rosália Dhlakama referiu ainda “não ter dinheiro para combustível”, senão para abastecer um dos carros em que leva os filhos à escola.
“Se não resolverem o meu problema vou permanecer aqui até às 19 horas”, concluiu.
Em contacto com a Lusa, o secretário-geral da RENAMO, Ossufo Momad,
disse não “saber nada sobre o assunto”, pedindo, à mesma agência, para que contactasse directamente Afonso Dhlakama.
Os dois números de telemóvel do líder da Renamo estão desligados. (Lusa/R)

4 comments:

Teo Mambo said...

Entao o homem fracassou tanto no partido como na familia? Que pena!

V. Dias said...

Sabes Araújo, permita-me que te diga uma coisa. Valeu teres "saido" da Renamo de cabeça erguida. Valeu a tua pesca. Em política, disse Mário Soares, é preciso ter razão antes do tempo. Com estas peripécias, creia-me que terias saido SUJO.

Dhalkama queria ser o presidente da república assim? Por amor de Deus. Insisto: é este homem que queria ser o presidente da república?

E não me espanta: numa das festas em comemoração ao aniversário da cidade da Beira, ali no centro social da RM, vi este homem a urinar na parede. Estava super embriagado. Fiquei indignado. Não deixei que os meus pensamentos / inquietações entrassem na falência.

Disse para mim mesmo "este homem acabou." De seguida liguei para alguns amigos do staff da Renamo (homens de peso), tendo recebido a seguinte resposta: "Caro Dias, este homem não era assim. Mudou muito. No tempo da luta armada não era assim. Não bebia. Foi um homem de disciplina."

Eternas saudades da Renamo, paz à alma do líder da Renamo, coragem senhor Afonso Dhlakama.

Zicomo

Fijamo said...

Lamentavel!!!! Desprezando os seus proprios filhos... Os unicos Que irao tomar conta dele Quando todos o abandonarem!!!!

MANUEL DE ARAÚJO said...

E o fim de um homem que deu a sua juventude para que tivessemos a democracia que temos hoje, e nao soube ler nem o presente e muito menos o futuro. Pior, nao deu ouvidos a quem o quis aconselhar, acabando cercado por oportunistas e engrachistas/tachistas!

A 'cidade' tem muitas virtudes mas tambem tem muitos riscos e corrompe ate ao mais puro!
Infelizmente, esse homem que tinha tudo para entrar nos anais da historia como 'pai da democracia' acabara saindo dela como o pai do 'monopartidarismo', sozinho, sem prestigio e nem honra!

Disse o que devia dizer, na hora certa e suponho no momento certo! Com todos os riscos que sociedades como a nossa encerram! Quem quis ouvir, ouviu, quem nao quis, nao ouviu!

E assim que se faz e se escreve a historia! Com frontalidade e honestidade!

Continuaremos lutando em varios quadrantes de de varias formas para que Mocambique seja aquele pais que todos sonhamos! Um pais de todos e para todos!
Um abraco irmao,
Estamos juntos!
MA