Friday 2 April 2010

Guiné-Bissau Situação aparentemente calma em Bissau após detenção de primeiro-ministro

Zamora Induta, CEMGFA, encontra-se detido na base aérea de Bissalanca, à saída de Bissau

Pretoria (Canalmoz) - O presidente da República da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, disse ontem em Bissau que a "situação está calma" e que "não há problema", reduzindo o que se passou na capital guineense a uma "confusão entre militares".
"A situação está calma. Não há problema. Houve uma situação de confusão. Houve confusão entre militares que transbordou até chegar ao Governo, mas a situação está calma", frisou Bacai Sanhá à imprensa, após um encontro com os responsáveis da intervenção militar ocorrida ontem em Bissau.
O antigo chefe de Estado-Maior da Armada, José Américo Bubo Na Tchuto, e o actual vice Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, major-general António Indjai, protagonizaram ontem uma intervenção militar, que conduziu à detenção do primeiro ministro Carlos Gomes Júnior e do CEMGFA, tenente-general Zamora Induta.
"Vamos tentar trabalhar no sentido de acalmar a situação e resolver o problema que existe", precisou ainda Bacai Sanhá.
Instado a dizer qual a situação de Carlos Gomes Júnior, o Presidente respondeu que o chefe do Governo "está em casa", sem adiantar mais pormenores.
Relativamente a Zamora Induta, que se encontra detido na base aérea de Bissalanca, à saída de Bissau, Bacai Sanhá disse ter mandado uma pessoa da sua confiança para o visitar e para saber qual o seu estado.
"O CEMGFA está na base aérea. Pedi para mandar alguém para ir visitá-lo, para saber como é que está", acentuou.
Força de Reacção Imediata portuguesa em “estado de prevenção”
Em Portugal, a Força de Reacção Imediata (FRI) das Forças Armadas portuguesas entrou em prevenção, e deverá partir para a Guiné-Bissau, caso a situação político-militar se agrave após ontem de manhã ter havido uma tentativa de golpe militar que levou à prisão do primeiro-ministro e do principal chefe militar guineenses.
Segundo fontes militares portuguesas, a componente terrestre da FRI - uma companhia de pára-quedistas (centena e meia de efectivos) e um destacamento das forças especiais de Lamego - entrou em estado de prevenção para partir em 24 horas, a bordo de aviões C-130 da Força Aérea, referiu ontem a imprensa portuguesa.
Quanto à componente naval, que se encontra de prevenção a 48 horas, é a fragata Corte Real que está afecta à FRI. Essa unidade naval, a que se junta o reabastecedor Bérrio, prevê transportar uma companhia de fuzileiros (cerca de 120 militares, incluindo elementos do Destacamento de Acções Especiais) e duas dezenas de mergulhadores.
A ordem de activar a FRI para arrancarem para a Guiné-Bissau em caso de necessidade foi dada pelo chefe de Estado-maior General das Forças Armadas portuguesa, general Valença Pinto.

(Redacção / Diário de Notícias)
2010-04-02 08:03:00

No comments: