3.ª edição de livro polémico de Barnabé Ncomo
Maputo (Canalmoz) - O polémico livro “Uria Simango-Um homem, Uma causa” já se encontra novamente nas livrarias em Moçambique, desta feita, na sua terceira edição. Tornado público pela primeira vez na segunda metade de 2004, o livro acabaria por levantar polémicos debates com tendências que piscam para um revisionismo da história oficial. Essa tendência tende a encontrar espaço pela sustentação e argumentação com que obras como as de Ncomo e João Cabrita (“Mozambique: The Tourtuous Road to Democracy”, Palgrave,2000) se apresentam.
Contactado pelo Canalmoz, Barnabé Lucas Ncomo afirma que a terceira edição agora a venda apresenta-se muito melhorada comparativamente à primeira e segunda edições.
De facto, embora o conteúdo em tudo se pareça com as edições passadas, a terceira edição do Uria Simango-Um homem, uma Causa, tem nele incorporados novos dados para além de muitas melhorias em termos de redacção. Por exemplo, embora nos bastidores da opinião pública se afirme que houve violação dos Estatutos do movimento logo depois da morte de Mondlane, em nenhum momento os historiadores em Moçambique e no mundo apresentaram o instrumento que sustentasse tal facto. Os Estatutos da Frente de Libertação de Moçambique eram omissos quanto a essa matéria. Pela primeira vez na historia de Moçambique o autor do livro trás, a páginas 210, a pista esclarecedora que os historiadores deliberadamente contornaram, que ilustra de facto uma grosseira violação da norma então estabelecida: o artigo 40 do Regulamento Interno do movimento.
Segundo o autor, pela primeira vez na história de Moçambique se exibe, na página 358 do livro, a imagem fotográfica de um “herói esquecido”, Jaime Rivaz Sigauke.
Dados colhidos pelo autor indicam que, em parceria com Filipe Samuel Magaia, Sigauke era dos homens que desequilibravam a balança de debates no Comité Central “a ponto de Mondlane se aborrecer”. Ambos acabaram assassinados um atrás de outro. As imagens de Joana Simeão, Agostinho Cosme e outros dois a serem “arrastados” por Samora Machel no “julgamento” de Nachingwea, em Maio de 1975, também constam desta terceira edição do livro. “Infelizmente o preço do livro, 750,00Mt “é salgado para muitos bolsos de moçambicanos”, afirma o autor. “Não tive a sorte que teve Sérgio Vieira”.
De notar que o livro de natureza histórica recentemente publicado por Sérgio Vieira – “Participei, por isso testemunho” – está a venda ao público por 450,00Mt. Teve o patrocínio de “gigantes económicos” no país como o BCI, Cahora Bassa, LAM, MCEL e a TERMINAIS, empresas, algumas das quais públicas.
(Redacção)
2010-04-30 06:31:00
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