Wednesday, 17 March 2010

Dhlakama reage à acção do G-19 sobre o OGE de 2010

“Se os doadores recuarem, estarão a incitar a uma confrontação entre o povo e a Frelimo” – afirma Afonso Dhlakama

O presidente da Renamo ainda afirma que “as ameaças da Renamo estão a surtir os efeitos desejados. O posicionamento da comunidade internacional revela estar ao lado do povo, representado pela Renamo”.

Nampula (Canalmoz) – O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, disse em entrevista exclusiva concedida ao Canalmoz, na tarde de ontem, na cidade de Nampula, que, caso a comunidade internacional, através do grupo dos países que financiam o Orçamento Geral do Estado, abandone as exigências que tem vindo a fazer ao regime do partido Frelimo para o melhoramento na aplicação dos fundos que vem doando, estará a incitar a uma confrontação entre o povo e a Frelimo.
Dhlakama mostrou-se relativamente satisfeito com a tomada de posição do G-19, porque “pela primeira vez, os europeus estão a mostrar que estão chateados com a Frelimo”, para depois prosseguir: “A comunidade internacional sabe que, se não fizer pressão para a mudança da situação, poderá acontecer o pior” e “os seus interesses estarão negativamente afectados”.
O presidente do partido Renamo considera que a cedência por parte do partido Frelimo vai contribuir sobremaneira para a redução da tensão que o país está actualmente a viver.
“A comunidade internacional sabe que, havendo uma confrontação em Moçambique, os seus interesses serão vandalizados e que, se a Frelimo corrigir as coisas, haverá um bom senso” – proferiu Dhlakama.
O nosso interlocutor acrescentou que, se a Frelimo recuar, a ideia de que o país vai arder vai acalmar.

Comunidade internacional sem coragem

Dhlakama declarou ainda que a “comunidade internacional quer evitar acontecimentos piores neste país, mas não tem coragem de dizer que a Renamo tem razão, e dizer ao Guebuza para recuar, porque houve fraude eleitoral”.
“Estou um bocadinho satisfeito porque as exigências da comunidade internacional vão ao encontro das da Renamo, porque, se nos tivéssemos calado, eles não teriam chegado a este extremo, tal como aconteceu nos outros anos” – afiançou o líder da “Perdiz”.

(Aunício da Silva)