· Quem aceita o posto?
Quelimane (DZ)- O cenário que se vive no distrito da Maganja da Costa, província da
Zambézia, deixa muito a desejar.
Com uma população estimada em 229 230 habitantes, segundo o censo de 1997, Maganja da Costa, tem sido um distrito que só deixa cair lágrimas.
No concreto, até agora não há ninguém que aceita ser administrador daquele distrito, olhando os acontecimentos passados que levaram a morte da Eufrásia Jequecene, Teofilo Braga e doença que deixou Sande inoperacional.
É que todos contactados, rejeitaram a propostas de serem administradores daquele distrito. Uns dizem que não querem adiantar-se a morrer, porque ir a Maganja
da Costa e ser administrador, significa, abrir sua própria cova para se enterrar. Estes apontam exemplos da ex-administradora Eufrásia Jequecene que tinha sido
transferida de Lugela e chegado a Maganja não ficou muito tempo, perdeu a vida. Dai, veio o Teófilo Braga, ido de Nampula, mas também, não ficou muito tempo, morreu.
Como o governo não podia deixar o distrito assim, nomeou Sande, que era funcionário da direcção provincial da Mulher e Acção Social, mas também viu-se o que se viu. Antes de dois anos, Sande, ficou paralítico ate hoje.
Passou em várias clínicas deste país, agora, está sentado em casa. Com isso tudo, as pessoas contactadas dizem que não vale a pena ir ser administrador da Maganja da Costa.
Uma fonte próxima o governo da Zambézia, disse nos que neste momento, não está sendo fácil encontrar alguém para ser administrador naquele distrito. Pior com estes cenários todos, há uma clara visão de que ir a Maganja é procurar morte precoce.
Ora, recentemente numa visita que o nosso jornal efectuou ao distrito, conversamos com algumas pessoas que residem naquele distrito há bastante tempo e ficamos a saber que, na Maganja da Costa, os naturais, alegam estarem fartos de receberem pessoas de fora, que ao invés de desenvolver o distrito, vem sim desgraçar. Estes apontaram por
exemplo a falta de água que o distrito enfrente já há bastante tempo e que o governo não consegue resolver. Será só isso?- questionámos a fonte.
“Não, aqui no distrito, há algumas pessoas influentes que dizem ter filhos com capacidades académicas para dirigir e não sabem porquê o governo não os nomeia também”-disse um influente na zona de Inroga, arredores da sede do distrito.
E mais, aquele influente disse também que, o governo deve pensar neste caso, porque senão, vai acabar filhos de dono, enquanto for a ignorar o verdadeiro problema.
“Aqui há pessoas que já informaram aos dirigentes sobre estes casos, mas eles ignoram”- sublinhou o nosso interlocutor.
Ao que sabemos, neste momento, o distrito foi assegurado por cidadão natural, já lá vão mais de doze meses, mas ainda está são e saudável.
Com isto tudo que reportamos, dá para perguntar: O que fazer para inverter este cenário? Será que o governo não consegue encontrar soluções para este problema?
Se não consegue, então, ai está, há lugar para ser administrador da Maganja da
Costa. (AZ)
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3 comments:
Distinto MA,
Agradecia a publicacao no seu/nosso blog desta singela homenagem aos ardinas (...)
O Ardina,
O ardina é um vendedor de jornais de rua que apregoando a notícia chama a atenção do potencial cliente. Figura muito retratada por artistas e muito popular pela sua exposição pública, a sua origem perde-se nos tempos e remete-nos à "notícia" que corria de boca em boca. O ardina difere do actual distribuidor de jornais gratuitos.
Preteridos pelo aparecimento de quiosques e outros meios de distribuição, já raramente se encontram ardinas pelas ruas de Quelimane, contrariamente as cidades de Maputo e Beira onde a tradição prevalece.
Aquele rapazinho que todas as manhãs, ao fim da tarde, anda a vender jornais por entre carros que estão quase a parar, que estão quase a arrancar, na faixa central da Avenida, não repara que a morte lhe passa tangentes Constantes. É decerto um rapazinho que ainda não conhece nada da morte, nem mesmo quer saber se ela existe.
Estes que apregoam a manchete do dia, e a informação fonte do seu sustento.
E lá vai o ardina, levando muitas vezes jornais cujo conteúdo não teve tempo de ver, isso, se é que o entenderia.
Em média os ardinas são jovens dos 15 aos 25 anos de idade (alguns chefes de família)! Ostentam um ofício dignificante embora pouco ou nada gratificante.
Entre estradas e cruzamentos, os jornais da manhã ajudam o tempo a passar, informando todos aqueles das novidades que circulam pelas principais vias entre outras.
A pouco e pouco a disposição matutina assenta nas mentes de quem se complementa com os sentimentos que flutuam no universo comum da circulação.
Em algumas esquinas mais frequentadas, os ardinas habituais espalham as notícias principais enquanto distribuem jornais aos transeuntes que hipnoticamente circulam em direcção ao seu universo laboral.
Assim é a vida matutina, e a de quem distribui a informação ser apenas isso... Distribuir sem usufruir!
Fraterno abraço à classe (...)
Fijamo
E sem duvidas um oficio nobre. Embora mal pago. Ate os proprios jornalistas ignoram a actividade destes; nunca vi um trabalho editado em homenagem a estes "herois"; ninguem sabe quais sao as dificudades que passam; as suas ambicoes, etc, mas no fim querem a mola (os patroes)
Deixemos de politiquice a abordemos a temas sociais como este levantado pelo Fijamo.
Aqui em Pretoria a situacao e a mesma da de Maputo.
Esta de parabens o autor deste comentario.
Beijinhos da Maria Alice
Pretoria
grHoje,proucurando reviver as minhas origens do Baixo Licungo encaro com a noticia de que se precisa de um candidadto a administrador...
Estes meus cvonterrâneos,no passado,aguerridos combatentes que dificultaram o avanço de João de Azevedo Coutinho;e que como diziam os mais velhos com orgulho até matavam um leão com um carolo,(io nimpa podhogoma néuedhe),será que hoje se dedicam a eliminar os administradores por artes mágicas?
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