Tuesday 23 February 2010

Mas onde é que papá Guebuza foi cavar este Pedrito Caetano?

A Opiniao de Antonio Zefanias


Eu certamente não sei onde o presidente da Republica de Moçambique, aquele que foi
eleito a 28 de Outubro de 2009, por alguns, com tantas irregularidades, como dizem os
observadores, mas que mesmo assim venceu e formou este novo governo de remendos, que não chega a ser novo governo. Aqui peço permissão ao Eng. Noé Nhanthumbo, por ter usado estas linhas, extraídas num texto de opinião por ele escrito com o título “Governo de remendos não é novo governo”-fim de citação.
Sim, houve remendos, mas também, Armando Guebuza, piora. Vai buscar gente que
nunca se ouviu nem em política e muito menos na gestão.
Este Pedrito Caetano, ministro da Juventude e Desporto, andava aonde até ascender o cargo de ministro? Xii, também assim não.
Na última semana, o ministro Pedrito esteve de visita a província da Zambézia, onde
deslocou-se sucessivamente aos distritos de Alto Molócue, Mocuba, Namacurra e a cidade de Quelimane.
Só dava para ver o que o ministro Pedrito fez em Alto Molócue, diante de jovens,
naquele que foi o primeiro encontro com juventude, por sinal o seu principal grupo alvo.
Chegou tarde, num encontro que havia sido marcado para as 14horas, mas o ministro da
Juventude, só chegou as 18horas e alguns picos.
Quando lá entra na sala, o MIJUDE, assistiu a uma peça teatral improvisada por uns
jovens resistentes. Digo resistentes porque alguns, neste casos os actores principais, já haviam abandonado o local, porque são estudantes do curso nocturno e nem quiseram perder tempo em esperar o ministro as 18horas.
Depois dai, chegou a vez de o ministro falar. Meu Deus, foi uma autêntica marcha-atrás. O ministro Pedrito, desculpou-se dizendo que chegou tarde, porque as vias de acesso não estão boas naquele distrito.
Compreenderam-lhe, visto que ali estava o administrador do distrito, os jovens nada podiam fazer, senão corriam o risco de serem acusados de não serem do sistema, ou seja, caso não fossem compreensíveis, fariam parte do outro lado. Qual?
Não me perguntem, porque esta coisa de que “ele não é nosso” não é apenas uma questão de Alto Molócue.
Ora bem, na sua explanação, o ministro da Juventude e Desportos, sob olhar e ouvido
atentos dos jovens, andou ai a contar o périplo das gerações de 25 de Setembro, 8 de Março e por ai em diante.
Nunca ia ao concreto daquilo que tinha como agenda para esta área da juventude. Pedrito, até blasfemou os jovens quando disse que “os jovens não informados, o país não precisa”-disse. E então, onde irão os não informados, senhor Ministro? Também não disse.
Isto só deu risos na sala, porque ao que pareceu é que o ministro não conhece a realidade deste país, não conhece as barreiras que há para obter informação. Possivelmente, o ministro olha juventude que só vive nas capitais, sem olhar os que
vivem em locais onde até a rádio para chegar pendura-se uma antena no tecto de casa para captar uma emissora com tanto ruído. Senhor ministro, veja os jovens em contextos geográficos diferentes. Porque lhe pedir para ir a Muabanana (Lugela), Mabalane (Gaza), Inhassoro (Inhambane), só para citar alguns exemplos, vai ver
que há jovens naqueles locais que não é porque não querem ter informação, mas porque a mesma não chega lá. Por isso, não é bom bajular jovens e discriminar ao
mesmo tempo. Permita-me que lhe peca uma coisa: Se da próxima vier a Zambézia, por favor, traga planos para esta juventude e não contar sobre a sua viagem ate
distrito X e que viu isto mais aquilo.
Estamos juntos, senhor ministro Pedrito?
Isto mais outras coisas que não
importam aqui, levam-me a perguntar de facto, onde é que papá Guebuza foi cavar este
ministro Pedrito Caetano, da Juventude e Desportos.
Não é só Pedrito, há tantos que Armando Guebuza chamou. Uns porque foram bons na campanha eleitoral que deu sua vitória, outros, ele recebeu-os como encomenda dos seus camaradas lá do partido, enfim. É mesmo governo de remendos, mas eu digo
mais, se fosse só de remendos, mas é um governo de “que fazer”, já votaram que aguentem.